Oi Marcos,


Você tem razão. Estou plenamente de acordo com você e nutro as mesmas 
preocupações. Eu só acho que exigir graduação em um concurso cujo requisito 
de titulação é doutorado não só tem eficácia zero como instrumento para 
atender as legítimas demandas que você aponta, como pior, atrapalha. Não é 
ação afirmativa, não é política de inclusão, é de exclusão.


Saudações,

Daniel.
Em quinta-feira, 15 de dezembro de 2022 às 06:53:26 UTC-3, Marcos Silva 
escreveu:

> Car@s colegas,
>
>
> aqui vão meus dois centavos de contribuição para esta discussão.
>
>
> Às vezes eu vejo com perplexidade a hegemonia de uma visão liberal e 
> meritocrática da universidade e da pesquisa acadêmica nesta lista.
>
>
> Me parece legítimo que um departamento de filosofia, e qualquer outro, 
> possa orientar o perfil desejado de um professor de uma universidade 
> pública com algumas exigências de formação, sim. Isto não é reserva de 
> mercado tanto quanto ações afirmativas para pretos não é racismo reverso. 
>
>
> A gente pode querer assegurar, sim, ter um lógico, ou matemático, com 
> interesse em filosofia num departamento de filosofia e tentar estimular, 
> sim, que um lógico ou matemático procure ter formação em filosofia tb, se 
> quiser trabalhar em um departamento de filosofia.
>
>
> Um departamento nao pode intervir para prevenir distorções que podem ser 
> muito prejudiciais no medio e longo prazo?  Como, por exemplo, ter um 
> docente num departamento de filosofia por 30 anos sem interesse ou 
> competência em problemas filosóficos? No modelo atual, isto é possível. 
> Alias, voce vê isto em alguns lugares: lógicos ou matemáticos trabalhando 
> em um departamento de filosofia com muito pouco ou nenhum interesse em 
> filosofia.
>
>
>
> Não há uma resposta fácil para isto no atual modelo de gestão da academia. 
> Mas a lógica do “que ganhe o melhor e pronto” nao previne isto. Ou “são as 
> publicações que contam”. Isto talvez funcione para alguns países de 
> capitalismo central. Mas para um país periférico como o nosso, cheio de 
> distorções, assimetrias e desequilíbrios de poder e oportunidades, eu não 
> sei. A candidata selecionada simplesmente por produtividade vai ter 
> interesse em conseguir bolsas para os alunos e alunas de filosofia? Vai 
> procurar recursos para a pos de filosofia? Vai se preocupar em ter uma rede 
> de pesquisa e diálogo com a área e com outros departamentos de filosofia?
>
>
> Eu acho que "ganha quem tem o melhor currículo” ou “quem publica mais” 
> reforça uma visão individualista e meritocrática que sufoca e sufocou as 
> universidades nos últimos anos, está adoecendo muita gente e faz a gente 
> ficar extremamente vulnerável, por exemplo, a ataques de um governo de 
> extrema direita. Além disso, esta visão é muito nociva para discentes 
> periféricos que entram na universidade com muitas deficiências. “Que se 
> contrate quem publica mais” vai perpetuar as distorções com as quais nós, 
> infelizmente, já nos acostumamos. 
>
>
> Acho importante tentar assegurar que um professor ou professora de um 
> departamento de filosofia possa orientar alunos e alunas com interesse em 
> filosofia, possa fomentar e eventualmente defender, sim, a área de 
> filosofia em um ambiente institucional cada vez mais tecnocrata e hostil às 
> áreas humanas. Vale sempre lembrar que no Brasil, um professor, num 
> departamento de filosofia, além de publicar, também deveria ensinar na 
> filosofia, ter atividade de extensão e projetos na filosofia e ser 
> eventualmente coordenador da graduação e pos de filosofia.
