Primeiramente, ainda bem que você não tentou salvar a coisa com o argumento
de que se trata de pensamento matemático. Pelo amor, os matemáticos não
atuam assim.

Não há essa clareza no texto de onde eu tirei fielmente o enunciado. Mas,
em todo caso o sujeito deve achar "legítima", como você diz, a tarefa, por
um condicionamento clássico-moderno. Pode até ser legítima, mas não me traz
aquilo que eu quero saber e que seria o importante para os estudos lógicos:
entender como as regras de inferência preservam as propriedades e como elas
deixariam de preservar. O teorema é no fundo no fundo mais um enunciado P
implica P, o que é já dado pela lógica clássica. Não sei como isso passa
despercebido pelas pessoas.

Em 22 de abril de 2013 16:31, Joao Marcos <botoc...@gmail.com> escreveu:

> Supondo que o "teorema" tenha sido fielmente retratado, obviamente ele
> terá sido enunciado de forma equívoca.  Como "axiomas de L", e em
> particular "teoremas de L", são "fbfs de L", realmente nada restaria a
> demonstrar se a hipótese do enunciado já incluísse a informação de que
> a propriedade R é gozada por todas as "fbfs de L" (o que a expressão
> "ser uma propriedade das" dá a entender).  Por outro lado, se R for
> simplesmente uma propriedade unária cujo domínio tem o *tipo* fbf, a
> tarefa em questão pareceria em tudo legítima.
>
> JM
>
>
> 2013/4/22 Tony Marmo <marmo.t...@gmail.com>:
> > Vira e mexe acho um caso, acabei de achar cinco minutos depois. Não dou o
> > nome do "santo", até porque não é o único e não vem ao caso. Vamos ao
> > "milagre". No contexto da lógica proposicional clássica, o sujeito
> apresenta
> > um teorema como o que segue:
> >
> > Teorema. Seja L um sistema lógico e seja R uma propriedade das fbfs de
> L. Se
> > todo axioma de L tem a propriedade R e se cada regra de inferência de L
> > preserva R, então todo teorema de L tem a propriedade R.
> >
> > Pra começar, a questão imediata no teorema acima não é a conclusão do
> > enunciado, que é chover no molhado, mas o antecedente. Ou seja, o que me
> > interessa primeiramente saber é justamente como provar que as regras de
> > inferência preservam mesmo a propriedade R e não que ela será preservada
> se
> > obviamente for preservada. A partir disso, eu não vejo sentido em fazer a
> > demonstração do teorema acima.
>
>
> > Em 22 de abril de 2013 15:57, Joao Marcos <botoc...@gmail.com> escreveu:
> >
> >> Olá, Tony:
> >>
> >> Não pretendia "sacrificar seu tempo" à busca dos tais "exemplos
> >> típicos" para nos mostrar.
> >> Pelo menos concordamos que eles estão mal desenhados.
> >>
> >> Só me resta portanto repetir, neste caso, algo que o Walter já disse:
> >> "Se você encontrou alguma [demonstração] assim, é melhor mudar de
> >> livro..."
> >>
> >> JM
> >>
> >>
> >> 2013/4/22 Tony Marmo <marmo.t...@gmail.com>:
> >> > Caro João,
> >> >
> >> > Poderia. Ocorre que eu tenho muitos livros e pdfs comigo e para buscar
> >> > esses
> >> > exemplos teria de sacrificar mais meu tempo. Mas, ocasionalmente a
> gente
> >> > acaba esbarrando em textos que dão teoremas que dizem o mesmo que as
> >> > definições, ou que na demonstração colocam paráfrases da proposição a
> >> > demonstrar. Nunca memorizo os nomes dos autores e desses textos,
> procuro
> >> > focar os exemplos que acho melhor construídos.
> >>
> >>
> >> > Em 22 de abril de 2013 14:23, Joao Marcos <botoc...@gmail.com>
> escreveu:
> >> >
> >> >> > Eu já tenho um exemplo típico de prova da qual eu discordo, que
> segue
> >> >> > o
> >> >> > seguinte esquema:
> >> >> >
> >> >> > 1. Primeiro vem uma definição qualquer, X =def alpha.
> >> >> >
> >> >> > 2. Depois vem um teorema que diz a mesma coisa que a definição,
> >> >> > Teorema:
> >> >> > Todo X é alpha.
> >> >> >
> >> >> > 3. Por fim, vem a prova do teorema por indução na complexidade.
> >> >>
> >> >> Você poderia apontar um exemplo específico de algum livro que faça
> >> >> este tipo de "prova"?
> >> >>
> >> >> JM
> >>
> >> --
> >> http://sequiturquodlibet.googlepages.com/
> >
> >
>
>
>
> --
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>
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