Contra a Astrologia antiga não há muito o que se dizer, porque ela era
quase indissociável da Astronomia. A diferenciação entre elas foi coisa
mais recente. Era preciso ser um bom astrônomo para alertar, por exemplo,
para fatos como a passagem de um cometa, ou para dizer que astro seria o
ascendente de um príncipe herdeiro recém nascido, ou quando os astros
indicariam a época da próxima cheia de um rio. Só que há muitos séculos já
se  notou que a questão de haver um padrão ou não na configuração das
estrelas no céu era algo do observador: ou seja, as constelações não
existem, somos os humanos que as organizamos assim. E alguns filósofos
argumentavam que seria difícil ou impossível predizer exatamente que
efeitos os astros isoladamente teriam sobre a matéria na esfera sublunar. A
partir disso, a associação entre tragédias e passagens de cometas, por
exemplo, passou a ser vista como coincidência de fatos. Não é que houve
primeiro uma rejeição em bases puramente matemáticas ou físicas das
doutrinas astrológicas, mas um afastamento gradual e histórica de outras
disciplinas das explicações astrológicas. Os próprios astrônomos se
desinteressaram por fazer previsões astrológicas, apesar de que por muitos
séculos somente recebessem soldos e financiamentos dos reis para esse fim.
Em algum momento, a física e a matemática que os astrônomos usavam não mais
serviria para os astrólogos.

Em 13 de novembro de 2012 15:12, Arthur Buchsbaum <
arthurrovabu-log...@yahoo.com.br> escreveu:

> Quase todos falam de “ciência” como se a forma de fazer ciência fosse
> perfeita nos locais e instituições onde a maioria supõe que esta ciência
> seja praticada, tais como nas universidades e diversas instituições de
> pesquisa.
>
> Não podemos ignorar, porém, que a maioria das pessoas é altamente
> condicionada por uma amálgama de ideologias, incluindo o cientificismo,
> formas distorcidas de “religiões” diversas, absorção de códigos morais
> geralmente corrompidos das sociedades, etc. A este respeito, vejam
>
> http://estudosholisticos.blogspot.com.br/2012/05/o-que-quase-todos-somos-e-o
> -que-podemos.html.
>
> Além disto, as universidades e instituições afins estão eivadas de
> interesses políticos menores, também contaminados por corporativismo, o que
> determina uma escolha não baseada no mérito ou em evidências genuinamente
> científicas do que deveria ser estudado nos seus cursos.
>
> Eu tenho experimentado recursos terapêuticos cuja alta eficácia tenho
> comprovado em mim mesmo, e também em amigos e conhecidos, tais como
> cromoterapia, aromaterapia, homeopatia, aplicações da vacina do sapo,
> shiatsu, acupuntura, etc. Por que tais práticas e o conhecimento inerente a
> elas não é estudado nas universidades? Uma razão plausível é que a classe
> médica, em geral, não quer curar as pessoas de doenças que elas
> eventualmente apresentam, porque parece ser mais lucrativo mantê-las em uma
> eterna dependência. A indústria farmacêutica tampouco quer pessoas que se
> autoconheçam e lidem com sua saúde e bem-estar de forma autônoma, pois
> prefere vender remédios apenas paliativos e caros para uma multidão de
> dependentes. A este respeito, vejam
>
> http://posicionamentos.blogspot.com.br/2012/06/politicas-em-educacao-e-pesqu
> isa.html,
>
> http://posicionamentos.blogspot.com.br/2012/06/o-uso-dos-recursos-publicos-n
> as.html, e
> http://posicionamentos.blogspot.com.br/2012/08/autoritarismo-medico.html.
>
> Mas continuam existindo pessoas pré-conceituosas, especialmente diversas
> oriundas do meio acadêmico, que se dizem contra tais práticas, mesmo que
> elas nunca tenham estado dispostas a experimentá-las com isenção de
> espírito. Onde está o espírito científico em atitudes como estas? Tais
> pessoas também acreditam que a única forma válida de fazer ciência está no
> uso dos métodos de conjeturar e verificar comuns às ciências físicas e
> biológicas, incluindo o método matemático. Tal ideia é apenas outra forma
> de
> ideologia, chamada “cientificismo”, não tem nada a ver com ciência genuína.
>
> Linhagens de conhecimento holísticas, tais como o Hermetismo, a Cabala, a
> Astrologia, o Yoga, etc., são automaticamente excluídas por tais pessoas
> pré-conceituosas, apenas por não se reduzirem aos métodos comuns à
> Matemática e às ciências físicas e biológicas. Tais linhagens também
> incluem
> os métodos destas ciências, mas não se reduzem a tais métodos, as mesmas
> conjeturam de uma forma que só frutifica a partir de uma perspectiva
> holística; é preciso sentir uma sintonia com o Todo para aí poder-se
> perceber melhor as suas aparentes partes.
>
> No entanto, como bem descreve o prezado Prof. Francisco Antonio Dória e
> outros intelectuais de destaque no meio acadêmico atual, a Física Moderna
> vem também primando por formas de conjeturar de características holísticas
> semelhantes ao que praticam o Hermetismo, a Cabala e outras ciências afins.
> O Prof. Dória chegou a falar da “Gnose de Princeton”, na qual se formula e
> acredita em conjeturas para cuja verificação os presentes recursos de
> laboratório e de experiências de campo estão extremamente distantes de
> conseguirem realizar isto; talvez sua verificação seja impossível. No
> entanto, os cientificistas acadêmicos defendem tal forma de conjeturar dos
> “gnósticos de Princeton”, mas, ao mesmo tempo, atacam formas idênticas de
> conjeturar dos estudantes de Hermetismo e Cabala. Tal atitude parece-me
> mais
> um tipo de pré-conceito cientificista do que ciência genuína. São aí “dois
> pesos, duas medidas”; não há nisto qualquer imparcialidade. Onde está o
> espírito científico em tal comportamento?
