Qual o problema de se ter um sistema administrado por terceiros? O problema está em você não ter a opção de administrar esse sistema se assim desejar. Dessa forma se o hardware é aberto e o software livre, você poderia montar o servidor e administrar para si mesmo e para os outros que não querem administrar por conta própria.
Em seg, 1 de fev de 2016 às 23:47, <a...@openmailbox.org> escreveu: > O projeto cauã não implica em um intermediário entre o usuário e sua > computação? > Não implica também em tratar software como serviço? > De fato, não é um projeto que retira o controle da computação do > usuário, usando software livre e hardware aberto? > > Faço essas provocações porque me parece que é um projeto onde se instala > um servidor local, que oferta serviços aos usuários possuidores de um > cliente, e que é administrado por terceiros (vejam: > > http://br-linux.org/2013/01/projeto-caua-jon-maddog-hall-quer-colocar-um-servidor-no-porao-de-cada-predio-de-sp-e-criar-2000000-de-empregos.html > ). > > > > On 2016-01-11 11:50, anah...@anahuac.eu wrote: > > Auto trolagem > > > > Iniciei os caminhos do Software Livre em 1995, mas levei alguns anos > > para entender, me livrar dos conceitos formados anteriormente e adotar > > a filosofia GNU como norteamento profissional e social. Você pode até > > achar que sou louco, mas na verdade todos fazem isso, de forma > > consciente ou não. Qual rumo você vai dar a sua vida, qual caminho > > escolher e quais formatos, métodos e valores vai adotar como forma de > > vida. Alguns serão mais comerciais, outros mais religiosos, outros > > mais ecológicos, outros mais engajados e outros, apesar de não se > > definirem, serão levados a se definir pelo comportamento da maioria. > > > > Faço parte do Movimento Software Livre brasileiro desde o seu > > nascimento. Vi seus ídolos surgirem, passarem, mudarem e até se > > antagonizarem ao próprio movimento. Fiz parte do grupo majoritário que > > a partir de 2004 decidiu abraçar, também, os conceitos OSI para > > facilitar a adoção do GNU+Linux no meio empresarial e governamental. O > > objetivo de tornar o Software Livre mais palatável sempre foi o de > > aumentar sua adoção. Se uma empresa ou governo adotassem o GNU+Linux > > as pessoas seriam apresentadas ao fantástico sistema operacional e > > suas vantagens técnicas e ideológicas. Isso provocaria uma reação em > > cadeia que levaria as pessoas a adotar o GNU+Linux, também em casa e > > eventualmente fazer pressão de mercado por dispositivos compatíveis e > > obviamente, um revolução estaria em curso. Essa foi uma tendência > > seguida por 9 entre 10 militantes e simpatizantes do Software Livre e > > vem se arrastando até hoje. > > > > Fomos absurdamente inocentes. Realmente acreditamos que jogaríamos > > esse jogo, sob as regras do mercado, no campo do mercado e ainda assim > > ganharíamos. Fomos cooptados como movimento e o Software Livre, > > lentamente, foi convertido de um posicionamento filosófico, social e > > político, em um modelo de produção mais eficiente. GNU+Linux virou > > Linux, Livre virou Aberto (Free --> Open), Linus virou o "pop star" do > > movimento enquanto Stallman foi escanteado e Software Livre virou FOSS > > ou FLOSS, para poder apagar de vez qualquer dúvida do quanto eram > > tecnicamente superiores e ideologicamente insignificantes. > > > > Eu acordei desse encanto em 2012 quando me dei conta de que estava > > completamente dependente das ferramentas do Google. Em um artigo > > comuniquei que estava deixando de usá-las e até escrevi um HowTo de > > como proceder. Foi nesse mesmo ano que a Canonical decidiu embutir um > > spyware no Ubuntu, a distribuição que eu usava, e isso me fez ainda > > mais atento aos detalhes do que