[obm-l] Regressão linear

2002-01-22 Por tôpico Vinícius Damaso



Caros amigos,

Podemos utilizar a técnica da regressão linear para 
analisar a relação entre duas variáveis. Mas a minha dúvida é a seguinte: qual é 
a origem do nome REGRESSÃO, isto é, por que a técnica é chamada de REGRESSÃO 
linear?

Desde jáagradeço, e um abraço a 
todos,

Damaso.


Re: [obm-l] Mais Cardinalidade

2002-01-22 Por tôpico Rogerio Fajardo


Cardinalidade alef 0 é a cardinalidade dos conjuntos enumeráveis (isto é, 
que têm bijeção com os naturais). É a menor cardinalidade que existe para 
conjuntos infinitos.

A próxima cardinalidade infinita, imediatamente após alef 0, é o alef 1. 
Depois vem o alef 2, o alef 3 e assim por diante. Depois de tudo isso vem o 
alef w (leia-se: alef omega), onde w, em teoria dos conjuntos, é o conjunto 
dos naturais, que também é o número ordinal que vem depois de todos os 
naturais (representa o infinito, que é maior que todos os naturais). Depois 
vem alef w+1, onde w+1 é o ordinal que vem imediatamente após w, depois 
temos w+2, w+3,..., w+w=2w, 2w+1,..., 3w,...,4w,...,ww=w^2,...,w^w,..., etc. 
Para estudar os números cardinais, é necessário, primeiro, estudar os 
cardinais. De modo geral, os ordinais generalizam a idéia da contagem. Todos 
os conjuntos bem ordenados (i.e., conjuntos em que todos os seus 
subconjuntos possuem um menor elemento) são isomorfos a algum ordinal (há 
uma bijeção que preserva a ordem).

A cardinalidade c é a cardinalidade dos reais. A hipótese do contínuo afirma 
que não há conjunto infinito cuja cardinalidade é maior que alef 0 e menor 
que c, isto é c=alef 1. Mas a hipótese do contínuo é independente do ZFC, 
não podemos demonstrar que é verdadeiro nem falso.
Quanto o que vc falou do conjunto das partes, a hipótese do contínuo 
generalizada diz exatamente o que vc imaginou: alef n+1 é a cardinalidade do 
conjunto das partes de um conjunto de cardinalidade alef n (observe que 
existe uma bijeção entre os reais e as partes dos naturais). Mas isso não 
pode ser provado, é independente do ZFC. Pode ser que o conjunto das partes 
dos naturais tenha uma cardinalidade muito maior que alef 1.

Existe uma teoria muito interessante sobre os grandes cardinais (eu não a 
conheço). A existência de grandes cardinais também é independente do ZFC.

O Halmos tem um capítulo bem explicativo sobre números ordinais (devem ser 
estudados antes dos cardinais), mas relaciona pouco lógica com teoria dos 
conjuntos (fala pouco da independência da hipótese do contínuo, os grandes 
cardinais, etc). Para isso, você precisa consultar um livro mais avançado de 
lógica e teoria dos conjuntos. Acho que o livro indicado pelo Paulo (O 
teorema de Godel e a hipotese do continuo) seja ideal. Para suas dúvidas 
iniciais, que envolve só teoria dos conjuntos, recomendo o Halmos, para um 
primeiro estudo (obs.: tem tradução, Teoria ingênua dos conjuntos, mas 
parece que a edição mais antiga tem uma tradução melhor).

Rogério

From: Carlos Maçaranduba [EMAIL PROTECTED]
Reply-To: [EMAIL PROTECTED]
To: [EMAIL PROTECTED]
Subject: [obm-l] Mais  Cardinalidade
Date: Mon, 21 Jan 2002 12:33:36 -0300 (ART)

estou lendo algo sobre isso..gostaria de alguns
esclarecimentos Quais são os conjuntos de
cardinalidade alef zero??e alef mais c???Quer dizer
que temos 3 conjuntos infinitos com cardinalidades
diferentes (c , alef e alef mais c)???

