bica, tudo oq posso dizer é q acho uma pena a maneira como isso aconteceu... fica um grande e sincero abraço.

duende, não conseguirás arrumar inimigos tão facilmente assim. apesar de concordar em alguns aspectos com sua fala, a generalização é sempre um perigo.

abração a todos

cris



On 10/5/05, Daniel Duende Carvalho <[EMAIL PROTECTED]> wrote:
Bica... eu não tenho palavras para expressar a minha indignação pelo acontecido, mas não posso dizer que estou muito surpreso. Até onde conheço a Cultura Digital - como ela foi um dia, e como ela é hoje - não é surpreendente ver limadas ou afastadas as pessoas que tem uma forma diferente de pensar.

Me furtei de dizer isso em outras ocasiões, por achar desnecessário repetir as palavras de amigos com maior propriedade para dizê-lo, mas não posso mais me calar. O que era um experimento de ação livre e emergente, horizontal - a auto-entitulada Cultura Digital - tornou-se hoje um lugar de autocracia e egos inflados. A discussão e o questionamento, e sobretudo a alegria em se trabalhar e buscar a melhor forma, uma forma diferente e mais humana de se trabalhar, foram todos esquecidos. Hoje o que vejo, pelas brechas das portas tão fechadas para mim da Cultura Digital, é um ambiente onde todos trabalham estressados, tensos, se não magoados e amedrontados.  Há quem diga que o projeto é hoje uma piada. Eu compreendo aqueles que o dizem. Por trás do discurso de cultura livre, trabalho por tesão, inovação nas relações e nos modos de fazer, há uma realidade bem diferente. Seria uma piada, de fato, se não fosse tão sério e tão triste ver o rumo que tomou aquilo que já foi um dia também minha casa, e lugar de realizar meus sonhos.

Nós não cabemos em lugares assim, meu amigo e copoanheiro. Nós não nos damos a estes trabalhos. Não nos damos a falsos discursos, e não somos capazes de admitir tais idiossincrazias. Não somos, sobretudo, capazes de viver sob a égide da agressão velada do gerentismo e da egolatria que grassam no interior daquele ambiente.

É por isso que eu não coube lá. É por isso que você não cabe lá. Nosso lugar é outro lugar, onde a correria é de fato livre e alegre, meu amigo...
Cada um na sua e, oxalá, todos com o mesmo ideal.

Vou poupar palavras por hora, para evitar maiores conflitos.

A gente se encontra por aí, copoanheiro BIca.

E àqueles que já me detestavam veladamente, por bons motivos ou por motivos imaginários, presenteei um bom motivo para me detestar. Eu falei a verdade, falei o que penso, coisa que alguns aprenderam a abominar...
Ao menos termina aqui a hipocrisia.

Abraços do Daniel Duende.


On 10/5/05, Paulo Bicarato < [EMAIL PROTECTED]> wrote:
[EMAIL PROTECTED],

Esta é a mensagem que eu nunca quis escrever. Mas as coisas nem sempre são como a gente quer, e só me resta acatar decisões que fogem à minha alçada.

Foi uma curta, mas intensa experiência. Além das pessoas em si, abracei o projeto de coração, e me esforcei ao máximo para integrar-me a ele --ainda que, na verdade, eu tenha um certo envolvimento com boa parte de tudo isso há bem mais tempo do que muitos dos colegas. Se é pelo DNA antropológico, considero-me mais do que *impregnado* por tudo isso que vivemos. Há, porém, quem veja uma falta de sintonia, de minha parte, com a *química* de todo o projeto. Mas não me cabe, nem tenho condições de, avaliar a percepção de cada um.

Lamento, porém, que as coisas aconteçam dessa maneira, exatamente no momento em que me sinto em maiores condições de ampliar meu trabalho: hoje conheço melhor a estrutura do MinC, da SPPC e dos processos internos inerentes a qualquer *instituição*, que leva um tempo mínimo --esse breve período que (con)vivi aí na Cultura Digital. Isso, obviamente, considerando-se todo o modelo, se é que se pode chamar de modelo, caótico mas maravilhoso e revolucionário que permeia todo o trabalho.

E, infelizmente, vejo que é um momento delicado: as demandas com relação à comunicação, interna e externa, só tendem a crescer cada vez mais, como podemos observar pelas próprias listas. Mas cobrar resultados, em se tratando de comunicação, é sempre complicado --e é fácil cobrar demandas que não foram explicitadas desde o início, ou que foram decididas há poucos dias. E fica o dito pelo não dito. Comunicação é processo; não é *o que*, mas *como*.

Quero, e vou, acompanhar o andamento do projeto. Podem ter certeza de que torço pelo sucesso não só do projeto, mas de todos os envolvidos --incluindo todas as pessoas que não tive a oportunidade de conhecer pessoalmente, e que alimentam tudo isso com o trabalho de formiguinhas espalhadas por todos os Pontos de Cultura desse Brasilzão-sem-Frontêra e desse mundão-de-meu-Deus.

Boa sorte a [EMAIL PROTECTED] De onde eu estiver, podem contar com a minha torcida. Sou fã de vocês.

E, sim: estou triste, muito triste. Mas eu sou só um detalhe, e a alegria e o tesão de vocês, do projeto em si, é muito maior.

Amplexos,

Bicarato



--
Daniel Duende Carvalho
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