Prezado Walter Del Picchia

Sua crítica é correta, temos que aceitá-la.
Apenas considere como atenuante que não tínhamos todas as ocorrências ora
explicitadas, o que induziu, alguns, inclusive a mim próprio, a erro de
avaliação.
É difícil para quem está "de fora" avaliar se a aparente desonestidade da
mulher de Cesar é real, sem ter todas as informações nas mãos.
E, diga-se, não tínhamos.
Aceito entretanto sua sugestão de cautela nas críticas.

Por último, para animar os espíritos, é bom que se diga a todos que o jogo
não acabou, ainda, como vimos.
Perdemos essa batalha.
Mas vimos surgirem novas águas para rolar, trazidas dessa nossa vontade de
não transigir em questões de cidadania.
Não há porque, pois, desanimar.

"Animus brigandi" ainda temos e vamos usá-lo (se meu latim de algibeira não
me derrubar no meio do caminho)
Abraços e esperanças a todos.

Luiz R.Cordioli

----- Original Message -----
From: Walter Del Picchia <[EMAIL PROTECTED]>
To: <[EMAIL PROTECTED]>
Sent: Monday, October 08, 2001 2:46 PM
Subject: [VotoEletronico] Questão ética


>
>      Ao Aristóteles (e todos):
>
>      1. Escrevo esta carta por dois motivos. Primeiramente, por uma
questão
> ética, para defender a atuação do Sen.Tuma no caso do Projeto da impressão
> do voto. Como nunca tive a mínima proximidade política dele, isto confere
> mais valor ao meu texto. Segundo, como prezo muito suas (do Tota)
opiniões,
> sinto-me obrigado a responder à última frase de sua carta de 4/10/2001, no
> Forum, sobre aquela atuação: "Não sei se fui capaz de explicar".
>      A resposta é: "Não; infelizmente não foi". E a culpa não é sua. É que
> não há explicações a serem dadas. Cada explicação só tende a piorar a
> situação. Veja: antes, o Tuma seria um "infiltrado". Agora, pode-se
inferir
> (embora eu saiba que sua intenção não foi esta), que eu e o Amilcar somos
> dois ingênuos (Informo que já nasci com espírito crítico; depois, vi tanta
> coisa na vida que me tornei naturalmente desconfiado). Isto, mais as
fortes
> críticas publicadas na lista, pode nos deixar em uma posição bastante
> desconfortável, inclusive perante o Tuma.
>      Concordo com a descrição de sua carta; ela se ajusta (bem) a muitos
> casos conhecidos, mas não tem nada a ver com o presente caso. A falha está
> em adaptar a realidade a modelos consagrados; já vi isto n vezes, e sei
que
> não será a última.
>
>      Acompanhe comigo os pontos de sua carta:
>      a) "padrinhos se achegam" - Não se aplica.
>      Foi o Requião quem pediu para o Tuma apresentar o Substitutivo (um
belo
> abacaxi para o Tuma). O Amilcar me contou e pediu que "eu me achegasse",
na
> esperança de podermos ajudar (gratuitamente) na parte técnica. Esclareço
> que, nos últimos anos, encontro o Sen. Tuma umas tres vezes ao ano, em
> aniversários (contatos superficiais), e é a primeira vez que tenho a
> oportunidade de colaborar em algo.
>      b) "cometem erros estratégicos" - Não se aplica.
>      O Tuma não cometeu nenhum erro estratégico que nos prejudicasse. Só
se
> for erro estratégico aceitar todas as nossas opiniões no projeto aprovado
na
> CCJ; e apresentar no plenário, após as emendas, a redação que o Requião
> propôs. E ainda por cima, o Tuma tentou colocar uma nova emenda por nós
> sugerida (sorteio de 3% durante a eleição), recusada pelo Requião, pois
não
> podia contrariar o acordo. Passei a madrugada preparando isto.
>      c) "levantamento de informações do grupo" - Não se aplica.
>      Ao contrário. Nós não dávamos informações, nós recebíamos informações
> dele e do Requião. A cada ato do drama, imediatamente eu e o Amilcar
> recebíamos os dados (geralmente do Tuma) por fax, conversávamos por
telefone
> ou internet, redigíamos pareceres e devolvíamos por fax ou internet. Ele
> nunca perguntou nada sobre o Forum ou nosso grupo. As informações que
> poderíamos dar (propostas, intenções, discussões, dados pessoais de vários
> integrantes,..) estão disponíveis no sítio do voto-e.
>      d) "fomentar desavenças internas" - Não se aplica.
>      Não fomentou, não provocou, não participou de nenhuma desavença. A
> única discordância, da qual esta carta é um reflexo, está ocorrendo por
> nossas própria atitudes, porque alguns aproveitaram a oportunidade para um
> linchamento por outras razões, justamente agora que a atuação do Tuma foi
a
> nosso favor, atendeu tudo que pedimos, cumpriu tudo que nos adiantou que
> faria (vide carta do Amilcar, de 6/10, no Forum, que confirma isto com
mais
> detalhes).
>      Procurar culpados a qualquer custo é irracional, demonstrando
> infantilidade de nossa parte (está na hora de uma autocrítica: esta
> infantilidade é a mesma que transparece nas estéreis dicussões
partidárias,
> que só fazem perder tempo, enfraquecem e nos distraem do objetivo
primeiro,
> que é a urna-e). Lamento esta condenação, sem completo conhecimento dos
