Olá, Admiro e respeito muito os "radicais livres" e não julgo os "acomodados presos". Há uma área cinza entre os dois extremos. Os radicais livres, no bom sentido de radical=raiz, são essenciais para manter a filosofia do movimento. Os acomodados presos na maioria escolhem usar software proprietário por que não perceberam o valor<http://pt.wikipedia.org/wiki/Valor_%28marketing%29>do software livre ou por que existe alguma necessidade: profissional, econômica, social, etc. Não podemos fazer juízo de valor<http://pt.wikipedia.org/wiki/Ju%C3%ADzo_de_valor>em nenhuma das pontas do "espectro" de tipos de usuários, o radical valoriza a liberdade/controle e o acomodado valoriza o benefício tecnológico, a "jaula de ouro", como disse o Anahuac.
Não há usuário 100% de tecnologias livres, assim como não há usuário 100% de tecnologias proprietárias. Se você navega pela Web e acessa algum site, o navegador/servidor pode ser livre/proprietário ou vice-versa. A maioria dos computadores e dos roteadores que utilizamos usam software/firmware/hardware proprietários. Com aplicações cada vez mais distribuídas em rede, há uma miscelânea de tecnologias livres e proprietárias. Quem for usuário 100% de tecnologias livres que atire a primeira pedra. Não estou desmerecendo o trabalho do ativismo de Software Livre (SL), puro e radical, pelo contrário. Acho que tem muito trabalho relevante pela frente, há várias áreas que o software livre não atende tecnicamente e usuários optam pela praticidade, por questões de sobrevivência do seu negócio ou trabalho. Em visita do Stallman em minha cidade, perguntei a ele o que o motivava tanto a trabalhar causa do SL. Ele me surpreendeu quando disse que era combater a maldade (evil). Depois percebi que grande parte do que ele faz é fazermos refletir, geralmente com bastante antecedência, das ameaças contra nossa liberdade. Hoje o maior desafio do software livre é a competitividade econômica, quanto mais tivermos profissionais se sustentando com Software Livre, mais fortaleceremos o movimento. O maior desafio não é mais filosófico, todo mundo sabe do seu valor e importância, mas o problema é como criar produtos competitivos com tecnologia livre? Muitos conseguiram montar modelos competitivos, mas outros ainda estão engatinhando. O desenvolvimento de tecnologias proprietárias tem se mostrado mais ágil em inovação. Gostaria muito de usar um smartphone e notebook barato com hardware e software livres, mas por que não encontro esse produto no mercado? As tecnologias livres somente vencem as tecnologias proprietárias quando se mostram mais fortes tecnicamente e economicamente. O público do FISL é tão diverso como a ecologia do Software Livre. Teremos uma minoria de pessoas interessadas na filosofia e a maioria somente na técnica. A maioria ainda luta pela auto sustentabilidade econômica. Acho natural termos o FISL cada vez mais servindo para colaboração de conhecimento técnico e cada vez menos filosófico. Por isso acho que temos que respeitar a diversidade dos usuários de tecnologia livres, formamos várias tribos, cada uma tem um papel relevante na comunidade. Abraços, -- Marcelo Akira Inuzuka (62) 9261-4004 (novo)
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