São
Gregório VII era de família humilde. Nasceu na Toscana em 1028. Chamava-se
Hildebrando. Ao ser eleito papa, tomou o nome de Gregório VII. Seu
pontificado foi marcado pela luta contra a simonia e contra a intromissão
do poder civil na nomeação dos bispos, abades e dos próprios pontífices.
Lutou incansavelmente pela restauração da disciplina eclesiástica. Em 1075
escrevia ele ao amigo São Hugo, abade de Cluny: Estou cercado de uma
grande dor e de uma tristeza universal, porque a Igreja Oridental deserta
da fé; e se olho das partes do Ocidente, ou meridional, ou setentrional,
com muito custo encontro bispos legítimos pela eleição e pela vida, que
dirijam o povo cristão por amor de Cristo, e não por ambição secular.
(Apud Mário Sgarbossa, op. cit., p. 164.) Esta decadência era conseqüência
direta das investiduras, que consistiam no ato jurídico pelo qual o rei ou
nobre confiava a uma autoridade eclesiástica um cargo da Igreja com
jurisdição sobre um território. Em virtude do sistema feudal, os
eclesiásticos eram obrigados a prestar juramento de fidelidade ao rei ou
aos nobres. (Cf. Pe. Luís Palacin, op. cit., p. 69.) O símbolo desta luta
foi a humilhação a que se obrigou Henrique IV, imperador da Alemanha. e
para que o Papa lhe retirasse a pena de excomunhão, apresentou-se ao
Pontífice vestido de saco, descalço, com uma corda no pescoço e
ajoelhou-se diante dele. A luta não terminou ali. Henrique IV vingou-se.
Fez-se coroar por um antipapa e marchou contra Roma. Abandonado por todos,
até pelos cardeais, São Gregório morreu no exílio, pronunciando as
célebres palavras: Amei a justiça e odiei a iniqüidade, e por isso morro
no exílio. |