eu estava chamando de Software Livre. > > > > Desde então tenho me dedicado a alertar os militantes do Software > > Livre sobre o encantamento no qual se encontram, implorando que > > despertem e percebam que apesar de acharem que estão fazendo o bem, > > estão ajudando a enganar as pessoas, estão distribuindo software não > > livre e, consequentemente, matando o Movimento Software Livre. > > > > É claro que eu não poderia sair incólume. Apontar os erros dos outros > > é uma tarefa ingrata. Especialmente porque, estou me dirigindo a > > pessoas com um intelecto privilegiado, capacidade avançada de > > pensamento cognitivo e com muitos anos de militância na bagagem. Os > > argumentos estão sedimentados e as meias-verdades estão sedimentadas > > como verdades absolutas. E essa reação é tão forte, que os argumentos > > chegam a beirar o surrealismo, como insistir em dizer que o Linux é > > Software Livre. > > > > Então, depois de anos recebendo criticas e toda sorte de acusações, > > decidi fazer uma auto entrevista comigo mesmo - pleonasmos propositais > > - para esclarecer algumas perguntas que sempre me fazem. Então se > > preparem, a tarefa de auto trolagem não é nada bonita. > > > > P: Quem você pensa que é para falar em nome do Software Livre? Você > > não acha que seus 5 minutos de fama já acabaram? > > > > Puxa vida! Eu não sou ninguém. Sempre repito isso, mas as pessoas > > tendem a ignorar. Eu não faço parte da FSF ou nenhuma outra > > organização formal. Não represento ninguém. Sou apenas um militante > > ativo. Então eu não sou ninguém! > > > > Não me acho melhor nem pior do que ninguém. Mas é interessante como os > > criticos conseguem ser malvados. Eu nunca sofri tantos ataques de > > caráter pessoal em toda minha vida. O mais triste é que eles vem de > > pessoas supostamente esclarecidas, inteligentes e oriundas do próprio > > Movimento Software Livre. > > > > P: Você critica muito e fala muito, você contribuiu com algum projeto > > de Software Livre? > > > > Como disse antes eu sou um militante do Movimento Software Livre e > > portanto, é inevitável que eu tenha feito e continue contribuindo. Sou > > fundador do G/LUG-PB - Grupo de Usuários GNU/Linux da Paraíba, ajudei > > a realizar alguns eventos, como o ENSOL - Encontro de Software Livre > > da Paraíba, desenvolvi alguns Softwares Livres como o LESP, lesp-cel e > > KyaPanel (antes chamado de JeguePanel), contribuí para diversos outros > > projetos traduzindo e mandando pequenas contribuições e correções, e > > sou mantenedor do primeiro POD (servidor) Diáspora no Brasil. Sei que > > não é muito, mas tento fazer a minha parte. > > > > P: Você sabe compilar um software? > > > > Sei sim. Inclusive o kernel linux-libre :-) > > > > P: Você acredita em Deus? > > > > Não. Sou ateu desde criança. > > > > Costumo dizer que sou ateu, materialista, dialético, graças a Deus! :-) > > > > P: Você é comunista? > > > > Sou socialista, que é o embasamento ideológico do comunismo. O > > Comunismo é uma tentativa pragmática de aplicar o Socialismo. Mas se > > você quiser saber eu sou Fidelista sim. Tenho família em Cuba e > > conheço bem os problemas e méritos do sistema Cubano. Prefiro 1000x > > uma sociedade igualitária e com os melhores índices sociais das > > Américas às desigualdades mantidas propositadamente pelo capitalismo. > > > > E antes que me mandem ir para Cuba, permita que lhes diga que eu já > > tentei. E 1998 fui a Cuba a passeio e pedi para ficar. Não me > > deixaram. Hoje não há mais espaço para uma mudança desse tipo, > > constitui família e tenho uma carreira profissional. Mas não deixo de > > lutar pelos meus ideais políticos aqui mesmo no Brasil. Sou Brasileiro > > e não desisto nunca! > > > > P: Você