No livro que eu estou olhando ele prova que a
cardinalidade do conjunto das partes de um conjunto x
é  maior que a cardinalidade do conjunto x.Entao se eu
conseguir uma função bijetora entre um conjunto y e o
conjunto das partes de x é a mesma coisa que dizer que
a cardinalidade de y é maior que a de x???è assim que
ele chega a alef???Qual o conjunto que originou o
conjunto das partes no qual é o contradominio da
função bijetora no qual tem os irracionais como
dominio???entendeu onde quero chegar??pode ser que eu
entendi errado é que o livro é em ingles e a notação é
muito complicadafico grato por quem puder
esclarecer sobre isso




  --- Nicolau C. Saldanha
[EMAIL PROTECTED] escreveu:  On Thu,
Dec 27, 2001 at 02:07:52PM -0200, Vinicius
  José Fortuna wrote:
   Ué, eu sempre entendi que a cardinalidade de um
  conjunto fosse o número de
   elemento do mesmo.
  
   Se dois conjuntos possuem infinitos elementos, eu
  achava que a
   cardinalidade fosse a mesma. Alguém tem um
  conceito mais preciso de
   cardinalidade?
 
  Cantor. :-)
 
  Cantor começou uma revolução na matemática ao
  descobrir que uns infinitos
  são maiores do que outros. Dois conjuntos A e B têm
  o mesmo cardinal
  (segundo Cantor) se existir uma bijeção entre A e B.
  O cardinal de A
  é menor do que o de B se existir uma função injetora
  de A para B mas
  não existir uma bijeção. Cantor demostrou que
 
   |N| = |Z| = |Q| = |A|  |R| = |C|
 
  onde estes são os conjuntos de números naturais,
  inteiros, racionais,
  algébricos, reais e complexos. Em particular, isto
  demonstrava a
  existência de números transcendentes (não
  algébricos), novidade na época.
 
  Tudo isto está em Naïve Set Theory de Halmos (e em
  um milhão de outros
  lugares).
 
  []s, N.

___
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Fw: [obm-l] Duvida em exponencial

2002-01-22 Por tôpico Ralph Teixeira

 Oi, Vicente.

 Que eu saiba, nao existe maneira de resolver essa equacao para n
usando as funcoes aas quais a gente tah acostumado...

 Mas existe uma tal funcao W de Lambert que se define assim:

 LambertW(y)=x quando x.e^x=y

 (note que e^LambertW(y) = y/LambertW(y), por definicao)

 Essa funcao estah bem definida para y=0; para -1/ey0 voce tem
dois possiveis valores de x para cada valor de y, um entre -1 e 0 e o
outro menor que -1. Para y=-1/e, x=-1 eh a unica solucao. Enfim, nao hah
solucao para y-1/e.

 De qualquer forma, usando esta criatura, dah para resolver x^x=y da
seguinte forma (pelo menos quando y0):

 x^x=y
 x lnx = lny
 lnx e^(lnx) = lny
 lnx = LambertW(lny)
 x = e^LambertW(lny)
 x = lny/LambertW(lny)

onde na ultima passagem eu usei a propriedade que eu citei lah perto da
definicao.

 Bom, agora nao vejo saida senao ir numericamente. No seu caso:

 x^x=2^100
 x = ln(2^100)/LambertW(2^100)
 x = 100 ln2 / LambertW(100 ln2)
 Agora ln2~0.6931471806, e LambertW(693147.1806)~11.046852, entao:
 x ~ 693147.1806/11.046852 ~ 62746.12645

 Eu sei que essa resposta nao eh muito satisfatoria (essa funcao
LambertW eh muito esquisita e eu nem conheco nenhuma propriedade legal
dela exceto as citadas acima), mas nao creio que haja nada melhor. Pelo
menos, os numeros envolvidos no calculo numerico sao MUITO menores do
que trabalhar direto com 2^100 :) :) :)

 Abraco,
  Ralph

-Original Message-
From: Vicente
To: [EMAIL PROTECTED]
Sent: 1/22/02 12:23 AM
Subject: [obm-l] Duvida em exponencial

Bem, eu tava resolvendo um problema com logaritmos e cheguei no seguinte
resultado:

n^n=2^10^6 (ou 2¹°°)

Existe algum cálculo utilizado para igualar a base ao expoente???


