Re: [obm-l] Algo errado com o enunciado?
Boa tarde! Cláudio, quanto a sua observação sobre a França. Lembrei-me que no científico tinha uma cadeira de matemática moderna do Papi. Salvo engano, era um Belga. Lá eles falam francês, talvez alguma influência. No início não gostava da cadeira, pois o que aprenderá como círculo e circunferência virara disco fechado e disco de borda. E ainda tinha mais um conceito disco aberto que era o círculo - circunferência. Depois, adaptei-me achei esses conceitos mais interessantes, pois, podia se aplicar a outras figuras. No ginásio a grade seguia Ary Quintella. Saudações, PJM Em seg, 18 de mar de 2019 às 23:14, Eduardo Wagner escreveu: > Prezado Pedro: > > Relaxe. Não há nenhum conjunto obrigatório para os naturais. Cada um adota > o que quiser, com o zero ou sem o zero. > Em sequências costuma-se adotar o conjunto dos naturais sem o zero, pois > quando estamos contando elementos > de algum conjunto, a maioria das pessoas normais não começa a contar pelo > zero. > Em aritmética o zero deve ser incluído como elemento neutro da adição. > Oberve que nos axiomas de Peano, o zero não está incluído. Isso é > conveniente pois o axioma 4 é a base para o > Princípio da indução. > Enfim, essas questões de nomenclatura não são importantes. > Adote a que for mais conveniente ao objeto que você está estudando. > Att, > E, Wagner. > > Em sáb, 16 de mar de 2019 às 14:41, Pedro José > escreveu: > >> Boa tarde! >> >> Já questionei uma vez aqui no sítio sobre um fato, para mim curioso. >> Estudara no ginásio e também no científico que os inteiros positivos, >> representado por um Z estilizado e um sinal de adição eram elementos do >> conjunto {0, 1, 2, 3,...} e os inteiros estritamente positivos teriam a >> representação por um Z estilizado um sinal de adição e um asterisco e >> seriam elementos de {1, 2, 3, 4, 5,...} Então havia interseção entre os >> conjuntos dos inteiros positivos e negativos que seria obviamente o {0}. O >> mesmo acontecia com os reais positivos. >> Ainda relembro Miguel Jorge e Dona Frida chamando a atenção entre >> positivo e estritamente positivo. >> Futuramente deparei-me com esse novo conceito. >> Outra coisa Miguel Jorge costumava começar seus livros com o capítulo 0 >> para frisar que ele considerava zero natural, hoje não encontro uma posição >> pacífica, já vi livros onde o zero não é considerado natural. Todavia, >> nunca mais vi quem considere zero um interior positivo. >> Gostaria de saber a razão da mudança. Se a corrente que estudei era uma >> dissidência que não pegou ou se de fato ocorreu alguma mudança para nos >> adequarmos a um entendimento mais global?? >> >> Saudações, >> PJMS >> >> >> >> >> >> >> >> Em qui, 7 de mar de 2019 às 06:10, Anderson Torres < >> torres.anderson...@gmail.com> escreveu: >> >>> Em qua, 6 de mar de 2019 às 16:41, marcone augusto araújo borges >>> escreveu: >>> > >>> > Seja f uma função definida para todo inteiro positivo tal que >>> > >>> > i) f(0) = 1 >>> > ii) f(2n + 1) = 2f(n) + 1 >>> > iii) f(2n) = 3f(n) >>> > . >>> > . >>> > . >>> > >>> > se vale para todo inteiro POSITIVO, porque começa com f(0)? >>> >>> Qual é a origem do problema? >>> Talvez tenha sido um mero ato-falho do examinador. Afinal, não me >>> parece que o problema prossegue insolúvel se supusermos "naturais" em >>> vez de "inteiros positivos". >>> >>> > >>> > -- >>> > Esta mensagem foi verificada pelo sistema de antivírus e >>> > acredita-se estar livre de perigo. >>> >>> -- >>> Esta mensagem foi verificada pelo sistema de antivírus e >>> acredita-se estar livre de perigo. >>> >>> >>> = >>> Instru�ões para entrar na lista, sair da lista e usar a lista em >>> http://www.mat.puc-rio.br/~obmlistas/obm-l.html >>> = >>> >> >> -- >> Esta mensagem foi verificada pelo sistema de antivírus e >> acredita-se estar livre de perigo. > > > -- > Esta mensagem foi verificada pelo sistema de antivírus e > acredita-se estar livre de perigo. -- Esta mensagem foi verificada pelo sistema de antiv�rus e acredita-se estar livre de perigo.
Re: [obm-l] Algo errado com o enunciado?