acha que o Movimento Software Livre tem viés de esquerda? > > > > Acho que sim. Não foi algo pensado ou planejado. O próprio Stallman > > diz que se trata de um movimento social e político que empodera o > > usuário através do acesso ao código, para mudar a relação de poder > > entre os usuários e os fornecedores de tecnologia. Hora, na minha > > compreensão, todo movimento que empodera o cidadão em detrimento das > > corporações é um movimento de cunho socialista. Além disso o próprio > > caráter distributivo, igualitário e comunitário fazem do Software > > Livre um movimento de esquerda. > > > > P: Então se você é socialista você acha que não se deve ou não se pode > > ganhar dinheiro com Software Livre? > > > > Nada disso. Pode-se e deve-se gerar riqueza com Software Livre. Apenas > > o modelo de como se faz isso é que deveria ser repensado. O modelo que > > eu mais gosto é o de Cooperativa, nos moldes da COLIVRE, mas > > respeitando as leis vigentes, respeitando às liberdades do software > > segundo as definições da GPL e adotando uma abordagem mais humana de > > fazer negócios (isso é possível?) então ta de boa ganhar grana com > > Software Livre. > > > > Se quiserem mais exemplos de como se faz isso, basta assistir as > > dezenas de palestras do Jon "maddog" Hall. Inclusive ele está > > empenhado em um agora mesmo: o Projeto Cauã. > > > > P: Você critica muito o uso das redes sociais, inclusive às chama de > > Redes Devassas, mas você tem uma conta no Twitter? Você não se sente > > agindo de ma fé, algo como" faça o que eu digo, mas não o que faço"? > > > > Sim, me sinto assim, mas não é algo verdadeiro. Eu não defendo, nem > > cobro de ninguém 100% de uso de Softwares Livres. Acho que não é > > possível neste momento. O meu objetivo é tirar as pessoas de sua zona > > de conforto e fazer com que percebam que passaram, perigosamente, do > > limite. Usar uma rede ou outra, um software não livre ou outro não é > > um problema tão grave assim. Mas quando você perceber que quase tudo o > > que faz no seu dia a dia, depende de uma rede devassa, de um serviço > > on-line privativo ou de um software não livre, então é hora de > > repensar. O mais grave é que tem gente que está nessa situação, > > defende que deve ser assim mesmo e ainda se define como ativista do > > Software Livre. Faz sentido? > > > > Se eu quantificar o percentual de softwares não livres + redes > > devassas que uso, em relação aos Softwares Livres e redes sociais > > livres, seria algo me torno de 10%. Então usar o Twitter, com clientes > > livres (Twidere e Hotot) para não me isolar do mundo, não me parece > > uma falta de coerência tão grave assim. Não sou perfeito e não estou > > pedindo que ninguém seja. > > > > Mas usar Google, Gmail, Hangout, Skype, Steam, iPhone e ainda falar em > > liberdade tecnológica e palestrar sobre Software Livre é meio > > ridículo. > > > > P: Você sempre indica que sejam usadas as distribuições Linux > > recomendadas pela FSF, mas você mesmo usa openSuse. Porque? > > > > Eu sou um profissional de TI. Sou consultor de Tecnologias Livres e > > preciso me manter atualizado com as últimas novidades disponíveis em > > Software Livre. Em 2012, depois da trairagem da Canonical com o seu > > spyware eu deixei de usar o Ubuntu, que tinha sido meu sistema > > operacional por 6 anos. Fui apresentado ao openSuse pela amiga e > > também militante do Software Livre, Izabel Valverde e gostei muito, em > > especial da versão Tumblebee considerada instável e que libera sempre > > as últimas versões de tudo. Mas é claro que tomei o cuidado de > > substituir o kernel que vem nele pelo linux-libre. > > > > O meu problema pessoal com as distribuições recomendadas pela FSF é o > > tempo de