Walter, muita gente. 

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On 10/11/2012, at 06:21, Walter Carnielli <walter.carnie...@gmail.com> wrote:

> Eu nao sabia que alguem levasse a sério, ou gastasse tempo, com Olavo de
> Carvalho. Mas para  não confundir neófitos e estudantes, pode ser
> interessante começar por aqui:
> 
> http://philosophy.stackexchange.com/questions/1934/is-cantors-theorem-based-on-a-fallacy
> 
> Walter
> Em 10/11/2012 02:58, "Manuel Doria" <manueldo...@gmail.com> escreveu:
> 
>> Outra famosa é a "refutação" de Cantor em *O Jardim das Aflições*:
>> 
>> Só para dar um exemplo: O célebre Georg Cantor acreditou poder refutar o 5º
>> princípio de Euclides ( de que o todo é maior que a parte ) pelo argumento
>> de que o conjunto dos números pares, embora sendo parte do conjunto dos
>> números inteiros, pode ser posto em correspondência biunívoca com ele, de
>> modo que os dois con- juntos teriam o mesmo número de elementos e, assim, a
>> parte seria igual ao todo: 1, 2, 3, 4..... n 2, 4, 6, 8..... 2n = n Com
>> esta demonstração, Cantor e seus epígonos acreditavam estar derrubando,
>> junto com um princípio da geometria antiga, também uma crença estabelecida
>> do senso comum e um dos pilares da lógica clássica, descortinando assim os
>> horizontes de uma nova era do pensamento humano. Esse raciocínio baseia-se
>> na suposição de que tanto o conjunto dos números inteiros como o dos pares
>> são conjuntos infinitos atuais, e ele pode portanto ser re- jeitado por
>> quem acredite, com Aristóteles, que o infinito quantitativo é só potencial,
>> nunca atual. Mas, mesmo aceitando-se o pressuposto dos infinitos atuais, a
>> demons- tração de Cantor é apenas um jogo de palavras, e bem pouco
>> engenhoso no fundo. Em primeiro lugar, é verdade que, se representarmos os
>> números inteiros cada um por um signo ( ou cifra ), teremos aí um conjunto
>> ( infinito ) de signos ou cifras; e se,nesse conjunto, quisermos destacar
>> por signos ou cifras especiais os números que representem pares, então
>> teremos um “segundo” conjunto que será parte do primeiro; e, sendo ambos
>> infinitos, os dois conjuntos terão o mesmo número de ele- mentos,
>> confirmando o argumento de Cantor. Mas isso é confundir os números com seus
>> meros signos, fazendo injustificada abstração das propriedades matemáticas
>> que definem e diferenciam os números entre si e, portanto, abolindo
>> implicitamente também a distinção mesma entre pares e ímpares, na qual se
>> baseia o pretenso ar- gumento. “4” é um signo, “2” é um signo, mas não é o
>> signo “4” que é o dobro de 2, e sim a quantidade 4, seja ela representada
>> por esse signo ou por quatro bolinhas. O conjunto dos números inteiros pode
>> conter mais signos numéricos do que o con- junto dos números pares— já que
>> abrange os signos de pares e os de ímpares—, mas não uma maior quantidade
>> de unidades do que a contida na série dos pares. A tese de Cantor escorrega
>> para fora dessa obviedade mediante o expediente de jogar com um duplo
>> sentido da palavra “número”, ora usando-a para designar uma quantidade
>> definida com propriedades determinadas ( entre as quais a de ocupar um
>> certo lugar na série dos números e a de poder ser par ou ímpar ), ora para
>> designar o mero signo de número, ou seja, a cifra. A série dos números
>> pares só é composta de pares porque é contada de dois em dois, isto é,
>> saltando-se uma unidade entre cada dois números; se não fosse con- tada
>> assim, os números não seriam pares. De nada adianta aqui recorrer ao
>> subter- fúgio de que Cantor se refere ao mero “conjunto” e não à “série