>
>
> Vale tb pontuar que eu não concordo com a maneira como concursos públicos 
> para professores do nível superior são feitas no Brasil. Eu acho 
> extremamente constrangedor, por exemplo, pela incrível artificialidade, que 
> a gente tenha que fazer uma prova escrita sem consulta por quatro horas de 
> um tema sorteado. Em oito anos de docência na universidade eu nunca tive 
> que fazer algo sequer parecido com isto.
>
>
> Mas apesar disso, eu realmente acredito que um departamento de filosofia, 
> e qualquer outro, deve poder decidir, sim, exigências mínimas de formação 
> para tentar prevenir estrategicamente distorções possíveis.
>
>
> Abraços,
> Marcos
>
> On Thu, Dec 15, 2022 at 2:44 PM Julio Stern <jms...@hotmail.com> wrote:
>
>> Caro Cassiano: 
>> Bom dia. 
>> Creio que eh Muito importante em um concurso aferir a capacidade do 
>> candidato para atuar em funcoes que sejam importantes para a instituicao 
>> que o esta potencialmente contratando. 
>> Em uma universidade, isto inclui, necessariamente,  >>> (P) Pesquisa + 
>> (E) Ensino + (X) Extensao. 
>>
>> Como voce me perguntou especificamente sobre o Ensino, faco a respeito 
>> alguns comentarios adicionais. 
>> Creio que o professor que ministra uma disciplina de graduacao ou pos em 
>> uma universidade deva ser capaz orientar seus alunos na area. 
>> De preferencia, ser capaz de orientar uma tese no assunto ou, ao menos de 
>> fornecer boas ideias sobre futuros assuntos de pesquisa, sobre possiveis 
>> orientadores de tese, etc. 
>> Ou seja, ter feito ele mesmo uma disciplina de graduacao no assunto, no 
>> Jardim de Infancia, no Colegio Tecnico, ou na Graduacao em Filosofia, pouco 
>> ou nada contribui para capacita-lo a ensinar Filosofia em uma universidade. 
>>   
>> Esclareco ainda que estes comentarios nada tem de especial em relacao a 
>> area de Filosofia. 
>> Sou Professor Titular do IME-USP , o Instituto de Matematica e 
>> Estatistica da USP. 
>> Tenho Graduacao em Fisica, um Mestrado em Fisica Matematica, outro 
>> Mestrado em Engenharia Industrial, um Ph.D. em Pesquisa Operacional, e uma 
>> Livre Docencia em Computacao.  ...   
>> Voce acha que  Pode?   Poderia?   Deveria ser possivel uma carreira 
>> assim? 
>> Na minha carreira, isto nunca foi impedimento. 
>>
>> As instituicoes onde trabalhei queriam saber da minha capacidade de: 
>> (P) Produzir Pesquisa de boa qualidade em Algumas de suas areas de 
>> interesse (ressalto que Algumas, Nao Todas, pois isto seria impossivel 
>> para a maioria dos mortais);  
>> (E) Ensinar com propriedade -- enquanto pesquisador nestas areas -- 
>> disciplinas de interesse na instituicao; 
>> (X) Fazer ou participar  -- enquanto pesquisador nestas areas -- de 
>> Assessorias, 
>> Consultorias, ou outras formas relevantes de Extensao. 
>> Sem falsa modestia, acho que nao as decepcionei, mesmo sem ter diploma 
>> ``bem casado''  (que eh o nome de um docinho muito acucarado e 
>> enjoativo).   
