Re: [Logica-l] algumas coisas formAIS - geometricas, logicas, filosoficas - mesmo fora do Brasil

2012-04-21 Por tôpico Carlos Gonzalez
Olá Alessio,

 - Gärdenfors sugere que, com recurso a alguns ingredientes geometricos (como
 o conceito de espaco n-dimensional, com alguma metrica [city-block,
 euclidiana, ...]) isso problema (= a formalização de semelhante)
 torna-se muito mais facil e pode ser formalisado (na teoria do Gärdenfors os
 objeitos complexos de percepção podem ser postos num espaço conceitual
 adequado, e alli a semelhança entre objeitos é [uma função inversa de] a
 distancia entre eles nesse espaço).

Ou seja, tomou a ideia fundamental de Data Clustering, (agrupamento de
dados), feature space, como um contexto geral para a sua teoria sobre
conceitos.

Duas observações:

1) Leonard Blumenthal, Ellis e outros, a partir de 1950, estudaram a
geometria dos espaços booleanos, Boolean Geometry, como um tipo de
espaço ultramétrico, ou seja, no qual a métrica que define a distância
não tem valores em números reais, mas em objetos da mesma álgebra.
Blumenthal tinha uma concepção não-kleiniana da geometria, preocupado
em definir os conceitos geométricos típicos (p.ex. segmento) e as
relações geométricas (p.ex. estar entre).

2) Ulf Grenander fala de geometrias do conhecimento num sentido
kleiniano, ou seja, baseado em invariantes com relação a um grupo de
similaridades (um grupo de transformações). Ele estudou a relação da
percepção com a geometria, vagamente relacionado às pesquisas de
Helmholtz, Cassirer, etc., e a psicologia da Gestalt. Mas ele faz um
tratamento fundamentalmente matemático e não vi nenhuma citação desses
autores, apesar de conceitos como perceptual constancy estar sendo
usados implicitamente, mas de maneira fundamental.

Carlos

2012/4/11 Alessio Moretti alem...@club-internet.fr:
 Elias,

 [vou responder à Valeria e ao Walter - obrigado a eles! - numa outra email]

 obrigado pela reacção. Mas quem falou de numeros reais (falando da relação
 entre o conceito de conceito e a geometria)? Eu não!
 Quando o Gärdenfors fala de conceitos, ele fala VERDADEIRAMENTE de conceitos
 (= não fala de noções da matematica, como numero real [= que são
 conceitos num sentido muito mais restrito], que, claro, podem ser mais o
 menos facilmente formalizadas com alguma logica bastante boa). O Gärdenfors
 fala de conceitos num sentido muito mais geral, ele fala, por exemplo, de:
 - o conceito de banana
 - o conceito de color
 - o conceito de justiça
 - o conceito de cheiro
 - o conceito de gosto
 - o conceito de ser humano
 - ...
 - etc.
 (= a discução de conceito aqui é mais ambiciosa, é de filosofia geral,
 não de epistemologia da matematica)

 Melhor do que eu, pode falar o Peter Gärdenfors mesmo no seu livro
 principal:
 Conceptual Spaces. The Geometry of Thought, MIT Press, Cambridge MA, 2000
 (mas também tem escrito artigos sobre isso [desde 1990 até agora] - cf.
 Google)

 A ideia (tese muito forte), mais o menos, é que os conceitos não podem ser
 formalizados com a logica (mesmo se tuda a gente segue tentando fazer isso -
 o Dov Gabbay, por exemplo).

