Só acrescentando uns detalhes. Um resumo da ópera: em alguns sistemas,
a classificação pode ter um efeito no roteamento, mas fundamentalmente
o mais importante é mapear as características da via (velocidade
máxima, superfície, etc.).

Pra esse algoritmo só importa a velocidade atribuída a cada trecho das
vias (e a atribuição pode não ter relação direta com aquilo que foi
mapeado, só indireta). Se não for mapeada a velocidade máxima das
vias, então a maioria dos roteadores tenta "adivinhar" a velocidade a
partir da classificação. Como exemplo, eis aqui [1] como o OSRM faz
essa adivinhação (lembrando que é um serviço mais voltado às
características do trânsito na Europa).

Então, sim, a classificação é importante para o roteamento caso não
seja mapeada a velocidade máxima. Mas, fundamentalmente, o mais
importante para o roteamento é a velocidade atribuída à via. Existem
casos em que uma primária urbana tem velocidade reduzida num trecho
curto e isso faz diferença pro roteamento decidir mandar o usuário por
ali ou não. Só seria mapear para a aplicação se alguém mudasse a
classificação naquele trecho por causa da velocidade, para forçar um
roteador a evitar o trecho. (Um problema é que muita gente faz isso.)

Especificamente para o Garmin/mkgmap, parece que ainda existe o
conceito de "classe de velocidade", que não é nem a classificação da
via (que se reflete no desenho), nem a velocidade máxima (que produz
os alertas de velocidade). Essa é uma velocidade estimada de trânsito
que no mkgmap [2] pode ter regras até bem complexas de derivação (nos
exemplos que eu vi por aí o pessoal estava derivando esse campo a
partir de uma combinação da classe da via e da velocidade máxima). Até
daria pra mapear no OSM uma velocidade "esperada" pra via (que então
se traduziria diretamente nessa velocidade do Garmin), mas isso é
complicado de padronizar e por isso pode gerar divergências (e guerras
de edição) e até pode acabar não sendo usado. [3] Algumas abordagens
melhores são coletar a velocidade média [4] e monitorar o tráfego [5].
Com essas duas abordagens, a classificação se torna irrelevante pro
roteamento (por exemplo, no caso de uma primária estar sempre
congestionada e uma secundária paralela estar sempre livre).

[1] https://github.com/DennisOSRM/Project-OSRM/blob/master/profiles/car.lua
[2] http://www.mkgmap.org.uk/doc/pdf/style-manual.pdf seção 4.6.5
[3] 
http://wiki.openstreetmap.org/wiki/Talk:Proposed_features/traffic_speed#Practicality_of_Using_Info_in_Router
[4] http://wiki.openstreetmap.org/wiki/Average_speed_per_way
[5] https://lists.openstreetmap.org/pipermail/talk/2012-August/063985.html

2014-07-15 8:30 GMT-03:00 Paulo Carvalho <paulo.r.m.carva...@gmail.com>:
> Amigos,
>
>     Para compreender a razão de não quebrar a hierarquia de vias nos
> pequenos trechos que rodovias passam por cidades, recomendo esta leitura:
>
> http://en.wikipedia.org/wiki/Contraction_hierarchies
>
>    Aos que já estão com o argumento "isso é mapear para aplicação" na ponta
> da língua rogo um momento para parar e pensar:
>
> "For routing software to work well, the underlying map data must be of good
> quality. Essentially this means that ways that should be connected are in
> fact connected, one-way roads are tagged, turn restrictions are mapped, and
> so on. You should be familiar with the Map Features used, in particular see
> OSM tags for routing to understand the tags specific to routing." (grifo
> meu)
>
> Palavras da própria comunidade OSM.
>
> Fonte:  http://wiki.openstreetmap.org/wiki/Routing
>
> [ ]s
>
> Paulo
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