Oi Rodrigo,

RODRIGO CID: Minha intuição é justamente que tornar coisas quebráveis em inquebráveis é possível.

Para mim não faz muito sentido "tornar uma coisa inquebrável". Quando você TORNA uma coisa em ALGO, me parece que há apenas duas possibilidades: (1) Ou você torna a coisa sem mudar a coisa. O mesmo copo que era quebrável se torna inquebrável. Mas isso é uma contradição de termos (analítica), porque se ele era quebrável no passado, ele jamais se tornará inquebrável. No máximo ele se tornará inquebrável DE AGORA EM DIANTE, o que é diferente e mais fraco que inquebrável [continuaria havendo mundos possíveis em que o copo "inquebrável de agora em diante" é quebrável]. (2) Ou você torna a coisa mudando a própria coisa. Ou seja, a outra possibilidade é que a coisa que era quebrável e se tornou inquebrável, deixou de ser aquilo que era e se transformou em outra coisa. Neste caso, o copo quebrável deixou de existir e um outro copo passou a existir, este sim, inquebrável. Nem em (1) nem em (2) algo quebrável tornou-se inquebrável. Este problema é muito interessante, e o que penso sobre isso é que temos que refletir muito sobre quem serão os INDIVÍDUOS em nossas formalizações. Se você quer formalizar TRANSFORMAÇÕES e admitir a possibilidade de um copo quebrável tornar-se inquebrável, então, em seu sistema formal, você precisa ANALISAR o copo. Quebrá-lo (desculpe o trocadilho) em elementos/funções constituintes para poder dar sentido à transformação, caindo assim no caso (2) acima. Os velhos Pré-Socráticos já nos ensinavam isso!

Abraços,
Daniel
_______________________________________________
Logica-l mailing list
Logica-l@dimap.ufrn.br
http://www.dimap.ufrn.br/cgi-bin/mailman/listinfo/logica-l

Responder a