>>     
>> Tudo de bom,  ---Julio 
>>
>> ------------------------------
>> *From:* Cassiano Terra Rodrigues <cassian...@gmail.com>
>> *Sent:* Wednesday, December 14, 2022 10:38 PM
>> *To:* Aldo Figallo-Orellano <aldof...@gmail.com>
>> *Cc:* Julio Stern <jms...@hotmail.com>; Daniel Durante <dura...@gmail.com>; 
>> Lista Lógica <logi...@dimap.ufrn.br>; Joao Marcos <boto...@gmail.com>; 
>> joaov...@gmail.com <joaov...@gmail.com>; João Daniel Dantas <
>> dantas.j...@gmail.com>
>> *Subject:* Re: [Logica-l] Concurso Público (FIL-UnB) - Área: Lógica 
>>  
>> Julio, nessa produção, vc inclui tb docência para o jardim da infância e 
>> adolescência ou isso é desprezível?   
>> Se for desprezível, discordo veementemente. Acho q deveria contar e muito 
>> nos concursos, ao contrário do habitual.
>> Abraços, 
>> cass.
>>
>> Em qua., 14 de dez. de 2022 18:37, Aldo Figallo-Orellano <
>> aldof...@gmail.com> escreveu:
>>
>> Concordo plenamente com o professor Stern.
>>
>>
>>
>> Em qua., 14 de dez. de 2022 18:31, Julio Stern <jms...@hotmail.com> 
>> escreveu:
>>
>> Caros: 
>> Para mim,  Jardim de infancia, Primario, Ginasio, Colegio e Graduacao,  
>> pertencem a etapas da (pre-) adolescencia, e nao ha a menor justificativa 
>> em exigir que, para qq funcao academica, um candidato tenha 
>> colegio tecnico ou graduacao disto ou daquilo ---  eh ridiculo. 
>> Quanto a pos-graduacao, pode-se obter excelente formacao em 
>> Filosofia, e deptos de Filosofia, Matematica, Fisica, Computacao, 
>> Antropologia, Historia, etc., etc., etc. 
>> Esta balela de exigir diplominha disto ou daquilo tem que acabar. 
>> O que interessa eh producao academica,  ponto. 
>> Tudo de bom, ---Julio Stern 
>>   
>> ------------------------------
>> *From:* logi...@dimap.ufrn.br <logi...@dimap.ufrn.br> on behalf of 
>> Daniel Durante <dura...@gmail.com>
>> *Sent:* Wednesday, December 14, 2022 7:42 PM
>> *To:* Cassiano Terra Rodrigues <cassian...@gmail.com>
>> *Cc:* Lista Lógica <logi...@dimap.ufrn.br>; Joao Marcos <
>> boto...@gmail.com>; joaov...@gmail.com <joaov...@gmail.com>; João Daniel 
>> Dantas <dantas.j...@gmail.com>
>> *Subject:* Re: [Logica-l] Concurso Público (FIL-UnB) - Área: Lógica 
>>  
>> Oi Cassiano, João Daniel e Colegas,
>>
>> Concordo com tudo o que você disse, Cassiano, só que eu acho que alguém 
>> que tem doutorado em filosofia, escolheu dedicar-se à filosofia, e 
>> demonstrou alguma competência, já que obteve o título. Qual a razão, então, 
>> de privar essa pessoa da possibilidade de dedicar-se à área que escolheu?
>>
>> Veja, não podendo fazer inscrição, a pessoa nem consegue a oportunidade 
>> de demonstrar sua capacidade. 
>>
>> Será que é medo de que quem não fez graduação em filosofia não consiga 
>> dar aula de graduação em filosofia? Bem, se o medo é esse, a exigência 
>> deveria ser licenciatura em qualquer área, e não graduação em filosofia. O 
>> curso de bacharelado em filosofia, por exemplo, não cobra essa habilidade 
>> de seus alunos.
>>
>> Isso sem falar que uma das etapas de todos os concursos é dar uma aula em 
>> nível de graduação. Quem não sabe, não passa.
>>
>> Já se o medo é, conforme sugeriu João Daniel, que o candidato com outra 
>> graduação não saiba suficientemente filosofia, já que os pontos do concurso 
>> são muito especializados em lógica matemática, e o professor vai trabalhar 
>> em um departamento de filosofia, então, se o medo é esse, que se mude o 
>> programa do concurso e inclua pontos “filosóficos". 
