Oi, obrigado. Estou com uma dúvida. Qual a definição de g_n(x) se 0 < d(x, x_n) <= r/3?
Abraços Artur Costa Steiner Em 16/01/2013, às 22:40, Bernardo Freitas Paulo da Costa <bernardo...@gmail.com> escreveu: > 2013/1/16 Artur Costa Steiner <steinerar...@gmail.com>: >> Esse assunto não é muito popular aqui na lista, mas não chega a ser off >> topic, certo? >> >> Queremos provar o seguinte: se (X, d) é um espaço métrico tal que toda >> função contínua de X em R (R com a métrica euclidiana usual) for limitada, >> então X é compacto. >> >> Isso é bem fácil de provar nos espaços, como os euclidianos, que satisfaçam >> à condição de Heine Borel, segundo a qual todo conjunto fechado e limitado é >> compacto. Mas isso não é regra geral. O que é geral é que um espaço métrico >> é compacto se, e somente, for completo e totalmente limitado. Com base >> nisso, a minha abordagem, ainda incompleta, é: >> >> Se X não for compacto, então X não é completo ou não é totalmente limitado. >> Vamos ver os dois casos, raciocinando por contraposição. >> >> Se X não for completo, existe então em X uma sequência de Cauchy (u_n) que >> não converge. Definamos a função g de X em R dada por g(x) = lim d(x, u_n). >> Esta definição faz sentido, pois como (u_n) é Cauchy, então (d(x, u_n)) é >> Cauchy em R, logo convergente. E esta função g é contínua. De fato, se x1 e >> x2 estão em X, então, para todo n, >> >> d(x1, u_n) <= d(x1, x2) + d(x2, u_n) >> d(x2, u_n) <= d(x2, x1) + d(x1, u_n) >> >> Temos então que |d(x1, u_n) - d(x2, u_n)| <= d(x1, x2) . Tomando o limite >> quando n --> oo, obtemos |g(x1) - g(x2)| <= d(x1, x2), o que mostra que g é >> até mesmo Lipschitz. >> >> Para todo x, g(x) > 0. Se para algum x tivéssemos g(x) = 0, (u_n), >> contrariamente à hipótese, convergiria para x. >> >> Temos também que lim m--> g(u_m) = 0. Para vermos isto, observemos que, como >> (u_n) é Cauchy, para todo eps > 0, existe k tal que d(u_m, u_n) < eps para >> todos m, n > k. Mantendo m fixo, obtemos lim n --> oo d(u_m, u_n) = g(u_m) >> < eps para todo m > k. Logo, lim g(u_m) = 0. >> >> Assim, conseguimos fazer g(x) > 0 tão perto de 0 quanto desejado. Desta >> forma, definindo-se f = 1/g, obtemos uma função contínua (pois g é contínua) >> e ilimitada. >> >> Se X não for totalmente limitado, então existe r > 0 tal que não é possível >> cobrir X com uma coleção finita de bolas abertas de raio r. Isto implica, >> por meio de um raciocínio indutivo, wue existe em X uma sequência infinita >> (x_n) tal que a distância entre quaisquer 2 elementos distintos de K = {x_1, >> x_2, x_3, ....} é >= r. K não tem pontos de acumulação, logo é fechado, além >> de ser infinito. Se definirmos f de K em R por f(x_n) = n, obtemos uma >> função ilimitada e trivialmente contínua, pois K não possui pontos de >> acumulação. É possível chamar o Teorema da Extensão de Tietze para >> estendermos f para X obtendo uma função contínua e ilimitada? Eu estou >> empacado aqui. Não sei se estou no caminho certo. > > Bom, não precisa disso tudo, eu acho. Claro que a idéia é por aí, mas > dá pra "fazer na mão". > > Considere as seguintes funções (de Uryson) : g_n = 1 em x_n, g_n(x) = > 0 para d(x,x_n) > r/3. Defina agora a função > g(x) = soma n*g_n(x) > > 1) A soma é localmente finita. > Com efeito, se g_n(x) e g_m(x) são diferentes de zero, d(x,x_m) < r/3 > e d(x,x_n) < r/3, logo d(x_m,x_n) < 2r/3, absurdo. > > 2) A convergência é, portanto, localmente uniforme. > Em cada ponto x, existe uma vizinhança V(x) onde a soma contém um termo. > > 3) Logo a função limite g(x) é contínua > > > Eu acho que dá pra adaptar essa idéia pra mostrar o TET com f: K -> R > ilimitada, partindo apenas do caso f : K -> [0,1]. Tipo uma seqüência > crescente K_n = f^(-1)[0,n], funções h_n extensões de f restrita a > K_n, etc. O detalhe chato é garantir que as extensões sucessivas são > compatíveis, o que foi fácil no meu caso, porque K era totalmente > descontínuo. Mas acho que, na verdade, basta estender f a fechados > cada vez maiores. Assim, h_n não é compatível com h_{n+1} em F_n (uma > outra seq de compactos, contendo os K_n e cada vez mais do X), mas é > em F_{n-1}. Assim, a gente teria uma "convergência uniforme em todos > os compactos" de X, e portanto o limite é contínuo. Tem que formalizar > um pouco mais. > > Abraços, > -- > Bernardo Freitas Paulo da Costa > > ========================================================================= > Instruções para entrar na lista, sair da lista e usar a lista em > http://www.mat.puc-rio.br/~obmlistas/obm-l.html > ========================================================================= ========================================================================= Instru��es para entrar na lista, sair da lista e usar a lista em http://www.mat.puc-rio.br/~obmlistas/obm-l.html =========================================================================