Obrigado.

Vicente.


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Re: [obm-l] Mais Cardinalidade

2002-01-22 Por tôpico Nicolau C. Saldanha

On Mon, Jan 21, 2002 at 12:33:30PM -0300, Carlos Maçaranduba wrote:
 estou lendo algo sobre isso..gostaria de alguns
 esclarecimentos Quais são os conjuntos de
 cardinalidade alef zero??e alef mais c???Quer dizer
 que temos 3 conjuntos infinitos com cardinalidades
 diferentes (c , alef e alef mais c)???

Alef zero é um nome para o cardinal do conjunto dos naturais
e c é um nome para o cardinal do conjunto dos reais.
Temos que (alef zero) + c = c.
Aliás sempre temos

a + b = a * b = max{a,b}

se a e b são cardinais infinitos.
 
 No livro que eu estou olhando ele prova que a
 cardinalidade do conjunto das partes de um conjunto x
 é  maior que a cardinalidade do conjunto x.Entao se eu
 conseguir uma função bijetora entre um conjunto y e o
 conjunto das partes de x é a mesma coisa que dizer que
 a cardinalidade de y é maior que a de x???

Não é a mesma coisa. O conjunto y poderia ter um cardinal
ainda maior do que o conjunto das partes de x:
neste caso o cardinal de y seria bem maior do que o de x
e não haveria bijeção entre y e partes de x.

Ou talvez você estivesse tentando perguntar se vale
a seguinte implicação (onde a e b são cardinais infinitos
e 2^a é o cardinal das partes de x, onde x tem cardinal a):

 a  b   -   2^a = b

Esta é a famosa hipótese de contínuo generalizada.
Ela é independente dos axiomas usuais da teoria dos conjuntos.

[]s, N.
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[obm-l] Teorema de Fermat

2002-01-22 Por tôpico DEOLIVEIRASOU

Fiquei particularmente impressionado com o livro O último teorema de Fermat 
 de Simon Singh. Este livro me fez imaginar o qão  dificil foi demonstrar o 
teorema e me suscita as seguintes duvidas :
1) Doutores como os participantes dessa lista tem condição de entender a 
demonstação?
2) Será que Fermat realmente tinha uma  demonstação maravilhosa  para o 
teorema?. Lembremo-nos que não se estudavam equações elípticas e formas 
modulares naquela época.
3) Andrew Wiles que demonstrou o teorema teve importancia para nossa época 
como gênios como Euler, Fermat, Gauss, etc? ( Entrou para a história da 
matemática como os citados anteriormente?).
 Agradeço os comentários posteriores.
Ruy
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Re: [obm-l] Duvida em exponencial

2002-01-22 Por tôpico Nicolau C. Saldanha

On Tue, Jan 22, 2002 at 01:23:22AM -0200, Vicente wrote:
 Bem, eu tava resolvendo um problema com logaritmos
 e cheguei no seguinte resultado:
 
 n^n=2^10^6 (ou 2¹°°)
 
 Existe algum cálculo utilizado para igualar a base ao expoente???

Não existe nenhum processo para resolver (com funções elementares)
este tipo de equação. Resolvi numericamente no maple e deu
x := 62746.12646968824

[]s, N.
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[obm-l] Ajuda com Polinomios

2002-01-22 Por tôpico riccirj

Alguem poderia me ajuar a resolver esse problema com polinomio=20

Grato desde j=E1

O polinomio X3 + Px2 + Q  =E9 divisivel por x2 + mx - 1=20
Determine a relacao entre P e Q .

