Re: [PSL-Brasil] O terrorista do código aberto

2008-05-09 Thread Glauber Machado Rodrigues (Ananda)
2008/5/9 Olival Gomes Barboza Júnior <[EMAIL PROTECTED]>:

> Particularmente acho q a discussão ficou um pouco off-topic, tanto q por
> isso achei melhor não participar dela (embora seja um colecionador de HQs há
> quase 30 anos). Mas, de fato, não creio q alguém tenha realmente se
> importado com isso.
>

Poisé. Eu adiei o máximo ter que falar do personagem em si, mas ao longo da
discussão se tornou importante definir que personagem era esse.

Como eu já comentei nas mensagens anteriores, provavelmente *todos* aqui
> sabem disso. A questão é q o termo q realmente virou "mainstream" nos EUA é
> "open source", não "free software". Até porque, como eu também já escrevi,
> softwares bastante conhecidos como o Apache Http Server, o kernel Linux, o
> Mozilla Firefox, o OpenOffice.org, o MySQL, entre outros, foram todos
> desenvolvidos dentro da "filosofia/motivação" **open source**. É só olhar as
> páginas ou ler as declarações dos respectivos autores/líderes de projeto.
>

Eu entendi o que você quis dizer, você entendeu o que eu quiz dizer, então
para mim já tá bom.

Como disse o "arbusteiro" no filme monty python e o cálice sagrado: "Mas que
coisa! Nada mais é sagrado neste mundo!" Open Source é um termo popular e
será usado mais e mais vezes fora do contexto do movimento, sendo referido
apenas como "a maneira mágica de produzir sem esconder o jogo". Tudo que
antes era fechado e agora é aberto será chamado de Open Source, sejam coisas
boas ou coisas ruins.

No mundo do entretenimento já botaram Jesus Cristo vestido de mamba negra
cortando inimigos com uma katana. Um terrorista Open Source é mais uma
dessas, nada é sagrado nesse mundo.


>
> Assim, é natural q um roteirista de HQs mais antenado como parece ser o
> Matt Fraction conheça o termo "open source". Inclusive, depois do achado
> apontado pelo prof. Pedro eu não duvido nada q ele tenha lido o livro sobre
> "open source warfare".
>

Se não leu, deve ter imaginado.

2) O HdF não é um herói que costuma estar do lado certo das lutas, e os fãs
sabem disso. Acredito que isso ameniza ou anula o poder de convencimento que
ele tem. A parte "omelete" da discussão foi apenas para apontar isso. Tipo,
os fâs sabem que não devem aceitar todos os argumentos do HdF.


Aqui eu acho q vc está apenas querendo passar sua opinião pessoal como
> verdade final. Eu *discordo* dela. Já q vc considera q a parte "omelete" da
> discussão é "on topic", vou avançar um pouco mais sobre ela aqui. Mas, vamos
> falar tbém sobre a *indústria de HQs*.
>

Só para deixar claro: tudo que eu escrevo é apenas a minha opinião. Sempre.
É a forma como vejo as coisas. Para falar sobre a verdade final eu teria que
conhecer a verdade final. E isso eu não conheço.


>
> Em primeiro lugar, vc fala de um personagem de gibis como se fosse uma
> pessoa real. Só q ele é apenas isso: um personagem de gibis. Sua
> "personalidade" muda conforme o *editor responsável*, o *roteirista* e o
> *editor-in-chief* (ou algo assim), sendo q o primeiro é q dá os limites da
> liberdade criativa do segundo, conforme as diretrizes do terceiro. Além
> disso, nos EUA, onde HQs são uma indústria de entretenimento de verdade (com
> vendas na casa das centenas de milhares - ou talvez até milhões - de
> unidades), conta muito a opinião dos fãs (naquele esquema "focus groups" q
> eles usam para testar novos conceitos).
>

Eu não esperava ser acusado de que "eu falo do HdF como se fosse real". Já
sou crescido, sei dessas coisas. Sei que é o roteirista que controla as
ações do personagem, e é meio estranho precisar falar isso.

Só achei que estava bem claro que se tratava de um personagem fictício, e
não tinha necessidade de falar "o personagem, o personagem, o personagem..."
o tempo todo.

