Ricardo L. A. Banffy wrote:
> Política compensatória não resolve o problema. Pior que isso - esconde o
> problema e, por isso, torna-o ainda mais difícil de resolver.

Muito pelo contrário. Não criar eventos para tratar gênero e tecnologia
e ensinar aos outros sobre isso, não compartilhar experiências com os
outros homens e mulheres que, como você, parecem que não entendem nada
da questão, e principalmente, não criar políticas compensatórias para
corrigir os erros do passado ao invés de fingir que nunca erramos como
sociedade. Isso sim é ignorar o problema.

> Preconceito se resolve com educação e eu tenho um enorme respeito por
> todos aqueles que, com o próprio esforço, conseguiram fazer esse
> trabalho. Mas eu volto a dizer - preconceito não é um problema que se
> resolve de cima pra baixo. Há um bom número de guerras civis que começam
> assim.

Pelo jeito não é resolvível com educacão somente, e suas mensagens
parecem me deixar bem claro isso.

Outro ponto que eu queria compartilhar que para mim pode explicar um
pouco da imensa diferenca entre participacão de homens e mulheres em
Software Livre, que é ainda pior que no mundo proprietário.

O homem, em sua criacão, vê a tecnologia desde cedo como uma diversão.
Ele aprende que é muito divertido brincar com um videogame, brinquedos
eletronicos, e tardiamente computadores. A mulher, salvo as excessões
como eu, Fabs e outras, aprendem tecnologia como uma profissão, nas
universidades. E infelizmente o mundo das universidades é o mundo do
software proprietário. Isso muda a relacão entre homens e tecnologia e
mulheres e tecnologia. Por isso, dar a oportunidade de compensacão
financeira no trabalho por uma causa política como é o Software Livre,
funciona como maneira de aproximar estas pessoas do movimento.

Um exemplo claro que isso funciona (não vou dizer que eu concordo ou
não), é a política de contratacão da FSF nos Estados Unidos. Eles não
contratam pessoas da comunidade. Eles somente contratam pessoas que não
sabem o que é Software Livre. Vendo exemplos como Janet Casey, John
Sullivan e David Turner, eu acredito que a escolha não foi de toda
burra, porque nos presenteou estes talentos que hoje lutam pela
liberdade e não abrem mais mão dela. Mesmo que deixem a FSF como emprego
em algum momento, como já aconteceu com Janet e vai acontecer com David
no final do ano.

Muitas pessoas, muitas mulheres, não sabem o que é o Software Livre. E
compensá-los por um pequeno período de tempo por seu trabalho pode nos
trazer muito mais benefícios como retorno deste investimento.

E obviamente, dizer que programas como o da GNOME (não é do Google), que
esfregam na cara de todos nós que temos problemas de inclusão de gênero
na nossa área, estão ignorando o problema de gênero é no mínimo
contraditório.

Fernanda


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