SÊ ALGUÉM. FAZE O
MESMO
Quando estavas a ponto de desequilibrar-te, alguém, um amigo
devotado, ofertou-te os elementos para a
harmonia.
Quando te encontravas em plena rampa da loucura, alguém, um
familiar gentil, constituiu-te apoio e segurança para a
recuperação.
Quando sofrias a incompreensão de muitos, alguém, um estranho
bondoso, fez-se-te instrumento de confiança, oferecendo-te
fraternidade.
Quando, desanimado, padecias a injunção constritora do
autocídio, alguém, um desconhecido afável, acenou-te oportunidade
nova.
Quando tudo parecia conspirar contra os teus planos de
progresso, alguém, um colega fiel, por quem tinhas apreço, tornou-se o
fator da tua ascensão.
Quando a enfermidade te deperecia as forças e a solidão
assenhoreava-se dos teus dias, alguém, um silencioso amor, surgiu e
restabeleceu as tuas energias repletando de sol a tua noite íntima e
de companhia a tua vida.
*
Há sempre alguém lidando, esperando, cooperando em favor de
todos nós.
Desconhecido ou amigo, afeto ou familiar, transeunte ou
companheiro, esse alguém é o símile do Samaritano bondoso se nobre, a
que se refere a parábola
evangélica.
Diligente, atento e amigo, ele chega e age, oferecendo recursos
e doando-se com inusitada dedicação, a fim de reerguer o abatido e
socorrer o tombado na via
evolutiva.
Todas as criaturas já o defrontaram e dele receberam
ajuda.
Ele chega, ampara, ama e vai-se
adiante.
Não reclama, não faz um rol dos próprios atos
bons.
Segue-lhe o
exemplo.
*
Não digas que da vida recebeste somente o fruto amargo da
desilusão ou encontraste apenas a ajuda negativa do
desespero.
Não relaciones os males, os acidentes
defrontados.
É certo que há almas em desequilíbrio, produzindo desaires. São
a minoria ágil,
movimentada.
Não tomes os maus exemplos para teus exemplos. Nem te fixes
neles.
*
Indagado pelo farisaísmo doentio, que tentava
surpreendê-Lo em equívoco, Jesus respondeu com ternura e
energia ao astucioso inquiridor que fingia desconhecer quem era o seu
próximo: — Sê como aquele que usou de misericórdia para com o infeliz.
“Vai, tu, e faze o mesmo.”
Faze, também tu, o mesmo, sendo o alguém para quem esteja em
rude prova na rota por onde
segues.
(De “Oferenda”, de Divaldo P. Franco, pelo Espírito
Joanna de
Ângelis)