Prezado Pedro: Relaxe. Não há nenhum conjunto obrigatório para os naturais. Cada um adota o que quiser, com o zero ou sem o zero. Em sequências costuma-se adotar o conjunto dos naturais sem o zero, pois quando estamos contando elementos de algum conjunto, a maioria das pessoas normais não começa a contar pelo zero. Em aritmética o zero deve ser incluído como elemento neutro da adição. Oberve que nos axiomas de Peano, o zero não está incluído. Isso é conveniente pois o axioma 4 é a base para o Princípio da indução. Enfim, essas questões de nomenclatura não são importantes. Adote a que for mais conveniente ao objeto que você está estudando. Att, E, Wagner. Em sáb, 16 de mar de 2019 às 14:41, Pedro José escreveu: > Boa tarde! > > Já questionei uma vez aqui no sítio sobre um fato, para mim curioso. > Estudara no ginásio e também no científico que os inteiros positivos, > representado por um Z estilizado e um sinal de adição eram elementos do > conjunto {0, 1, 2, 3,...} e os inteiros estritamente positivos teriam a > representação por um Z estilizado um sinal de adição e um asterisco e > seriam elementos de {1, 2, 3, 4, 5,...} Então havia interseção entre os > conjuntos dos inteiros positivos e negativos que seria obviamente o {0}. O > mesmo acontecia com os reais positivos. > Ainda relembro Miguel Jorge e Dona Frida chamando a atenção entre positivo > e estritamente positivo. > Futuramente deparei-me com esse novo conceito. > Outra coisa Miguel Jorge costumava começar seus livros com o capítulo 0 > para frisar que ele considerava zero natural, hoje não encontro uma posição > pacífica, já vi livros onde o zero não é considerado natural. Todavia, > nunca mais vi quem considere zero um interior positivo. > Gostaria de saber a razão da mudança. Se a corrente que estudei era uma > dissidência que não pegou ou se de fato ocorreu alguma mudança para nos > adequarmos a um entendimento mais global?? > > Saudações, > PJMS > > > > > > > > Em qui, 7 de mar de 2019 às 06:10, Anderson Torres < > torres.anderson...@gmail.com> escreveu: > >> Em qua, 6 de mar de 2019 às 16:41, marcone augusto araújo borges >> escreveu: >> > >> > Seja f uma função definida para todo inteiro positivo tal que >> > >> > i) f(0) = 1 >> > ii) f(2n + 1) = 2f(n) + 1 >> > iii) f(2n) = 3f(n) >> > . >> > . >> > . >> > >> > se vale para todo inteiro POSITIVO, porque começa com f(0)? >> >> Qual é a origem do problema? >> Talvez tenha sido um mero ato-falho do examinador. Afinal, não me >> parece que o problema prossegue insolúvel se supusermos "naturais" em >> vez de "inteiros positivos". >> >> > >> > -- >> > Esta mensagem foi verificada pelo sistema de antivírus e >> > acredita-se estar livre de perigo. >> >> -- >> Esta mensagem foi verificada pelo sistema de antivírus e >> acredita-se estar livre de perigo. >> >> >> = >> Instru�ões para entrar na lista, sair da lista e usar a lista em >> http://www.mat.puc-rio.br/~obmlistas/obm-l.html >> = >> > > -- > Esta mensagem foi verificada pelo sistema de antivírus e > acredita-se estar livre de perigo. -- Esta mensagem foi verificada pelo sistema de antiv�rus e acredita-se estar livre de perigo.
Re: [obm-l] Algo errado com o enunciado?