atualização. Esse é um problema para mim, mas não para a > > maioria dos usuários comuns. Se a ideia é ter um sistema operacional > > estável, seguro e realmente livre, opte por uma das sugeridas pela > > FSF. > > > > Apenas para esclarecer, já faz alguns meses que migrei para o Debian > > Sid :-) > > > > P: E Android? > > > > Uso sim. Não há outra opção viável no mercado. Até ensaiei um Firefox > > OS, mas ele não é estável o suficiente e ai terminou que ele foi > > descontinuado. Android não é 100% livre, até porque isso não é > > possível nos aparelhos comercializados hoje em dia. O Replicant, a > > tentativa de um Android 100% livre esbarra na falta de drivers livres > > para fazer o wifi funcionar, por exemplo. > > > > O que faço é não usar os aplicativos do Google. Assim optei por usar > > uma ROM chamara OMNI e sempre sugiro que usem a CyanogenMOD ou outra, > > que seja o mais limpa possível. Sem conta do Google e usando > > repositórios alternativos como Aptoide.com e F-droid.org. Será que > > ficou claro que eu prezo pela possibilidade? > > > > P: Você usa Ubuntu de alguma forma? Alguns testes nos seus servidores > > indicam que sim e claro que isso não pega bem para quem dissemina o > > #semUbuntu > > > > Não uso Ubuntu desde 2012 em nenhum lugar. Eu contratei uma hospedagem > > compartilhada na DreamHost.com que tinha seus servidores rodando > > RedHat. Como se sabe, nesses casos você não tem nenhuma autonomia > > sobre a distribuição que é utilizada. Assim, um belo dia, eles > > migraram os servidores de RedHat para Ubuntu e foi assim que eu > > terminei usando Ubuntu sem saber por algum tempo. Quando fui alertado > > do problema tomei medidas imediatas. > > > > Eu mantenho dois servidores próprios: um para a minha página pessoal e > > outro de um serviço de hospedagem de e-mail KyaHosting e ambos rodam > > sobre Trisquel. > > > > Trisquel é uma distribuição mantida por um coletivo espanhol que se > > dedica a remover TUDO o que não é livre das versões LTS do Ubuntu. É > > tão bem feito e tão confiável que ganhou homologação da FSF. Mas tem > > um porém: quando eles percebem que não é necessário tocar em algum > > pacote, eles não mudam nem mesmo as assinaturas. Então programas como > > Nginx e PHP informam que se trata de um Ubuntu, quando na verdade é > > Trisquel. É um caso típico de falso positivo. > > > > P: Vai bem dizer que você num usa um "softwarezinho" privativo aqui e > > ali? > > > > Uso sim. As vezes é inevitável ou desejável. Um excelente exemplo de > > inevitabilidade são os aplicativos de banco. Simplesmente não há > > alternativa. Então se submeter ao uso de algum software não livre é > > aceitável até mesmo para um ativista, mas não pode ser somente isso. E > > o problema, em geral, é exatamente saber qual é o limite? > > > > Na minha opinião o limite é aquilo que pode ser substituído, ou seja, > > se há uma opção livre ela deve ser usada, mesmo com menos recursos. No > > fim a pressão pelo uso de software não livre vem do mercado, ou seja > > da demanda. Como a maioria das pessoas não se importa com a liberdade > > do software, então a oferta de determinadas soluções é mínima ou > > inexistente. É o caso dos drivers de wifi para smartphones. > > > > Acredito que se a maioria das pessoas desse a devida importância ao > > Software Livre e se dedicasse a exigir de seus fornecedores que > > liberassem o código de seus programas, inclusive os drivers do > > hardware, o cenário do mercado seria completamente diferente. É como > > ser um tanto ecologista ou "natureba". O preço dos alimentos orgânicos > > é absurdo porque a demanda é baixa. O interessante é que ninguém, > > deliberadamente, quer consumir agrotóxicos. É como se todo mundo > > esperasse o outro