a...@s...uma grande questão que eu falei no vídeo do seminário de
direitos autorais do MINC e que é fato no Brasil e no mundo:

"os autores e criadores não são donos das suas obras. Os autores e
criadores, no modelo da era industrial, tinham que transferir seus
direitos para as gravadoras, editoras etc para tentar sobreviver no
mercado."

A grandíssima maioria dos autores e criadores NÃO DETÉM OS DIREITOS DE
SUAS OBRAS. 
As gravadoras e editoras se apropriaram (piratearam) estes direitos.


Portanto quando estamos defendendo contra o compartilhamento P2P de
obras protegidas (e de propriedade das gravadoras/editoras) não estamos
defendendo os artistas e suas vontades. Estamos defendendo um modelo
injusto que retirou dos autores este direito:  de ser dono de sua obra.
Estamos defendendo, portanto,  os interesses das gravadoras e das
editoras.

Não me venham dizer que os artistas entregaram seus direitos aos
intermediários por livre desejo. Foi por coação de um modelo da era
industrial injusto no qual os que detinham o monopólio da cópia e da
distribuição (gravadoras e editoras) ditavam as regras e não tinha outra
forma de fazer as coisas.

Agora quem faz a cópia e a distribuição é a Internet....

[]s

Marcelo



Em Sex, 2009-02-27 às 09:02 -0300, Ricardo Bánffy escreveu:

> 2009/2/26 Alexandre Oliva <lxol...@fsfla.org>:
> > Uma vez que você compartilhou a obra comigo, eu sou dono da cópia que
> > você me deu.  Se você me impede de copiá-la, de modificá-la, de
> > entregá-la a quem eu quiser, não está defendendo *sua* liberdade, está
> > exercendo poder de exclusão sobre a *minha* liberdade.
> 
> Mudando um pouco o objeto, você consegue guardar um segredo?
> 
> > É, de novo, aquele argumento da liberdade do psicopata: a liberdade do
> > cara me matar deve sobrepujar minha liberdade de viver?  Tirar a vida
> > (ou qualquer outro direito ou liberdade do outro) não está mais dentro
> > da sua liberdade, é poder sobre o outro.
> 
> Eu dificilmente acreditaria que a sua vida depende de ouvir músicas
> sem remunerar quem as produziu...
> 
> >> mas os mesmos mecanismos legais que os defendem são os que acabamos
> >> usando para defender a nossa liberdade de fazer Software Livre
> >
> > Não, você está de novo confundindo Software Livre com software copyleft,
> > ou GPL, ou algo assim.
> 
> 
> >
> > Você, por exemplo, faz Software Livre e adora a licença de Software
> > Livre permissiva publicada pela Universidade da California em Berkeley,
> > a BSD modificada.
> 
> Ela também limita a liberdade de quem recebe o código que não pode
> omitir a informação de autoria original.
> 
> > Correto.  O criminoso comete o ato em vantagem própria.
> 
> A sua definição de crime é curiosa. Não sei se os advogados da lista
> vão concordar com ela.
> 
> > A desobediência
> > civil que praticamos, visa a subverter todo o sistema, para benefício de
> > toda a sociedade.
> 
> > São objetivos completamente diferentes, um mesquinho
> > como os supostos direitos que você e Bánffy defendem, o outro generoso e
> > de cunho social, justamente para combater essa mesquinharia.
> 
> Garantir a existência de incentivos adequados à produção cultural não
> é exatamente mesquinho.
> 
> Achar que ela continuará a existir se o estado de coisas que você
> propõe se tornar a regra não é exatamente uma crença racional. Você
> quer tanto que isso seja verdade que acredita piamente que seja.
> 
> 
> 

Marcelo D'Elia Branco 

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