[VotoEletronico] Aris

2001-10-31 Por tôpico Amilcar Brunazo Filho

Patrocínio,
Alguém precisa informar aqui na lista qual é o número da conta bancária do 
Aristóteles ou o da sua filha, Patricia.

Vários aqui estão dispostos a contribuir mas mas não sabemos como.

[ ]s
Amilcar

At 01:42 01/11/2001 -0200, you wrote:
>  Sou amigo do Aristótelis e juntamete com outro amigo, o Carlos
>Clocks, estamos dando assistência à família. O Aris deixou duas
>filhas A Patrícia 20 anos e a Pricila 14. Era separado
>judicialmente, porém as filhas moravam com ele. O Aris, apesar de
>sua inteligência e cultura, tinha um modesto salário.Seu último
>pagamento, depositado após seu falecimento, foi de R$ 924.00
>após descontado 15% em favor de sua ex- esposa Vânia. Fui ao
>Bradesco com a Partrícia, onde ele tinha conta, e em funçao do
>atraso no pagamento devido a greve nas Univeersidades, ele teve
>que utilizar o Cheque Especial no valor de R$ 1.001,00. Fui ao
>banco com a Patrícia - onde também sou correntista - mas
>infelizmente ainda restou um defcit R$ 77,00. A Patrícia ficou
>muito abatida no momento.
>  O Aris era muito controlado mas em virtude da doença de sua
>genitora (84 anos) ele teve que arcar com despesa de remédios.
>  Ainda havia duas contas de Energia, uma de telefone e três de
>água, atrazadas. Outro amigo do Aris, um Chinês - o SUN - se
>ofereceu para saldar esssas contas em atrazo e doou R$ 500,00.
>
>Após o falecimento, a ex-esposa Vânia veio morar com as filhas.
>Conduzimos a Vânia e as meninas ao Departamento de Recursos
>Humanos da UFPb e ficou acertado que a Vânia vai perceber 50%
>e cada filha 25% da Pensão.
>
>  Hoje fui a missa de sétimo dia. Logo após,  a Patrícia me
>procurou e disse que depositou os R$ 77,00 na conta do pai para
>saldar a dívida do Cheque especial. Fiquei emocionado ao vê-la
>zelosa do nome do Pai.
>   Eu e o Carlos, com nossas limitações, temos ajudado na medida
>do possível.
>   Roger, se houver possibilidade de catalizar um movimento para
>ajudar às meninas, sugiro que seja depositado em nome da filha
>mais velha: PATRÍCIA SIMÕES GOMES que será capaz de fazer
>bom uso, juntamente com a Pricila.
>  A Patrícia teme pelo futuro.
>
>  Amigos da lista, O Aris era casado com comunhão parcial de
>bens e adquiriu uma casa pelo Sistema Financeiro, antes do
>casamento; portanto, a casa pertence as meninas. A Separação
>Judicial havia sido prolatada e a Carta de averbação expedida ao
>Cartorio para averbação da Certidão de Casamento, determinando
>que a ex-cônjuge passe a usar o nome de Solteira.
>
>   Um ano antes do casamento, em 1979;o Aris foi vítima de um
>acidente de trabalho. Estourou um Capacitor próximo aos olhos, o
>que o levou a perda total de um  olho e 70% do outro.
>  Após esse lamentável acidente, em 22 de julho de 1981, o Aris
>entrou com uma AÇÃO de CONSESSÃO DE BENEFÍCIO
>PREVIDENCIÁRIO ACIDENTÁRIO  contra o então INSTITUTO
>NACIONAL DE PREVIDÊNCIA SOCIAL.
>
>   Durante todo esse tempo o Aris me disse que ganhou a causa
>em duasinstâncias - estou levantando os dados - e o extinto INPS
>e mais recentemente o INSS apelaram da sentença.
>
>  Há poucos meses o Aris estava otimista que estava próximo a
>última audiência e, afinal, iria receber todo atrasado com juros e
>correções; até que, um dia,  me disse que na audiência, o INSS
>recorrera novamente da sentença.
>   Disse-me tristonho: " É, ... isso vai ficar mesmo é p'ras meninas".
>   Êle me dizia que iria comprar dois modestos apartamentos para
>as meninas e cujo aluguel iria reforçar o orçamento.familiar.
>
>  Ainda esta semana vou procurar, junto à Justiça Federal de Joâo
>Pessoa, para saber o protocolo de remessa para Brasília onde o
>Processo será julgado por Tribunal Superior.
>
>  Amigos, é revoltante saber que um direito de idenização dessa
>órdem, tenha sido postergado. Já que o defeito físico era
>irreversível (O Aris gastou, na época, tudo que possuia na tentativa
>de recuperar a visão)
>Por maior que seja o valor dessa idenização, ainda assim, Ele
>seria uma vítima de Acidente de Trabalho com restrições para o
>resto da vida.
>
>  Tomei conhecimento que o Senador Romeu Tuma  está
>interessado em interceder nesta questão
>.É uma excelente notícia!
>
>  P.S.:  Roger, caso se concretize sua iniciativa de ajuda às filhas
>do Aris, pode contar comigo e com o Carlos.
>
>   Sou aposentado da Força Aérea Brasileira e o Carlos Clocks
>aposentado pela Petrobrás. Já estamos coolaborando com a
>família do Aris porque a situação  é delicada!
>
>  Severino Ferreira do Patrocínio
>Fone: 0xx832461498
>
>
>__
>O texto acima e' de inteira e exclusiva responsabilidade de seu
>autor, conforme identificado no campo "remetente", e nao
>representa necessariamente o ponto de vista do Forum do Voto-E
>
>O Forum do Voto-E visa debater a confibilidade dos sistemas
>eleitorais informatizados, em especial o brasileiro, e dos
>sistemas de assinatura digital e infraestrutura de chaves publicas.
>__