Então, colocando as coisas da sua forma: O roteirista fez o HdF fazer coisas
sabidamente erradas. Moral não é algo levado muito a sério quando ele
ideliza as ações do seu personagem. Então pode ser que o autor não se oponha
ao SL, apenas ache interessante que seu personagem enfrente alguém com os
poderes de um hacker SL. Acredito também que possa haver espaço dentro do
contexto para que a estória possa se desenvolver sem que as pessoas que a
acompanham desenvolvam uma posicionamento anti-FOSS.

A evolução do personagem controlador e manipulador e cheio de armas caras,
como é o HdF, estava pedindo para ser enfrentada por um inimigo que tenha
acesso ao mesmo poder de fogo sem estar sujeito ao jogo de manipulação do
personagem. Então o autor idealizou o Open Source Terrorist, para dar uma
surra no HdF e ensiná-lo uma lição. Tudo da cabeça do autor para as páginas
da revista. Ok?

Então (de volta ao mundo real) um adolescente aleatório pega a revista, lê,
e vê que um hacker está usando técnicas que não estão sujeitas ao jogo de
controle do personagem HdF, e vê que o personagem que estava acostumado a
controlar todos e abusar do poder apanha para um garoto. Lê a revista até
echer o saco, depois pega todos os CDs do ubuntu que ele havia pedido e toc

Re: [PSL-Brasil] O terrorista do código aberto

2008-05-09 Thread Olival Gomes Barboza Júnior


On 09/05/2008, at 10:53, Glauber Machado Rodrigues (Ananda) wrote:

Mas Olival, eu ainda não percebi qual é a sua opinião. Essa estória  
do HdF enfrentar um terrorista open source pode ou não acabar com a  
nossa festa?


NEM DE LONGE. Primeiro pq ainda não está claro pra mim q o roteiro vá  
vincular o vilão a software open source em algum momento. Segundo pq a  
definir o Ezekiel Stane como "terrorista" não é bem o caso. Ele é "só"  
um psicopata com tendências genocidas **q fornece armas para  
terroristas**.


O Ezekiel Stane apareceu primeiro nas edições finais da série "The  
Order", do mesmo Matt Fraction q agora escreve o Invicible Iron Man. A  
última edição do "The Order" saiu faz poucas semanas.


O "The Order" era uma equipe criada pelo próprio Tony Stark (embora  
ele *não* faça parte ativa dela) como uma forma de "experimento  
social": eles selecionaram diversas pessoas e concederam poderes a  
elas. Só q esses poderes esgotam em 1 ano. É algo como o antigo  
Esquadrão Morituri da década de 70 ou 80 e o recente Projeto Everyman  
da série 52 da DC (onde o Lex Luthor concedeu poderes a qqr um).


Bom, sendo mais objetivo, o ponto é q no final da série o Ezekiel  
Stane é revelado como sendo o vilão por trás de ações q desmantelam a  
tal equipe criada pelo Stark. No processo, ele quase destrói toda Los  
Angeles tbém (a cidade da equipe). Agora, o importante é q ele faz  
tudo isso pra atingir o Tony Stark (envolvido diretamente na morte do  
pai dele).


Na Invicible Iron Man #1, o interessante é q o "ato terrorista" ocorre  
aparentemente vinculado à tecnologia do Stark. Eles estão em uma vila  
africana daquelas bem pobres e pela primeira vez uma jovem africana  
vai usar um celular com câmera para tirar umas fotos com amigas e  
coisa e tal. Só q o celular era das empresas Stark. Assim q ela aciona  
o produto, aparecem 3 homens-bomba usando a tecnologia do Ezekiel  
Stane e simplesmente explodem praticamente toda a aldeia. Ou seja, ele  
vincula o "ato terrorista" ao Stark de alguma forma.


CONCLUSÃO:

(1) O mote da série é uma briga mano-a-mano entre o Stark e o Stane  
Jr. por motivos *pessoais* e nem um pouco "ideológicos". Se um usa  
software proprietário, livre, aberto, pink ou blue tanto faz. É só o  
contexto onde se desenvolve a ação. O aparecimento do Stane me parece  
uma forma de preencher o vácuo dos grandes vilões q o Iron Man já  
teve. Os da época da Guerra Fria já não fazem sentido, e a época de  
"guerras corporativas" e fusões, q inspirou as estórias com o Stane  
Sênior e a Fujikawa, já estão meio batidas. Acabaram de fazer um arco  
de estórias trazendo o Mandarim de volta, mas ele já terminou com o  
vilão aparentemente morto de novo.