Por favor =20
Estou estudando pro vestibular e nao consigo ajuda pra resolver essa questao

Obrigado Novamente=20

Luiz

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[obm-l] Ajuda com Polinomios

2002-01-22 Por tôpico riccirj

 Alguem poderia me ajuar a resolver esse problema com polinomio=20
 
 Grato desde j=E1
 
 O polinomio X3 + Px2 + Q  =E9 divisivel por x2 + mx - 1=20
 Determine a relacao entre P e Q .
 
 Por favor =20
 Estou estudando pro vestibular e nao consigo ajuda pra resolver essa questao
 
 Obrigado Novamente=20
 
 Luiz


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Re: [obm-l] Mais Cardinalidade

2002-01-22 Por tôpico Nicolau C. Saldanha

On Tue, Jan 22, 2002 at 04:05:52PM +, dudasta wrote:
  -- Mensagem original ---
  
  De  : [EMAIL PROTECTED]
  Para: [EMAIL PROTECTED]
  Cc  : 
  Data: Tue, 22 Jan 2002 13:54:07 -0200
  Assunto : Re: [obm-l] Mais  Cardinalidade
  
  On Mon, Jan 21, 2002 at 12:33:30PM -0300, Carlos Maçaranduba wrote:
   estou lendo algo sobre isso..gostaria de alguns
   esclarecimentos Quais são os conjuntos de
   cardinalidade alef zero??e alef mais c???Quer dizer
   que temos 3 conjuntos infinitos com cardinalidades
   diferentes (c , alef e alef mais c)???
  
  Alef zero é um nome para o cardinal do conjunto dos naturais
  e c é um nome para o cardinal do conjunto dos reais.
  Temos que (alef zero) + c = c.
  Aliás sempre temos
  
  a + b = a * b = max{a,b}
  
  se a e b são cardinais infinitos.
   
   No livro que eu estou olhando ele prova que a
   cardinalidade do conjunto das partes de um conjunto x
   é  maior que a cardinalidade do conjunto x.Entao se eu
   conseguir uma função bijetora entre um conjunto y e o
   conjunto das partes de x é a mesma coisa que dizer que
   a cardinalidade de y é maior que a de x???
  
  Não é a mesma coisa. O conjunto y poderia ter um cardinal
  ainda maior do que o conjunto das partes de x:
  neste caso o cardinal de y seria bem maior do que o de x
  e não haveria bijeção entre y e partes de x.
  
  Ou talvez você estivesse tentando perguntar se vale
  a seguinte implicação (onde a e b são cardinais infinitos
  e 2^a é o cardinal das partes de x, onde x tem cardinal a):
  
   a  b   -   2^a = b
  
  Esta é a famosa hipótese de contínuo generalizada.
  Ela é independente dos axiomas usuais da teoria dos conjuntos.
  
  []s, N.
  
 
 Existe uma funcao logaritmo para os cardinais?
 Se o cardinal a eh igual ao cardinal alef 0, eu sei que nao existe um 
 cardinal b tal que 2^b = a. Mas e se o cardinal de a eh maior que o 
 cardinal alef 0, existe sempre um cardinal b com 2^b = a.
 Espero que esta seja uma pergunta interessante. Eh, ao menos, uma 
 curiosidade minha. Quanto ao excesso de uso da palavra cardinal, me 
 perdoem, melhor eu pecar por excesso do que por falta de termos.

Pode ser demonstrado (não é muito difícil) que não existe cardinal a
com 2^a = alef_omega, o menor cardinal que é maior do que uma infinidade
de outros cardinais infinitos. Isto não dependo da hipótese do contínuo
(mas fica trivial com a hipótese do contínuo generalizada). []s, N.
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