>
> Quanto à Astrologia, que tem sido atacada com tanta insistência no meio
> acadêmico, quase sempre por simples pré-conceito e um quase completo
> desconhecimento do que é realmente Astrologia (assim como tem sido feito
> com
> respeito à Homeopatia, também nesta lista), darei aqui algumas poucas
> palavras para explicar os seus fundamentos, mas ressalto também que não sou
> especialista nesta área.
>
> Segundo o Hermetismo e linhagens afins, tudo que existe é Uno, não há, em
> essência, uma pluralidade de coisas, condições, lugares e instantes de
> tempo, só há UM. Tal pluralidade ou este mundo tal como o concebemos é
> apenas aparente, é só algo existente dentro da imaginação mental de cada
> pessoa, no máximo é uma realidade relativa, não é uma realidade absoluta
> (filmes como “Matrix” popularizaram bem esta ideia, que não é nova, mas
> existe há milhares de anos na consciência de algumas pessoas). Como tudo,
> em
> essência é Uno, há uma unidade implícita mesmo na pluralidade aparente do
> mundo em que vivemos (é o Princípio da Correspondência do Hermetismo,
> maiores detalhes a este respeito são apresentados, por exemplo, em
> “Caibalion”, assinado por “Três Iniciados”, Editora Pensamento). Assim
> sendo, tudo que acontece em qualquer lugar do Universo se reflete
> simultaneamente em qualquer coisa, ser ou pessoa. O movimento de um planeta
> como Júpiter, a sua posição no Sistema Solar, reflete-se de uma forma
> instantânea em tudo que existe em todo o Universo, incluindo todas as
> coisas
> e pessoas da Terra. Não se trata, neste caso, de influência gravitacional
> ou
> de outra natureza ondulatória, pois estas não são instantâneas, parecem se
> propagar à velocidade máxima da luz, segundo ouvi falar. É uma sincronia
> instantânea. Como os marcadores mais evidentes são os planetas, a Lua e o
> Sol, a Astrologia os escolheu como objetos de análise, mas poderiam ser
> quaisquer outros marcadores, tais como as miríades de estrelas, e até uma
> dada pétala de uma determinada flor.
>
> Expliquei o melhor que pude, mas ressalto não ser especialista em
> Astrologia. Se alguém quiser saber algo mais, posso indicar pessoas que
> conhecem este assunto muito mais que eu, ou bons livros relacionados.
>
> Ressalto também que não estou defendendo a “astrologia” de horóscopos
> presentes nos jornais diários, falei do que considero ser a verdadeira
> Astrologia. De quase tudo existem também charlatães; são estes que também
> desmerecem áreas como a Astrologia e outros assuntos afins, infelizmente.
>
> Ouçam e entendam os que quiserem e puderem ouvir.
>
> Quem preferir, que continue mergulhado nos pré-conceitos que prefere
> adotar,
> é o seu direito, mas também não pode considerar-se realmente “cientista”,
> em
> tal condição mental fixa.
>
> Assim que possível, que todos sintam a Luz!
>
> Atenciosamente,
>
> Arthur Buchsbaum
>
>
>
> -----Mensagem original-----
> De: logica-l-boun...@dimap.ufrn.br [mailto:logica-l-boun...@dimap.ufrn.br]
> Em nome de Joao Marcos
> Enviada em: segunda-feira, 12 de novembro de 2012 09:58
> Para: Arthur Buchsbaum
> Cc: logica-l@dimap.ufrn.br
> Assunto: Re: [Logica-l] RES: Genial!
>
>
>
> > Aí já parece-me um pré-conceito com respeito à Astrologia. Conheço
>
> > pessoas de primeira grandeza que também cultivam o conhecimento
> astrológico.
>
>
>
> Neste caso se trata de um pós-conceito, Artur.  Vou adicionar mais um:
>
> quase tudo que é "milenar", em ciência, é bobagem sem futuro.
>
>
>
> > Uma boa parte do conhecimento acadêmico das universidades é
>
> > equivocado, preconceituoso, e também está ligado a interesses
>
> > políticos e corporativistas menores. Tal rede de pré-conceitos alija
>
> > da aplicação das verbas públicas um amplo corpo de conhecimentos e
>
> > práticas que seriam muito úteis a todos.
>
>
>
> De minha parte o que incomoda é justamente a possibilidade de desviarmos
> verbas públicas para coisas do gênero, como a recente iniciativa de dar
> homeopatia para plantinhas, ou distribuir bolsas da CAPES para teses
> espíritas.
>
>    <http://www.dimap.ufrn.br/pipermail/logica-l/2012-January/006953.html>
> http://www.dimap.ufrn.br/pipermail/logica-l/2012-January/006953.html
>
>    <http://www.dimap.ufrn.br/pipermail/logica-l/2012-January/006972.html>
> http://www.dimap.ufrn.br/pipermail/logica-l/2012-January/006972.html
>
>    <http://www.dimap.ufrn.br/pipermail/logica-l/2012-April/007602.html>
> http://www.dimap.ufrn.br/pipermail/logica-l/2012-April/007602.html
>
>
>
> Não creio contudo que esta lista seja o lugar onde discutir este assunto
> (mais uma vez) --- ou terapias holísticas, ou energias sutis, etc.
> Refutações do teorema de Gödel ou do método da diagonal de Cantor já são
> "crankery" suficiente para nos entretermos por aqui.
>
> JM
>
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