fazer a diferença. É o famoso "deixa que eu deixo" e > > a bola termina no chão com ponto para o adversário. Neste caso é um > > processo de auto flagelo, estamos nos condenando a consumir mais > > veneno, mais tecnologia privativa, etc. > > > > É um paradoxo: quanto mais as pessoas exercem sua liberdade de > > escolher usar tecnologia sem se importar se ela é livre ou não, menos > > livres elas se tornam. Isso gera um padrão de mercado, que termina > > forçando os que se importam com a liberdade do software a enfrentar > > sérios dilemas cotidianos: usar ou não usar, distribuir ou não > > distribuir, recomendar ou não recomendar alguns softwares não livres. > > > > P: Você sempre repete que o Linux não é Software Livre. Imagino que > > esteja se referindo aos blobs. Considerando que estes não fazem parte > > do kernel, você não está sendo desonesto, fazendo FUD? > > > > Isso é algo extremamente sem sentido: quanto mais eu digo a verdade, > > mais me acusam de estar mentindo. Parece um universo paralelo, > > espelhado. O linux é o kernel mais popular do sistema operacional GNU. > > Há outros, mas infelizmente não tão usáveis. Será que você já parou > > para pensar porque? > > > > Precisamos definir o que é um kernel usável. Se por uma parte é o fato > > dele ser bem feito e permitir o gerenciamento adequado do hardware, > > sem dúvida. Mas há outro quesito fundamental que precisa ser > > considerado: suporte ao hardware existente. O que poucas pessoas > > parecem entender é que desde 1994 o Linus optou pelo pragmatismo em > > detrimento da filosofia libertária do Software Livre. Desde esse ano > > ele se utiliza de uma carência legal da GPL 2 para embutir software > > não livre no kernel. Sim, isso mesmo, desde 1994. Então o arquivo > > fonte que você baixa em kernel.org está tão recheado de software não > > livre que a liberdade 0 - aquela que diz que você deve poder fazer > > qualquer coisa com o software - não é respeitada. Portanto não é > > magia, nem mesmo competência o que tem feito o Linux ser cada vez mais > > compatível com uma vasta gama de hardware do mercado, mas sim a > > infecção progressiva do kernel com mais e mais drivers não livres. > > > > O mais interessante é que desde então a quantidade de softwares não > > livres só aumenta. Chegamos a um ponto em que um fork do Linux foi > > criado: linux-libre. Nele todos os softwares não livres são removidos > > e o resultado é um kernel realmente livre. > > > > Então, nem o Linux é Software Livre e também não é Open Source. Vejam > > que ironia, porque até mesmo os defensores de uma certa dose de > > pragmatismo ideológico estão levando uma rasteira daquelas. E se o > > Linux não é FLOSS então Tux não nos representa. > > > > P: Você faz parte da iniciativa #semUbuntu e sugeriu que o FLISOL, por > > exemplo, não instalasse mais essa distribuição. Você não acha melhor > > migrar um usuário de Windows para Ubuntu, do que não migrar? > > > > O #semUbuntu é uma provocação simplista para mentes simplistas. Se o > > kernel distribuído não é livre, parte dos softwares distribuídos não é > > livre, então o Ubuntu não é livre. Se o sistema operacional não é > > livre por que o Festival Latinoamericano de Instalação de SOFTWARE > > LIVRE instala ele? Talvez porque a maioria dos voluntários que > > realizam o FLISOL são iniciantes entusiasmados que foram apresentados > > ao Linux e ao Ubuntu como sendo Software Livre, quando não o são. > > Esses foram enganados e, infelizmente, estão ajudando a espalhar o > > engano. > > > > Honestamente acho que migrar um usuário de Windows para Ubuntu é > > melhor do que não migrá-lo, mas desde que ele saiba que o que ele está > > usando não é Software Livre. O mesmo pode ser dito de um