Voce esta certo, Alisson. Dada a existencia de provas na matematica, ela nao
e' uma ciencia na definicao de Popper. Mas acho que isto importa pouco
(talvez para legitimar a disciplina com o publico) pois sua utilidade e'
obvia.

Carlos.

2011/6/5 Álisson Linhares <linhares.alis...@gmail.com>

> Caríssimos,
>
> Popper propós uma nova concepção de Ciência. Matemática é Ciência. Quando
> se
> refenciava a tautologia, falava de todo tipo de afirmativa que não poderia
> ser falseada, que "nada nos dizem acerca do mundo, porque sempre se mostram
> necessariamente verdadeiras, independentemente de como sejam as coisas.
> Qualquer homem, assinala ele, pode oferecer enorme número de previsões que
> tenham probabilidade quase igual a 1 - proposições à semelhança de
> 'Choverá'
> ( ou N=/=NP), que traduzem uma ocorrência praticamente inevitável e que
> jamais podem ser demonstradas falsas; jamais, porque, embora se passem
> milhões de anos sem cair uma gota de água, continua verdadeira a afirmativa
> de que, um dia, poderá chover." *[1] p. 37*
> As coisas tautológicas são verdade, já que não podem ser falseadas. Se a
> Matemática for uma tautologia ela é verdade. Os deuses não revelara, no
> início, todas as coisas para nós; com o correr do tempo, entretanto, pela
> pesquisa, podemos saber mais acerca das coisas. Contudo, a verdade certa,
> nenhum homem a conheceu, nem chegará a conhecer, nem os deuses, nem mesmo
> acerca das coisas que menciono. Pois ainda que, por acaso, viesse a dizer a
> verdade final, ele próprio não a saberia: pois tudo não passa de teia
> urdida
> de pressupostos. (Xenófanes apud , uma das citações favoritas de Popper).
> *[1]
> p.30* Prefiro considerar que a Matemática não é verdade. "Em nenhum momento
> há condições para demonstrar que aquilo que 'sabemos' é verdadeiro e é
> sempre possível que o sabido se revele falso. É um fato elementar da
> história intelectual da humanidade este de que o 'conhecido' em certa época
> se revelou, posteriormente, incompatível com o constatado. Em consequência,
> é um erro grave tentar o que muitos cientistas e filósofos tentaram fazer,
> isto é, demonstrar a verdade de uma teoria ou justificar nossa crença em
> certa teoria - pois é logicamente impossível. O que se pode fazer, porém, e
> isto, sim, é de grande importância, é justificar nossa preferência por uma
> teoria, em detrimento de outra. [...] Nada na ciência está permanentemente
> estabelecido, coisa alguma, nela, é inabalável." *[1] p.28* O que acontece
> é
> que a Matemática prova e torna logicamente verdadeiras as coisas no seu
> mundo. No Mundo da Matemática, a verdade existe. Nele, pode ser possível
> provar que N=/=NP, assim como 1=/=0. Entretanto, tornar qualquer coisa
> verdade absoluta através da Matemática, é algo improvável, visto que a
> Matemática é uma modelo simplificado, uma representação da realidade. A
> Matemática no mundo da Matemática pode ser uma tautologia, até parece ser
> mesmo, por não se deixar falsear, mas no mundo real, no mundo que a criou,
> é
> apenas uma Ciência. A Ciência com o menor número de representações e
> simplificações, tornando-se nossa ciência mais próxima da verdade. Por
> enquanto! Engraçado, níveis de verdade! Parece até que podemos medí-la.
> Sendo assim, as três sentenças (A, B e C), apresentadas pelo Walter no
> início, se fazem verdeiras em conjunto, formando uma tautologia, assim como
> a Matemática é em seu mundo. Não podem ser falseadas no mundo da
> Matemática.
> Só é possível torná-las falsas se forem revisadas às mais básicas
> representações e simplificações da Matemática. Como a existência de
> igualdade ou desigualdade, ou os próprios números, por exemplo. São essas
> representações e simplificações iniciais que possibilitaram a Matemática
> evoluir ao ponto que está.
>
> REFERÊNCIAS:
> [1] Magee, Bryan. As ideias de Popper.
>
> Obrigado pelo elegantismo de seus comentários,
>
