Re: [obm-l] Varredura de porta - sem sustos...

2008-09-20 Por tôpico Bernardo Freitas Paulo da Costa
Bom, eu estava lendo a lista, e vi este belo problema. E fiquei
pensando como fazer. Dando uma espiada nas soluções (principalmente,
vendo como cada um pensava em resolver !), eu vi que o buraco era bem
mais embaixo. Hoje de manhã, eu tentei fazer uma coisinha ou outra, e
acabei de ver uma solução. Eu não vou negar que ela foi um pouco
influenciada pelo Ponce (porque usa ângulos !), mas ela tem o mérito
de fazer umas contas, e mostrar o poder de variáveis implícitas.

Aproveitando o enunciado do Ponce :

 Existe uma sala quadrada de lado L.
 Em um dos lados existe uma porta do tamanho da parede, ou seja, L.
 Portanto uma das paredes e' so' a porta.
 Chame esse quadrado (sala) de ABCD, e seja o segmento AB a porta.
 Essa porta, ela se abre de um jeito particular: o ponto A da mesma
 segue em linha reta pelo segmento AB, enquanto o ponto B dela segue
 reto pelo segmento BC.
 Portanto, quando ela abre, ela varre certa area de dentro da sala.
 Qual o valor dessa area?

Bom, acho que todo mundo já fez o desenho da situação... e eu fiz ao
contrário (eu botei a porta pra subir no eixo x = 1, e não x = 0,
como todo mundo). Isso não muda nada, mas vai mudar um pouquinho a
notação. (eu desenhei AB a base, e orientei trigonometricamente os
vértices, e assim o C ficou sendo o (1,1), e não o A = (0,1) e B=(0,0)
e C=(0,1) como na solução do Ponce, eu acho)

Vamos lá : a porta está em y = 0, e sobe pela reta x = 1. Seja t (de
theta) o ângulo que a tal porta faz com a base AB num dado instante.
Seja x um ponto que está pra lá do ponto de encontro, ou seja, x 
(1 - cos t). Como a gente tem um triângulo retângulo, de lados cos t e
sin t, com ângulo em B = (1,0), o ponto de encontro com AB é ( 1 - cos
t , 0). A altura acima do ponto x sobre a porta é sin t * (x - (1 -
cos t)) / cos t = tg t * (x + cos t - 1) (por uma semelhança dos
triângulos retângulos, o mais chatinho é ver o x - (1 - cos t), mas
depois de ter achado o 1 - cos t antes, fica até natural. Muito bom,
equação chatinha essa, não ? Vai ficar pior ! Vamos achar a altura
máxima em x. Basta derivar em relação a t nesta equação (e é aí que
fazer cos t, sin t é melhor do que usar uma coordenada linear na base,
porque vai dar uns polinômios e raizes muito chatos... eu comecei
assim...). Mas a equação é legal de derivar em t :
sec^2 t (x + cos t - 1) + tg t (-sin t) = 0, ou seja (x + cos t - 1) =
cos t * sin^2 t

Pronto, a gente tem x. Pra achar a área, basta integrar a altura em x
no ponto ótimo. Mas isso é muito difícil, porque implica resolver a
equação em t. E é aí que entra a mágica das funções implícitas : é bem
claro (mas se convençam disso por vocês mesmos) que entre 0 e pi/2 um
theta corresponde a um x ótimo e inversamente, um x corresponde a um
t ótimo. Pronto, em vez de calcular integral de 0 a 1 de h(x) dx, a
gente escreve x como função de t, e integra (mudando o limite da
integral). E vai ficar bem legal, porque tem montes de coisas que vão
simplificar (pra começar, o (x + cos t - 1) que vai embora !)

integral de 0 a pi/2 de h(x(t)) d (x(t)) = integral de 0 a pi/2 tg t
*(cos t * sin^2 t) d (x(t))

Pausa para calcular d (x(t)) :
dx - sin t dt - 0 = (-sin t)sin^2 t + cos t * 2sin t cos t = dx = sin
t - sin^3 t + 2 cos^2 t sin t = (sin t)(1 - sin^2 t + 2 cos^2 t) = sin
t * 3 cos^2 t.

E agora, é só juntar tudo, e correr pro abraço :
integral de 0 a pi/2 sin t / cos t * cos t * sin^2 t * sin t * 3 cos^2
t dt = integral de 0 a pi/2 3 cos^2 t sin^4 t dt

Bom, pra integrar isso, é só usar fórmulas de arco - duplo, cos^2 t
= (1 + cos 2t)/2. Como a integral é de 0 a pi/2, qualquer integral de
cos 2t vai integrar de 1 a -1, e vai dar zero. Portanto, basta
calcular o termo sem cos 2t !