smartphone: > > prefiro um que use Android do que iOS ou WinPhone, mas isso não > > implica dizer que o Android é Software Livre. A provocação aqui é que > > se deixe claro para o instalador e para o usuário que o sistema > > operacional que está sendo instalado não é livre. Assim ambos não se > > deixam enganar e não propagam mais a enganação. > > > > Se todos os realizadores do FLISOL assumissem um compromisso com os > > valores no evento e do Software Livre eles fariam isso. E então > > ficaria muito estranho ter que explicar para as pessoas que > > aparecessem que vão instalar um Linux que não é livre, pois o que > > geralmente leva as pessoas ao FLISOL é exatamente experimentar a > > liberdade. > > > > Então se for para migrar um usuário de Windows para Ubuntu, dizendo > > para ele que ele está usando Software Livre, é melhor não migrá-lo. > > Uma vez revelado que o Ubuntu não é livre, não faz mais sentido > > instalá-lo e ai as opções seriam as distribuições indicadas pela FSF. > > > > P: Mas você não acha ridículo deixar um usuário novato sem sua Wifi > > funcionando somente para não instalar alguns Kb de software privativo? > > > > O que é verdadeiramente ridículo é alguém defender o uso desses poucos > > Kb de softwares não livres sem contar isso para os usuários. Acho que > > existem opções claras de resolver esse impasse: explique bem o > > problema para a pessoa, assim ela terá o direito de ficar indignada > > com o fabricante; troque a placa wifi por uma que funcione com drivers > > livres. É fácil e barato; pressione o Linus a não embutir softwares > > não livres no kernel. O que não pode ser feito é enganar os usuários > > iniciantes. > > > > P: Você não acha que é muito rude, grosseiro e duro nos seus artigos? > > > > Honestamente não acho. Ser explícito e contundente com pessoas que > > sabem exatamente o que você está dizendo não é grosseria, é respeito. > > É como dizer que um Procurador está sendo pernóstico por usar uma > > redação demasiadamente jurídica em suas peças para apreciação da > > plenária. Meus artigos e textos não estão direcionados aos iniciantes > > e leigos. Tenho me dirigido aos Movimentos de Software Livre > > existentes, aos ativistas, organizadores de eventos, aos já iniciados > > e aos dinossauros salafrários que se camuflam por trás da pecha de > > liberdade, linux e Software Livre para enganar as pessoas em benefício > > próprio. Inclusive esses são os que mais reagem. > > > > P: Todos dizem que você é muito radical. Você se considera radical, > > "xiita" ou terrorista? > > > > Engraçado isso. Dependendo de quem me classifica assim, pode estar > > exageradamente certo ou absolutamente equivocado. Permita-me explicar. > > > > Se quem acha que eu sou extremista for uma pessoa que não entende bem > > o que é Software Livre ou um defensor do software não livre, então, > > apesar do exagero, desde o ponto de vista ignorante dele, eu sou sim > > um extremista, um radical. Afinal de contas quero que todos os > > softwares do mundo sejam livres. > > > > Mas se quem me acusa é um OSIsta ou um pseudo ativista do Software > > Livre, então o ataque é uma tentativa de me desqualificar. Como eu > > defendo o conceito original do Software Livre estabelecido pelo > > Stallman, e o que essas pessoas estão tentando fazer é mudar esse > > conceito, me considero um conservador empedernido. Eu quero que o > > conceito seja mantido e respeitado. > > > > P: Você não acha que está prestando um desserviço à Comunidade? > > Provocando brigas, rachas e mal estar? > > > > Na verdade eu espero estar causando rachas e mal estar. O objetivo é > > exatamente desestabilizar os oportunistas que continuam querendo > > colocar Software Livre e Open Source no mesmo saco, tudo