Retransmitido de Texto Original de:
  Carlos Rocha <[EMAIL PROTECTED]>

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Porque o Ministério da Saúde enfrenta, com coragem, os grandes monopólios 
da indústria farmacêutica, na defesa dos interesses do brasileiros mais 
humildes, e o Ministério da Educação se apequena e se submete aos 
interesses monopolistas estrangeiros da Microsoft, condenados em seu país, 
pelo seu governo
http://idgnow.terra.com.br/idgnow/business/2001/09/0087
e pelos consumidores americanos?
http://sites.uol.com.br/software.livre/consumidores.html

Será que esta tal de globalização eliminou a nossa capacidade de exercer a 
indignação cidadã?

Surpreende a estranha simbiose entre o MEC e a Microsoft, em que 
funcionários da Secrataria de Educação à Distância do MEC atuam quase como 
se fossem agentes comerciais da Microsoft e enviam ofícios assinados a 
todas as secretarias de educação dos estados, com argumentos parciais de 
venda, na agressiva defesa da compra exclusiva do Windows, para as escolas 
brasileiras.
http://www.estadao.com.br/tecnologia/informatica/2001/out/24/282.htm

Estes funcionários do MEC incitam o medo, nas secretarias de educação, 
usando a mesma tática da Microsoft:
disse Ken Wasch, presidente de SIIA - Software & Information Industry 
Association:
"Não há nenhuma solução "tamanho único", para as necessidades de software 
das corporações, ao redor do mundo.  Contudo, a Microsoft está empregando 
táticas de relações públicas, para incitar o medo, entre as empresas que 
estão considerando migrar ao modelo do software livre."
Veja a íntegra em: SIIA Responds to Microsoft Statement on Open Source
http://www.siia.net/sharedcontent/press/2001/5-3-01.html

Assim, o MEC convoca as secretarias de educação a descumprir a Lei do PPA, 
resutante de amplo acordo entre o Governo e a oposição, no Congresso 
Nacional, ao induzir, de forma evidente, um consenso forjado, para a compra 
exclusiva do Windows, eliminando a liberdade de escolha dos alunos e 
professores.  A Lei do PPA garante o permanente direito de escolha de todos 
quando estabelece que devem "ser utilizadas configurações instaladas que 
permitam diferentes alternativas de softwares nos sistemas 
operacionais."  É evidente que as configurações instaladas são de sistemas 
completos, com programas e equipamentos, e não, apenas, no "hardware", como 
desejam, alguns, sofismar.

E o domínio da situação é tão impressionante que o diretor de estratégia 
corporativa da Microsoft, para a América Latina, assume o lugar do Ministro 
da Educação e antecipa, para hoje, dia 31 de outubro, a divulgação do 
resultado de uma pesquisa de opinião, cuja data final de resposta às 
consultas enviadas aos estados, termina só amanhã, dia 1o. de novembro.  Ou 
seja, a Microsoft dá a entender que a pesquisa é só "pró-forma" e o 
resultado já estava, previamente, combinado com seus parceiros do MEC.  Não 
é nem necessário terminar o processo para apurar o resultado.

"O Ministério da Educação já obteve uma resposta preliminar das secretarias 
estaduais de educação com relação à preferência do Windows como sistema 
operacional a ser utilizado nos 290 mil computadores que serão adquiridos 
no programa de Internet Escolar.

Segundo Mauro Muratório Not, diretor de estratégia corporativa da Microsoft 
para a América Latina, (...)"

A íntegra está em 
http://www.computerworld.com.br/templ_textos/noticias.asp?id=15827

É um absurdo ético o Governo FHC usar recursos públicos para garantir, no 
Brasil, o monopólio da Microsoft, com a compra exclusiva do Windows,
condenado pela Justiça dos Estados Unidos,
http://idgnow.terra.com.br/idgnow/microsoft/todas.html
pela Comunidade Européia,
http://idgnow.terra.com.br/idgnow/business/2001/08/0130
e pelos consumidores americanos.
http://sites.uol.com.br/software.livre/consumidores.html

A liberdade de ecolha, agora garantida pela Lei do PPA, é um direito 
fundamental. Não é possível que, ainda, haja espaço para este tipo de 
subserviência intelectual.  Afinal, diz o Presidente: "Impor políticas é 
barbárie, diz FHC"

[Folha de SP de hoje, 31.10.01]
O presidente Fernando Henrique Cardoso fez, ontem, críticas contundentes 
aos Estados Unidos em discurso na Assembléia Nacional da França, embora não 
tenha mencionado explicitamente o país nenhuma vez.

"A barbárie não é somente a covardia do terrorismo, mas também a 
intolerância ou a imposição de políticas unilaterais em escala planetária".

Convido, cada um, a contribuir, a seu critério, para uma solução aberta, em 
que várias alternativas fiquem, sempre, à disposição dos nossos alunos e 
professores.  Qualquer monopólio é, sempre, lesivo aos interesses 
brasileiros, no longo prazo.

Um forte abraço,
Carlos Rocha
http://sites.uol.com.br/software.livre/quem_somos.html 

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