Cláudio, O que eu quis dizer é que nunca vi alguém considerar zero positivo sem não considerá-lo também negativo. Assim sendo, se na França consideram zero positivo, então, provavelmente, pra eles "positivo" é o mesmo que "não negativo". E, como eu dissera, não é uma terminologia em desuso. Pensando no significado geral das palavras positivo e negativo, pode ser um pouco contraintuitivo, mas isso acontece bastante em matemática. Por exemplo, nas definições de conjunto aberto e fechado, ou mesmo naquelas das permutações pares e ímpares. Abraços On Sat, Mar 16, 2019, 17:12 Claudio Buffara wrote: > Você estudou na Europa? > Pois, se não me engano, na França, positivo é maior do que ou igual a 0. > Maior do que 0 é ESTRITAMENTE POSITIVO. > Pessoalmente, acho isso errado, mas quem sou eu pra discutir com os > matemáticos franceses... > > > On Sat, Mar 16, 2019 at 4:04 PM Pedro José wrote: > >> Boa tarde! >> Grato Antônio Carlos. >> Se definir positivo como x>0, fica bem claro que zero não seja positivo. >> Mas o que me referi é que por cerca de 7 anos estudei com zero sendo >> considerado tanto positivo como negativo. >> Quando queríamos excluir o zero tínhamos que mencionar estritamente >> positivo ou estritamente negativo. Por que tal prática caiu em desuso? >> Quanto a observação quanto a zero como natural ou não, me expressei mal, >> deveria ter escrito:"... até hoje não encontro posição pacífica..". >> O Miguel Jorge agia daquele modo para marcar posição que era da corrente >> que considerava zero natural. Então quanto a isso não vejo mudança. >> Persiste não pacífico. >> Mas em substância, por que zero foi considerado positivo e deixou de o >> ser? >> >> Saudações. >> PJMS >> >> Em sáb, 16 de mar de 2019 às 15:06, Antonio Carlos >> escreveu: >> >>> Pedro, >>> >>> Nunca existiu consenso sobre os naturais incluírem o zero ou não muito >>> mais porque não há necessidade de um tal consenso no âmbito geral da >>> tradição matemática. >>> >>> Na teoria de conjuntos, quando se vai construir os números inteiros a >>> partir dos axiomas sobre conjuntos, costuma-se definir o zero como sendo o >>> conjunto vazio (pois este é o único conjunto que é considerado existente >>> pelos axiomas sem tomar por premissa a existência de algum outro conjunto). >>> Então esta teoria considera o zero natural por questão de facilidade na >>> construção (mas poderíamos chamar de 1 o conjunto vazio sem grandes >>> problemas). >>> >>> Já em teorias específicas (na análise ou no cálculo talvez) é comum >>> considerar o zero como não sendo natural pelo simples motivo disto >>> facilitar notações e fórmulas (ou talvez alguns autores o façam por mera >>> preferência). E esta convenção não interfere na validade formal da teoria >>> estudada pois ela pode estar fundada numa teoria de números naturais que >>> definiu o 1 como o menor natural, que é igualmente válida e com as mesmas >>> características da teoria que tem o zero como menor elemento. >>> >>> Ademais, o zero normalmente não é considerado positivo (nem negativo), >>> justamente porque a definição comum desse termo é dada por "x é positivo >>> sse x>0" (ou "x é negativo sse x<0"). >>> >>> Espero ter ajudado, >>> Abraços >>> >>> >>> On Sat, Mar 16, 2019, 14:38 Pedro José wrote: >>> Boa tarde! Já questionei uma vez aqui no sítio sobre um fato, para mim curioso. Estudara no ginásio e também no científico que os inteiros positivos, representado por um Z estilizado e um sinal de adição eram elementos do conjunto {0, 1, 2, 3,...} e os inteiros estritamente positivos teriam a representação por um Z estilizado um sinal de adição e um asterisco e seriam elementos de {1, 2, 3, 4, 5,...} Então havia interseção entre os conjuntos dos inteiros positivos e negativos que seria obviamente o {0}. O mesmo acontecia com os reais positivos. Ainda relembro Miguel Jorge e Dona Frida chamando a atenção entre positivo e estritamente positivo. Futuramente deparei-me com esse novo conceito. Outra coisa Miguel Jorge costumava começar seus livros com o capítulo 0 para frisar que ele considerava zero natural, hoje não encontro uma posição pacífica, já vi livros onde o zero não é considerado natural. Todavia, nunca mais vi quem considere zero um interior positivo. Gostaria de saber a razão da mudança. Se a corrente que estudei era uma dissidência que não pegou ou se de fato ocorreu alguma mudança para nos adequarmos a um entendimento mais global?? Saudações, PJMS Em qui, 7 de mar de 2019 às 06:10, Anderson Torres < torres.anderson...@gmail.com> escreveu: > Em qua, 6 de mar de 2019 às 16:41, marcone augusto araújo borges > escreveu: > > > > Seja f uma função definida para todo inteiro positivo tal que > > > > i) f(0) = 1 > > ii) f(2n + 1) = 2f(n) + 1 > > iii) f(2n) = 3f(n) > > . > >
Re: [obm-l] Algo errado com o enunciado?