3 integral de 0 a pi/2 (1 + cos 2t)/2 * (1 - cos^2 t)^2 dt =
3 integral de 0 a pi/2 (1 + cos 2t)/2 * (1 - 2cos^2 t + cos^4 t) dt =
3 integral de 0 a pi/2 (1 + cos 2t)/2 (1 - 2(1 + cos 2t)/2 + (1 + cos
2t)^2/4) dt =
3 integral de 0 a pi/2 (1 + cos 2t)/2 (1 - (1 + cos 2t) + (1 + 2cos 2t
+ cos^2 2t)/4) dt =
3 integral de 0 a pi/2 (1 + cos 2t)/2 (-cos 2t + (1 + 2cos 2t + cos^2
2t)/4) dt =

lembrando de desprezar os termos em cos 2t puros, e cos^3 2t que somam
zero de 0 a pi/2 (depois de fazer a distributiva !):

3 integral de 0 a pi/2 1/2 ((1 + cos^2 2t)/4) + (cos 2t)/2 (-cos 2t +
(2cos 2t)/4) dt =
3 integral de 0 a pi/2 1/8 + (cos^2 2t)/8  + (cos 2t)/2 (-cos 2t)/2 dt =
3 integral de 0 a pi/2 1/8 + (cos^2 2t)/8  - (cos^2 2t)/4 dt =
3 integral de 0 a pi/2 1/8 - (cos^2 2t)/8 dt =
3 integral de 0 a pi/2 1/8 - (1 + cos 4t)/2/8 dt =

E como pro 4t vai ser a mesma coisa do 2t (dessa vez, dá a volta
inteira no círculo)

3 integral de 0 a pi/2 1/8 - 1/16 dt = 3 * pi/2 * 1/16 = 3pi/32
(Ufffaaa, deu certo !)

A solução parece grande (mas uma vez que se chega na integral, é bem
fácil, é só longo de escrever), mas achei ela bonitinha pela mudança
de variáveis que inverte a função altura(x, theta), usando o x(theta)
em vez de theta(x) (que é o que a gente poderia querer calcular) e 

[obm-l] Três problemas legais

2008-09-20 Por tôpico Tarso Moura Leitão
Aqui vão três problemas bem legais enviados pelo professor Bloh ( antigo 
professor do curso Anglo em São Paulo ), que vive em Israel. O professor Bloh 
gostaria de receber comentários sobre os problemas.
Todos os problemas se dão em uma balança de braços iguais.
Primeiro - Num dos pratos da balança foi colocado um objeto cuja massa m é um 
número interiro de gramas, com m entre 1 e 21, inclusive.
Existem três massas aferidas de x, y e z gramas com as quais ( e com a balança 
) consegue-se determinar a massa m. Encontre x, y e z.

Segundo: Considere, novamente, o objeto de massa m, agora m é um dos seguintes 
números inteiros:
1,2,3,...,M - 1, M.. Qual o valor máximo de M para que ainda seja possível 
determinar o valor de m usando três massas aferidas de x, y e z gramas ? 
Determine também x,y e z e exiba um procedimento para obter o valor máximo M.

Terceiro - É dado que m é um dos números inteiros
1,2,3,,M - 1, M.  Qual o valor máximo de M para que seja possível 
calcular m usando n massas aferidas ?
Nos itens anteriores tínhamos apenas três massas aferidas.
( Nos enunciado recebido do professor Bloh não há condições impostas sobre o 
número n, parece razoável buscar o menor n.)

Grato.
Tarso Moura Leitão




[obm-l] CUSTO-BENEFÍCIO!

2008-09-20 Por tôpico Jorge Luis Rodrigues e Silva Luis

Turma! Beleza de varredura e suas magníficas discussões...A dificuldade da 
escolha pública pela regra da maioria não está apenas no fato de dar, por 
vezes, origem a intransitividades. Um problema ainda mais sério reside no fato 
de quase completamente obscurecer todas as diferenças importantes relativas à 
intensidade com que os diferentes votantes mantém as suas preferências. A 
análise de custo-benefício é uma alternativa à regra da maioria que tenta levar 
em conta de forma explícita a determinação das pessoas na defesa das suas 
opiniões relativamente a cada uma das alternativas em questão.
 
