Amigos,
Este assunto de quantos por cento de "market share" as distros Linux
já conquistaram é bastante recorrente. Sem dúvida, em aplicações de
missão crítica e alto desempenho, os sistemas variantes do Unix
(Linux, Solaris, FreeBSD, etc) demonstram claramente a sua
superioridade sobre o Windows, que foi originalmente desenhado para
proporcionar ambientes computacionais domésticos. Acho que, até por
comodismo dos administradores de sistemas que somente conseguem
"arrastar um mouse", e que caíram no marketing das corporações, o
Windows foi erroneamente adotado também para uso profissional, o que,
na minha humilde opinião, não é a praia dele, por questões de
segurança, estabilidade e flexibilidade.
Vejo que os obstáculos à adoção mais ampla da plataforma Linux no
desktop vão desde a falta de conhecimento da sua existência pela
esmagadora maioria das pessoas até ao mito que é muito difícil de
"mexer". Também, como o caro Ricardo da Rosa citou, parece haver
desinteresse, ou quem sabe até mesmo conluios comerciais, da parte dos
grandes produtores de softwares e hardwares. Há também a influência
das tecnologias proprietárias que seduzem e escravizam o usuário
consumidor.
Entretanto, sinto que a maior dificuldade está no vício adquirido por
conta das quase duas décadas de predominância absoluta do Windows no
mercado de consumo. Se um usuário recém chegado ao mundo da
informática começar usando Linux, MacOS X, etc., sentirá as mesmas
dores de aprendizado daquele que optar pela plataforma Microsoft.
Porém, uma vez confortáveis com a sua opção(?), a maioria dos usuários
precisarão de argumentos muito fortes para quererem reviver o processo
de assimilação em um outro sistema operacional.
Tenho um exemplo pitoresco do que é este vício. Há cerca de um mês e
meio, instalei a Lucid Lynx no micro de um amigo. Na semana passada
ele me ligou, dizendo que não tinha conseguido instalar uma camera
digital. Me dispus a ir à casa dele para ajudar. Lá chegando ele me
relatou que fez tudo direitinho, colocou o cd de drivers que veio com
a máquina, mas nada se instalou. Expliquei-lhe o óbvio, o software da
camera havia sido feito para rodar somente no Windows. Perguntei se já
havia plugado a dita cuja no micro, ao que me respondeu negativamente.
Conectei então o cabo USB e, voilá, o F-Spot se abriu mostrando as
fotos armazenadas na memória na camera. O queixo do meu amigo se
encontrou com o dedão do seu pé :-)
Mas não pratiquemos "catequese xiita", ficará parecendo que estamos
tentando impor uma doutrina, como fanáticos. O melhor se evidencia
naturalmente. Apenas devemos abrir as janelas (ops, foi maus) aos que
não conhecem alternativas e, inclusive, avaliar o perfil do candidato,
para que tenhamos certeza de que depois ele não se arrependa e
contribua para "queimar o filme" do Linux, como o programa do PC
popular fez. É, infelizmente tem gente, e muita, que não verá a luz.
Mas, como no caso do meu amigo citado, e outros, sempre aparecem
oportunidades promissoras. Fui até ele quando me pediu para ver porque
o seu micro, um Athlon 2400+, estava super lento. Recomendei aumentar
a memória (estava com 512MB rodando XP). Percebi que precisava
formatar e reinstalar o sistema porque estava bastante contaminado,
inchado e corrompido (coisas normais no Windows). Mostrei-lhe a Lucid
no meu notebook. Esclareci os prós e os contras, como as poucas
incompatibilidades com hardwares e formatos proprietários, etc. Ele
demonstrou interesse e se dispôs a experimentar. Quando retornei à sua
casa, a uma semana atrás, ele, como um garoto de cabelos grisalhos
conhecendo um novo brinquedo, contou-me das descobertas, e também das
dificuldades, as quais estava vencendo todas, e então ouvi o
testemunho, junto a um sorriso iluminado: "Quanto tempo eu perdi!"
Perdoem a extensão deste post.
Um grande abraço,
--
Márcio H. Parreiras
GNU/Linux Professional
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Pedro Leopoldo - MG - Brasil
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então eu instalei Debian/GNU Linux"
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