AS URNAS DA FRAUDE
Há anos venho lutando – e muitas vezes de forma solitária
– contra um sistema eleitoral que é absolutamente inconfiável
e vulnerável à fraudes. Muitas pessoas, por desinfomação
– e algumas por interesses escusos – procuram transformar minhas criticas
à urna eletrônica numa falsa recusa à modernização
e ao uso do computador no processo eleitoral. Tenho enfrentado as maiores
resistências do TSE e a oposição obstinada do Minsitro
Nelson Jobim, que vem agindo junto ao Congresso, num desbordamento estranho
de suas funções, para que se revogue a Lei, de autoria do
então senador Roberto Requião, que obriga a urna eletrônica
a imprimir um voto, que o leitor pode conferir e que é depositado,
de forma inviolável, dentro do próprio equipamento, para
permitir auditar e recontar os resultados, única forma de garantir
que não possa haver fraude nos programas, que fornecem apenas o
total da urna e “desaparecem” como o voto individual.
Pois bem, o inimigos da verdade eleitoral preparam-se para revogar
esta garantia. Estranhamente, membros do PT e da base do Governo Lula,
antes favoráveis, agora tornaram-se adversários do voto de
segurança impresso e preparam-se para aprovar um projeto do tucano
Eduardo Azeredo que suprime aquela exigência da lei.
Surgiu, nos últimos dias, um documento impressionante,
subscrito por alguns dos maiores especialistas brasileiros em informática,
professores titulares das maiores universidades do país. Gente que
conhece como ninguém sistemas de informática e sua vulnerabilidade
afirma, perante a nação, que nossas urnas eletrônicas
são totalmente inseguras e que, abolida a impressão do voto,
estaremos diante do perigo de produzirmos a maior fraude eleitoral de todos
os tempos.
Dizem eles; “a nação, anestesiada pela propaganda
oficial, lamentavelmente desconhece o perigo que corre. Os meios de comunicação,
com honrosas exceções, omitem-se inexplicavelmente, como
se o assunto não fosse merecedor de nossa preocupação.
A finalidade deste alerta é a denúncia da falta de confiabilidade
de um sistema eleitoral informatizado que utiliza programas de computador
fechados, baseia-se em urnas eletrônicas sem materialização
do voto, não propicia meios eficazes de fiscalização
(...) Surpreende-nos (...) que autoridades respeitáveis da Justiça
Eleitoral possam anunciar, com toda a convicção, que o sistema
eleitoral informatizado é “100% seguro” (...) externando inverdades
em áreas que não dominam, alheias ao seu campo de conhecimento
específico. Para o eleitor, a urna é 100% insegura, pois
pode ser programada para “eleger” desde vereadores até o próprio
presidente”.
A íntegra do manifesto está na internet (www.brunazo.eng.br/voto-e/alertaprofessores/index.htm).
Se a imprensa não quis dar ouvidos ao que venho dizendo há
anos, deixar de considerar o que afirmam, com tanta ênfase, os maiores
especialistas no assunto no Brasil, já não será apenas
preconceito e falta de compromisso com a verdade. Será, isto sim,
cumplicidade com os que, usando este sistema eletrônico, vierem a
fraudar o voto do povo brasileiro.
LEONEL BRIZOLA
Presidente Nacional do PDT
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O texto acima e' de inteira e exclusiva responsabilidade de seu
autor, conforme identificado no campo "remetente", e nao
representa necessariamente o ponto de vista do Forum do Voto-E
O Forum do Voto-E visa debater a confibilidade dos sistemas
eleitorais informatizados, em especial o brasileiro, e dos
sistemas de assinatura digital e infraestrutura de chaves publicas.
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