Suponha que existem apenas duas pessoas, R (que é rico) e P (que é pobre). E 
suponha que R apoia um projeto público, ao qual P se opõe. Em termos puramente 
psicológicos, as intensidades de sentimentos são iguais. No entanto, pelo fato 
de R possuir bastante mais dinheiro, ele estaria disposto a pagar 100 para 
conseguir o projeto, enquanto P estaria disposto a pagar apenas 10 para o 
evitar. Se cada um deles pudesse escolher o método a utilizar para decidir 
sobre projetos públicos, qual dos dois é que cada um escolheria, a análise de 
custo-benefício ou a regra da maioria?
 
Resolução: Numa primeira abordagem, a regra da maioria parece atrativa para P, 
pois confere-lhe o poder de veto sobre qualquer projeto que ele não aprove. No 
entanto, o primeiro passo que P daria se lhe fosse atribuido esse poder de veto 
seria o da abdicação em troca de um pagamento compensatório. O fato de a 
análise de custo-benefício dar sempre origem ao maior excedente econômico 
significa que será sempre do interesse tanto de R como de P utilizarem-no.
 
Seja 20 o valor marginal da produção de um indivíduo que vive numa fazenda e 
que consome 60. Surge uma oportunidade de trabalho e passa a receber um salário 
de 90 consumindo-o inteiramente. Qual o custo para empregá-lo?
 
Abraços!
 
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Re: [obm-l] Probabilidade

2008-09-20 Por tôpico Lucas Tiago Castro Jesus
Bem, creio que este exercício pode ser resolvido pelo primeiro Lema de
Kaplansky, dado 60 números temos C(60,6) jeito de escolher os números.
Vamos tentar calcular o número de combinações tais que não haja dois
elementos consecutivos
colocando sinal de  + e - nos números, + quando for escolhido, - caso
contrário, teremos a seguitne configuração
++--+-+-..- (Há 60 sinais 6 deles são + e 54 são -)
Nenhum um mais pode ficar junto, portanto um jeito de contar é ficando os -
deixando espaço entre eles:
_-_-_-_-_-_-_-_-_

bem agora temos que escolher 6 dentre os 55 _ que é calculado como C(55,6)

Logo a probabilidade é 1- C(55,6)/C(60,6)=1-(55!.54!)/(49!.60!) Alternativa
e.
Creio que seja isso.


Re: [obm-l] combinatoria chico nery 69

2008-09-20 Por tôpico Lucas Tiago Castro Jesus
Humpodemos dividir em casos:

I-) Tres números diferentes de 0 e os outros 2 também

2-)Tres números diferentes de 0 e um igual a 0 e outro diferente

3-)Tres números iguais a 0.

Caso 1-)
Temos C(9,1) jeitos de escolher 3 números iguais dentre 9,obviamente xD e
C(8,2) jeitos de escolher os outros dois números.
Escolhido esses números devemos calcular a permutação com repetição:
#possibildades1=C(9,1)*C(8,2)*(5!/(3!))=5040

Caso 2-)
Temos C(9,1) jeitos de escolher 3 números iguais dentre 9 e C(8,1) jeito de
escolher o outro número.
O número de permutações possiveis são todas - as que começam com zero
#possibilidade2=C(9,1)*C(8,1)*[(5!/(3!)) -(4!/3!)]=1152

Caso 3-)Nesse temos C(9,2) jeitos de escolher os dois números distintos.
Para o primeiro algarismo do número formado temos duas possibilidade, ou
seja, as 5 menos os 3 zeros.
Novamente temos que calcular as permutações.
Logo temos:
#possibilidade3=C(9,2)*( 2*(4!/3!))=288

#total=#possibildades1+#possibildades2+#possibildades3

#total=6480 números

Hum..acho que é isso


Re: [obm-l] combinatoria chico nery 69

2008-09-20 Por tôpico Vandelei Nemitz
Hermann, você pode escolher os três algarismos diferentes de C10,3 = 120,
onde Cn,p é o número de combinações de n elementos, tomados p a p. Depois,
basta escolher qual deles aparecerá três vezes e permutar, ou seja, teremos
120 . 3 . P5, 3 = 360 . 10 = 3600 números, onde P5,3 é o número de
permutações de 5 elementos com 3 repetições. Mas nestes estão incluídos
aqueles que iniciam por zero e portanto, devemos descontá-los. Se o número
inicia por zero, temos que escolher outros dois números de C9,2 = 36
maneiras diferentes. Se o zero for único, teremos 2 . P4,3 = 8
possibilidades e se o zero aparecer três vezes, teremos P4, 2 = 12
possibilidades. Assim, devemos desconsiderar 36 . (8 + 12) = 720 números de
3600, ou seja, restaram finalmente 3600 - 720 = 2880. Acho que é isso. Se
não for, poste outra mensagem que pensamos melhor na solução.

