Xará,
Paulo Gustavo Sampaio Andrade wrote: > Sobre as propostas do PT: > >> a) que o número do título do eleitor não conste da folha de votação, >> tornando obrigatória a apresentação do título acompanhado de documento >> de identificação com fotografia. O PT justifica a exigência alegando >> que mesários podem votar na urna eletrônica no lugar de eleitores >> ausentes; > > > Esta solucao parte do pressuposto que o TSE RECONHECE que o fato de o > microterminal existir e estar ligado 'a urna NAO IMPEDE, por si so', a > possibilidade de um mesario votar no lugar de um eleitor. > O PT propoe um bom paliativo. Paliativo, eu disse. > Assim, o mesario nao vai ter como adivinhar o numero do titulo. > Mas ate' vejo uma possivel utilizacao politica desta ideia pelo TSE, > usando-a como forma de justificar a necessidade do microterminal e de > sua conexao com a urna: "Ta' vendo como e' necessaria a conferencia do > titulo atraves do terminal, pra saber se aquele titulo esta' habilitado > a votar nesta secao?". > No meu entender, porem, o beneficio (conferencia objetiva) nao justifica > o risco (possibilidade de violacao de voto). O contrôle proposto, ter o número dos títulos dos eleitores autorizados a votar na seção armazenados num dispositivo eletrônico, não exige a conexão física desse dispositivo à urna eletrônica. As únicas argumentações seriam de ordem econômica no sentido de se evitar dois dispositivos por seção. Isto dito, é necessário algum meio de se "armar" a urna para receber um voto. Digamos que exista um botão à distância que o mesário aciona para "armar" a urna. Isso cria vários problemas: se o sujeito entra na cabine, vota e depois alega que não votou porque a urna não estava armada? Possibilidade de se votar duas vezes dessa forma? Digamos que além do botão, do lado de fora tem também um display "dedo-duro" que diz aos mesários o que se passa na cabine. Você entraria para votar numa cabina dessas que transmite em direto tudo o que se passa lá dentro para a mesa lá fora? Diga-se de passagem que essa é a situação atual: o eleitor lambda não tem nenhuma razão para confiar em que o voto que ele bate na tela não aparece naquele terminalzinho da mesa. Aliás, tal como é hoje, nem é necessário ser verdade que o sistema esteja violado: basta o capanga do coronel local avisar os menos instruídos e mais crentes de que na mesa aparece o número que ele digita. E que se o fulano não digitar o número do coronel, ai,ai,ai, vira presunto saindo dalí. Isso provavelmente funciona nesse nosso Brasil afora, entre outras maracutáias... A solução a menos pior seria a de não ter fio nenhum saindo da cabine. O mesário que se levante e vá à cabine acionar o tal botão. Problema: não importa quem poderia acionar o tal botão e votar N vezes. A solução a menos pior, ainda um pouco menos pior: a cada vez o mesário vai à cabine e bate uma senha para "armar" a urna. Haja paciência por parte do mesário, mas digamos que essa é de fato a solução a menos pior e conceitualmente correta: em teoria é impossivel a troca de informação entre o fora e o dentro da cabine. O único defeito: não impede que no final do dia o mesário entre alí e vote N vezes. Parece humor negro, mas infelizmente não é... >> b) realização de auditoria para verificação do funcionamento das urnas >> eletrônicas, através de votação paralela, na presença dos fiscais dos >> partidos políticos e coligações. Com isso, o partido quer assegurar >> que não haja troca do sistema instalado nas urnas no momento entre a >> sua carga e o dia da votação; > > > E' a mesma proposta oferecida em 2000, que o TSE topou, mas descartou na > ultima hora, deixando o PT com cara de tacho. > E' uma otima ideia, que esta' previsto no §6º do art. 66 da nova redacao > da Lei 9504, que vai valer a partir de 2004. > Detalhe: nao ha' empecilho algum a que o TSE implemente esta medida > ainda este ano, pois se trata claramente de medida administrativa, que > pode ser regulada pelas resolucoes que estao por sair. Não é uma idéia tão ótima assim. Foi das primeiras que tivemos aqui nesse forum. É muito simples de se escrever um programa que detecta que as condições são de teste. Por exemplo, na votação verdadeira os votos caem na urna de forma aleatória e distribuida ao longo do dia. Salvo se quem testa se dê ao trabalho de passar o dia tentando simular exatamente o que se passa numa seção, me parece que esse teste não testa nada. É um pega trouxa que o PT, trouxa, continua sendo pego. ... ... Abraços, Paulo. ______________________________________________________________ O texto acima e' de inteira e exclusiva responsabilidade de seu autor, conforme identificado no campo "remetente", e nao representa necessariamente o ponto de vista do Forum do Voto-E O Forum do Voto-E visa debater a confibilidade dos sistemas eleitorais informatizados, em especial o brasileiro, e dos sistemas de assinatura digital e infraestrutura de chaves publicas. __________________________________________________ Pagina, Jornal e Forum do Voto Eletronico http://www.votoseguro.org __________________________________________________