Mesmo com o receio de estendermos-nos numa discussão que não é a mais 
importante neste momento, creio que seja importante colocar meu ponto-de-
vista.

Quando você conta dinheiro, tem que contar TODAS as notas, sem exceção, a 
não ser quando se trata de dinheiro que acaba de ser impresso, e que você 
sabe que a impressora é confiável. Neste caso, basta você pegar maços de 
cem notas (supondo que este seja o tamanho de cada lote) ao acaso e 
conferir. Se você obtém o mesmo número a cada recontagem, você pode ter um 
nível de certeza suficiente para garantir que o total obtido pela 
quantidade de lotes seja verdadeiro.

No caso dos votos este raciocínio é o mesmo. O que é necessário, sem sombra 
de dúvida, é que existam os votos impressos para, em caso de dúvida, 
recontá-los, quantas vezes for necessário, até mesmo na sua totalidade. 
Portanto, veja bem, estou defendendo, e sempre a defendi desde o princípio, 
a impressão paralela de TODOS os votos. Não sou contra uma contagem dos 
todos os votos impressos, embora, em termos de resultado, acho-a de um 
preciosismo que não deve alterar o resultado, se todas as sugestões 
recomendadas forem seguidas: recontagem de 3% das urnas, escolhidas APÓS o 
pleito, e, para cada urna com diferença, sejam recontadas mais dez. E, é 
claro, da mesma forma que exijo uma confiança absoluta na impressora de 
dinheiro citada acima, é necessário que a UE seja totalmente transparente, 
com seu hardware e software abertos à auditoria pública.

Em outras palavras, o que abunda não prejudica. Não sou contrário à 
recontagem de todos os votos, mas me contento com uma recontagem parcial, 
desde que feita dentro dos critérios que já definimos. Por favor, não me 
crucifiquem!

Roger Chadel

On Wed, 5 Jun 2002 16:08:50 -0300, "Cordioli" <[EMAIL PROTECTED]> 
escreveu :

> De: "Cordioli" <[EMAIL PROTECTED]>
> Data: Wed, 5 Jun 2002 16:08:50 -0300
> Para: <[EMAIL PROTECTED]>
> Assunto: [VotoEletronico] Imprimiu todos, tem que contar todos, sim
> 
> This is a multi-part message in MIME format.
> 
> 
> "Afinal, se for para recontar TODAS as urnas, prá que o voto eletrônico?
> Grande abraço,
> Roger Chadel"
> 
> Chadel, li com surpresa essa sua afirmação !
> E a questiono, na mesma linha.
> 
> Afinal, se não for para contar TODOS os votos, prá que imprimir ?
> Imprimir para não contar, melhor nem imprimir...
> Já cantava Vinicius de Moraes, "se foi prá desfazer, prá que que fez ?"
> 
> A possível fraude estrutural nas eleições eletrônicas será na totalização 
e/ou nos desvios de votos.
> Claro que fraudes no cadastramento, ou de outra ordem, não se aplicam 
aqui.
> 
> Imaginando-se a impressão total dos votos e dos relatórios de urnas, com 
todas as cautelas de segurança necessárias, o que V. teria a contrapor no 
exemplo abaixo ?.
> 
> 1) Terminada a eleição às 17 horas, "fecham-se as urnas e tiram-se todas 
as totalizações eletrônicas".
> Em seguida, em cada seção de cada zona eleitoral, os próprios mesários 
contariam os votos de papel da urna inteira para confrontá-los com a 
totalização eletrônica.
> 
> 2) Se batessem os dois relatórios, encerra-se a urna e mandam-se os 
relatórios para o respectivo destino legal.
> Aquela específica urna estaria contada pelo real e conferida ou checada 
pela eletrônica.
> O que lhe daria total validade e inquestionável legalidade. 
> 
> 3) Se não batessem os resultados, uma solução seria:
> 
> 3.1) Conferir se todos os votos em papel são autênticos.
> 3.1.a) Se todos forem autênticos, são os votos de papel que devem valer.
> 3.1.b) Se não forem todos autênticos, THEN
> 
> 3.1.b.1) Se os dois totais (de papel e eletrônico) batessem em 95% 
(p.ex.) ou mais das outras urnas daquela zona eleitoral, valeriam os 
relatórios dos votos de papel. (elimina-se aqui o eventual acidente de 
percurso ou a fraude em pequena escala)
> 
> 3.1.b.2) Se os dois totais (de papel e eletrônico) batessem em menos de 
95% das outras urnas daquela zona eleitoral, anulam-se todas as as urnas 
que não batem naquela zona eleitoral. (elimina-se aqui a fraude em grande 
escala)
> Daquela zona só se computariam as urnas em que as duas contagens fossem 
iguais, ante o pressuposto de fraude encontrado..
> 
> Perguntas per e impertinentes, que coloco a todos.
> 
> Que maior lisura poderíamos pretender, senão com as duas contagens 
fechando ?
> E que maior dificuldade podemos impor a fraudadores, senão exigir-lhes as 
2 totalizações iguais, a dos votos em papel e a eletrônica ?
> De que mais precisamos para uma eleição limpa ?
> Quantos votos, no máximo, pode ter uma urna ? (Favor alguém responder, 
para conhecimento e avaliação geral).
> Quanto tempo os mesários podem demorar para contar esse número máximo de 
votos em papel de uma urna ?
> Uma hora, duas horas, um período, um dia, uma semana ?
> Quem tem tanta pressa ?
> O que está em jogo não vale essa demora ?
> 
> Porque não assim, ou perto disso  se, por serem contados todos os votos, 
garante-se a lisura da eleição ?
> Porque conviver com a realidade de eventual fraude não percebida ?
> 
> Abraços
> Luiz Cordioli
> 
> 


-- 
Roger Chadel

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