Você estudou na Europa? Pois, se não me engano, na França, positivo é maior do que ou igual a 0. Maior do que 0 é ESTRITAMENTE POSITIVO. Pessoalmente, acho isso errado, mas quem sou eu pra discutir com os matemáticos franceses... On Sat, Mar 16, 2019 at 4:04 PM Pedro José wrote: > Boa tarde! > Grato Antônio Carlos. > Se definir positivo como x>0, fica bem claro que zero não seja positivo. > Mas o que me referi é que por cerca de 7 anos estudei com zero sendo > considerado tanto positivo como negativo. > Quando queríamos excluir o zero tínhamos que mencionar estritamente > positivo ou estritamente negativo. Por que tal prática caiu em desuso? > Quanto a observação quanto a zero como natural ou não, me expressei mal, > deveria ter escrito:"... até hoje não encontro posição pacífica..". > O Miguel Jorge agia daquele modo para marcar posição que era da corrente > que considerava zero natural. Então quanto a isso não vejo mudança. > Persiste não pacífico. > Mas em substância, por que zero foi considerado positivo e deixou de o ser? > > Saudações. > PJMS > > Em sáb, 16 de mar de 2019 às 15:06, Antonio Carlos > escreveu: > >> Pedro, >> >> Nunca existiu consenso sobre os naturais incluírem o zero ou não muito >> mais porque não há necessidade de um tal consenso no âmbito geral da >> tradição matemática. >> >> Na teoria de conjuntos, quando se vai construir os números inteiros a >> partir dos axiomas sobre conjuntos, costuma-se definir o zero como sendo o >> conjunto vazio (pois este é o único conjunto que é considerado existente >> pelos axiomas sem tomar por premissa a existência de algum outro conjunto). >> Então esta teoria considera o zero natural por questão de facilidade na >> construção (mas poderíamos chamar de 1 o conjunto vazio sem grandes >> problemas). >> >> Já em teorias específicas (na análise ou no cálculo talvez) é comum >> considerar o zero como não sendo natural pelo simples motivo disto >> facilitar notações e fórmulas (ou talvez alguns autores o façam por mera >> preferência). E esta convenção não interfere na validade formal da teoria >> estudada pois ela pode estar fundada numa teoria de números naturais que >> definiu o 1 como o menor natural, que é igualmente válida e com as mesmas >> características da teoria que tem o zero como menor elemento. >> >> Ademais, o zero normalmente não é considerado positivo (nem negativo), >> justamente porque a definição comum desse termo é dada por "x é positivo >> sse x>0" (ou "x é negativo sse x<0"). >> >> Espero ter ajudado, >> Abraços >> >> >> On Sat, Mar 16, 2019, 14:38 Pedro José wrote: >> >>> Boa tarde! >>> >>> Já questionei uma vez aqui no sítio sobre um fato, para mim curioso. >>> Estudara no ginásio e também no científico que os inteiros positivos, >>> representado por um Z estilizado e um sinal de adição eram elementos do >>> conjunto {0, 1, 2, 3,...} e os inteiros estritamente positivos teriam a >>> representação por um Z estilizado um sinal de adição e um asterisco e >>> seriam elementos de {1, 2, 3, 4, 5,...} Então havia interseção entre os >>> conjuntos dos inteiros positivos e negativos que seria obviamente o {0}. O >>> mesmo acontecia com os reais positivos. >>> Ainda relembro Miguel Jorge e Dona Frida chamando a atenção entre >>> positivo e estritamente positivo. >>> Futuramente deparei-me com esse novo conceito. >>> Outra coisa Miguel Jorge costumava começar seus livros com o capítulo 0 >>> para frisar que ele considerava zero natural, hoje não encontro uma posição >>> pacífica, já vi livros onde o zero não é considerado natural. Todavia, >>> nunca mais vi quem considere zero um interior positivo. >>> Gostaria de saber a razão da mudança. Se a corrente que estudei era uma >>> dissidência que não pegou ou se de fato ocorreu alguma mudança para nos >>> adequarmos a um entendimento mais global?? >>> >>> Saudações, >>> PJMS >>> >>> >>> >>> >>> >>> >>> >>> Em qui, 7 de mar de 2019 às 06:10, Anderson Torres < >>> torres.anderson...@gmail.com> escreveu: >>> Em qua, 6 de mar de 2019 às 16:41, marcone augusto araújo borges escreveu: > > Seja f uma função definida para todo inteiro positivo tal que > > i) f(0) = 1 > ii) f(2n + 1) = 2f(n) + 1 > iii) f(2n) = 3f(n) > . > . > . > > se vale para todo inteiro POSITIVO, porque começa com f(0)? Qual é a origem do problema? Talvez tenha sido um mero ato-falho do examinador. Afinal, não me parece que o problema prossegue insolúvel se supusermos "naturais" em vez de "inteiros positivos". > > -- > Esta mensagem foi verificada pelo sistema de antivírus e > acredita-se estar livre de perigo. -- Esta mensagem foi verificada pelo sistema de antivírus e acredita-se estar livre de perigo. = Instru�ões para entrar na lista, sair da lista e usar
Re: [obm-l] Algo errado com o enunciado?