[VotoEletronico] Aris

2001-10-25 Por tôpico Osvaldo Maneschy

Não deu tempo de conhecer o Aristóteles pessoalmente. Há 20 dias atrás
quando estive em Maceió em um congresso nacional de jornalistas
assessores de imprensa, onde panfletei denunciando as urnas eletronicas,
bem que pensei em dar um pulo em João Pessoa só para conhecer o Aris.
Mas foi tudo muito corrido, me contentei em telefonar para ele. Liguei a
primeira vez, ele estava angustiado com o andamento do projeto
Requião/Tuma no Senado e rapidamente me colocou a par das coisas -
principalmente das besteiras do líder do PDT no Senado, Sebastião Rocha.
Imediatamente me liguei no assunto e fiz o que foi possível fazer, no
ambito do PDT, depois de conversar tambem com Amilcar - que estava em
São Paulo trabalhando com o professor Walter Del Picchia. /// O TSE teve
que apelar para as emendas do PFL em dois pontos vitais para garantir a
continuidade da fraude:  sorteio  na véspera das urnas a serem
auditadas; o sistema operacional ficar de fora da fiscalização
partidária.//  Sebastião Rocha - alertado há tempo da besteira que
estava fazendo - retirou as emendas gestadas na assessoria do TSE.
Liguei para Aristóteles no dia seguinte e agradeci  pelo toque
oportuníssimo que me deu e, com a ajuda do Amilcar, minorou o mico do
PDT. /// Hoje a tarde quando li a mensagem do Marcos da Petrobrás
comunicando a morte do Aris me deu um aperto na garganta. Liguei para o
Aris, ninguém atendeu; liguei para o próprio Marcos e ele confirmou: foi
um infarto fulminante no quintal de casa. Chorei pelo Aristóteles que
não conheci pessoalmente, mas que conhecia profundamente graças a
Internet -  instrumento poderosíssimo de aproximação. É, gente, me
convenci de que o mundo mudou mesmo. // Aris era um cara culto,
sensível, corajoso,  equilibrado, sério, íntegro e extremamente dedicado
ao Brasil. Um brasileiro de verdade - o inverso de seus (nossos)
desafetos  'Anhangá' e  'Chopim'. O cara que apelidou as maquinetas
safadas do TSE de 'maquinas de opinar'. /// Sujeito com quem tinha
proximidade para conversar, como conversei neste final de semana, sobre
meus problemas com o Imposto de Renda.  E receber esta resposta 'clara
como água-de-beber'  que transcrevo para todos vocês como uma espécie de
homenagem ao bom senso do nosso Aris - apesar dos olheiros e de todos
esses babacas que espionam a lista.  Gente, Aris já está fazendo
falta porque a luta continua.


On 20 Oct 2001, at 12:38, Osvaldo Maneschy wrote:

> Estou caindo na marginalidade
> exatamente por tudo isso que voce descreve no seu texto.

Osvaldo,


Esta  sua situação é dramática: certamente perderás os cargos públicos. O melhor é 
tentar negociar esta dívida para pagamento em cinco anos. Eles fazem. Não existe 
escapatória.

Todos sabemos que inexiste no Brasil a figura da pena perpétua. Mas na prática ela 
existe. Quem abriu um pequeno negócio e deu com os burros n'água, contraiu divida com 
a Previdência ou a Receita, perdeu a cidadania.  E por quê ? Pelo fato de que estas 
dívidas serem impagáveis, crescem dia e noite segundo uma progressão geométrica. 

Parte maior dos camelôs de João Pessoa são ex-empresários formais. Todos morrerão 
assim. Nenhum deles terá a chance de voltar à cidadania plena. Isto é um condenação 
perpétua.

Tente escapar disto. Será o teu maior inferno. Tente negociar que as correções das 
multas cessam. A este tipo de dívida nem teus filhos escapam: eles serão responsáveis 
por ela quando morreres. A jogada é negociar pelo maior prazo possível e a redução das 
multas. Depois de uns dois anos, tente novamente renegociar. Vá rolando esta coisa 
assim, até que surja uma anistia. Na condição de sonegador você jamais será perdoado. 
Na condição de inadimplente você tem chances. Inadimplência não é crime. 


Um abraço,


Aristóteles