"Se qualquer te obrigar a caminhar mil
passos, vai com ele
dois mil." (Mateus 5:41)
"Ele não merece",
respondemos, às vezes, a um pedido de
auxílio. "Sempre recebe das mãos de
outros e nem agradece!"
Ainda que não expressemos esta opinião em voz alta,
quantas
vezes o julgamento toma conta de nosso coração!
Prontificamo-nos a
ajudar aqueles que achamos merecedores, e
não aqueles que abusam de
nós.
Os soldados e oficiais romanos tinham autoridade para forçar
os
servos a carregarem suas bagagens por uma milha e,
baseando-se nessa prática,
Jesus ensina a lei superior. O
seu discípulo deve estar disposto a ir muito
além do
exigido, porque o amor verdadeiro o constrange a fazer muito
mais
do que se espera dele.
O discípulo que imita o exemplo de Cristo penetra
o interior
do seu próximo e dá-lhe aquilo de que necessita, não
apenas
aquilo que solicita ou, por acaso, mereça receber.
Gosto
daquela historia do menino travesso que um dia jogou
uma pedra na cartola do
seu professor porque sempre achava
ridículo aquele chapéu de copa alta.
Naturalmente, ele o fez
bem escondido. Mas, como alguns professores tem olhos
ao
redor da cabeça (pelo menos aparentemente), o professor
descobriu quem
era o culpado. Quando, na semana seguinte, o
menino viu o professor se
aproximar de sua casa, escondeu-se
debaixo da cama. Ao conversar com a mãe, o
professor disse
que tinha algo para ofertar ao seu filho e pediu que
o
chamasse. A mãe sabia onde o menino sempre se escondia, de
modo que, em
poucos segundos, ele apareceu trêmulo diante do
professor. Foi grande a sua
surpresa ao ouvir dos lábios do
seu mestre: "José, fui informado que você
sempre desejou uma
bola para jogar futebol. Aqui está uma para
você."
"Mas...eu...não", gaguejava José, "eu não mereço". "Não
importa",
replicou o professor, "você queria, não queria?"
Oxalá mostremos a graça
de Deus em todos os nossos
relacionamentos, para que não nos limitemos a
fazer apenas o
esperado, mas pratiquemos a lei dos "dois mil
passos".