Vamos continuar o seu raciocínio.
Seja b(z) o conjugado do número complexo z.
Sabemos que vale <Tu,v>=<u,T*v> para u,v em V. Se fizermos u=v temos
<Tv,v>=<v,T*v>=b(<T*v,v>)=<T*v,v> e obtemos que
<Tv-T*v,v>=0 para todo v em V, esta é a parte do seu raciocínio. Faça
B=T-T*, e queremos verificar que B=0 observe primeiro que B*=(T-T*)*=-B.

E sabemos que <Bv,v>=0 para todo v em V.  Suponha que v=u+w então
0=<Bv,v>=<B(u+w),u+w>=<Bu,w>+<Bw,u> e daí <Bu,w>=-<Bw,u>=<-Bw,u>=<B*w,u>,
para todo u,w em V. Por outro lado como <Bu,w>=<u,B*w> para todo u, w em V.
Comparando as duas igualdades temos que <Bu,w> é real para todo u e w em V.

E daí <Bu,w>=<w,Bu> para todo u,w em V e faça  w=iBu, i é o número
complexo.
e temos -||Bu||^2=||Bu||^2, logo Bu=0 para todo u em V. E portanto B=0=T-T*
e temos T=T*.

[]
Jones


2011/5/7 Samuel Wainer <sswai...@hotmail.com>

>  Olá,
> Obrigado pelo esclarecimento,
> mas eu ainda fiquei com uma pulga atrás da orelha. O que acontece se meu
> operador não tem vetor próprio diferente de zero?
> Por que eu quero mostrar que T - T* = 0, portanto (T-T*)(v) = 0 para todo v
> em V. Mas se eu tenho um vetor prórpio <(T-T*)(vp),vp> = 0 =>( T - T*)(vp) =
> 0.
> Estou um pouco perdido.
> Obrigado
>
> > Date: Sat, 7 May 2011 08:05:03 +0200
> > Subject: Re: [obm-l] problema estranho
> > From: bernardo...@gmail.com
> > To: obm-l@mat.puc-rio.br
>
> >
> > 2011/5/7 Samuel Wainer <sswai...@hotmail.com>:
> > > Se V é um C espaço vetorial, com produto interno e T:V - > V
> > > Mostrar que se <T(v),v> pertencce aos reais para todo v em V, então T =
> T*
> > > (adjunto)
> > >
> > > Se <T(v),v> = <v,T*(v)> para todo v em V
> > > portanto <v,T(v) - T*(v)> = 0 para todo v em V
> > > agora vem minha dúvida, isso implica que T(v) - T*(v) = 0 para todo v
> em V
> > Veja que, a princípio, você apenas pode concluir que T(v) - T*(v) é
> > ortogonal (enfim, no sentido do produto hermitiano, mas é quase a
> > mesma coisa) a v. O que quer dizer que sobra muito espaço para o T(v)
> > passear.
> >
> > Acontece que <v,A(v)> tem mais informação do que só isso, justamente
> > por ligar v e a sua imagem.
> >
> > Vamos pensar num caso bem conhecido (e real) para ter uma idéia do que
> > está acontecendo. Seja A um operador linear simétrico. Assim, você
> > pode diagonalizar, e, o que é mais importante, você têm vetores
> > próprios. Seja u um vetor próprio de A, lambda o valor próprio
> > associado, ou seja, Au = lambda * u (lembre-se, lambda é real). Assim,
> > <u, Au> = <u, lambda*u> = lambda*<u,u> = lambda *||u||^2. Se <v, Av> =
> > 0 para todo v, em particular para os vetores próprios, você conclui
> > que todos os valores próprios são 0. Como a matriz é simétrica, ela é
> > nula. (Se não fosse simétrica, você podia ter uma parte nilpotente; se
> > você nunca ouviu falar nisso, não se preocupe)
> >
> > Observação: a minha idéia pra resolver esse problema vem do fato que
> > <v, Av> mede o quanto A "dilata" os vetores. Sendo mais claro, se
> > ||v|| = 1, você tem que <v, Av> pertence ao intervalo delimitado pelos
> > menor e maior valores próprios de A. Isso é basicamente o fato que <u,
> > Au> = lambda_u se u é um vetor próprio, e umas desigualdades. Assim,
> > quando eu me lembrei disso, eu pensei "Puxa, na verdade T - T* dilata
> > sempre 0. Estranho, deve dar pra concluir daí."
> >
> > O caso complexo é exatamente igual, trocando simétrico por
> > auto-adjunto, produtos internos por produtos hermitianos. E, o que é
> > importante, é que A = T - T*, mesmo sem ser auto-adjunta (ela é
> > "anti-auto-adjunta", A* = -A), ela é normal (AA* = A*A) e você ainda
> > consegue diagonalizar sobre C.
> >
> > > Pois daí T = T*
> >
> > Abraços,
> > --
> > Bernardo Freitas Paulo da Costa
> >
> > =========================================================================
> > Instruções para entrar na lista, sair da lista e usar a lista em
> > http://www.mat.puc-rio.br/~obmlistas/obm-l.html
> > =========================================================================
>

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