Patolão, 

> 2016-02-11 17:55 GMT-02:00 < anah...@anahuac.eu > :

>> Não pertenço ao coletivo Curitiba Livre e sei que devo estar sendo muito 
>> ousado
>> em pedir isso, mas sugiro reavaliarem o conteúdo buscando formas de deixar
>> claro que não estão apoiando a instalação de softwares não livres, que 
>> repudiam
>> a ação dos fabricantes de hardware que não disponibilizam os drivers livres,
>> que não pretendem instalar outros softwares não livres como flash, chrome,
>> moonlight, steam ou netflix.... sei lá... deixem claro que talvez e só 
>> talvez,
>> ativar UM blob não livre para deixar a wifi é aceitável mas não qualquer
>> software não livre... mas do jeito que está, é péssimo.
> Você chegou ao ponto que eu queria: instalar um driver de wifi proprietário
> pode, mas as outras coisas não pode? Por quê?

Eu não disse que pode, disse que parece menos "menos pior" :-) 
A minha posição pública é permitir que haja um certo grau de incoerência SE o 
grupo achar que deve tê-lo. Eu não acredito nas campanhas puristas como as 
levadas adiante pelo Stallman ou Oliva porque não temos ativistas suficientes 
para isso , portanto, seremos discriminados e taxados de xiitas. Em seguida 
enviados para o ostracismo. 

Tenho buscado fomentar o debate e provocado ao máximo para ver se conseguimos 
dar um passo na direção certa do alinhamento ideológico do Software Livre. 
Infelizmente você e outros companheiros são muito mais tolerantes e 
complacentes com a instalação de softwares não livres do que com o debate. 

Meu desejo pessoal é que o FLISOL instale somente Software Livre, mas entendo 
que podemos dar um passo de cada vez. Eu acho que se todos os FLISOL do Brasil, 
assumissem o compromisso de instalar apenas os blobs não livres das placas de 
wifi seria um tremendo avanço. Assim deixaríamos outros famosos softwares não 
livres de fora. Isso provocaria um lindo debate e a necessidade prática de 
mostrar aos usuários novatos o tanto que os softwares não livres são 
perniciosos. E também mostraria um sinal de tolerância da nossa parte por ter 
colocado a wifi dele para funcionar. 

> Sei que você fez isso, e é um "balanço" que achou entre pragmatismo e teoria. 
> E
> por que todo mundo tem que adotar o mesmo balanço que você? Você não enxerga
> que cada pessoa tem um balanço diferente neste sentido e para o computador ser
> útil pra elas, devido às alternativas existentes, elas podem ter que usar mais
> do que apenas o seu "aceitável" driver de wifi?

Sem dúvida! E esse é o debate. Mas quem parece que você está sempre tendendo ao 
8 ou 80! 
Porque se deixarmos a interpretação absolutamente aberta, sem limites, para que 
cada voluntário ou organizador decida o que é ou não aceitável terminamos 
favorecendo a instalação de software não livre e não à sua limitação. 
Estou partindo do pressuposto de que estamos interessados em chegar ao FLISOL 
sem nenhum software não livre, certo? 

> E aí ela vai em um festival desses e é informado a ela que como ela não é pura
> de coração e tem essas necessidades demoníacas, os instaladores não darão a 
> ela
> o que ela precisa pra funcionar, apenas o que passa no crivo de pureza
> ideológica estrita.

Quase isso. Mas não precisa apelar para eufemismos religiosos. Fica ridículo. 
Ela deve ser esclarecida de que não é um problema do Software Livre, mas do 
fabricante do hardware. É como comprar um carro a gasolina e depois brigar com 
o frentista do posto que se recusa a encher o tanque com Diesel. 

> Talvez ela até aceite, intimidada em discordar porque afinal é um festival de
> "SOFTWARE LIVRE!!!!",

Mas ela foi até lá sabendo que se trata de um festival de software livre. Ela 
não foi buscado qualquer coisa alternativa ao que ela já tem. 

> mas vai chegar em casa, esquecer esse assunto, instalar Windows já que tudo
> funciona nele e passará a achar que essa coisa de software livre é bobagem e
> não tem legitimidade nenhuma.

Pode ser. Esse é o risco que devemos correr quando somos alinhados com nossos 
ideais. 
Se não acontece exatamente o oposto: ela vai para casa feliz da vida por ter um 
sistema que não é livre e que acha que é livre, sem ter nenhuma ideia do que é 
ou não livre. Então ela passará a ignorar essas questões ideológicas e a 
importância da liberdade do software e passará a priorizar o "se funcionar ta 
beleza"! 

> E por outro lado, imagine o instalado colocando um lindo Ubuntão pra pessoa, 
> com
> alguns drivers e blobs (sempre bem explicados) que permitem que tudo funcione.

No caso do Ubuntu não é "só" isso. Tem todos os demais programas não livres, os 
supositórios de softwares não livres, o spyware e a filosofia da distribuição 
de que "funcionar" é mais importante do que ser livre. 

> A pessoa explica: "ainda não temos substituos bons e com bom desempenho pra
> essas partes aqui, quem sabe algum dia você contribui pra isso? nem que seja
> pressionando seus fabricantes. As empresas costumam capitular quando seus
> clientes fazem pressão!"

As pessoas comuns não ligam para isso e não pressionam os fabricantes se o 
equipamento estiver funcionando. Uma vez que se deixe ele funcionando, se perde 
a capacidade de provocar indignação. Simples assim. 
Ela vai para casa com pensado assim: "Então os caras lá me disseram que tinha 
um lance que não ia funcionar, mas dai deram um jeito e me disseram para 
reclamar com o fabricante.... mas ta funcionando e é isso que importa". 

> Saímos com uma pessoa consciente, que passa a conviver e entender não só com 
> os
> benefícios do software livre, mas com alguns alvos que ainda têm que ser
> conquistados. Quiçá uma pessoa que se torne também ativista e ajude, sem
> radicalismos e falta de empatia.

Essa é a mais doce ilusão OSIsta. Foi esse conto de fadas que nos contaram nos 
últimos 10 anos e estamos agora na situação em que estamos: 99% dos ativistas 
tendo que instalar e usar softwares não livres para fazer seus computadores 
funcionarem. E 90% dos ativistas defendendo a disseminação de softwares não 
livres como trampolim para beneficiar o Software Livre... é quase como 
distribuir cigarros para combater o tabagismo :-p 

Eu não caio mais nessa e como sei que você não é moleque, nem ingênuo, só me 
resta acreditar que age de ma fé, seja em benefício próprio ou de corporações 
que tem interesses de disseminar o uso de software não livre e enganar 
deliberadamente os incautos. 

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