junto e > > misturado porque assim se encaixa melhor com suas ideologias de > > mercado, porque assim atendem melhor aos seus interesses comerciais, > > por que assim podem manter a imagem de consultores, especialistas, > > profissionais de Software Livre, porque assim podem manter seu > > prestígio construído sobre os alicerces da filosofia GNU sem ter que > > respeitá-la. > > > > Quando gero o antagonismo e provoco o contraditório, as mascaras caem > > e o verdadeiro posicionamento de cada um se revela. Tem sido assim com > > blogueiros, líderes de comunidades, organizadores de eventos, > > jornalistas e toda sorte de pseudo ativistas que se escondiam na > > sombra da área cinza que se gera quando se usa o acrônimo FLOSS(FOSS). > > > > O conflito leva à discussão, que abre espaço para a reflexão e permite > > um posicionamento mais honesto frente aos outros e para si mesmo. > > Alguns veteranos do Movimento Software Livre, depois de lerem alguns > > dos meus artigos tem me confidenciado - e em alguns casos assumido > > publicamente - que não são mais defensores ou ativistas do Software > > Livre. Afinal de contas ninguém é obrigado a concordar, aceitar e > > seguir os preceitos filosóficos do GNU. O que não é produtivo é tentar > > deturpar o seu significado e suas diretrizes para que se encaixem na > > sua própria visão. Isso é desonestidade. > > > > Estas são as minhas opiniões. Todos somos, ou deveríamos ser, livres > > para fazer suas próprias escolhas. Não condeno quem opta por seguir um > > caminho ideológico ou prático. Mas posso discordar e exercer meu > > direito humano de expressão. Meu embate é com os iludidos, > > desatenciosos ou falsos e mal intencionados que defendem a > > convivência, complacência e uso de softwares não livres e ainda dizem > > que isso é Software Livre. Faça sua escolha, siga o seu caminho, mas > > não se engane e muito menos iluda outros. > > > > Esse questionário foi pensado por mim, inspirado em muitas das > > agressões e provocações que tenho recebido. Se você quiser me > > perguntar qualquer outra coisa, fique à vontade e pergunta. Só peço > > que o faça com educação e sem grosseria. Quem sabe em breve sai um > > capítulo 2 do Auto Trolagem. > > > > Saudações Livres! > > > > -- > > Anahuac de Paula Gil > > > > Anahuac - http://www.anahuac.eu > > KyaHosting - http://www.kyahosting.com > > suaNUvem - http://www.suanuvem.com > > DiasporaBR - http://diasporabr.com.br > > OpenLDAP - http://www.openldap.com.br > > Twitter: @anahuacpg > > Diaspora: anah...@diasporabr.com.br > > Jabber/XMPP: anah...@diasporabr.com.br > > _______________________________________________ > > psl-brasil mailing list > > psl-brasil@listas.softwarelivre.org > > http://listas.softwarelivre.org/cgi-bin/mailman/listinfo/psl-brasil > > Regras da lista: > > http://wiki.softwarelivre.org/bin/view/PSLBrasil/RegrasDaListaPSLBrasil > > SAIR DA LISTA ou trocar a senha: > > http://listas.softwarelivre.org/mailman/options/psl-brasil > > _______________________________________________ > psl-brasil mailing list > psl-brasil@listas.softwarelivre.org > http://listas.softwarelivre.org/cgi-bin/mailman/listinfo/psl-brasil > Regras da lista: > http://wiki.softwarelivre.org/bin/view/PSLBrasil/RegrasDaListaPSLBrasil > SAIR DA LISTA ou trocar a senha: > http://listas.softwarelivre.org/mailman/options/psl-brasil > -- Sent from my Android
_______________________________________________ psl-brasil mailing list psl-brasil@listas.softwarelivre.org http://listas.softwarelivre.org/cgi-bin/mailman/listinfo/psl-brasil Regras da lista: http://wiki.softwarelivre.org/bin/view/PSLBrasil/RegrasDaListaPSLBrasil SAIR DA LISTA ou trocar a senha: http://listas.softwarelivre.org/mailman/options/psl-brasil