 - a mais grande dificuldade (pela logica [desde o calculo propositional até
 o lambda calculo e mais além]) é a formalização de nossa atitude, muito
 natural, a percever ou distinguir similitudes (essa maçã esta mais
 vermelha do que aquela; ou: essos dois objetos tem mais ou menos a mesma
 forma; ou essa coisa é mais semelhante a issa do que a aquela).
 Formalizar isso com a logica é mission impossible

 - Gärdenfors sugere que, com recurso a alguns ingredientes geometricos (como
 o conceito de espaco n-dimensional, com alguma metrica [city-block,
 euclidiana, ...]) isso problema (= a formalização de semelhante)
 torna-se muito mais facil e pode ser formalisado (na teoria do Gärdenfors os
 objeitos complexos de percepção podem ser postos num espaço conceitual
 adequado, e alli a semelhança entre objeitos é [uma função inversa de] a
 distancia entre eles nesse espaço).

 - os conceitos - asim Gärdenfors - são, muito mais do que sistemas de
 logica, espaços concetuais (conceptual spaces). E issa solução (cf. infra)
 é muito natural (= correlação entre percepção de qualidade e dimensão
 mental dum espaco conceitual)

 - isso tem muitas consequencias. A primeira: muitissimos estudos de
 [mainstream!] cognitive science, baseados na ideia do Fodor (e do Ockham)
 que ha um linguagem mental (language of thought, ou mentalese) são
 muito ruins. Nunca encontraram o que procuram

 - outra consequencia (isso digo eu, mas o Gärdenfors tem-me dito em 2010 que
 esta OK commigo nesso): a filosofia analitica (que, mais ou menos, quer
 reduzir tudo à logica) é uma restricção MUITO peligrosa da filosofia (a
 sua ferramenta principal, a logica, é muito limitada para estudar conceitos
 [cf. supra]: mas desde sempre a filosofia é um estudo de ... conceitos!!!)

 - um espaço conceitual no sentido do Gärdenfors (2000) é um conjunto (a
 bundle) de dimenções (cada dimenção é uma ordem de percepções reais
 possiveis - isso da propriedades, quer dizer pequenos ingredientes
 [localidades topologicas] dos 

Re: [Logica-l] algumas coisas formAIS - geometricas, logicas, filosoficas - mesmo fora do Brasil

2012-04-11 Por tôpico Alessio Moretti

Elias,

[vou responder à Valeria e ao Walter - obrigado a eles! - numa outra email]

obrigado pela reacção. Mas quem falou de numeros reais (falando da relação 
entre o conceito de conceito e a geometria)? Eu não!
Quando o Gärdenfors fala de conceitos, ele fala VERDADEIRAMENTE de conceitos 
(= não fala de noções da matematica, como numero real [= que são 
conceitos num sentido muito mais restrito], que, claro, podem ser mais o 
menos facilmente formalizadas com alguma logica bastante boa). O Gärdenfors 
fala de conceitos num sentido muito mais geral, ele fala, por exemplo, de:

- o conceito de banana
- o conceito de color
- o conceito de justiça
- o conceito de cheiro
- o conceito de gosto
- o conceito de ser humano
- ...
- etc.
(= a discução de conceito aqui é mais ambiciosa, é de filosofia geral, 
não de epistemologia da matematica)


Melhor do que eu, pode falar o Peter Gärdenfors mesmo no seu livro 
principal:

Conceptual Spaces. The Geometry of Thought, MIT Press, Cambridge MA, 2000
(mas também tem escrito artigos sobre isso [desde 1990 até agora] - cf. 
Google)


A ideia (tese muito forte), mais o menos, é que os conceitos não podem ser 
formalizados com a logica (mesmo se tuda a gente segue tentando fazer isso - 
o Dov Gabbay, por exemplo).


- a mais grande dificuldade (pela logica [desde o calculo propositional até 
o lambda calculo e mais além]) é a formalização de nossa atitude, muito 
natural, a percever ou distinguir similitudes (essa maçã esta mais 
vermelha do que aquela; ou: essos dois objetos tem mais ou menos a mesma 
forma; ou essa coisa é mais semelhante a issa do que a aquela). 
Formalizar isso com a logica é mission impossible


- Gärdenfors sugere que, com recurso a alguns ingredientes geometricos (como 
o conceito de espaco n-dimensional, com alguma metrica [city-block, 
euclidiana, ...]) isso problema (= a formalização de semelhante) 
torna-se muito mais facil e pode ser formalisado (na teoria do Gärdenfors os 
objeitos complexos de percepção podem ser postos num espaço conceitual 
adequado, e alli a semelhança entre objeitos é [uma função inversa de] a 
distancia entre eles nesse espaço).


