Nada mais atual para o Brasil...
Alguém tem o e-mail dele?
Vamos lhe informar da situação brasileira...


Roger D. Chadel wrote:


A respeito de [VotoEletronico] Artigo do Paul Krugman,
em 10/02/2004, 01:26, Amilcar Brunazo Filho escreveu:

ABF> Alguém tem o texto do artigo "Um risco para a democracia amaricana" de Paul
ABF> Krugman, publicado no Estado de São Paulo, no dia 24/01/2004?

ABF> Quem conseguir o texto em português, por favor, me envie...
ABF> (o texto original em inglês eu já tenho)

Um risco para a democracia americana
AS MÁQUINAS DE VOTAR USADAS NOS EUA PERMITEM FRAUDES


PAUL KRUGMAN The New York Times

A disputada eleição de 2000 deixou uma cicatriz duradoura na psique da
nação americana. Uma recente pesquisa realizada pelo Instituto Zogby
mostrou que mesmo nos Estados em que George W. Bush venceu, 32% das
pessoas acreditam que a eleição foi roubada. Nos Estados que votaram
em Al Gore, a proporção é de 44%.

Agora, imagine isto: em novembro, o candidato que está à frente nas
pesquisas tem uma vitória expressiva - mas todos os distritos
eleitorais em que ele obtém uma vantagem ainda maior usam máquinas de
votar por toque na tela. Enquanto isso, e-mails das empresas que
fabricam essas máquinas, e que vazaram ao público, sugerem erros em
profusão, e, possivelmente, fraudes. O que isso representaria para a
nação?

Infelizmente, esta história é completamente plausível - na verdade, é
possível contar uma história similar a respeito de alguns resultados
das eleições intermediárias de 2002, principalmente na Geórgia.
Acertadamente, a revista Fortune classificou as máquinas eleitorais
que não imprimem comprovantes em papel de "a pior tecnologia de 2003".
Mas não se trata apenas de uma tecnologia ruim. Isso é uma ameaça à
república.

Primeiro de tudo, essa tecnologia simplesmente falhou em recentes
eleições locais. Numa eleição especial no Condado de Broward, na
Flórida, 134 eleitores foram privados do direito de votar porque as
máquinas eletrônicas não registraram sua votação e não havia como
determinar a intenção deles (a eleição foi decidida por uma vantagem
de apenas 12 votos). No Condado de Fairfax, na Virgínia, as máquinas
quebraram com freqüência e se recusaram a registrar votos. Na primária
de 2002, as máquinas de diversos distritos eleitorais da Flórida não
assinalaram votos para governador.

E quantas falhas não foram percebidas? E-mails internos da Diebold, a
principal fabricante de máquinas de votar eletrônicas (mas não das que
falharam na Flórida e Virgínia), revelam que os programadores estavam
apavorados com a inconfiabilidade do sistema. Um deles diz: "Estou
esperando que alguém me explique por que a Precinct 216 deu a Al Gore
menos 16.022, quando eu fiz o upload." Outro diz: "Para uma
demonstração, sugiro que você faça uma adulteração."

Técnicos em informática dizem que o software da Diebold e outros
fabricantes é cheio de falhas de segurança, que permitem facilmente, a
alguém que participe do processo, "arranjar" uma eleição. Mas os
responsáveis pelas empresas de máquinas de votar não fariam isso,
fariam? Pergunte a Jeffrey Dean, um programador que foi
vice-presidente sênior da fábrica de máquinas Global Election Systems,
antes de a Diebold adquiri-la, em 2002. Bev Harris, autor de "Black
Box Voting" (www.blackboxvoting.com), disse à agência The Associated
Press que Dean, antes de conseguir aquele emprego, passou um tempo
numa instituição correcional de Washington por roubar dinheiro e
fraudar arquivos de computadores.

Deixando de lado os programadores questionáveis, mesmo um olhar rápido
ao comportamento dos principais fabricantes revela o desprezo
sistemático às regras destinadas a garantir a segurança do processo
eleitoral. O software foi modificado sem supervisão do governo;
componentes das máquinas foram substituídos sem rechecagem. E aqui vem
o ponto crucial: mesmo que haja fortes motivos para se suspeitar de
que as máquinas eletrônicas fizeram contagens erradas, nada poderá ser
feito. Não há registro de papel. Não há nada a ser recontado.

Então, o que deveria ser feito? O representante democrata Rush Holt
apresentou um projeto de lei propondo que cada máquina emita um
registro de papel para que o eleitor o verifique. O registro deveria
ser guardado, para alguma auditoria futura. O projeto pede que o
expediente esteja pronto até a eleição deste ano, e que os distritos
eleitorais que não conseguirem cumprir o prazo usem urnas comuns de
votação. E pede ainda inspeções "incertas" em cada Estado.

Não vejo objeções possíveis a este projeto. Ignore as inevitáveis
acusações de "teorias conspiratórias", embora algumas conspirações
sejam reais.

Quinta-feira, o Boston Globe informou que "membros republicanos do
Comitê de Justiça do Senado invadiram arquivos de computadores da
oposição por um ano, monitorando memorandos estratégicos secretos e
periodicamente passando cópias deles para a mídia". Para apurar a
verificação dos votos você não precisa acreditar que os fabricantes
das máquinas de votação fraudaram ou fraudarão as eleições. Como
alguém pode se opor a medidas que deixarão os votos isentos de
suspeição?

E quanto aos gastos? Vejamos as coisas deste modo: estamos gastando
pelo menos US$ 150 bilhões para promover a democracia no Iraque. Isso
representa US$ 1.500 por voto dado na eleição de 2000. Como é possível
restringir o gasto de uma pequena fração daquele valor para garantir a
credibilidade da democracia nos Estados Unidos?





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