2011/10/5 Azincourt Azincourt <aazinco...@yahoo.com.br>:
> Boa tarde,
Boa tarde,

> O corpo clínico da pediatria de um certo hospital é composto por 12
> profissionais, dos quais 3 são capacitados para atuação junto a crianças que
> apresentam necessidades educacionais especiais. Para fins de assessoria,
> deverá ser criada uma comissão de 3 profissionais, de tal maneira que 1
> deles, pelo menos, tenha a capacitação referida. Quantas comissões distintas
> podem ser formadas nestas condições?
>
> Resolvi-o da seguinte forma: há três formas de escolher um dos profissionais
> capacitados.
Verdade. Mas lembre-se que pode haver mais do que um na comissão.

> As outras duas vagas da comissão podem ser ocupadas por
> quaisquer 2 dos 11 profissionais restantes, de forma que o total de
> comissões seria 3*C(2,11) = 3*55 = 165.
Quase. O "problema" é que (como indica o gabarito) você achou mais do
que devia. O que quer dizer que você contou alguma coisa duas vezes.
(Poderia ser também que você esqueceu de contar algo, mas acho que não
é o caso). O que você contou duas vezes? Simples: quando houver mais
do que um dos três profissionais especiais na comissão.

Demos nomes aos burros (enfim, médicos):

A, B e C os três capacitados
d, e, f, g, h, i, j, k, l os outros 9.

A sua solução conta a possibilidade ABe (por exemplo) duas vezes. Uma
quando você considera A (capacitado) +  Be (dois dos 11 outros), e de
novo quando você conta B + Ae. Assim, todos os casos de exatamente 2
especialistas foram contados 2 vezes, o que dá C(3,2)*9 = 27 casos.

Mas o caso de três especialistas foi contado 3 vezes: A + (BC), B +
(AC), C + (AB). Ou seja, temos que retirar dois do resultado.

165 - 27 - 2 = 136.

> O gabarito da questão é 136. Eu achei a resolução na internet, mas não
> consegui entender em que ponto da análise estou errando.
> Obrigado!

Tome muito cuidado nos problemas de enumeração com "pelo menos", ...,
em que você sempre tem muitos casos a considerar! Por isso é que, em
geral, essas questões são feitas para serem resolvidas "passando ao
complementar".

Observação ranzinza: é claro que isso é muito pouco próximo da
realidade. Um problema "de verdade" talvez tenha 50 "médicos", dos
quais 12 "especializados em A", 10 "especializados em B" e 3
"especializados em A e B" (portanto ao todo 15 que "sabem A" e 13 que
"sabem B"). Queremos formar turnos de 10 médicos, tendo certeza de
possuir ao menos 2 especialistas em cada matéria a cada turno. De
quantas formas podemos fazer isso? Não é tão difícil, mas o único
jeito é sair calculando as possibilidades... é claro que usar o
complementar vai ajudar (ainda tem menos casos no complementar do que
no "direto"), mas é mais ou menos equivalente. Porque provavelmente
você vai programar a solução num computador, e nesse caso, usar o
método direto de enumerar os casos de (2A,2B,6), (3A,2B,5), ... é mais
simples, ainda mais se você quiser depois generalizar para N médicos,
K especialidades, n_i de cada uma (e depois se vira para os n_ijk que
sabem três coisas...)

Mas se o problema fosse mais complicado? Por exemplo, temos que fazer
5 plantões de 10 médicos (o que tem a vantagem de mudar o dia de cada
um, para não ficar o mesmo coitado no sábado). Quantas formas há? Aqui
é mais fácil de fazer "direto", distribuindo os especialistas nos 5
dias, e depois completando. Mas, mais uma vez, você tem que tomar
cuidado para não misturar um "qualquer" com o "3° especialista". E, de
qualquer forma, dá um MOOONTE de contas.
-- 
Bernardo Freitas Paulo da Costa

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Instruções para entrar na lista, sair da lista e usar a lista em
http://www.mat.puc-rio.br/~obmlistas/obm-l.html
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