>>
>> Aquilo que se espera de um candidato deveria estar expresso nos pontos do 
>> concurso e não em uma exigência específica de graduação. Não consigo ver 
>> nenhuma preocupação legítima que possa ser motivação para essa exigência de 
>> graduação na área que não seja melhor atendida mediante uma elaboração 
>> criteriosa do programa do concurso.
>>
>> Saudações,
>> Daniel.
>> -----
>> Departamento de Filosofia - (UFRN)
>> http://danieldurante.weebly.com 
>>
>> On 14 Dec 2022, at 14:05, Cassiano Terra Rodrigues <cassian...@gmail.com> 
>> wrote:
>>
>> Camaradas, bons dias.  
>> Como se trata de dar opinião,  vou dar a minha, já q sou graduado e pós 
>> graduado em filosofia, pela UNICAMP, e tive uma formação pífia em lógica, 
>> pois na minha graduação havia 1 único semestre reservado para a disciplina 
>> e muito desprezado tanto pelo corpo docente quanto pelo discente. Estou 
>> falando da década de 1990, qdo a graduação em filosofia na UNICAMP era 
>> recém nascida. Hoje, creio eu, a situação é outra, tanto por parte da carga 
>> horária quanto por parte do interesse, e até onde sei muita coisa mudou, 
>> não apenas na UNICAMP. da qual podem falar com propriedade quem está lá. 
>> No entanto, para fazer o advogado do diabo e tentar apresentar um 
>> contexto mais amplo, não posso deixar de lembrar q "reservas de mercado" 
>> não surgem do nada e não sobrevivem pairando no céu. Relativamente ao 
>> concurso da UnB, o edital diz "graduação em filosofia", o que me parece 
>> incluir licenciatura e bacharelado, não? Posso estar enganado, não li o 
>> edital todo, mas se for realmente isso, a pessoa pode ter bacharelado em 
>> matemática, engenharia ou direito e licenciatura em filosofia (ou 
>> vice-versa) e estaria apta a prestar o concurso. Se for isso mesmo, não 
>> vejo tanto problema na exigência; é restritivo, mas nem tanto. Digo isso pq 
>> acho q cabe aqui lembrar q a carreira docente nas universidades brasileiras 
>> inclui a docência, apesar de muita gente não gostar disso. E a realidade no 
>> Brasil é q há mais cursos de filosofia com professores q são formados em 
>> teologia ou direito do q em filosofia (a CAPES, até bem pouco tempo, 
>>  reunia as áreas de Teologia e Filosofia, e a separação não mudou a 
>> realidade). Isso incapacita os professores a priori? Não creio q seja o 
>> caso. Mas é um fato a se pensar q nem Aristóteles, nem Galileo enfrentaram 
>> o contexto da profissionalização q hoje é imprescindível. Diploma não é 
>> garantia de conhecimento, mas se prescindirmos dos diplomas, então q seja 
>> abolida também a estrutura disciplinar, departamental e burocrática q 
>> sustenta a universidade como instituição de produção capitalista de 
>> conhecimento (lembremos q a "modernização" departamental foi uma imposição 
>> do regime militar, severamente criticada à época; hj, é praticamente um 
>> dado da natureza, tamanha a falta de questionamento). Não me parece q temos 
>> o q por no lugar em nenhum país do mundo e isso nada tem q ver com recusar 
>> a interdisciplinaridade; inclusive, eu diria q no atual estágio de 
>> capitalização das universidades no mundo, a interdisciplinaridade é um 
>> fator desejado para a reprodução do capital. Eu mesmo faço um elogio da 
>> interdisciplinaridade e sou a favor de concursos abertos à diferentes 
>> áreas, mas é preciso defender a especificidade da formação ao mesmo tempo, 