Pedro, Eu nunca vi um autor ou professor que tive considerar o zero positivo, justamente porque positivo para a maioria dos autores e professores significa "maior que zero" O que eu já vi é usarem "positivo" como sinônimo de "não negativo" e "negativo" como sinônimo de "não positivo". Neste caso zero seria considerado tanto positivo como negativo, não havendo qualquer motivo para considerar o zero positivo mas não considerá-lo negativo. O "estritamente positivo/negativo", então, seria apenas para eliminar a possibilidade do zero ser um elemento que possa ser considerado no que se vai enunciar. Esta prática não caiu em desuso. Contudo, não há nenhuma teoria que favoreça ou motive o fato de zero ser considerado positivo e negativo (nessa definição alternativa de positivo e negativo), nem de não ser considerado nenhum dos dois. Assim sendo, não existe exatamente uma "corrente que considere zero natural". O que motivava a atitude de seu professor provavelmente era o fato de que a maioria dos textos sobre teoria (ZFC) de conjuntos constroi os naturais pelas definições 0 := ∅, 1 := {0}, 2 := {0, 1} etc. Abraços On Sat, Mar 16, 2019, 16:04 Pedro José wrote: > Boa tarde! > Grato Antônio Carlos. > Se definir positivo como x>0, fica bem claro que zero não seja positivo. > Mas o que me referi é que por cerca de 7 anos estudei com zero sendo > considerado tanto positivo como negativo. > Quando queríamos excluir o zero tínhamos que mencionar estritamente > positivo ou estritamente negativo. Por que tal prática caiu em desuso? > Quanto a observação quanto a zero como natural ou não, me expressei mal, > deveria ter escrito:"... até hoje não encontro posição pacífica..". > O Miguel Jorge agia daquele modo para marcar posição que era da corrente > que considerava zero natural. Então quanto a isso não vejo mudança. > Persiste não pacífico. > Mas em substância, por que zero foi considerado positivo e deixou de o ser? > > Saudações. > PJMS > > Em sáb, 16 de mar de 2019 às 15:06, Antonio Carlos > escreveu: > >> Pedro, >> >> Nunca existiu consenso sobre os naturais incluírem o zero ou não muito >> mais porque não há necessidade de um tal consenso no âmbito geral da >> tradição matemática. >> >> Na teoria de conjuntos, quando se vai construir os números inteiros a >> partir dos axiomas sobre conjuntos, costuma-se definir o zero como sendo o >> conjunto vazio (pois este é o único conjunto que é considerado existente >> pelos axiomas sem tomar por premissa a existência de algum outro conjunto). >> Então esta teoria considera o zero natural por questão de facilidade na >> construção (mas poderíamos chamar de 1 o conjunto vazio sem grandes >> problemas). >> >> Já em teorias específicas (na análise ou no cálculo talvez) é comum >> considerar o zero como não sendo natural pelo simples motivo disto >> facilitar notações e fórmulas (ou talvez alguns autores o façam por mera >> preferência). E esta convenção não interfere na validade formal da teoria >> estudada pois ela pode estar fundada numa teoria de números naturais que >> definiu o 1 como o menor natural, que é igualmente válida e com as mesmas >> características da teoria que tem o zero como menor elemento. >> >> Ademais, o zero normalmente não é considerado positivo (nem negativo), >> justamente porque a definição comum desse termo é dada por "x é positivo >> sse x>0" (ou "x é negativo sse x<0"). >> >> Espero ter ajudado, >> Abraços >> >> >> On Sat, Mar 16, 2019, 14:38 Pedro José wrote: >> >>> Boa tarde! >>> >>> Já questionei uma vez aqui no sítio sobre um fato, para mim curioso. >>> Estudara no ginásio e também no científico que os inteiros positivos, >>> representado por um Z estilizado e um sinal de adição eram elementos do >>> conjunto {0, 1, 2, 3,...} e os inteiros estritamente positivos teriam a >>> representação por um Z estilizado um sinal de adição e um asterisco e >>> seriam elementos de {1, 2, 3, 4, 5,...} Então havia interseção entre os >>> conjuntos dos inteiros positivos e negativos que seria obviamente o {0}. O >>> mesmo acontecia com os reais positivos. >>> Ainda relembro Miguel Jorge e Dona Frida chamando a atenção entre >>> positivo e estritamente positivo. >>> Futuramente deparei-me com esse novo conceito. >>> Outra coisa Miguel Jorge costumava começar seus livros com o capítulo 0 >>> para frisar que ele considerava zero natural, hoje não encontro uma posição >>> pacífica, já vi livros onde o zero não é considerado natural. Todavia, >>> nunca mais vi quem considere zero um interior positivo. >>> Gostaria de saber a razão da mudança. Se a corrente que estudei era uma >>> dissidência que não pegou ou se de fato ocorreu alguma mudança para nos >>> adequarmos a um entendimento mais global?? >>> >>> Saudações, >>> PJMS >>> >>> >>> >>> >>> >>> >>> >>> Em qui, 7 de mar de 2019 às 06:10, Anderson Torres < >>> torres.anderson...@gmail.com> escreveu: >>> Em qua, 6 de mar de 2019 às 16:41, marcone augusto araújo borges escreveu: > > Seja f
Re: [obm-l] Algo errado com o enunciado?