- os conceitos - asim Gärdenfors - são, muito mais do que sistemas de 
logica, espaços concetuais (conceptual spaces). E issa solução (cf. infra) 
é muito natural (= correlação entre percepção de qualidade e dimensão 
mental dum espaco conceitual)


- isso tem muitas consequencias. A primeira: muitissimos estudos de 
[mainstream!] cognitive science, baseados na ideia do Fodor (e do Ockham) 
que ha um linguagem mental (language of thought, ou mentalese) são 
muito ruins. Nunca encontraram o que procuram


- outra consequencia (isso digo eu, mas o Gärdenfors tem-me dito em 2010 que 
esta OK commigo nesso): a filosofia analitica (que, mais ou menos, quer 
reduzir tudo à logica) é uma restricção MUITO peligrosa da filosofia (a 
sua ferramenta principal, a logica, é muito limitada para estudar conceitos 
[cf. supra]: mas desde sempre a filosofia é um estudo de ... conceitos!!!)


- um espaço conceitual no sentido do Gärdenfors (2000) é um conjunto (a 
bundle) de dimenções (cada dimenção é uma ordem de percepções reais 
possiveis - isso da propriedades, quer dizer pequenos ingredientes 
[localidades topologicas] dos conceitos), cada dimenção podendo ter 
caracteristicas topologicas variaveis [ser dereita, circular, etc.] (ele da 
muitos exemplos de espaços conceituais concretos). Do ponto de vista do 
viver (para Gärdenfors, do ponto de vista darwiniano), um espaço 
conceitual é um esquema de corelação entre percepções e acções (= é 
uma coisa muito util para sobreviver no mundo)


- um aspeito muito bom (desse modelo), é que issos espaços conceituais são 
muito plasticos (= não tem muitas limitações formais, mas tem; por isso a 
expressividade [conceitual] deles é muito grande)


- outro aspeito muito bom: a composição de espaços conceituais [= 
composição de conceitos, conceptual dynamics] esta bem modelisada aqui. 
Na logica isso é muito mais dificil (operações booleanas, intersecções de 
conjuntos) [o Gärdenfors da exemplos concretos: black man, stone lion, 
etc.]


- outra consequencia: não precisa ter uma linguagem para ter conceitos; por 
isso, mesmo os animais (não humanos) podem ter conceitos (mas - claro - ter 
uma linguagem como a nossa abre a posibilidade de crear muito mais 
conceitos, e de facto nos temos muitos mais conceitos, e muito mais 
complexos, do que os animais)


- pessoalmente, uma das coisas que me interessam muito (entre outros) nessa 
teoria (eu acho: prometedora): do ponto de vista da teoria dos espaços 
conceituais a negação vai ser, pelo conceitos, outra coisa que a simple 
negação logica [= a contradiçao da teoria da oposição] (= do ponto de 
vista desta teoria o pensamento real não é uma computação logica [uma 
deducção]). Eu trabalho sobre alguns aspeitos geometricos da negação (e, 
mais geralmente, da oposição)


Para quem quer (e para quem pode ler francês), 

Re: [Logica-l] algumas coisas formais - geometricas, logicas, filosoficas - mesmo fora do Brasil

2012-04-08 Por tôpico Alessio Moretti

Carissimo Walter (+ Tony + outros),

obrigado pela rapida e amistosa resposta. Vou responder com a minha 
franqueza habitual.