>> não apenas para a pesquisa, mas sobretudo para a docência, pois a 
>> interdisciplinaridade no conhecimento vem do aprofundamento específico - é 
>> por aprofundar o conhecimento na sua área q alguém busca o de outras, 
>> deixem-me dizer assim - é o próprio desenvolvimento das questões q leva à 
>> necessidade de recorrer a outros saberes, pois conhecer, pesquisar, 
>> filosofar ou fazer ciência são atividades essencialmente comunicativas. No 
>> contexto de fragmentação das áreas de conhecimento, a filosofia, coitada, 
>> parece q perdeu tanto terreno q até hoje sofre a perda da identidade, mas 
>> tb sofre de falta de respeito por parte de outras áreas, q são 
>> esquizofrênicas qdo se trata de lidar com a filosofia. Se é possível 
>> filosofar em alemão, tupi ou mesmo português, e poetas e até donos de 
>> padaria filosofam, ao mesmo tempo filosofia não é qualquer coisa q basta 
>> querer fazer para conseguir. A esquizofrenia está aí: ninguém sabe o q é 
>> filosofia, mas todo mundo quer filosofar e acha q consegue. Longe de mim 
>> dizer quem pode ou não fazer qq coisa, mas entre a intenção e o gesto vai 
>> uma distância e não me parece q seja possível muito menos desejável 
>> escamotear q para não ficarmos presos ao senso comum é fundamental a 
>> sistematização formal do conhecimento (e isso é um direito q as escolas 
>> públicas devem garantir aos estudantes, aliás). Ao mesmo tempo, na minha 
>> avaliação, o insulamento da área de filosofia no Brasil levou a tal 
>> ignorância e descolamento da realidade q resultaram em elitismos 
>> vergonhosos; mas mesmo internamente à filosofia o insulamento é terrível, 
>> muitos sequer reconhecem a importância de estudar com um mínimo de 
>> seriedade algo q não está na sua prateleira elegida (não é de escolhas 
>> pessoais q falo, afinal, cada um escolhe a sua área de dedicação por razões 
>> psicológicas, qdo a situação o permite). Felizmente, penso, isso está 
>> mudando, ainda que talvez de modo muito indutivo. O diploma garante alguma 
>> coisa, nesse sentido? Acho q não, ou muito pouco. Mas o diploma, não como 
>> documento, mas como resultado de um percurso, é prescindível? Não creio q o 
>> seja e acho q poderia ser melhor. 
>> Perdoem-me o relato pessoal, mas não é por desabafo, é para levar ao 
>> ponto q o faço. Na minha graduação, tive péssimos professores formados em 
>> qualquer área, simplesmente pq, apesar de contratados e pagos como 
>> professores, detestavam lecionar.  Eu tb não gostava tanto assim de ir às 
>> aulas, então, não faço condenações pessoais. E gostar de lecionar, é claro, 
>> tampouco garante a qualidade da aula. O ponto é o sentido da formação e o 
>> compromisso com a formação, q a meu ver deve necessariamente ir além do 
>> carreirismo pessoal. Muitos professores ainda hoje não lecionam um único 
>> curso sequer em vários anos ou, se conseguem, lecionam apenas na 
>> pós-graduação cursos q interessam aos seus orientandos (a UNICAMP era uma 
>> bolha elitista, naquela época; basta citar q havia pouquíssimos cursos 
>> noturnos e muitos em período integral). Já ouvi de mais de um colega q dar 
>> aulas é como um pedágio para fazer pesquisa. Então, pra q serve a 
>> indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão? Nem vou falar da 
>> função social da extensão, ultimamente muito debatida. Mas a continuar essa 
>> mentalidade, tanto faz o diploma, pois é muito fácil lecionar a bel-prazer. 