Boa tarde! Grato Antônio Carlos. Se definir positivo como x>0, fica bem claro que zero não seja positivo. Mas o que me referi é que por cerca de 7 anos estudei com zero sendo considerado tanto positivo como negativo. Quando queríamos excluir o zero tínhamos que mencionar estritamente positivo ou estritamente negativo. Por que tal prática caiu em desuso? Quanto a observação quanto a zero como natural ou não, me expressei mal, deveria ter escrito:"... até hoje não encontro posição pacífica..". O Miguel Jorge agia daquele modo para marcar posição que era da corrente que considerava zero natural. Então quanto a isso não vejo mudança. Persiste não pacífico. Mas em substância, por que zero foi considerado positivo e deixou de o ser? Saudações. PJMS Em sáb, 16 de mar de 2019 às 15:06, Antonio Carlos escreveu: > Pedro, > > Nunca existiu consenso sobre os naturais incluírem o zero ou não muito > mais porque não há necessidade de um tal consenso no âmbito geral da > tradição matemática. > > Na teoria de conjuntos, quando se vai construir os números inteiros a > partir dos axiomas sobre conjuntos, costuma-se definir o zero como sendo o > conjunto vazio (pois este é o único conjunto que é considerado existente > pelos axiomas sem tomar por premissa a existência de algum outro conjunto). > Então esta teoria considera o zero natural por questão de facilidade na > construção (mas poderíamos chamar de 1 o conjunto vazio sem grandes > problemas). > > Já em teorias específicas (na análise ou no cálculo talvez) é comum > considerar o zero como não sendo natural pelo simples motivo disto > facilitar notações e fórmulas (ou talvez alguns autores o façam por mera > preferência). E esta convenção não interfere na validade formal da teoria > estudada pois ela pode estar fundada numa teoria de números naturais que > definiu o 1 como o menor natural, que é igualmente válida e com as mesmas > características da teoria que tem o zero como menor elemento. > > Ademais, o zero normalmente não é considerado positivo (nem negativo), > justamente porque a definição comum desse termo é dada por "x é positivo > sse x>0" (ou "x é negativo sse x<0"). > > Espero ter ajudado, > Abraços > > > On Sat, Mar 16, 2019, 14:38 Pedro José wrote: > >> Boa tarde! >> >> Já questionei uma vez aqui no sítio sobre um fato, para mim curioso. >> Estudara no ginásio e também no científico que os inteiros positivos, >> representado por um Z estilizado e um sinal de adição eram elementos do >> conjunto {0, 1, 2, 3,...} e os inteiros estritamente positivos teriam a >> representação por um Z estilizado um sinal de adição e um asterisco e >> seriam elementos de {1, 2, 3, 4, 5,...} Então havia interseção entre os >> conjuntos dos inteiros positivos e negativos que seria obviamente o {0}. O >> mesmo acontecia com os reais positivos. >> Ainda relembro Miguel Jorge e Dona Frida chamando a atenção entre >> positivo e estritamente positivo. >> Futuramente deparei-me com esse novo conceito. >> Outra coisa Miguel Jorge costumava começar seus livros com o capítulo 0 >> para frisar que ele considerava zero natural, hoje não encontro uma posição >> pacífica, já vi livros onde o zero não é considerado natural. Todavia, >> nunca mais vi quem considere zero um interior positivo. >> Gostaria de saber a razão da mudança. Se a corrente que estudei era uma >> dissidência que não pegou ou se de fato ocorreu alguma mudança para nos >> adequarmos a um entendimento mais global?? >> >> Saudações, >> PJMS >> >> >> >> >> >> >> >> Em qui, 7 de mar de 2019 às 06:10, Anderson Torres < >> torres.anderson...@gmail.com> escreveu: >> >>> Em qua, 6 de mar de 2019 às 16:41, marcone augusto araújo borges >>> escreveu: >>> > >>> > Seja f uma função definida para todo inteiro positivo tal que >>> > >>> > i) f(0) = 1 >>> > ii) f(2n + 1) = 2f(n) + 1 >>> > iii) f(2n) = 3f(n) >>> > . >>> > . >>> > . >>> > >>> > se vale para todo inteiro POSITIVO, porque começa com f(0)? >>> >>> Qual é a origem do problema? >>> Talvez tenha sido um mero ato-falho do examinador. Afinal, não me >>> parece que o problema prossegue insolúvel se supusermos "naturais" em >>> vez de "inteiros positivos". >>> >>> > >>> > -- >>> > Esta mensagem foi verificada pelo sistema de antivírus e >>> > acredita-se estar livre de perigo. >>> >>> -- >>> Esta mensagem foi verificada pelo sistema de antivírus e >>> acredita-se estar livre de perigo. >>> >>> >>> = >>> Instru�ões para entrar na lista, sair da lista e usar a lista em >>> http://www.mat.puc-rio.br/~obmlistas/obm-l.html >>> = >>> >> >> -- >> Esta mensagem foi verificada pelo sistema de antivírus e >> acredita-se estar livre de perigo. > > > -- > Esta mensagem foi verificada pelo sistema de antivírus e > acredita-se estar livre de perigo. -- Esta mensagem foi verificada pelo sistema de antiv�rus e
Re: [obm-l] Algo errado com o enunciado?
