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Os EUA poderão utilizar armas de destruição de massa no Iraque?
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Álvaro Frota
 
 
Escrevo este texto em meu nome pessoal e sei que ele é bastante polêmico.
 
Minha argumentação parte de um texto postado na parte em russo do portal www.iraqwar.ru, o qual ainda não foi oficalmente traduzido pelo webmaster para a parte em inglês e cuja tradução  para essa língua foi realizada por um leitor não identificado (Anonymous). A autoria do texto é desconhecida, mas sua lógica é cristalina. Eu não estou traduzindo esse texto, mas minha argumentação vai pela mesma lógica.
 
A pergunta que procuro debater é a seguinte:
 
Existirá umá uma real possibilidade dos EUA utilizarem armas de destruição em massa no Iraque?

Acredito que sim e irei procurar argumentar o porque disso. Para começar, a guerra está sendo oficalmente realizada para remover as armas químicas do Iraque. Toda a propaganda imperialista tem batido fortemente nessa tecla, e os EUA poderão utilizar-se delas livremente, uma vez que a culpa irá recair no regime de Saddan

Se Saddan tem armas químicas, o único território em que poderia utilizá-las nessa guerra seria no próprio Iraque. Como as tropas anglo-estadunidenses possuem a proteção adequada - e inclusive já a estão utilizando - os únicos que sofreriam os efeitos das armas químicas seriam os civis iraquianos, bem como os soldados e milicianos iraquianos que não dispuserem da proteção adequada. A utilização de armas químicas por parte do Iraque seria claramente um suicídio, visto que atacaria apenas sua própria população e forças de defesa.
 
As mais recentes mensagens do comando da coalizão clamam que a probabilidade de um ataque "iraquiano" com armas químicas seria iminente. Chegam a estimar que a probabilidade de que tais armas serem utilizadas seria de 95% (que número preciso!). Os soldados estadunidenses da linha de frente já se encontram equipados para combater nessas circunstâncias. 

Por outro lado, na guerra convencional até agora, os anglo-estadunidenses não tiveram poder suficiente para tomar nehuma cidade iraquiana, à exceção da pequena localidade de Umm Qasr. Ainda não se sabe ao certo se Al-Najaf caiu completamente ou se apenas parte central da cidade foi tomada, na qual foram realizas as filmagens que vimos ontem (2 de abril) na televisão.

A falta de tropas terrestres em quantidade suficiente por parte da coalizão anglo-estadunidense ficou óbvia na primeira fase de guerra relâmpago, a qual foi contida pelas defesas iraquianas, bem como na segunda fase da guerra que se inicou nesta semana em torno de Al-Nasiriya. Apesar disso, as tropas prosseguiram em diante, deixando sua retaguarda em perigo e não podendo dispor de reforços, pois os mesmos estão engajados nas lutas de retaguarda.
 
Em todas as cidades iraquianas que obstaculizaram o avanço da coalizão, a estratégia empregada foi a mesma. A impossibilidade de tomar as cidades foi ignorada e as tropas continuaram a se mover para o norte. Apesar da falta de tropas, os EUA continuam arremetendo na direção de Bagdá.

Para ganhar a batalha de Bagdá, os anglo-estadunidenses necessitam pelo menos um numero igual de tropas que seus defensores, o que na atual circunstâncias não é verdade. A única forma da vencerem rapidamente seria utilizando armas químicas de destruição em massa contra a população civil e os defensores, ao mesmo tempo em que jogam a culpa disso no regime louco e tirânico de Saddan.
 
Por outro lado, se não utilizarem armas de destruição em massa, a situação da coalizão ficaria extremamente difícil, dado o tamanho das linhas de suprimentos e ao fato de que a luta na retaguarda prossegue encarniçada. Os que vieram sitiar Bagdá acabariam sitiados.
 
Deixo claro que a coalizão anglo-estadunidense poderia vencer essa guerra da forma convencional, mas nesse caso a vitória estaria mais do longe de ser rápida. Além disso, os desdobramentos políticos em todo o mundo e dentro do próprio EUA poderiam levar a um impasse, o que para a administração Bush seria uma rotunda derrota.
 
Note-se que não estou afirmando que o regime de Saddan não seja louco e tirânico, mas sim que os EUA poderão se aproveitar desse fato para levar a guerra em seus próprios termos, ainda mais loucos e ainda mais tirânicos.
 
Paranóia? Pode ser, mas o fato é que o teste prático de novas armas de destruição de massa sempre fez parte da estratégia militar estadunidenses. A população civil japonesa que o diga. Mesmo estando à beira da rendição, foram "cobaias" de duas bombas atômicas estadunidenses.

A argumentação que faço acima pode explicar o fato de toda a campanha de invasão do Iraque ter sido tão mal preparada e por que há há tamanha falta de tropas terrestres para a concretização de seu objetivo principal: ocupar todo o Iraque, coisa que é sabida pelos especialistas militares de todo o mundo, incluindo os EUA.

Além do mais, por que motivo as reservas estadunidenses estão tão longe do front? Talvez por que isso iria ajudar a evitar o excesso de vítimas da coalizão durante o ataque com armas de destruição em massa, possibilitando posteriormente o envio desses soldados para assegurar o terreno devastado.

As unidades estadunidenses continuam arremetendo contra Bagdá, apesar do fato de que seu poder é insuficiente para vencer a batalha por essa cidade. As falsas notícias de "grandes vitórias" da coalizão aumentaram consideravelmente nesta reta final da campanha. Por exemplo, a notícia de que duas divisões da Guarda Repúblicana teriam sido "destruídas" por dois dias de barragem de artilharia e bombardeios aéreos é simplesmente rizível. Toda essa campanha de propaganda explicaria a utilização de armas de destruição em massa como uma "última atitude desesperada" do regime de Saddan.
 
Volto a esclarecer que este é um raciocínio totalmente pessoal. Não escrevo em nome de organizações nem muito menos do Partido do qual sou militante. Estarei certo? Ou estarei errado, supondo uma "teoria da conspiração"?  Sinceramente, eu espero estar completamente errado!
 
Entretanto, solicito a todos a máxima divulgação dessa análise mesmo assim. Essa é uma possibilidade que não pode ser descartada "a priori" e, se ela se concretizar, o Planeta Terra será completamente diferente no futuro próximo.
 
Aquele Abraço!
 
Álvaro Frota
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Paz entre nós! Guerra aos Senhores!
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