já tá bem OT, mas vou tentar ser breve...

Em Sex, 2006-09-01 às 10:33 -0300, Olival Gomes Barboza Júnior escreveu:
> . Na hora em q  
> li seu depoimento, lembrei na hora de algo q ela escreveu: q  
> realmente havia muita pobreza, mas, até aí, não havia muito o q  
> comprar (em termos de consumo supérfluo) e q, por outro lado, todos  
> tinham acesso a saúde, educação, etc.

Sim, Cuba como o Brasil e todos os países da américa-latina sao pobres.
Sem dúvidas Cuba é um país pobre, mas com pouca desigualdade entre seus
habitantes...nao há miseráveis como no Brasil, Peru, Bolívia, etc...há
pobres com direito a médico, escola, curso superior, comida,e emprego
pleno (nao há desempregados, pois o trabalho é um direito), mas sem
grana pra comprar uma calça jeans ou uma sandalha havainana (que nao sao
supérfluos no meu entender).
Sobre essa questao do "pleno emprego" como direito, é muito engraçado
voar num aviao cubano ou ser antendido num hotel pela quantidade enorme
de funcionários que estao disponíveis para te atender...e nem sempre
isso ajuda na agilidade e eficiência dos serviços... 

O bloqueio econômico que a ilha sofre a mais de 40 anos, a falta de
recursos naturais energéticos, e também uma certa ineficiência do
burocrático modêlo econômico ajudam a manter a economia frágil e o país
pobre.

>  O mais interessante foi q, lá  
> pelas tantas, ela disse q, no geral, tinha sentido q o povo cubano  
> era bastante "feliz", "alegre", etc, ainda q muitos discordassem do  
> regime e tal.

@s [EMAIL PROTECTED] sao muito alegres mesmo...sao bahianos que falam
castellano...no espírito lúdico e sagaz de viver, no gosto por música,
dança e também pela aparência entnica-fisica. Sao muito divertidos,
estao sempre com os dentes pra fora, rindo auto e adoram festas...como
os brasileiros. Chico Buarque já falou que os mais parecidos com os
brasileiros em toda América e Caribe sao os cubanos. Eu concordo.
Ah, e aí na Bahia também temos quem discorde do regime...muito mais do
que lá.

> > Acontece que o que elas ganham com uma trepada pode ser mais do que  
> > elas
> > ganham em um mês trabalhando como odontólogas...isso por causa da
> > diferença entre o valor do dinheiro cubano e o estadusunidense e a
> > diferença entre o poder aquisitivo do turista e do cubano.
> 
> Então ninguém se prostitui por "necessidade", digamos. Seria mais  
> para ter um "extra"? Vc observou isso por lá?

Sao prostitutas por necessidade sim. Necessidade de ter uma calça jeans,
um rádio de pilha novo, uma sandalha havaina, um televisor e outras
coisas que eu nao considero supérfluos mas importantes para a felicidade
e conforto de um ser humano. Faltam muitas coisas básicas em Cuba, mesmo
nao tendo miséria como aqui e nos demais países da América_latina.
Realmente nas lojas nao há nada atrativo para comprar...só camisetas do
Che Guevara...hehe. Vale a pena comprar os artesanatos q sao muito
bonitos...só. 

> > Os cubanos nao precisam de dinheiro pra morar, comer, comprar  
> > remédios e
> 
> Mas, até aí, o local para morar, a qtd de comida, etc é tudo regulado  
> pelo Estado, certo? Ou há liberdade para definir onde a pessoa vai  
> morar, qual a qtd de comida a q terá direito, etc?

Pouca margem de manobra para isso...só com "jeitinho" (q há muito por lá
também)

> Particularmente, acredito q ainda precisa surgir uma regulação  
> efetiva q consiga equilibrar até onde o Estado tem de interferir e  
> até onde eu posso ir sem prejudicar o bem comum.

Eu nao sou defensor deste modêlo cubano como está...e concordo contigo.
Nao é o meu modêlo de gestao pública...mas exitem avanços sociais
inegáveis se comparados com os demais paises latino-americanos e, na
área da educaçao e saúde, tem resultados melhores do que alguns países
do G8.

Mas eu farei tudo que estiver ao meu alcance pra deixar que os cubanos
decidam o seu futuro e preservem as suas conquistas e sua autonomia como
naçao. Que eles escolham seu caminho sem que o "xerife do mundo" meta
balas e bombas nas cabeças do seu povo para estabelecer a "democracia"
na ilha num modêlo estadosunidense (que diga-se de passagem é podre).
E que os cubanos de Maiami nao sejam usados como massa de manobra com a
falsa promessa de retomarem os seus prostíbulos ou seus latifúndios. 

> Mas, como vc disse, a discussão começa a ficar muito OT e a falta da  
> cerveja pra acompanhar o papo começa a prejudicar o fluxo natural das  
> idéias... he he he he

é verdade...muito OT mesmo...e sem cerveja nao dá.

abraços

Marcelo

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