- sim, estou quietinho (e na verdade também duravelmente sem-empreguinho 
e isoladinho, apesar de mis descubrimentos formais não banais que seguem, 
e seguem, e seguem ...) [sou um capital desperdiçado da escola 
paraconsistente brasileira !]


- não me parecia que o cara que falava aqui da francesada toda, contra a 
filosofia continental (francesa) pensava muito no Villegaignon (mas eu agora 
estou muito obrigado com você: tendo lido alguma coisa sobre o Villegaignon 
no wikipedia sou um pouco menos ignorante - obrigado Walter!). A minha 
ideia - boba? - é que, sem falar do valor teorico absoluto da filosofia 
continental francesa (mas fico pensando que até agora ele parece bem 
superior ao misterioso valor de uma ainda mais misteriosa e invisible 
filosofia [analitica?] brasileira), pode/debe-se lembrar que nos anos, 
digamos, 60-70-80 França recebeu generosamente não poucos brasileiros 
(algumos eu conheço pessoalmente, que depois tornaram-se franceses e agora 
vivem aqui) que fugiam certa ditadura, e que aquela capital inteletual 
mundial que era Paris, apesar de sus numerosos defeitos (tem muitos! o 
parisianismo é coisa horrivel), probablemente deu maneira - sobretudo 
filosofica continental - de pensar e de exprimir-se libremente e com 
criatividade a algumos dos numerosos infelizes que em aquel tempo bastante 
triste não podiam faze-lo na sua cara patria (= o Brasil). Engano-me?


- (aqui também ao Tony, que agradeço pela resposta amistosa) Walter, com o 
debido respeito, ha uma diferencia enorme entre a logica e a filosofia: se 
estou bem consciente do (muito) grande valor das pesquisas LOGICAS (e/ou 
MATEMATICAS) de você, do Marcelo e do João, e na verdade de muitos outros [: 
dos da Costa, Arruda, D'Ottaviano, Loparic, Alves, etc, etc.] (e vocês sabem 
que eu vos admiro muito - e vos admiro mais do que admiro o Priest, 
logicamente falando), não conheço até agora nenhum travalho FILOSOFICO de 
você, do Marcelo ou do João. Pelo contrario, do Priest conheço (não digo que 
sou priestiano): o seu trabalho FILOSOFICO (no sentido tradicional, 
não-ridiculo da palabra: ..., Platão, Aristoteles, ..., Kant, Hegel, ..., 
Husserl, Heidegger, ..., Frege, Wittgenstein, ..., Quine, Davidson, ..., 
Hintikka, D. Lewis, ..., Honneth, Sloterdijk, ..., Badiou, Zizek, ..., 
Hösle, Meillassoux, ..., etc.) è serio (não digo genial). E o Priest agora 
ja tem um aluno muito bom, o FILOSOFO Francesco Berto (que é também 
analitico e continental - discipulo do grande filosofo Severino). E o Priest 
teve um mestre FILOSOFICO (e logico também) muito bom, o Routley-Sylvan. Se 
eles, da outra escola logica paraconsistente, siguem asi, vam fazer 
sedimentar positivamente (apesar de uma relativa fraqueza logico-matematica) 
uma escola FILOSOFICA [pluri-nacional] seria e famosa - mas onde estão os 
FILOSOFOS brasileiros??? Por isso permito-me de ficar com a minha pergunta 
(humoristica, mas seria) duma prova construtiva da afirmação (do Tony, e 
de alguns outros) que ouvi aqui: ha muitos FILOSOFOS [não foi dito 
logicos!] melhores do Priest no Brasil (!). Porque pessoalmente, até agora, 
apesar do feito que estou aberto à ideia de ler filosofia em português (mas, 
claro, lerei em ingles se os brasileiros preferem escriver em ingles), não 
conheço nada disso. Mas não digo que não existe nada... (uma afirmação 
contradictoria com respeito a X não implica uma afirmação contraria com 
respeito a X... a negação logica de tudo não é nada, OK?)


