Me recordo de uma análise que Stephen Yablo faz da acepção de
'conceivability' no sentido puramente epistêmico, co-extensiva com
'believability', considerando-a insuficiente e irregular para os usos que
anseiam em indicar possibilidade no sentido alético. Desde Kripke,
argumentos que implicitamente utilizam esse operador tornaram-se muito
populares mas quase nunca a lógica subjacente, que é multimodal alética e
epistêmica, é explicitada.

2012/11/17 Joao Marcos <botoc...@gmail.com>

> Para encontrar o *dual* de um certo operador, um procedimento útil e
> prático é pensar em termos da versão moderna do Quadrado das
> Oposições, na qual:
> (0) são *contraditórios* os vértices A e O, e os vértices E e I
> (1) são *antônimos* ("contrários" ou "subcontrários") os vértices A e
> E, e os vértices I e O
> (2) são *duais* os vértices A e I, e os vértices E e O
> Desta maneira, o dual de um certo operador é sempre o antônimo do seu
> contraditório, ou, equivalentemente, o contraditório de seu antônimo.
>
> A *lógica doxástica* pode ser desenvolvida em paralelo à *lógica da
> demonstrabilidade*.  No caso desta última, o operador B de "ser
> demonstrável" tem como antônimo natural "ser refutável", e podemos
> pensar no contraditório de "ser refutável" como "ser irrefutável".  O
> dual de "demonstrável" seria portanto "irrefutável".  No caso
> doxástico, o operador B lido como "ser acreditável" (a propriedade que
> caracteriza aquilo que pode ser acreditado) tem como contraditório
> "ser inacreditável", e um bom antônimo para "ser inacreditável"
> (unbelievable), como Daniel apontou e de resto pode ser encontrado em
> qualquer bom Thesaurus, é "ser concebível".  Logo, "concebível"
> (conceivable) pode ser pensado como o dual natural de "acreditável"
> (believable).
>
> A referência fundamental para a lógica doxástica é o paper de Smullyan
> "Logicians who reason about themselves" --- ou seu livro "Forever
> Undecided: a puzzle guide to Gödel" (que por acaso me coube traduzir
> para português há alguns anos).
>
> Joao Marcos
>
>
> 2012/11/17 Daniel Durante <dura...@ufrnet.br>:
> > Caro Tony,
> >
> > Justamente nesta sexta-feira, em nosso Grupode Estudos de Lógica aqui da
> > UFRN (o GEL), estávamos estudando lógica da crença e pela primeira vez me
> > dei conta que não temos palavradefinida (nem em inglês nem em português)
> > para a noção fraca de crença.
> > Para a maioria das modalidades temos uma dupla (F)orte x (f)raco de
> termos
> > que são intercambiáveis via negação: ~FA <=> f~A (F=para todo x f=existe
> --
> > F=necessário x f=possível -- F=obrigatório x f=permitido -- ...), mas
> para a
> > modalidade "crença" sóhá o termo forte (F=acredita).
> > Eu, realmente, não sei se há uma palavra que funcione bem para a
> modalidade
> > fraca de crença, mas eu sugiro algo como "considera", "concebe",
> "admite".
> > De qualquer forma, este outro operador não é requerido. Tudo o que você
> faz
> > com os 'fs' você pode embutir nos 'Fs', e já que não temos este conceito
> bem
> > estabelecido na linguagem natural, talvez melhor não formalizar! Não sei.
> > Depende de seus objetivos. Agora o que eu acho esquisito é "crença
> > necessária" e "crença contingente"!
> >
> > Um abraço,
> > Daniel.
> >
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