Oi Pedro e Pedro, e demais colegas da OBM-L Eu também nunca lera a definição de elipses através da razão entre as distâncias. Achei interessante, porque talvez permita "interpolar" entre elipses, parábolas e hipérboles. Mas até hoje, todas as definições que eu vira de elipses (inclusive a da soma das distâncias) incluíram círculos. Mas, como talvez tenha desejado indicar o Pedro Fonini, o importante é *para que serve a definição*. No caso das elipses, é muitas vezes importante incluir os círculos com elas, por exemplo para o teorema de álgebra linear que ele citou. Talvez o caso da definição por razão das distâncias indique um outro caminho, mas aí minha impressão é que o caso seria que a reta diretriz está no infinito para os círculos (o que, mais uma vez, reforça a unidade das cônicas no plano projetivo).
Acho que o mais comum, *hoje em dia*, é definir elipses de forma a incluir os círculos. Talvez isto invalide a definição que você deu via razões, que passa a ser um teorema apenas para as elipses com dois focos distintos. Mas, por outro lado, permite generalizar de forma mais natural outros teoremas para os quais a inclusão dos círculos como elipses simplifique o enunciado. Talvez você prefira a definição por razões, mas voltando às origens das cônicas, onde a "classe" é determinada pela posição relativa do plano secante com relação ao cone gerador, acredito que a inclusão dos círculos junto com as elipses seja totalmente razoável. Cônicas suaves me parecem um assunto avançado; esta terminologia mesmo já faz pensar em funções (infinitamente) diferenciáveis, etc, típicas o ensino superior. Do ponto de vista da geometria algébrica, uma cõnica é definida como zeros de um polinômio P(x,y) de grau dois, então esta "definição" não pode servir para separar quem seja suave e quem não seja. Se há uma diferença entre um círculo e duas retas que se intersectam, não é pela regularidade da função que os define implicitamente: num caso é x^2 + y^2 = 1, no outro, xy = 0. O que acaba servindo é a definição de "variedade suave". E daí eu estaria puxando mais ainda para temas universitários... On Wed, Dec 4, 2019 at 9:33 PM Pedro José <petroc...@gmail.com> wrote: > > Boa noite! > As retas são cônicas degeneradas. Mas são cônicas. > Definição de cônica : Dada duas retas g,l concorrentes (cuja interseção é > {V} no |R3 que não sejam perpendiculares e um plano Pi. A interseção desse > plano com o cone K, reto de vértice V e eixo l , obtido pela rotação da reta > g ao redor do ponto V é uma cônica. Podemos ter uma reta, duas retas ou um > ponto como cônicas degeneradas. > Você poderia até ter mencionado o conjunto vazio que não é uma cônica. > x^2+y^2=-1. > Mas na verdade, eu não me expressei com rigor, o que queria dizer é que se > escrevermos a função quadrática F(x,y)= 0, que represente a cônica > (degenerada ou não) F(x,y) é suave? Ou as cônicas suaves devem ser não > degeneradas apenas? > Outrossim, discordo do seu argumento "...geralmente é mais útil que as > definições dos objetos importantes não excluam os casos particulares.." > Geralmente não é o balizador e sim a definição. > 1 não é primo. Pois define-se que um primo deve ter dois divisores positivos > e 1 só possui um. Poderia argumentar, na sua linha, os dois divisores > coincidentes (os que afirmam é divisível por si e pela unidade) > O quadrado por definição está claro que é retângulo. > A definição da elipse é de que a soma das distâncias a dois pontos fixos (e > não um) é constante. Aí tem a forçação de se considerar dois como um só. Não > existe dois pontos coincidentes. Se são dois são distintos. Podemos > representar algo de várias maneiras mas se são iguais é só um, representado > de várias maneiras. Qual o cardinal do conjunto de focos de uma elipse, no > caso de você aceitar a elipse com um único foco? > Como é a prova que só existe um vazio. Por hipótese há mais de um vazio, > vazio1 e vazio2 e no fim chega-se a conclusão que vazio1 = vazio2 e portanto > absurdo.Ora, podemos ter vazios coincidentes. > Amigo, você afirma: "Nunca vi ninguém definir elipse de uma forma que exclua > os círculos." > Você nem se deu ao trabalho de ler a minha nota, antes de comentar, ou então > me corrija se o círculo atende à: > Lugar geométrico do plano em que a razão entre a distância de um ponto ao > foco direito e a distância entre esse ponto e uma reta (diretriz direita) é > constante e menor que 1 e igual a excentricidade da cônica. > Como a excentricidade da circunferência é zero, teríamos que ter um ponto > fixo em que a distância de cada ponto da circunferência até esse ponto fosse > zero. E se na definição tem foco direito está implícito que há um esquerdo. > Vale a definição para foco esquerdo. Só atenderia se considerarmos o ponto > como uma circunferência de raio zero. E só para esse caso e ainda aceitarmos > que quando há só um foco ele tanto é direito quanto esquerdo. Grato pelos > comentários. Mas as dúvida persistem. > > Saudações, > PJMS > > > > Em qua., 4 de dez. de 2019 às 19:59, Pedro Angelo <pedro.fon...