TSE SE PREPARA PARA AS ELEIÇÕES GERAIS DE 2002
Brasília, 05/02/2002- O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Nelson Jobim, defende a segurança e a transparência do voto eletrônico que será adotado pela primeira vez em todo o país nas eleições gerais deste ano..
Segundo o ministro, a utilização pela Justiça Eleitoral de cerca de 404 mil urnas eletrônicas a serem utilizadas por 114 milhões de eleitores (seis milhões a mais do que nas eleições de 2000) garantirá maior e rapidez ao processo e eliminará a
possibilidade de fraude no resultado da votação.
Conforme Nelson Jobim, o eleitor, mesmo pouco alfabetizado, não enfrentará problemas na hora de votar . "O voto é simples e não irá complicar a vida do analfabeto. Hoje, qualquer coisa que se faça, em qualquer lugar do país, você tem acesso a um item
universal que é o número.", ressalta.
De acordo com os dados apresentados pelo ministro, o eleitor levará aproximadamente 1m15s para votar e terá de fazer 25 toques nas teclas dos terminais das urnas para escolher seus candidatos aos seis cargos do pleito de 2002. O eleitor definirá
primeiro seu candidato a deputado federal. Em seguida, o voto será dado para deputado estadual. Na sequência, ele irá votar duas vezes para senador, governador e, por último, para presidente da República.
Para garantir a confiança de que o número registrado na urna será devidamente contabilizado, o presidente do TSE revela que, além de uma ampla discussão sobre a questão com os partidos políticos, o Tribunal pediu uma auditoria a Unicamp para examinar a
integridade de todo o sistema desde a votação até a apuração das eleições.
Ele também afasta a possibilidade de um ataque de hackers, uma vez que o sistema de votação não é ligado em rede.
Nelson Jobim considera ainda que os mecanismos de segurança devem ser voltados para a modernidade do sistema como, por exemplo, a implantação de assinatura digital e autenticadores. Para isso, já existe uma proposta de se criar uma comissão
pluripartidária de acompanhamento de eleições.
Nas eleições deste ano, a Justiça Eleitoral irá utilizar as urnas eletrônicas com o sistema de impressão do voto no Distrito Federal, em Sergipe e em mais 151 municípios de todo o país.
Parte das 51 mil urnas eletrônicas que o TSE está adquirindo este ano deverá ser utilizada nessa experiência, uma vez que elas deverão ser compradas com a possibilidade do mecanisno da impressão do voto.
Nelson Jobim também lembra que as urnas eletrônicas brasileiras foram sucesso absoluto nas eleições municipais realizadas em novembro do ano passado no Paraguai.
Nas eleições paraguaias foram utilizadas 119 urnas eletrônicas cedidas pela Justiça Eleitoral, através de convênio firmado com a OEA (Organização dos Estados Americanos), que congrega 35 países das Américas do Norte, Central e Sul. A entidade quer
firmar nova proposta de convênio com o Tribunal para atender aos países membros da Organização.
Uma missão da Organização das Nações Unidas (ONU) esteve em dezembro de 2001 no Tribunal para conhecer detalhes sobre o funcionamento das urnas.
Depois dos paraguaios, os norte-americanos e mexicanos também demonstraram interesse em conhecer a tecnologia desenvolvida pela Justiça Eleitoral no sistema eletrônico de votação.
O avanço da urna eletrônica brasileira, que permite a votação de deficientes visuais através das teclas com leitura em braille e, ainda, o dispositivo de tradução do voto passo a passo por meio de um fone de ouvido também chamou a atenção dos
japoneses.
Títulos cancelados
Recentemente, o TSE cancelou cerca de 2 milhões de títulos eleitorais. Os eleitores que tiveram o título cancelado podem regularizar sua situação com a Justiça Eleitoral até o fim de abril próximo. Para isto, basta comparecer ao cartório eleitoral da
cidade onde reside, com o título de eleitor ou documento de identidade, e pagar uma multa de R$ 3,00 sobre cada turno de votação ao qual não compareceu nem justificou sua ausência.
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