Com tudo isso, pessoalmente estou orgulhoso de ser, de alguma maneira (= com 
o meu doutorado, com os meus descobrimentos formais, com as minhas escolhas 
inteletuais, com a minha frequentação de vocês), um descendente (e um 
herdeiro!) do Newton da Costa 
(http://alessiomoretti.perso.sfr.fr/NOTDaCosta.html) e por esso da 
prestigiosa escola logica brasileira (que vocês, Walter, Marcelo, João e 
outros, agora fazem viver e exceler). Mas isso é LOGICA (e/ou MATEMATICA), 
ainda não é FILOSOFIA!


Abraços

Alessio


- Original Message - 
From: Walter Carnielli walter.carnie...@gmail.com

To: Alessio Moretti alem...@club-internet.fr
Cc: Francisco Antonio Doria famado...@gmail.com; Lista acadêmica 
brasileira dos profissionais e estudantes da área de LOGICA 
logica-l@dimap.ufrn.br

Sent: Sunday, April 08, 2012 9:31 PM
Subject: Re: [Logica-l] algumas coisas formales - geometricas, logicas, 
filosoficas - mesmo fora do Brasil



Caríssimo Alessio,

Parabéns pela ótima mensagem! Eh sempre bom saber que voce esta quietinho ai 
ouvindo  a Lista!
Nao se aveche com a expressão a francesada toda; isso eh uma reação ao 
Villegaignon na história do Brasil.


Quanto aos filósofos da envergadura de Priest, pelo menos no que se refere 
aa paraconsistencia, Marcelo Coniglio, Joao Marcos e eu temos feito um 
trabalho bem melhor...

Abs.,
Walter
Walter A. Carnielli
Enviado via 

Re: [Logica-l] algumas coisas formais - geometricas, logicas, filosoficas - mesmo fora do Brasil

2012-04-08 Por tôpico Tony Marmo
Caro Alessio,

O Walter tem como uma de suas marcas procurar, nem que seja por breves
palavras, esclarecer sempre a quais problemas filosóficos remete seus
artigos, mesmo os mais cheios de linguagem formalizada. Todavia, já digo
que a pletora de linguagem formalizada por outro lado não implica ausência
de reflexão filosófica.

Em 8 de abril de 2012 20:34, Alessio Moretti alem...@club-internet.frescreveu:

 Carissimo Walter (+ Tony + outros),

 obrigado pela rapida e amistosa resposta. Vou responder com a minha
 franqueza habitual.

 - sim, estou quietinho (e na verdade também duravelmente
 sem-empreguinho e isoladinho, apesar de mis descubrimentos formais não
 banais que seguem, e seguem, e seguem ...) [sou um capital desperdiçado da
 escola paraconsistente brasileira !]

 - não me parecia que o cara que falava aqui da francesada toda, contra a
 filosofia continental (francesa) pensava muito no Villegaignon (mas eu
 agora estou muito obrigado com você: tendo lido alguma coisa sobre o
 Villegaignon no wikipedia sou um pouco menos ignorante - obrigado Walter!).
 A minha ideia - boba? - é que, sem falar do valor teorico absoluto da
 filosofia continental francesa (mas fico pensando que até agora ele parece
 bem superior ao misterioso valor de uma ainda mais misteriosa e invisible
 filosofia [analitica?] brasileira), pode/debe-se lembrar que nos anos,
 digamos, 60-70-80 França recebeu generosamente não poucos brasileiros
 (algumos eu conheço pessoalmente, que depois tornaram-se franceses e agora
 vivem aqui) que fugiam certa ditadura, e que aquela capital inteletual
 mundial que era Paris, apesar de sus numerosos defeitos (tem muitos! o
 parisianismo é coisa horrivel), probablemente deu maneira - sobretudo
 filosofica continental - de pensar e de exprimir-se libremente e com
 criatividade a algumos dos numerosos infelizes que em aquel tempo bastante
 triste não podiam faze-lo na sua cara patria (= o Brasil). Engano-me?

