On May 12, 2007, "Fabianne Balvedi" <[EMAIL PROTECTED]> wrote:

> On 5/12/07, Alexandre Oliva <[EMAIL PROTECTED]> wrote:
> (...)
>> Já a promoção da idéia de obrigação parece-me criar justamente o
>> efeito contrário, extinguindo a publicação, a colaboração e a cultura
>> por matar a criatividade.

> ninguém está obrigando ninguém a nada, Oliva.

Então acho que não entendi o argumento do movimento da Devolução.

Se a devolução dos benefícios para a sociedade não é obrigação (legal
ou moral), então perdi o fio da meada em algum lugar.

Se é obrigação, traz os problemas que levantei.

Onde ficamos, então?

> assim como ninguém obriga os codeiros a compartilharem seus códigos,
> mas se eles não fazem isso, o movimento do SL morre.

E aí morrem também aqueles que bebiam da fonte sem ajudar a mantê-la
limpa.  É a Tragédia do Bem Comum.

Dessa perspectiva é que surge um dos muitos equilíbrios econômicos
envolvidos nesses processos: a consciência de que, se não alimentar o
bichinho, ele morre.

> por isso considero parasitas sim, aqueles que não
> fazem abolutamente nada ou pouco para que o
> movimento continue vivo e vivem apenas
> de sugar o seu conhecimento, criando soluções
> apenas para seus micro universos e sobrecarregando
> a terefa daqueles que mantém a sua evolução.

Sustento que não são parasitas, são aproveitadores, free loaders, free
riders.  Mas não vejo que eles nos subtraiam nada se simplesmente não
contribuem (diferente de agir contra nós, o que caracterizaria um
parasita)

> Se os códigos dos softwares de hollywood fossem
> liberados, provavelmente muitas das dificuldades
> que temos ainda hoje na ediçãe e finalização
> de vídeos com software livre já estariam solucionadas
> e demorariamos muito menos tempo para
> terminar um audivisual que hoje no software
> proprietário exige apenas 1 décimo do tempo
> que gastamos com os códigos já acessíveis.

Sim, teríamos vantagens.  Mas se eles não os contribuem, para nós, é
quase como se eles não existissem.

Digo quase porque, se eles não já tivessem esses programas, poderiam
contratar uns de nós para desenvolvê-los, e aí talvez conseguíssemos
liberá-los.  Ou seja, a existência desses softwares não distribuídos
extingue uma espectativa que poderíamos ter em relação a esse mercado,
criando um potencial custo de oportunidade.  Mas ainda me parece
forçar a barra dizer que a mera existência desse software não
compartilhado é um malefício para nossa comunidade.

-- 
Alexandre Oliva         http://www.lsd.ic.unicamp.br/~oliva/
FSF Latin America Board Member         http://www.fsfla.org/
Red Hat Compiler Engineer   [EMAIL PROTECTED], gcc.gnu.org}
Free Software Evangelist  [EMAIL PROTECTED], gnu.org}
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