Vanderlei



Em 19/09/08, Hermann [EMAIL PROTECTED] escreveu:

 Senhores estou apanhando, combinatória realmente..., gostaria de outro
 auxílio. Obrigado

 Quantos são os números de 5 algarismos que têm três de seus algarismos
 iguais e os outros algarismos diferentes entre si e diferente dos três
 algarismos iguais?

 Abraços
 Hermann
 =
 Instruções para entrar na lista, sair da lista e usar a lista em
 http://www.mat.puc-rio.br/~obmlistas/obm-l.htmlhttp://www.mat.puc-rio.br/%7Eobmlistas/obm-l.html
 =



[obm-l] A Lei de Benford e as Loterias

2008-09-20 Por tôpico Bouskela
Saudações a todos!
 
Olhando a enxurrada desses problemas chatinhos (perdoem-me a franqueza)
sobre Análise Combinatória e Probabilidades que está afogando esta Lista,
ocorreu-me a seguinte questão:
 
Algum maluco já estudou a influência (ou a validade) da Lei de Benford (a
lei da primazia do 1º dígito) em loterias numéricas? Eu, particularmente,
não sei de nada a respeito...
 
Sds.,
AB


Re: [obm-l] combinatoria chico nery 69

2008-09-20 Por tôpico JOSE AIRTON CARNEIRO
Bom, os números com 3 algarismos zero repetidos terão essa disposição:
 ---9--  ---8---  --0--  --0--  --0-- = 72 números com os 3 zeros nessa
posição.
 --9--  --0--  --0--  --0--  --8-- = 72 nessa posição.
 --9--  --0--  --0--  --8--  --0-- = 72 nesta outra.
 --9--  --0--  --8--  --0--  --0-- = 72 nesta última
Logo teremos 288 números de 5 algarismos com 3 zeros repetidos.

Com 3 algarismos 1 repetidos temos a seguinte disposição:
--8--  --8--  --1--  --1--  --1--  = 64 números nessa disposição, pois não
podemos iniciar o número com zero.
--8--  --1--  --1--  --1--  --8-- = 64
--1--  --1--  --1--  --9--  --8-- = 72 pois o zero faz parte do número,
nessa disposição.
--1--  --1--  --9--  --1--  --8--  = 72
--1--  --1--  --9--  --8--  --1--  = 72
--8--  --1--  --1--  --8--  --1-- = 64
--1--  --9--  --1--  --1--  --8--  = 72
--1--  --9--  --8--  --1--  --1--  = 72
--8--  --1--  --8--  --1--  --1--  = 64
--1--  --9--  --1--  --8--  --1--  = 72
Então temos 688 números de 5 algarismos com 3 uns repetidos.
Como temos 9 algarismos significativos então 9.688 = 6192.
Logo o total de números será: 6192 + 288 = 6480.


Em 20/09/08, Lucas Tiago Castro Jesus [EMAIL PROTECTED] escreveu:

 Humpodemos dividir em casos:

 I-) Tres números diferentes de 0 e os outros 2 também

 2-)Tres números diferentes de 0 e um igual a 0 e outro diferente

 3-)Tres números iguais a 0.

 Caso 1-)
 Temos C(9,1) jeitos de escolher 3 números iguais dentre 9,obviamente xD e
 C(8,2) jeitos de escolher os outros dois números.
 Escolhido esses números devemos calcular a permutação com repetição:
 #possibildades1=C(9,1)*C(8,2)*(5!/(3!))=5040

 Caso 2-)
 Temos C(9,1) jeitos de escolher 3 números iguais dentre 9 e C(8,1) jeito de
 escolher o outro número.
 O número de permutações possiveis são todas - as que começam com zero
 #possibilidade2=C(9,1)*C(8,1)*[(5!/(3!)) -(4!/3!)]=1152

 Caso 3-)Nesse temos C(9,2) jeitos de escolher os dois números distintos.
 Para o primeiro algarismo do número formado temos duas possibilidade, ou
 seja, as 5 menos os 3 zeros.
 Novamente temos que calcular as permutações.
 Logo temos:
 #possibilidade3=C(9,2)*( 2*(4!/3!))=288

 #total=#possibildades1+#possibildades2+#possibildades3

 #total=6480 números

 Hum..acho que é isso