Assino embaixo do que o Alexsandro escreveu. E vamos todos ler de novo a
Catedral e o Bazar, gente:
http://pt.wikisource.org/wiki/A_Catedral_e_o_Bazar

<http://pt.wikisource.org/wiki/A_Catedral_e_o_Bazar>[]s

Em 4 de março de 2011 15:18, Alexsandro Haag
<alexsandro.h...@gmail.com>escreveu:

> Acho no mínimo curiosa a visão de algumas pessoas sobre programação e
> propriedade intelectual.
>
> Vejo que dão valor demais ao produto, quando o que importa mesmo é o
> serviço prestado com este produto ao cliente. Claro que o bom é ter os
> dois, mas o diferencial vem do segundo.
>
> Utilizemos como exemplo o Sistema QUALQUER de Gestão Comercial... Sou o
> programador principal deste sistema e desenvolvi um algoritmo que faz o
> cálculo dos impostos de uma forma otimizada, fazendo com que o tempo de
> determinada rotina baixe, de 10 minutos para 10 segundos. Otimizei a
> rotina, pois estava mal escrita. Fico muito orgulhoso e isso prá mim tem
> muito valor, porém para o sistema inteiro ou para o cliente isso pode
> não ter a mesma importância que tem prá mim.
> Posso não querer compartilhar isso com ninguém, pois me deu trabalho
> fazer e não quero dar isso de mão beijada. Mas com 30 minutos de
> envolvimento outro programador foi lá, fez de outra maneira (seguindo a
> mesma lógica ou não) e obteve o mesmo resultado.
>
> Outra possibilidade é deixar que qualquer pessoa pegue o que tenho,
> melhore e me devolva agora rodando em 5 segundos.
>
> Também tem outro cenário...  a preocupação de que alguém venha a hackear
> meu sistema inteiro e, ao invés de fazer um do zero, se aproveite do que
> já fiz.
>
>  - Em primeiro lugar ele terá bastante trabalho para entender a forma
> como pensei o sistema;
>  - Depois ele vai achar que determinada rotina faria diferente;
>  - Ele terá bastante trabalho para colocar este sistema para funcionar;
>  - Quando não funcionar ele não poderá apelar para mim, desta forma não
> vai ter segurança para levá-lo adiante;
>  - Ele não vai me ligar pedindo ajuda;
>  - Vai literalmente morrer na casca.
>
> Outra possibilidade é deixar que qualquer pessoa possa pegar os fontes
> do meu sistema e melhorá-lo. Ou ainda o implemente em clientes e me
> contate se precisar de uma apoio ou melhoria, alavancando de uma forma
> ou de outra meus negócios e de quebra, melhorando meu produto.
>
> Tenho visto hoje em dia um grande movimento neste sentido. Tudo está
> indo para o código aberto, inclusive os ERPs. (vide OpenERP, OpenTaps,
> OfBiz, OpenBravo+-,Stoq)
>
> Se eu não abrir o meus sistema QUALQUER vão usar outro.
> E como tem outros de código aberto (muito completos principalmente por
> utilizarem este modelo de negócio). Por quê vão querer ter o trabalho de
> hackear meu engessado e ultrapassado sistema?
>
> Isso é só para contextualizar... Não estou dizendo que seu sistema seja
> assim.
>
> O que quero demonstrar é que, a menos que meu sistema seja muito
> específico para um nicho de mercado ou ramo de negócio, que nenhum outro
> hoje atenda, não vejo vantagens em trabalhar no modelo de código
> fechado. Isso só vai atrasar me negócio. Este modelo ficou para trás.
>
> Mesmo a Microsoft... Se buscasse desesperadamente uma forma de impedir a
> pirataria do seu sistema, não estaria onde está hoje.
>
> Claro que esta é tão somente minha visão pessoal, não levem a mal.
>
> Abraço Amigos!
> Att.
> Alex
>
> Em 04-03-2011 13:32, Leandro DUTRA escreveu:
> > 2011/3/4 Fabricio Srdic<fsa...@gmail.com>:
> >> Vejam bem, os dados são sim do cliente, mas a estrutura não.
> > Conceito básico de teoria de dados.  Não há dados sem estrutura.
> >
> >
> >> Ou seja, por exemplo, views
> > Visões (relações derivadas) fazem parte da estrutura básica.
> >
> >
> >> stored procedures, external functions, tudo isso não pertence ao