> dados (refiro-me ao Projeto do voto impresso). Isto chama-se facismo,
> macartismo, stalinismo, bushismo. Escolhe-se alguém para condenar. E se
for
> inocente? Não faz mal, parece suspeito, o suspeito transforma-se em
culpado,
> o culpado em condenado. Quantas vezes já protestamos contra isto?
>      Quanto ao restante de sua carta, concordo que podemos atrapalhar
> projetos das confederações nacionais (e também internacionais); isto está
> muito claro.
>
>      2. Um segundo ponto, é sobre a aceitação ou não de apoios. Uma
mensagem
> sua ("Recebi, Carlos", de 5/9, no Forum), traz a seguinte frase, sobre
> apoios: "Não devemos dar asa a nenhum prurido, quer de cunho pessoal, quer
> de cunho político-partidário". Concordo com ela, apenas com duas
ressalvas:
> desconfiaria de apoios de um P. Maluf e de um E. Dias, um porque não dá
> ponto sem nó, e o outro porque acha que conversa de mais de duas pessoas é
> ameaça ao Estado. Devemos rejeitar apoios? Para aceitar colaboração é
norma
> exigir currículo? Então seria bom começar por nós mesmos. Numa lista
aberta,
> sempre entram desconhecidos. Sabemos muito pouco uns dos outros. Nem de
que
> cidade são, informam. Como você, eu penso que é vantagem reunir pessoas de
> um amplo espectro ideológico em prol do bem comum. Veja: Tota de esquerda
> não votando no Serra, Walter de esquerda capaz de votar no Serra, Haddad
do
> PPB do Maluf(!!). Devemos continuar assim? Minha análise benefício-custo
> aponta que sim, mas prefiro deixar a questão em aberto.
>
>      3. Um terceiro ponto: Estamos revoltados com tantos golpes baixos?
> Estamos. Houve traições e ma fé? Sim! Mas as emendas que desfiguraram o
> Projeto não foram de autoria do Requião nem do Tuma (sabemos quais os
> autores da traição, vide a carta do Amilcar de 6/10). Ao contrário, o
> Parecer apresentado pelo Tuma e aprovado na CCJ, contemplava todos os
pontos
> que propuzemos (aceitáramos pouco do TSE, aquilo que se referia ao
acordo),
> e o Parecer do Tuma levado ao plenário (proposto a ele pelo Requião)
> rejeitava a maioria das emendas desfiguradoras. Das 12 emendas válidas (7
> eram clones), 8 delas eram do Sebastião Camargo, do PDT(!!). O Tuma, do
> PFL(!!), manteve seu parecer, contrariando todas as pressões do TSE. Você
> queria mais do que isso: um homem de partido contrariando a orientação de
> sua bancada? O mesmo vale para o Requião(PMDB). Os dois resistiram até o
> fim. Ironia: do PDT, um senador cometeu besteira e um deputado, traição.
>      Em resumo: o Tuma apresentou ou o que sugerimos, ou o que o Requião
> propôs. Confiou plenamente em nós, o que me deixava preocupado em não
> cometer erros. Considero que no episódio "Pareceres", que é o que está em
> exame, sua atuação foi irrepreensível, não vi e não vejo nenhuma ressalva
a
> fazer (e o Amilcar, que vivenciou o processo, compartilha dessa posição);
> não precisamos distribuir medalhas, mas, nesse episódio, é merecedor de
> agradecimentos, não de suspeitas e acusações. Não será uma frase solta,
dita
> (ou não) lá sei eu em que situação, que vai mudar nossas impressões,
> consolidadas por dezenas de fatos. Ainda, nos intervalos da tramitação,
ele
> assinou um artigo em local disputado na Folha de S.Paulo, a partir de
dados
> nossos, sem suprimir nada, com tudo que gostaríamos de escrever (urna
> fraudável, inconferível, identificação do voto, Aeronáutica, Abin, TSE
> etc.). Para evitar dispersão na lista do voto-e (nesse caso, um julgou,
> outro condenou, outro desceu a lenha pelo passado, outro envolveu a
> família), poderíamos formar uma lista específica, com um banco de dados,
na
> qual denunciaríamos e registraríamos desmandos ocorridos e ocorrendo nesse
> país. É nosso direito reclamar!
>
>      4. Último comentário: Não podemos atribuir a derrota no Legislátivo a
> uma pessoa. Perdemos o jogo, pelo menos momentaneamente, porque o
adversário
> marcou mais gols. E por quê marcou mais? Aí a análise é mais complexa,
> multifacetada. Uma causa você já adiantou: não estamos conseguindo
mobilizar
> a população na intensidade suficiente; parece que este assunto não é
> importante, é de interesse relativo e sofre censura nos meios de
> comunicação. Além disso, o adversário marcou muito mais faltas, convocou
um
> montão de jogadores fortes e mudou todas as regras éticas durante o jogo.
> Temos que bolar um plano estratégico, sem divulgá-lo. É tão elementar
> entender os defeitos que apontamos, que só pode haver má fé em quem
rejeita
> com tanto empenho os aperfeiçoamentos. A fraqueza deles é a ma fé. Usando
> palavra sua, temos que expô-la sem nenhum prurido.
>
>      Um grande abraço.
>
>      Walter Del Picchia
>        S.Paulo/SP
>
>      (Confúcio disse, sobre nossos amigos do norte: Não gosto do
terrorismo
> pessoa física, mas detesto mais ainda o terrorismo pessoa juridica.)
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