Caros participantes,


Tive uma experiência na minha adolescência bastante fascinante de ler
Tópicos, depois de outros diálogos de Platão. Achei que a obra Tópicos era
muito melhor que os diálogos de Platão que havia lido, mas cheguei a anotar
passagens das quais eu discordei. Para minha surpresa e espanto, muitos
indivíduos mais velhos quando ouviam que eu discordava do que Aristóteles
tinha escrito achavam que eu pretendia coisa demais e para que “tomasse
cuidado”, pois “essas coisas são muito bem definidas e estruturadas”. De lá
para cá parece que o mundo não progrediu muito nesse quesito.



Pois bem, andei recebendo ultimamente mensagens perguntando o porquê de eu
me posicionar contra a lógica clássica, ou dizendo que eu não poderia ser
contra algo tão perfeito e belo. Uns por acharem que é a lógica correta e
outros por considerarem que ela tem seu lugar dentro do pluralismo.



Quero colocar o seguinte problema filosófico aos defensores da lógica
clássica. Primeiramente considerem as seguintes teses:



t1. ¬¬y=>y (dupla negação, um lado)

t2. (a=>b)=>(a&c=>b) (reforço do antecedente)

t3. (g&(g=>i))=>i (modus ponens)



Pelo método de tabela de verdade, verificam-se facilmente, entre outras, as
equivalências “t1 sse t2” e “t1 sse t3”. Pergunto aos defensores da lógica
clássica: mas filosoficamente vocês acham que dupla negação equivale mesmo
a reforço do antecedente ou a modus ponens?
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