> >> cliente. Porque isso faz parte estrutura do banco de dados.
> > Absolutamente não.  Isso é código executável, e faz parte da aplicação,
> não da
> > base de dados, e muito menos de sua estrutura.  Somente está na base
> porque
> > não faz sentido colocar a rede (com latência&c) entre a lógica e os
> dados.
> >
> >       Existe um caso interessante, que é o código que suporta as
> restrições
> > de integridade.  Este, por mais que seja expresso na mesma linguagem que
> a
> > lógica da aplicação, na verdade faz parte da estrutura, e portanto
> pertence ao
> > cliente.  Ou deveria.
> >
> >
> >> O modo como as tabelas estão organizadas no banco faz parte da
> >> estrutura. Isso é patrimônio intelectual.
> > Pode até ser, de acordo com a lei atual.  Mas não quer dizer que a lei
> seja
> > justa ou razoável, como qualquer brasileiro com um mínimo de conhecimento
> ou
> > experiência de vida deveria saber.  Aliás, é impossível separar o que é
> do
> > cliente (dados) do que pode, talvez, não ser (estrutura).  Portanto,
> mesmo que
> > um tribunal fosse tentar estabelecer essa distinção, qualquer advogado de
> meia
> > tigela mostraria que é absurdo.
> >
> >
> >> Se, ao cancelar o sistema, você
> >> deixa no cliente a sua base de dados em Postgres mesmo, você está na
> verdade
> >> limitando o acesso do seu cliente aos dados, pois, não são todas as
> >> pltaformas de programação que conseguem trabalhar com dll's
> > E o que DLLs, quem nem são inerentes ao PostgreSQL, têm a ver com o caso?
>  DLL
> > é uma excrecência da plataforma IBM OS/2 copiada pelo MS Windows,
> exclusiva a
> > essas plataformas.  Nos sistemas operacionais ‘de verdade’ (POSIX,
> inclusive
> > Unix e GNU/Linux), usamos SOs.
> >
> >       Também não entendo o que plataforma de programação tem a ver com o
> > caso.  Num caso de encerramento de contrato de suporte, o que o usuário
> quer é
> > maneira de exportar os dados para outra plataforma, ou a possibilidade de
> > continuar a usar a mesma.  O PostgreSQL é livre, e tem todas as
> ferramentas de
> > extração e interface possíveis e imagináveis.  Mesmo que o usuário tenha
> > alguma plataforma estranha, nenhum SGBD tem interface para tantas
> linguagens
> > de programação e plataformas operacionais quanto o PostgreSQL.
> >
> >
> >> e não são todas que possui tipos de dados compatíveis com as utilizadas
> em
> >> dll's
> > DLLs determinam uma única plataforma de programação: interfaces C em MS
> > Windows, a menos que ainda sejas usuário de IBM OS/2.  O que não faz
> muita
> > diferença, porque o MS Windows nada mais é que uma versão lobotomizada
> nalguns
> > aspectos, extendida noutros, do IBM OS/2.  Aliás, seu primeiro nome foi
> MS
> > OS/2 3.0 NT i80860.
> >
> >       Pelo contrário, tipos de dados não têm nada a ver com DLLs, a menos
> > que, além de usar as interfaces C, se programe também em C, e aí são os
> tipos
> > de dados do C.  Nada a ver com PostgreSQL.
> >
> >
> >> Se analisarmos bem,  a maneira correta de disponibilizar os dados para o
> >> cliente em um eventual cancelamento seria disponibilizar esses dados em
> >> arquivos txt em formato CVS
> > Não existe um formato CVS, e txt não é formato de dados.  Formatos de
> dados
> > são TSV (preferido), SSV (razoável) e CSV (horrível), e nenhum deles
> expressa
> > o mínimo de uma base, nem sequer as chaves.  O cliente que aceitar isso
> vai
> > dançar, merecidamente.
> >
> >       O mínimo absoluto seria a base de dados PostgreSQL, opcionalmente
> com
> > código‐fonte obscurecido — mas o código‐fonte das restrições de
> integridade
> > não pode ser obscurecido.
> >
> >       Desculpai o tamanho da mensagem, mas havia muita coisa a
> esclarecer.
> >
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Fábio Telles Rodriguez
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