> Afetuoso abraço,
>
> Em 5 de junho de 2011 15:46, Decio Krause <deciokra...@gmail.com>
> escreveu:
>
> > Allison
> > Eu acho que é preciso cuidado quando falamos em tautologias. Se eu fosse
> um
> > intuicionisa brouweriano, não relegaria A v ~A a uma tautologia, como
> fazem
> > os "clássicos"; aliás, essa noção não teria a sua conceituação usual ( se
> é
> > que teria alguma). E essa "definição" da wikipedia está meio estranha,
> não
> > acha?
> > Abç
> > D.
> >
> > ________________________________
> > Decio Krause
> > Departamento de Filosofia
> > Universidade Federal de Santa Catarina
> > 88040-940 Florianópolis, SC -- Brasil
> > deciokrause[at]gmail.com
> > www.cfh.ufsc.br/~dkrause <http://www.cfh.ufsc.br/%7Edkrause>
> > ________________________________
> > "Você não está pensando. Está meramente sendo lógico!"
> > (Bohr para Einstein)
> >
> >
> >
> >
> >
> >
> > Em 05/06/2011, às 13:03, Álisson Linhares escreveu:
> >
> > Caro Decio Krause,
> >
> > analisei a demonstração do Walter pela concepção de Ciência apresentada
> por
> > Popper.
> >
> > "...há enunciados verdadeiros cuja probabilidade é igual a um e cujo
> > conteúdo informativo é nulo, a saber, as tautologias, que nada nos dizem
> > acerca do mundo, porque sempre se mostram necessariamente verdadeiras,
> > independentemente de como sejam as coisas" (Magee, Bryan. *As ideias de
> > Popper. p.37*)
> >
> >
> > Um argumento é tautológico,
> >
> >
> > "... quando *se explica por ele próprio*, às vezes *redundante*ou
> falaciosamente. Por exemplo, dizer que 'o mar é azul porque reflete a cor
> > do céu e o céu é azul por causa do mar' é uma afirmativa tautológica." Da
> > mesma forma, "...um sistema é caracterizado como tautológico quando *não
> > apresenta saídas à sua própria lógica interna*". (Wikipédia)
> >
> >
> > Minha classificação em tautologia não ocorreu por indução, foi "um fato
> > psicológico, não lógico". (Magee, Bryan. *As ideias de Popper. p.22*).
> >
> > Forte Abraço,
> >
> > Em 5 de junho de 2011 10:43, Decio Krause <deciokra...@gmail.com
> >escreveu:
> >
> >> Alisson, veja o que acha (outros palpites por favor)
> >> Na verdade, a interessante "prova" divulgada pelo Walter encerra algo
> que
> >> Tarski já explicou há tempos quando falou em linguagens semanticamente
> >> fechadas. A terceira sentença está, digamos, em um nível distinto,
> >> metalinguístico, relativamente às demais (creio que Andrea se referiu a
> >> isso). Mas é bacana de qualquer jeito.
> >> Abraço,
> >> D.
> >>
> >> ________________________________
> >> Decio Krause
> >> Departamento de Filosofia
> >> Universidade Federal de Santa Catarina
> >> 88040-940 Florianópolis, SC -- Brasil
> >> deciokrause[at]gmail.com
> >> www.cfh.ufsc.br/~dkrause <http://www.cfh.ufsc.br/%7Edkrause>
> >> ________________________________
> >> "Você não está pensando. Está meramente sendo lógico!"
> >> (Bohr para Einstein)
> >>
> >>
> >>
> >>
> >>
> >>
> >> Em 04/06/2011, às 13:31, Álisson Linhares escreveu:
> >>
> >> Tautologia.
> >>
> >> Em 3 de junho de 2011 14:17, Decio Krause <deciokra...@gmail.com
> >escreveu:
> >>
> >>> Creio que o problema da prova é a autoreferência.
> >>> D.
> >>>
> >>> ________________________________
> >>> Decio Krause
> >>> Departamento de Filosofia
> >>> Universidade Federal de Santa Catarina
> >>> 88040-940 Florianópolis, SC -- Brasil
> >>> deciokrause[at]gmail.com
> >>> www.cfh.ufsc.br/~dkrause <http://www.cfh.ufsc.br/%7Edkrause>
> >>> ________________________________
> >>> "Você não está pensando. Está meramente sendo lógico!"
> >>> (Bohr para Einstein)
> >>>
> >>>
> >>>
> >>>
> >>>
> >>>
> >>> Em 03/06/2011, às 10:25, Marcelo Finger escreveu:
> >>>
> >>> > Bertrand Russell é capaz de dizer o que há de errado com esta prova.
> >>> >
> >>> > []s
> >>> >
> >>> > 2011/6/3 Walter Carnielli <walter.carnie...@gmail.com>
> >>> >
> >>> >> ==================================
> >>> >> Teorema: P =/= NP