Pedro, Nunca existiu consenso sobre os naturais incluírem o zero ou não muito mais porque não há necessidade de um tal consenso no âmbito geral da tradição matemática. Na teoria de conjuntos, quando se vai construir os números inteiros a partir dos axiomas sobre conjuntos, costuma-se definir o zero como sendo o conjunto vazio (pois este é o único conjunto que é considerado existente pelos axiomas sem tomar por premissa a existência de algum outro conjunto). Então esta teoria considera o zero natural por questão de facilidade na construção (mas poderíamos chamar de 1 o conjunto vazio sem grandes problemas). Já em teorias específicas (na análise ou no cálculo talvez) é comum considerar o zero como não sendo natural pelo simples motivo disto facilitar notações e fórmulas (ou talvez alguns autores o façam por mera preferência). E esta convenção não interfere na validade formal da teoria estudada pois ela pode estar fundada numa teoria de números naturais que definiu o 1 como o menor natural, que é igualmente válida e com as mesmas características da teoria que tem o zero como menor elemento. Ademais, o zero normalmente não é considerado positivo (nem negativo), justamente porque a definição comum desse termo é dada por "x é positivo sse x>0" (ou "x é negativo sse x<0"). Espero ter ajudado, Abraços On Sat, Mar 16, 2019, 14:38 Pedro José wrote: > Boa tarde! > > Já questionei uma vez aqui no sítio sobre um fato, para mim curioso. > Estudara no ginásio e também no científico que os inteiros positivos, > representado por um Z estilizado e um sinal de adição eram elementos do > conjunto {0, 1, 2, 3,...} e os inteiros estritamente positivos teriam a > representação por um Z estilizado um sinal de adição e um asterisco e > seriam elementos de {1, 2, 3, 4, 5,...} Então havia interseção entre os > conjuntos dos inteiros positivos e negativos que seria obviamente o {0}. O > mesmo acontecia com os reais positivos. > Ainda relembro Miguel Jorge e Dona Frida chamando a atenção entre positivo > e estritamente positivo. > Futuramente deparei-me com esse novo conceito. > Outra coisa Miguel Jorge costumava começar seus livros com o capítulo 0 > para frisar que ele considerava zero natural, hoje não encontro uma posição > pacífica, já vi livros onde o zero não é considerado natural. Todavia, > nunca mais vi quem considere zero um interior positivo. > Gostaria de saber a razão da mudança. Se a corrente que estudei era uma > dissidência que não pegou ou se de fato ocorreu alguma mudança para nos > adequarmos a um entendimento mais global?? > > Saudações, > PJMS > > > > > > > > Em qui, 7 de mar de 2019 às 06:10, Anderson Torres < > torres.anderson...@gmail.com> escreveu: > >> Em qua, 6 de mar de 2019 às 16:41, marcone augusto araújo borges >> escreveu: >> > >> > Seja f uma função definida para todo inteiro positivo tal que >> > >> > i) f(0) = 1 >> > ii) f(2n + 1) = 2f(n) + 1 >> > iii) f(2n) = 3f(n) >> > . >> > . >> > . >> > >> > se vale para todo inteiro POSITIVO, porque começa com f(0)? >> >> Qual é a origem do problema? >> Talvez tenha sido um mero ato-falho do examinador. Afinal, não me >> parece que o problema prossegue insolúvel se supusermos "naturais" em >> vez de "inteiros positivos". >> >> > >> > -- >> > Esta mensagem foi verificada pelo sistema de antivírus e >> > acredita-se estar livre de perigo. >> >> -- >> Esta mensagem foi verificada pelo sistema de antivírus e >> acredita-se estar livre de perigo. >> >> >> = >> Instru�ões para entrar na lista, sair da lista e usar a lista em >> http://www.mat.puc-rio.br/~obmlistas/obm-l.html >> = >> > > -- > Esta mensagem foi verificada pelo sistema de antivírus e > acredita-se estar livre de perigo. -- Esta mensagem foi verificada pelo sistema de antiv�rus e acredita-se estar livre de perigo.
