Olá,

On Thu, Jan 30, 2020 at 11:21 AM Luiz Antonio Rodrigues
<rodrigue...@gmail.com> wrote:
> Estou tentando resolver um problema há alguns dias e não estou conseguindo 
> chegar numa resposta correta.
> O problema é o seguinte:
>
> Qual a integral que representa o volume do disco
>
> ((x-b)^2)+y^2<a^2
>
> que gira em torno do eixo y?
> Considere 0<a<b

Eu imagino que você esteja fazendo Cálculo.  Provavelmente, cálculo 1.
E não vou responder, mas espero te ajudar a entender isso.

Pense num retângulo bem pequeno, no ponto (x,y), de lados (dx,dy).
Agora, RODE este quadradinho em torno do eixo y.
1) Visualize o sólido gerado por esta rotação.  E depois desenhe.
Desenhe mais de um, inclusive, para ver como eles ficam quando mudar o
x, o y, ou os dois.  Também faça um mudando dx ou dy.  Se familiarize
com o problema!
2) Dê uma APROXIMAÇÃO para o volume deste sólido, em função de (x, y,
dx, dy).  Repare que deve ser algo "pequeno".  Se um dos lados tender
a zero, o volume deve zerar também, então deve ser alguma coisa que
COMEÇA com dx * dy.  Deve ter termos "de mais alto grau" (tipo
dx*dx*dy, ou dx*dy*dy*dy), mas estes a gente vai poder jogar fora
depois.  Se preocupe com o termo que vai aparecer multiplicando o
dx*dy - esta será sua aproximação.
3) Agora, faça um monte de retângulos (ou quadrados, se é você quem
escolhe!!) dentro do círculo.  Se você rodar cada um, vai dar um
volume.  Se você somar todos os volumes, dá o volume do círculo
rodado.
- Mas peraí: não dá para preencher o círculo com quadrados do mesmo
tamanho.  É verdade.  Vai sobrar (ou faltar) um treco no bordo.  Mas
isso deve (também!) tender a zero quando você diminuir o lado do
quadrado.
4) Isso que você escreveu é uma "soma de Riemann" (que alguns gregos -
tipo Arquimedes - já sabiam fazer) para o volume do seu sólido de
rotação.  É uma soma dupla (tem quadradinhos nas duas direções), vai
virar uma integral dupla.
5) Faça de novo um desenho: agora, de como você vai calcular a soma
dupla, somando na horizontal ou na vertical primeiro.  Repare que o
número de quadradinhos muda em cada "fatia", aumentando e depois
diminuindo.  Este MESMO desenho te diz como vão ser os limites de
integração da integral dupla.
- Poxa, eu ainda estou em Cálculo 1, e você vem falar de integrais
duplas.  É.  Acho que é mais natural montar o problema assim.  Porque
eu acho que a grande ideia do cálculo é justamente dividir em trecos
minúsculos, aproximar, somar.  A integral que vai aparecer, apareceu.
Note que, só neste problema, você já vai ver uma das coisas mais
legais de integrais duplas: que os limites de integração "de dentro"
dependem da variável de integração "de fora" - já que tem mais
quadradinhos no centro do disco do que nos bordos.
6) A integral, fazendo dx e dy serem "infinitesimais", também faz com
que as aproximações sejam cada vez melhores, e que o erro no bordo
também seja cada vez menor.  Se você quiser pensar mais nisso, ótimo:
você quer fazer (um tipo de) análise.
7) Agora, basta calcular a integral.  Essa é a parte FÁCIL: o
importante é entender como sair do problema "real" (ou matemático) e
chegar na integral.

> Primeiro eu preciso resolver usando dx e depois dy.
> Por fim, o problema pede o valor do volume em termos de a e b.

Fazer "primeiro com dx" de "depois com dy" é só "resolver a integral
dupla" primeiro em y, ou primeiro em x.  Também pode ser pensado
"fatiando" o seu círculo não em retângulos pequenos nas duas direções,
mas em apenas uma.  Mas eu acho isso mais complicado do que precisa (e
dá uns nomes estilosos tipo "cascas cilíndricas" e tal, mas não acho
que seja muito iluminador se você não entendeu estes quadradinhos...)

Abraços,
-- 
Bernardo Freitas Paulo da Costa

-- 
Esta mensagem foi verificada pelo sistema de antiv�rus e
 acredita-se estar livre de perigo.


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