FORA DE CONTEXTO

Concordo plenamente com a mensagem anterior no tema "A DIFERENÇA ENTRE BRASIL E ARGENTINA", e lamento que a imprensa do Brasil não descreva isso com a mesma objetividade. Ou simplesmente, faça silêncio sobre as novidades que vem de Buenos Aires. Como brasileiro no Brasil e argentino na Argentina (é essa minha situação legal) acompanho bem os fatos. Kirchner chegou a falar dos que "prohijaron la deuda" (fizeram a dívida crescer). Não fez o levantamento desses fatos em números, mas ao menos falou. E abriu o caminho para que um jornal colocasse que o certo não é pagar, senão processar aos acredores que financiaram com seu dinheiro a ditadura que oprimiu ao povo. São somente palavras mas, ao menos, aliviam um pouco aos que queremos que a verdade nos seja dita.

Kirchner começou devolvendo o dinheiro que tinha sido tomado de todos os funcionários públicos, 13% obtido no Congresso por meio de propinas ao congresistas, tema que fez renunciar ao vice-presidente de de la Rua, porque este não estava encaminhando as denuncias. E deu aumento aos professores, professores universitários e cientistas. E aposentados. Enquanto isso, Lula vai podando as aposentadorias dos funcionários públicos, dos professores universitários, e um novo desconto para aposentadoría de funcionário público já é 5% do salário no estado de São Paulo. Para entender melhor, porque 5% parece pouco, multiplicado por 13 (12+ 13o) da 65% do salário, quer dizer que mais da metade do décimoterceiro já é embolsado pelo Alckmin.

Devolveu 2/3 do dinheiro que estava confiscado pelo "corralito", nos depósitos a prazo fixo em dólares, criados por Menem. Já é mais do que se esperava, que era receber somente em vinte anos.

Desprivatizou (bonito verbo, não acham) algumas empresas que Menem tinha dado aos lobos e que aumentavam tarifas periodicamente, como aqui, de modo muito fácil. Nos contratos estava escrito que deviam investir uma certa quantidade, ele foi verificar se tinham investido. Como isso não foi feito, por quebra de contrato o contrato ficou invalidado.

Quando a Shell e a Esso no começo de este ano aumentaram todos os seus preços, foi pedir ao povo que não comprasse nem uma lata de óleo deles, e tiveram que recuar.

E não quero falar de outros temas mais agudos, porque a autocensura já está começando a coçar em mim.

José Lunazzi

Walter Del Picchia wrote:

    Encaminho três textos recebidos, cuja leitura recomendo (especialmente o
último) para análise dos que estão perplexos e desanimados como eu:


A DIFERENÇA ENTRE BRASIL E ARGENTINA

Sebastião Nery - Baixinho, simpático, bem falante e culto, o velho Pujol, 
presidente
do Partido Nacionalista da Catalunha, em campanha para a presidência que 
ganhou, me
dizia, depois de um comício, numa longa e mansa noite de vinhos, merluzas e
mariscos, em 77, em Barcelona, Espanha:

- A diferença entre a Argentina e o Brasil é que o argentino acha que ele é
formidável, mas o país é que não presta. Já o brasileiro acha que o País é
formidável, mas o povo é que não presta.

Podia ser preconceito de colonizador contra antiga província. Em 1526, o xará
espanhol Sebastian Camboto chamou de "rio de prata" um estuário onde viu índios 
com
prata: - "Chamaram plata um mar doce que nem sequer era mar e sim rio; além de 
tudo,
o rio mais longo e inútil do universo".
Dois presidentes

Um "bateu 80% de popularidade", esta semana. O outro "caiu de 83% de 
popularidade em
2003 para 57% este mês". O governo de um tem "mais de 70% de aprovação", esta
semana. O governo do outro caiu de "56% para 39% de aprovação", este mês. Um se
chama Kirchner. O outro, Lula.

Por que esta diferença tão flagrante de apoio popular entre um e outro, se os 
dois
foram eleitos, há dois anos e meio, com as mesmas bandeiras de esperança? 
Porque um
está cumprindo os compromissos de mudanças da campanha e não traiu, e o outro 
rasgou
as promessas de mudanças e traiu.

O balanço da não traição e da traição dos dois é este: o país de um, desde a 
eleição
dele, já acumulou um crescimento de 25%. E o País do outro menos de 8%: - 0,5% 
em
2003, 4,9% em 2004 e entre 2,5% e 2,7% em 2005.

Kirchner não pôs fogo no paiol nem fez milagres. Apenas governou. Lula está
engolfado em um mar de lama e corrupção, sem conseguir governar.

A Argentina tem um presidente. O Brasil tem um deslumbrado desarvorado.
Dois governos

No Brasil, o próprio governo já confessa que a economia deve crescer 2,5%, no 
máximo
2,7%, este ano. Lula recebeu, de Fernando Henrique, o País avassalado pelos
banqueiros, com uma dívida brutal, e a economia subjugada ao sistema 
financeiro. Mas
com Kirchner foi pior. Menem e De La Rua lhe entregaram uma Argentina naufragada
pelas dívidas, literalmente no fundo do poço, onde foi jogada pela submissão
"carnal" aos Estados Unidos.

Dois anos e meio depois, da Argentina chegam, cada dia mais, notícias e números 
que
mostram um país que saiu altivamente do buraco. Por quê? Porque há um 
presidente e
um governo que governam para o país. De lá, na "Carta Capital", a Márcia 
Pinheiro
mostra atos e números irrespondíveis.

Ambos se elegeram jurando defenderem seus países e seus povos. Mas um se chama
Kirchner e o outro Lula. Um nomeou o ministro da Economia: Lavagna. O outro 
mandou
os Estados Unidos nomearem: Palocci. Na Argentina, há um governo argentino. No
Brasil, um governo norte-americano.
Dois ministros

1 - "O último lance da ousadia foi dado sexta-feira, 10, quando o ministro da
Economia, Roberto Lavagna, anunciou mais uma medida de controle de capitais
especulativos, os chamados "golondrinas" (andorinhas): "30% do dinheiro que 
entrar
no país em busca de juros ou bolsa de valores ficará depositado 
compulsoriamente no
banco central, sem qualquer remuneração"

2 - "Essa foi a segunda medida para frear a especulação em menos de um mês. A
primeira estendeu de 180 para 365 dias o prazo mínimo para os capitais 
andorinhas
permanecerem no país. Nas restrições não estão incluídos investimentos diretos 
para
a produção, operações de comércio exterior, compras de títulos públicos ou 
privados
na oferta primária, ou seja, quando o tesouro ou as empresas oferecem, pela 
primeira
vez, os papéis ao mercado".

3 - "Kirchner não joga para o mercado, mas para e pela economia real. O débito 
de
US$ 103 bilhões, distribuído em 152 tipos de títulos, em 6 moedas diferentes, 
foi
transformado em apenas 3 papéis de US$ 35 bilhões, com prazos de pagamento até 
2042.
O total da dívida externa argentina recuou de US$ 188,6 bilhões para US$ 120,8
bilhões".
Dois resultados

Os resultados de haver na Argentina um governo argentino já aparecem:

1 - Desde 2003, está crescendo a mais de 8% ao ano (o Brasil, numa média de 
2,5%).
No primeiro trimestre deste ano, o PIB cresceu 8,5%.

2 - A renda per capita subiu de US$ 2.813 em 2002 para US$ 4.227 (no Brasil, US$
3.976). A inflação despencou de 41% em 2002 para 8,6% (no Brasil, 8%). O 
desemprego
caiu de 17,8% em 2002 para 13% (Brasil, 10,8%).

etc. (outros asuntos)
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