Re: [obm-l] Algo errado com o enunciado?
Boa tarde! Já questionei uma vez aqui no sítio sobre um fato, para mim curioso. Estudara no ginásio e também no científico que os inteiros positivos, representado por um Z estilizado e um sinal de adição eram elementos do conjunto {0, 1, 2, 3,...} e os inteiros estritamente positivos teriam a representação por um Z estilizado um sinal de adição e um asterisco e seriam elementos de {1, 2, 3, 4, 5,...} Então havia interseção entre os conjuntos dos inteiros positivos e negativos que seria obviamente o {0}. O mesmo acontecia com os reais positivos. Ainda relembro Miguel Jorge e Dona Frida chamando a atenção entre positivo e estritamente positivo. Futuramente deparei-me com esse novo conceito. Outra coisa Miguel Jorge costumava começar seus livros com o capítulo 0 para frisar que ele considerava zero natural, hoje não encontro uma posição pacífica, já vi livros onde o zero não é considerado natural. Todavia, nunca mais vi quem considere zero um interior positivo. Gostaria de saber a razão da mudança. Se a corrente que estudei era uma dissidência que não pegou ou se de fato ocorreu alguma mudança para nos adequarmos a um entendimento mais global?? Saudações, PJMS Em qui, 7 de mar de 2019 às 06:10, Anderson Torres < torres.anderson...@gmail.com> escreveu: > Em qua, 6 de mar de 2019 às 16:41, marcone augusto araújo borges > escreveu: > > > > Seja f uma função definida para todo inteiro positivo tal que > > > > i) f(0) = 1 > > ii) f(2n + 1) = 2f(n) + 1 > > iii) f(2n) = 3f(n) > > . > > . > > . > > > > se vale para todo inteiro POSITIVO, porque começa com f(0)? > > Qual é a origem do problema? > Talvez tenha sido um mero ato-falho do examinador. Afinal, não me > parece que o problema prossegue insolúvel se supusermos "naturais" em > vez de "inteiros positivos". > > > > > -- > > Esta mensagem foi verificada pelo sistema de antivírus e > > acredita-se estar livre de perigo. > > -- > Esta mensagem foi verificada pelo sistema de antivírus e > acredita-se estar livre de perigo. > > > = > Instru�ões para entrar na lista, sair da lista e usar a lista em > http://www.mat.puc-rio.br/~obmlistas/obm-l.html > = > -- Esta mensagem foi verificada pelo sistema de antiv�rus e acredita-se estar livre de perigo.
Re: [obm-l] Algo errado com o enunciado?
Em qua, 6 de mar de 2019 às 16:41, marcone augusto araújo borges escreveu: > > Seja f uma função definida para todo inteiro positivo tal que > > i) f(0) = 1 > ii) f(2n + 1) = 2f(n) + 1 > iii) f(2n) = 3f(n) > . > . > . > > se vale para todo inteiro POSITIVO, porque começa com f(0)? Qual é a origem do problema? Talvez tenha sido um mero ato-falho do examinador. Afinal, não me parece que o problema prossegue insolúvel se supusermos "naturais" em vez de "inteiros positivos". > > -- > Esta mensagem foi verificada pelo sistema de antivírus e > acredita-se estar livre de perigo. -- Esta mensagem foi verificada pelo sistema de antiv�rus e acredita-se estar livre de perigo. = Instru��es para entrar na lista, sair da lista e usar a lista em http://www.mat.puc-rio.br/~obmlistas/obm-l.html =
[obm-l] Algo errado com o enunciado?
Seja f uma função definida para todo inteiro positivo tal que i) f(0) = 1 ii) f(2n + 1) = 2f(n) + 1 iii) f(2n) = 3f(n) . . . se vale para todo inteiro POSITIVO, porque começa com f(0)? -- Esta mensagem foi verificada pelo sistema de antivírus e acredita-se estar livre de perigo.