(2) O vilão usar esta ou aquela tecnologia não significa q alguém vá  
associá-la a algo negativo. A Lucas Arts está para lançar um dos jogos  
mais "hypados" dos últimos tempos: The Force Unleashed. O personagem  
do jogador é justamente o aprendiz secreto do Darth Vader. Vc imagina  
q alguém jogar como um Lord Sith vai necessariamente fazer a pessoa  
abraçar os valores associados ao personagem? Diga-se de passagem, há  
anos (décadas?) os jogos da Lucas Arts sobre o universo Star Wars  
trazem sempre a possibilidade de vc jogar como herói ou vilão. Ou,  
indo mais longe, vc combate o vilão, mas só para ficar no lugar dele e  
tomar para si o poder q ele almejava. Particularmente, sempre preferi  
os joguinhos onde vc pilotava Tie Fighters do q os q vc pilota X- 
Wings... :-)


(3) Pensando bem, se ele realmente vincular a figura do vilão ao termo  
"open source" isso talvez seja bom para o movimento FLOSS em geral.  
Pelo q eu li na primeira edição, o personagem do vilão é muito mais  
interessante e complexo do q o velho Homem-de-Ferro e sua  
personalidade control-freak. E tem a sina dos filmes do Batman, onde o  
Joker sempre parece ser mais interessante q o herói. Foi assim com o  
Jack Nicholson e parece será assim tbém no ainda a ser lançado filme  
com o falecido Heather Ledger. Tanto q mesmo na pré-divulgação o q eu  
mais escuto é "why so serious?" ( o mote do novo Coringa) ao invés do  
velho "I am Batman". :-D


[ ]s,

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Re: [PSL-Brasil] O terrorista do código aberto

2008-05-09 Thread Glauber Machado Rodrigues (Ananda)
2008/5/9 Olival Gomes Barboza Júnior <[EMAIL PROTECTED]>:

>
> On 09/05/2008, at 10:53, Glauber Machado Rodrigues (Ananda) wrote:
>
>  Mas Olival, eu ainda não percebi qual é a sua opinião. Essa estória do HdF
>> enfrentar um terrorista open source pode ou não acabar com a nossa festa?
>>
>
> NEM DE LONGE.(...)


Perfeito. Assino em baixo, e só tenho uma coisa a acrescentar:

Talvez a estória possa ajudar na reflexão sobre o perigo das tecnologias
abertas/fechadas. A conclusão ideal que eu gostaria que chegassem é de que
existe um limite moral que nos impede de fazer o mal, e apenas esse limite
impede que o mal seja feito. Não fazemos o mal porque podemos, mas porque
temos um motivo.

Tudo pode ser usado como arma, seja tecnologia aberta ou fechada. Não existe
isso de deixar uma tecnologia nas mãos de alguns protetores, como se fosse a
solução para o problema da violência. O mundo é complexo, e o que você menos
imagina pode se tornar uma arma contra você, então não dê motivos para te
odiarem.

Acho que esse pensamento pode rivalizar a idéia de que "existem certos tipos
de conhecimentos que devem estar nas mãos do governo/empresas/deuses, e
somente."

Essa concentração de forças num grupo só de benfeitores pode sair pela
culatra quando, ao longo do tempo, pessoas com os mais diversos interesses
são atraidos pela idéia de fazer parte do grupo de benfeitores para ter
acesso ao poder. Então o poder é usado para obter mais poder, na medida que
o grupo de benfeitores é infiltrado por interesseiros, as opiniões do grupo
passam a ter outras intenções, então logo este grupo se torna opressor. E
quando alguém toma o poder pode facilmente dominar a todos, pois o poder
todo estava concentrado em um lugar.