> >>> >>
> >>> >> Prova>
> >>> >>
> >>> >> Considere, conjuntivamente  as  seguintes asserções:
> >>> >>
> >>> >> (A)  P =/= NP
> >>> >>
> >>> >> (B) Se  P =/= NP  então  NP =/= P
> >>> >>
> >>> >> (C) Exatamente uma destas trës asserções  é  verdadeira.
> >>> >>
> >>> >> É  claro  que  (B) é verdadeira, e que (C) não pode ser  verdadeira
> >>> >> (caso contrário, haveria  pelo menos duas asserções  verdadeiras).
> >>> >>
> >>> >> Portanto  (C) é falsa, e  daí  não é o caso que *exatamente*  uma
> das
> >>> >> trës asserções  seja  verdadeira. Em consequência, ou nenhuma delas
> é
> >>> >> verdadeira (o que  náo  é o  caso,  pois pelo menos (B)  é
> >>> >> verdadeira),  ou  duas delas são verdadeiras, a saber,  (A) e (B).
> >>> >>
> >>> >> Portanto  P =/= NP.
> >>> >>
> >>> >> ==============================
> >>> >>
> >>> >> O que está errado com este raciocínio?  A  única  crítica  é  que
> >>> >> este  argumento é  universal,  ou seja,  prova-se qualquer coisa
> >>> >> em lugar de (A).  Mas   por acaso  alguma noçao de demosnstraçao
> >>> >> exclui uma  tal;  "trivialidade demonstrativa"?
> >>> >>
> >>> >> Abs,
> >>> >>
> >>> >> Walter
> >>> >> ++++++++++++++++++++++++++++++++++++
> >>> >> Prof. Dr. Walter Carnielli
> >>> >> Director
> >>> >> Centre for Logic, Epistemology and the History of Science – CLE
> >>> >> State University of Campinas –UNICAMP
> >>> >> 13083-859 Campinas -SP, Brazil
> >>> >> Phone: (+55) (19) 3521-6517
> >>> >> Fax: (+55) (19) 3289-3269
> >>> >> e-mail: walter.carnie...@cle.unicamp.br
> >>> >> Website: http://www.cle.unicamp.br/prof/carnielli
> >>> >> _______________________________________________
> >>> >> Logica-l mailing list
> >>> >> Logica-l@dimap.ufrn.br
> >>> >> http://www.dimap.ufrn.br/cgi-bin/mailman/listinfo/logica-l
> >>> >>
> >>> >
> >>> >
> >>> >
> >>> > --
> >>> > Marcelo Finger
> >>> > Departamento de Ciencia da Computacao
> >>> > Instituto de Matematica e Estatistica
> >>> > Universidade de Sao Paulo
> >>> > Rua do Matao, 1010
> >>> > 05508-090    Sao Paulo, SP     Brazil
> >>> > Tel: +55 11 3091-9688, 3091-6135, 3091-6134 (fax)
> >>> > http://www.ime.usp.br/~mfinger
> >>> > _______________________________________________
> >>> > Logica-l mailing list
> >>> > Logica-l@dimap.ufrn.br
> >>> > http://www.dimap.ufrn.br/cgi-bin/mailman/listinfo/logica-l
> >>>
> >>> _______________________________________________
> >>> Logica-l mailing list
> >>> Logica-l@dimap.ufrn.br
> >>> http://www.dimap.ufrn.br/cgi-bin/mailman/listinfo/logica-l
> >>>
> >>
> >>
> >>
> >> --
> >> Álisson Gomes Linhares
> >> Graduado em Telemática
> >> Mestrando em Eng. de Transportes/PETRAN/UFC
> >>
> >>
> >> "As coisas são como são por que assim devem ser... ou são como são por
> nós
> >> acreditarmos que assim devem ser?"
> >>
> >> "Não sabendo que era impossível, foi lá e fez." - Jean Cocteau
> >>
> >>
> >>
> >>
> >
> >
> > --
> > Álisson Gomes Linhares
> > Graduado em Telemática
> > Mestrando em Eng. de Transportes/PETRAN/UFC
> >
> >
> > "As coisas são como são por que assim devem ser... ou são como são por
> nós
> > acreditarmos que assim devem ser?"
> >
> > "Não sabendo que era impossível, foi lá e fez." - Jean Cocteau
> >
> >
> >
> >
>
>
> --
> Álisson Gomes Linhares
> Graduado em Telemática
> Mestrando em Eng. de Transportes/PETRAN/UFC
>
>
> "As coisas são como são por que assim devem ser... ou são como são por nós
> acreditarmos que assim devem ser?"
>
> "Não sabendo que era impossível, foi lá e fez." - Jean Cocteau
> _______________________________________________
> Logica-l mailing list
> Logica-l@dimap.ufrn.br
> http://www.dimap.ufrn.br/cgi-bin/mailman/listinfo/logica-l
>



-- 
Carlos D Santos Jr., PhD
Research Fellow @ University of Nottingham
https://www.horizon.ac.uk/
_______________________________________________
Logica-l mailing list
Logica-l@dimap.ufrn.br
http://www.dimap.ufrn.br/cgi-bin/mailman/listinfo/logica-l

Responder a