>> ordenada”; pois o conjunto dos números pares não seria de pares se seus
>> elementos não pudessem ser ordenados de dois em dois numa série ascendente
>> ininterrupta que progride pelo acréscimo de 2, nunca de 1; e nenhum número
>> poderia ser considerado par se pudesse livremente trocar de lugar com
>> qualquer outro na série dos inteiros. “Pari- dade” e “lugar na série” são
>> conceitos inseparáveis: se n é par, é porque tanto n+1 como n-1 são
>> ímpares. Nesse sentido, é unicamente a soma implícita das unidades não
>> mencionadas que faz com que a série de pares seja de pares. Portanto— e eis
>> aqui a falácia de Cantor—, não há aqui duas séries de números, mas uma
>> única, contada de duas maneiras: a série dos números pares não é realmente
>> parte da série dos números inteiros, mas é a própria série dos números
>> inteiros, contada ou nomeada de uma determinada maneira. A noção de
>> “conjunto” é que, desta- cada abusivamente da noção de “série”, produz todo
>> esse samba-do-alemão-doido, dando a aparência de que os números pares podem
>> constituir um “conjunto” inde- pendentemente do lugar de cada um na série,
>> quando o fato é que, abstraída a posi- ção na série, não há mais paridade
>> ou imparidade nenhuma. Se a série dos números inteiros pode ser
>> representada por dois conjuntos de signos, um só de pares, outro de pares
>> mais ímpares, isto não significa que se trata de duas séries realmente
>> distin- tas. A confusão que existe aí é entre “elemento” e “unidade”. Um
>> conjunto dex uni-dades contém certamente o mesmo número de “elementos” que
>> um conjunto dex pares, mas não o mesmo número de unidades. O que Cantor faz
>> é, no fundo, substancializar ou mesmo hipostasiar a noção de “par” ou
>> “paridade”, supondo que um número qualquer possa ser par “em si”, inde-
>> pendentemente de seu lugar na série e de sua relação com todos os demais
>> números (inclusive, é claro, com sua própria metade), e que os pares possam
>> ser contados como coisas e não como meras posições intercaladas na série
>> dos números inteiros. No seu “argumento”, não se trata de uma verdadeira
>> distinção entre todo e par- te, mas sim de uma comparação meramente verbal
>> entre um todo e o mesmo todo, diversamente denominado. Não se tratando de
>> um verdadeiro todo e de uma verda- deira parte, não se pode falar então de
>> uma igualdade de elementos entre todo e parte, nem, portanto, de uma
>> refutação do 5º princípio de Euclides. Cantor erra o alvo por muitos
>> metros.
>> 
>> 2012/11/10 Manuel Doria <manueldo...@gmail.com>
>> 
>>> Ele também já alegou que o *Tractatus* foi copiosamente plagiado de obras
>>> anteriores de Frege e que esta obra trouxe um "dano incalculável" à
>>> "inteligência mundial".
>>> 
>>> 
>>> 2012/11/9 Décio Krause <deciokra...@gmail.com>
>>> 
>>>> Impressionante. Sabem se ele também falou da mecânica quântica ou dos
>>>> teoremas de Gödel?(deve ter falado, pois ele parece que fala de qualquer
>>>> coisa).
>>>> D
>>>> 
>>>> 
>>>> 
>>>> ------------------------------------------------------
>>>> Décio Krause
>>>> Departamento de Filosofia
>>>> Universidade Federal de Santa Catarina
>>>> 88040-900 Florianópolis - SC - Brasil
>>>> http://www.cfh.ufsc.br/~dkrause
>>>> ------------------------------------------------------
>>>> 
>>>> Em 09/11/2012, às 17:01, Francisco Antonio Doria <famado...@gmail.com>
>>>> escreveu:
>>>> 
>>>>> http://www.youtube.com/watch?v=WIdxj37Msro&feature=share
>>>>> 
>>>>> --
>>>>> fad
>>>>> 
>>>>> ahhata alati, awienta Wilushati
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