 - (aqui também ao Tony, que agradeço pela resposta amistosa) Walter, com o
 debido respeito, ha uma diferencia enorme entre a logica e a filosofia: se
 estou bem consciente do (muito) grande valor das pesquisas LOGICAS (e/ou
 MATEMATICAS) de você, do Marcelo e do João, e na verdade de muitos outros
 [: dos da Costa, Arruda, D'Ottaviano, Loparic, Alves, etc, etc.] (e vocês
 sabem que eu vos admiro muito - e vos admiro mais do que admiro o Priest,
 logicamente falando), não conheço até agora nenhum travalho FILOSOFICO de
 você, do Marcelo ou do João. Pelo contrario, do Priest conheço (não digo
 que sou priestiano): o seu trabalho FILOSOFICO (no sentido tradicional,
 não-ridiculo da palabra: ..., Platão, Aristoteles, ..., Kant, Hegel, ...,
 Husserl, Heidegger, ..., Frege, Wittgenstein, ..., Quine, Davidson, ...,
 Hintikka, D. Lewis, ..., Honneth, Sloterdijk, ..., Badiou, Zizek, ...,
 Hösle, Meillassoux, ..., etc.) è serio (não digo genial). E o Priest agora
 ja tem um aluno muito bom, o FILOSOFO Francesco Berto (que é também
 analitico e continental - discipulo do grande filosofo Severino). E o
 Priest teve um mestre FILOSOFICO (e logico também) muito bom, o
 Routley-Sylvan. Se eles, da outra escola logica paraconsistente, siguem
 asi, vam fazer sedimentar positivamente (apesar de uma relativa fraqueza
 logico-matematica) uma escola FILOSOFICA [pluri-nacional] seria e famosa -
 mas onde estão os FILOSOFOS brasileiros??? Por isso permito-me de ficar com
 a minha pergunta (humoristica, mas seria) duma prova construtiva da
 afirmação (do Tony, e de alguns outros) que ouvi aqui: ha muitos FILOSOFOS
 [não foi dito logicos!] melhores do Priest no Brasil (!). Porque
 pessoalmente, até agora, apesar do feito que estou aberto à ideia de ler
 filosofia em português (mas, claro, lerei em ingles se os brasileiros
 preferem escriver em ingles), não conheço nada disso. Mas não digo que não
 existe nada... (uma afirmação contradictoria com respeito a X não implica
 uma afirmação contraria com respeito a X... a negação logica de tudo não
 é nada, OK?)

 Com tudo isso, pessoalmente estou orgulhoso de ser, de alguma maneira (=
 com o meu doutorado, com os meus descobrimentos formais, com as minhas
 escolhas inteletuais, com a minha frequentação de vocês), um descendente (e
 um herdeiro!) do Newton da Costa (http://alessiomoretti.perso.**
 sfr.fr/NOTDaCosta.htmlhttp://alessiomoretti.perso.sfr.fr/NOTDaCosta.html)
 e por esso da prestigiosa escola logica brasileira (que vocês, Walter,
 Marcelo, João e outros, agora fazem viver e exceler). Mas isso é LOGICA
 (e/ou MATEMATICA), ainda não é FILOSOFIA!

 Abraços

 Alessio


 - Original Message - From: Walter Carnielli 
 walter.carnie...@gmail.com
 To: Alessio Moretti alem...@club-internet.fr
 Cc: Francisco Antonio Doria famado...@gmail.com; Lista acadêmica
 brasileira dos profissionais e estudantes da área de LOGICA 
 logica-l@dimap.ufrn.br
 Sent: Sunday, April 08, 2012 9:31 PM
 Subject: Re: [Logica-l] algumas coisas formales - geometricas, logicas,
 filosoficas