Em outras palavras, ninguém pode ter tanto poder de forma que não haja mais
ninguém que o rivalize. As pessoas boas e poderosas revelam a fonte do seu
poder e a compartilham com os outros para que se tornem poderosos também.
Alguém que se diz benevolente e poderoso e atua sob o pretexto de estar
fazendo o bem, mas não compartilha seu sucesso e apenas concentra mais
poder, é alguém a se temer.

Acho a abordagem do assunto do risco das tecnologias e o controle de acesso
a elas pode levar à reflexão, e à conclusão de que a solução também não é
confiar cegamente nos paladinos do governo/empresas/deuses.

-- 
Opções desconhecidas do gcc:
gcc --bend-finger=padre_quevedo
O que faz:
dobra o dedo do Padre Quevedo durante a execução do código compilado.

Não uso termos em latim, mas poderia:
http://en.wikipedia.org/wiki/List_of_Latin_phrases_(full)

A ignorância é um mecanismo que capacita um tomate a saber de tudo.


"Que os fontes estejam com você..."

Glauber Machado Rodrigues
PSL-MA

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Re: [PSL-Brasil] O terrorista do código aberto

2008-05-09 Thread Alexandre Oliva
On May  9, 2008, "Glauber Machado Rodrigues (Ananda)" <[EMAIL PROTECTED]> wrote:

> pega todos os CDs do ubuntu [...]
> e toca fogo porque é coisa de terrorista

Adorei essa frase.  Posso usar assim, fora de contexto? :-)

E depois de tocar fogo nos CDs, gNewSense na cabeça.

Porque ninguém é de Ferro :-) :-)

-- 
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[PSL-Brasil] [Fwd: [sw_livre] Escolas britânicas dizem não a Vista e Office 2007]

2008-05-09 Thread Marcelo D'Elia Branco
--- Mensagem encaminhada 
De: Guilherme Gaspar <[EMAIL PROTECTED]>

Caros Amigos,
Na verdade os Ingleses não devem é ter dinheiro para comprar as
licenças. Ainda bem que essa "crise" ainda não chegou por aqui, ainda
temos muitos Euros para o Bill.

link para a noticia
http://tecnologia.terra.com.br/interna/0,,OI2261172-EI4801,00.html

Escolas britânicas dizem não a Vista e Office 2007

A agência que controla a tecnologia educacional no Reino Unido
aconselhou que as escolas do país mantenham o sistema operacional
Windows Vista, da Microsoft, e seu software Office 2007 longe das salas
de aula e secretarias. 

"Atualizar os sistemas de tecnologia da informação e comunicação para o
Microsoft Vista ou Office 2007 não é recomendado", declarou a Agência
Britânica de Tecnologia e Comunicação Educacional (BECTA, na sigla em
inglês), em um estudo distribuído esta semana, de acordo com o site da
Information Week.

A entidade ainda reiterou suas dúvidas a respeito do modelo de
licenciamento da Microsoft, rejeitando a política do formato do
documento do fornecedor, e disse que escolas e pais devem estar
totalmente conscientes sobre os produtos do tipo "gratuitos para usar",
ressaltou o site britânico Register.

Entre as recomendações do estudo, o Tech.Blorge destacou a que pede que
a Microsoft aprimore o suporte ao formato ODF, a fim de auxiliar a
interoperabilidade, em vez de continuar forçando um uso do formato
OOXML.

O estudo completo, em inglês, pode ser acessado no endereço
tinyurl.com/2y6xbv.

Em outubro do ano passado, a BECTA levou a Microsoft à Câmara de Livre
Comércio britânica (OFT, na sigla original em inglês) por suas
preocupações com a natureza "tudo ou nada" do contrato original
oferecido pela companhia de Bill Gates, no qual as instituições de
ensino têm de pagar taxas de licenciamento até mesmo para máquinas que
não rodem produtos da Microsoft. 





 

-- 
Marcelo D'Elia Branco
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"Liberas que terás também"


*A Internet não é uma rede de computadores, é uma rede de pessoas*



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Re: [PSL-Brasil] O terrorista do código aberto

2008-05-09 Thread Pablo Sánchez
2008/5/9 Alexandre Oliva <[EMAIL PROTECTED]>:

> Porque ninguém é de Ferro :-) :-)


Tem uns que são, mas só em partes. Ex: Testa de Ferro, C.. de Ferro (CDF)

:-D
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