A questão
da Formação Doutrinária. ORSON PETER CARRARA -
MATÃO-SP Dirigente Espírita - Maio a Junho de 2.001.
“Perdemo-nos em discussões vazias, brigamos
por pouco, mantemos erros do passado, queremos impor idéias pessoais, lutamos
pelas vaidades e disputamos soberanias.” Em seu livro "Curso Dinâmico de
Espiritismo - O grande desconhecido" *, o Prof. J. Herculano
Pires afirma: "Gerações a gerações de espíritas passaram pela Terra, de Kardec
até hoje, sem terem obtido sequer um laivo de educação espírita de formação
doutrinária sistemática. Aprenderam apenas alguns hábitos espíritas, ouviram
aulas inócuas de catecismo." Embora a afirmação possa parecer dura, ela
reflete uma realidade ainda existente. Falta de estímulo dos pais ou dos grupos
a que se vinculam formaram espíritas distantes da própria Doutrina Espírita. A
ausência de um programa contínuo de estudo do Espiritismo formou espíritas que
se contentam em, apenas, freqüentar o Centro para receber passes ou ouvir
palestras. Eis aí uma das causas de certos desencontros, aberrações,
intrigas, falta de união e distorções ainda existentes na prática espírita.
Falta-lhes amor à Doutrina, aos companheiros que se dedicam com abnegação à
nobre causa, aos que buscam o Espiritismo com a sede do conhecimento, com a fome
do conhecimento; falta o amor pela verdade, que continua sufocada pelas mentiras
das trevas. Embora não transcrita com as mesmas palavras, a idéia é também do
próprio Herculano Pires (no mesmo livro, pág. 124). Isto é crítica severa? Não!
Apenas constatação de um equívoco. Esquecemos do principal: ensinar o
Espiritismo. Perdemo-nos em discussões vazias, brigamos por pouco, mantemos
erros do passado, queremos impor idéias pessoais, lutamos pelas vaidades a
disputamos soberanias. E qual a causa de tudo isto? A resposta é simples:
faltou estudar. Queremos, sim, conversar com espíritos, temos pressa em aplicar
e receber passes, mas esquecemos de estudar... Deixamos de valorizar os estudos
e procuramos a Casa apenas para receber os benefícios que ela possa oferecer,
mas não nos lembramos da importância da iniciativa pessoal em participar, em ser
útil oferecendo nosso tempo e nossa disposição para o bem do
Movimento. Enquanto dirigentes, julgamos que o público freqüentador não tem
vontade própria e queremos segurá-lo a qualquer custo...Claro que tudo isto não
é regra geral. Mas os problemas se acumulam exatamente pela distância do
estudo. Nossa maior preocupação deve ser o da formação doutrinária. Os
Centros devem se ocupar do principal: Ensinar Espiritismo. Para isso, propiciar
condições de estudos, planejar aulas, cursos e seminários. Discutir e dissecar
os temas, explicar o significado das palavras, exemplificar claramente, falar
com clareza e objetividade; analisar temas da atualidade à luz do Espiritismo e
propiciar troca de idéias para que o grupo participe com perguntas. Esta
formação inclui a prática e vivência espíritas, que por sua vez, serão
consolidadas com a participação em todas as atividades da Casa, sejam elas
doutrinárias, mediúnicas, assistenciais, administrativas ou de
divulgação. Como formar um adepto coerente, um espírita consciente, se ele
permanece distante da realidade da Doutrina? Apenas ouvindo a recebendo passe,
nunca saberá o que é o Espiritismo. Para este, o Espiritismo se resume na
reunião pública de passes!!!???... Temas como Unificação, Movimento Espírita,
Personalidades Espíritas (especialmente do passado, nossos pioneiros), História
do Espiritismo a outros permanecem absolutamente desconhecidos do público. Por
que? Exatamente porque não se fala sobre isso... Ah! Mas isto é sempre comentado
em artigos, jornais, revistas. Mas aí vem outra pergunta: o público sabe dos
jornais, revistas, artigos, etc? Conhece a imprensa espírita? Também não, pois
ninguém comenta, distribui, estimula ... Como ficamos? Como espíritas
distantes da Doutrina.Felizmente a mentalidade está mudando. Hoje possuímos mais
dinamismo no Movimento, mas há muito por fazer. Transformemos nossas Casas em
reuniões de estudos, em escolas de Espiritismo. Somente isto será capaz de
formar o espírita que não fica apenas com hábitos mal aprendidos ou com aulas
vazias, mas descobrem as jóias do conhecimento espírita. *Editora J.
Herculano Pires (Juiz de Fora- M.G), 2a. edição, cap.
XVII
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