@gmail.com> > escreveu: >> >> Em matemática, geralmente é mais útil que as definições dos objetos >> importantes não excluam os casos particulares. Um quadrado é um >> retângulo? Se vc quiser que a definição de "retângulo" inclua somente >> quadriláteros com ângulos retos que não sejam quadrados, vc tem que >> explicitar a parte do "não sejam quadrados" na definição. A definição >> mais simples, "retângulo é um quadrilátero cujos ângulos são todos >> retos" (como o nome já diz!) inclui o quadrado como caso especial. Uma >> coisa parecida ocorre com a elipse. Se vc quiser excluir o círculo, vc >> teria que especificar na definição que vc quer focos distintos. A >> definição mais simples, que cita os focos como sendo "dois pontos", ao >> invés de "dois pontos distintos", inclui o círculo como caso especial. >> E é útill que inclua mesmo. Por exemplo, se vc pensar o círculo como >> sendo um tipo especial de elipse, vc pode enunciar o seguinte teorema: >> "A imagem de uma elipse por uma transformação afim é outra elipse." >> Mas se vc achar que um círculo não é uma elipse, então o teorema (da >> forma que foi enunciado) não vale mais. A questão é que praticamente >> qualquer propriedade interessante apresentada por "elipses >> não-circulares" também será compartilhada pelos círculos. É raro em >> matemática vc precisar de uma elipse que seja proibida de ser um >> círculo. Nunca vi ninguém definir elipse de uma forma que exclua os >> círculos. >> >> Sobre a suavidade: da forma que vc escreveu, eu diria que está um >> pouco ruim. Por exemplo, a função >> F(x,y)=x^2-y^2 >> é uma função suave (vc consegue calcular dF/dx e dF/dy, por exemplo). >> Mas vc diria que a equação F(x,y)=0 é uma "cônica suave"? Repare que >> essa equação descreve duas retas que se cruzam na origem. Outras >> funções problemáticas são F(x,y)=x^2+y^2 e F(x,y)=0. >> >> Se F(x,y) é um polinômio de segundo grau em x e y, então F(x,y)=0 é >> uma cônica, e eu diria que essa cônica é "suave" se nenhum dos pontos >> dela (pontos (x,y) tais que F(x,y)=0) satisfaz ao mesmo tempo dF/dx=0 >> e dF/dy=0. O fato de pelo menos uma das derivadas parciais de F ser >> não-nula garante que não encontraremos problemas como os do parágrafo >> acima. >> >> abraços! >> >> >> Le mer. 4 déc. 2019 à 19:10, Pedro José <petroc...@gmail.com> a écrit : >> > >> > Boa noite! >> > Estou dando uma repassada nas cônicas para auxiliar um filho de um amigo. >> > Dúvidas quanto à cônicas. >> > Alguns trabalhos até de mestrandos apontam a circunferência como sendo uma >> > elipse, um caso particular. >> > Aprendera que o limite de uma elipse quando a distância entre os focos >> > tendesse para zero era uma circunferência, não obstante a circunferência >> > não é uma elipse. >> > A elipse tem dois focos. O que não ocorre na circunferência. >> > A elipse pode ser definida como o lugar geométrico do plano em que a razão >> > entre a distância de um ponto ao foco direito e a distância entre esse >> > ponto e uma reta (diretriz direita) é constante e menor que 1 e igual a >> > excentricidade da cônica. >> > A circunferência não suporta tal definição. >> > Vejo muitos autores chamarem cônicas suaves.Significa que se escrevermos >> > uma equação quadrática com F(x,y)=0 a função F(x,y) é suave? >> > >> > Grato! >> > >> > Saudações, >> > PJMS. >> > >> > -- >> > Esta mensagem foi verificada pelo sistema de antivírus e >> > acredita-se estar livre de perigo. >> >> -- >> Esta mensagem foi verificada pelo sistema de antivírus e >> acredita-se estar livre de perigo. >> >> >> ========================================================================= >> Instru�ões para entrar na lista, sair da lista e usar a lista em >> http://www.mat.puc-rio.br/~obmlistas/obm-l.html >> ========================================================================= > > > -- > Esta mensagem foi verificada pelo sistema de antivírus e > acredita-se estar livre de perigo. -- Bernardo Freitas Paulo da Costa -- Esta mensagem foi verificada pelo sistema de antiv�rus e acredita-se estar livre de perigo. ========================================================================= Instru��es para entrar na lista, sair da lista e usar a lista em http://www.mat.puc-rio.br/~obmlistas/obm-l.html =========================================================================