Por enquanto não vejo qual lógica seria. Será que vemos prontamente lógicas (não-clássicas) para resolver paradoxos? Vejo sim o problema filosófico.
Mas, no caso a relevância está na implicação, ela só não garante a aceitação da implicação. Em 28 de novembro de 2012 15:04, Marcelo Finger <mfin...@ime.usp.br>escreveu: > Oi Tony. > > E v está propondo uma outra lógica (não clássica) para analisar este caso > em que falha a implicação e falha o argumento de relevância? > > Legal. Qual a cara desta lógica? > > []s > > > > 2012/11/28 Tony Marmo <marmo.t...@gmail.com> > >> Não, não chocou. Mas, veja que na literatura existe já a detecção do >> problema da relevância em exemplos como: >> >> >> - Se Sócrates é humano, então a bengala está no canto. >> - Sócrates é humano. >> - Modus ponens, a bengala está no canto. >> >> >> E a crítica é que esse tipo de implicação e o raciocínio é rejeitada >> pelas pessoas porque falha a relação de relevância entre o consequente e o >> antecedente na implicação. >> >> No caso do paradoxo da Independência da Holanda, a relação de relevância >> não ajuda. >> >> Agora, é claro que esse paradoxo é como o paradoxo do corvo, não tem >> somente questões matemáticas imediatamente visíveis. Mas, por séculos não >> se viram quais seriam os objetos matemáticos por detrás do Organon e houve >> até uma opinião aceite de que lógica e matemática nada teriam uma com a >> outra. >> >> Há, no caso que examino, o problema filosófico da verdade aceite, ainda >> que rejeitadas suas (possíveis) premissas e (possíveis) consequencias, >> mesmo que se mostre que um raciocínio perfeitamente lógico (clássico) possa >> ser construído em cima delas. E, no entanto, este seria aparentemente o >> problema causado pela falta de relevância. >> >> Em 28 de novembro de 2012 14:37, Marcelo Finger <mfin...@ime.usp.br>escreveu: >> >> Oi Tony. >>> >>> Como se resolve o paradoxo? Assim, ó: "a lógica da matemática e a >>> lógica do raciocínio médio humano são distintas". >>> >>> Chocou? Não devia. >>> >>> A lógica da matemática tende a ser a lógica clássica, onde vale (A -> >>> (B->A)). A lógica do raciocínio humano é e será tema de estudo por muiiito >>> tempo. Nenhum consenso a vista, nem no fato de existir uma lógica do >>> raciocínio humano. >>> >>> []s >>> >>> Marcelo >>> >>> >>> 2012/11/28 Tony Marmo <marmo.t...@gmail.com> >>> >>>> Caros Participantes >>>> >>>> >>>> >>>> Essa é uma experiência que eu observei de perto. Pessoas que aceitam >>>> como >>>> verdadeira uma proposição A, mas rejeitam simultaneamente a implicação >>>> tautológica A=>(B=>A) e inferir por modus ponens que B=>A, mesmo quando >>>> há >>>> uma relação de relevância entre A e B. >>>> >>>> >>>> >>>> A situação é a seguinte: numa cidade da Holanda, todos os anos, no mês >>>> de >>>> outubro, comemora-se a resistência dos habitantes, num cerco, contra >>>> tropas >>>> de Espanha pela independência, também dita libertação, da Holanda. >>>> Pergunte-se a um holandês “independência ou libertação do quê?” e ele >>>> responde normalmente “da Espanha”. Mas, em seguida tente tirar alguma >>>> ilação disso, tal como “se a Holanda se tornou independente da Espanha, >>>> então antes a Holanda era colônia da Espanha?” Automaticamente o mesmo >>>> holandês dirá “jamais”. Pergunte, então “era província da Espanha?” O >>>> mesmo >>>> holandês dirá “evidentemente que não”. Tente reformular uma vez mais a >>>> pergunta: “era possessão espanhola?” “Não mesmo”, dirá o holandês. Tente >>>> mais uma: “digamos então que a Holanda fazia parte da Espanha?” E o >>>> holandês: “Nunca fez, que absurdo!” Pela última vez, experimente mais >>>> uma >>>> reformulação da pergunta: “os espanhóis haviam invadido, dominado ou >>>> anexado a Holanda?” E o holandês sentenciará: “aha, eles que tentassem!” >>>> >>>> >>>> >>>> Eu várias vezes tentei colocar a questão para alguns na forma da >>>> implicação: >>>> >>>> >>>> >>>> [1] Se a Holanda lutou para se tornar independente da Espanha, então o >>>> fato >>>> da Holanda ter pertencido à Espanha implica que ela lutou para se tornar >>>> independente. >>>> >>>> >>>> >>>> Mesmo mostrando o raciocínio que teria de existir uma vez aceite a >>>> proposição “a Holanda lutou para se tornar independente da Espanha” e >>>> mesmo >>>> havendo uma conexão de relevância entre esta proposição e “o fato da >>>> Holanda ter pertencido à Espanha”, os holandeses tinham dificuldade de >>>> entender o raciocínio, dado que a ideia do país deles não ter sido >>>> independente é completamente repugnante. É como se “a independência da >>>> Holanda” fosse uma verdade que não pudesse ter nem premissa nem >>>> consequência. >>>> _______________________________________________ >>>> Logica-l mailing list >>>> Logica-l@dimap.ufrn.br >>>> http://www.dimap.ufrn.br/cgi-bin/mailman/listinfo/logica-l >>>> >>> >>> >>> >>> -- >>> Marcelo Finger >>> Department of Computer Science, Cornell University >>> >>> on leave from: >>> Departament of Computer Science, IME >>> University of Sao Paulo >>> http://www.ime.usp.br/~mfinger >>> >>> >> > > > -- > Marcelo Finger > Department of Computer Science, Cornell University > > on leave from: > Departament of Computer Science, IME > University of Sao Paulo > http://www.ime.usp.br/~mfinger > > _______________________________________________ Logica-l mailing list Logica-l@dimap.ufrn.br http://www.dimap.ufrn.br/cgi-bin/mailman/listinfo/logica-l