>> Falta de compromisso pedagógico e liberdade docente são coisas bem 
>> diferentes, e, falando especificamente agora, planejar e executar um curso 
>> de lógica que dialogue com a formação em filosofia, da perspectiva da 
>> lógica contemporânea, não é fácil e exige muito mais q conhecimento da 
>> disciplina, exige tanto formação em lógica e filosofia quanto formação 
>> pedagógica. Nesse sentido, é mesmo estranho q nesse edital a filosofia 
>> esteja ausente. Mas o q me parece ruim mesmo é a falta de exigência 
>> pedagógica, o q fica a critério da banca, no fim das contas. Mas será q o 
>> bacharelado basta e isso pode ser relegado ao juízo da banca? Faz sentido, 
>> pq, afinal, o último projeto nacional de formação de professores foi de 
>> fato o Normal (o Magistério foi um remanejamento para baixo do Normal) e as 
>> licenciaturas não dão conta dessa tarefa. 
>> Eu entendo q a finalidade da pesquisa é a formação do estudante, pois sem 
>> isso a própria pesquisa não continua, então acho muito complicado q para 
>> concursos de instituições regidas pela indissociabilidade citada baste o 
>> diploma de bacharel e a prova didática seja avaliada por pessoas cuja única 
>> formação docente é, na maioria das vezes, a própria experiência ou quase 
>> isso. Não vejo muito outro jeito, pois de temos de partir do real, mas sem 
>> imaginar um futuro diferente fica difícil mudar. 
>>
>> Saudações, 
>> cass. 
>> On Wednesday, December 14, 2022 at 11:17:16 AM UTC-3 Joao Marcos wrote:
>>
>> > Me parece que a questão é a completa ausência de temas relacionados a 
>> filosofia da lógica em um concurso para um departamento de filosofia. 
>>
>> Não sei se dá para dizer que esta é "a questão", nesta thread, mas 
>> certamente é uma _outra questão_ importante, além daquela que foi 
>> levantada por João Ferrari. 
>>
>> Vários anos atrás rolaram algumas conversas aqui interessantes sobre 
>> que temas deveriam fazer parte de um concurso como este. Uma thread 
>> nesta direção, do longínquo ano de 2008, foi esta, na qual 
>> participaram em particular os saudosos amigos Andrea Loparic e Carlos 
>> Gonzalez: 
>>
>> https://groups.google.com/a/dimap.ufrn.br/g/logica-l/c/aBuc6Lyg4R0/m/y3OqInfGt6IJ
>>  
>>
>> Teria sido interessante acompanhar a evolução do tema ao longo dos 
>> anos, com a coleta evidencial de programas de concursos que já 
>> ocorreram, no país, para a área de Lógica na Filosofia. (Fiz isso 
>> durante vários anos, e divulguei sempre nesta lista. Depois me 
>> cansei, tendo notado haver pouco interesse na área de Filosofia para 
>> dar continuidade a este diálogo.) 
>>
>> > O candidato que domina os 10 temas do concurso não necessariamente sabe 
>> sobre como fazer filosofia. Independente da graduação. 
>>
>> E será que a _graduação_ específica em Filosofia, neste caso, 
>> garantiria que o candidato aprovado "sabe sobre como fazer filosofia"? 
>> (Esta questão particular está claramente relacionada à questão 
>> original desta thread.) 
>>
>> []s, JM 
>>
>>
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>>
>
>
> -- 
> Marcos Silva (UFPE/CNPq)
> Philosophy Department
> Federal University of Pernambuco, Brazil 
> Director of Graduate Studies (PPGFIL/UFPE 
> <https://www.ufpe.br/ppgfilosofia/>)
> Editor-in-chief Revista Perspectiva Filosófica
> <https://periodicos.ufpe.br/revistas/perspectivafilosofica>
> https://sites.google.com/view/marcossilvaphilosophy
> "amar e mudar as coisas me interessa mais"
>

-- 
LOGICA-L
Lista acadêmica brasileira dos profissionais e estudantes da área de Lógica 
<logica-l@dimap.ufrn.br>
--- 
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