Re: [obm-l] Re: [obm-l] Re: [obm-l] Polinômios de variável complexa

2008-05-23 Por tôpico Walter Tadeu Nogueira da Silveira
Amigos,

Foi uma questão da UFRJ. Uma ajuda por favor..


*  *Um novo exame para detectar certa doença foi testado em trezentas
pessoas, sendo duzentas sadias e cem portadoras da tal doença.

 Após o teste verificou-se que, dos laudos referentes a pessoas sadias,
cento e setenta resultaram negativos e, dos laudos referentes a pessoas
portadoras da doença, noventa resultaram positivos.






*a)  *Sorteando ao acaso um desses trezentos laudos, calcule a
probabilidade de que ele seja positivo.







*b)  *Sorteado um dos trezentos laudos, verificou-se que ele era
positivo. Determine a probabilidade de que a pessoa correspondente ao laudo
sorteado tenha realmente a doença.


[obm-l] Re: [obm-l] Polinômios de variável complexa

2008-05-17 Por tôpico Ojesed Mirror
Ribamar, o método de Cardano/Tartaglia, resulta nas raizes de um polinômio de 
grau 3, sendo elas reais ou complexas.
  - Original Message - 
  From: J. R. Smolka 
  To: obm-l@mat.puc-rio.br 
  Sent: Thursday, May 15, 2008 10:06 AM
  Subject: Re: [obm-l] Polinômios de variável complexa


  Obrigado ao Ojesed pela idéia de fazer uma substituição de variável do tipo 
z=(x+1) para simplificar a análise. Deve ser útil. Mas não dá para aplicar 
Cardano diretamente, porque (repito) este é um polinômio de variável complexa. 
Cardano serve para resolver equações cúbicas de variável real (possivelmente 
válido até se os coeficientes forem complexos), que não é o caso aqui.

  Não é a primeira vez que esta confusão acontece. Será porque a variável usada 
é x (que induz a pensar em números reais) em vez de z (como é comum para 
números complexos)? Pensar em x como um vetor de coordenadas cartesianas 
(a,b) ou polares (|x|,arg(x)) ajuda o raciocínio.

  Para os que (ainda) se interessarem no problema, lembro que uma função de C 
em C tem como domínio todo o plano de Argand, e a imagem será pelo menos um 
subconjunto (não necessariamente contínuo) de todo o plano de Argand.

  Neste caso, como a função é um polinômio de grau 3, cada ponto x do plano 
domínio é mapeado para um ponto do plano imagem através das translações e 
rotações provocadas pela  potenciação de x e pela multiplicação de x por 
números reais.

  A questão inicial, então, é descobrir que região do plano de Argand pode 
possuir raízes de P(x)=0. Depois determinar a localização destes pontos nesta 
região (em função de k, que é um número real). E, finalmente, analisar a figura 
geométrica descrita pelo deslocamento destes pontos no plano de argand quando k 
varia entre 0 e +inf.

  Exemplo do raciocínio da primeira parte: não existe x tal que P(x)=0 na 
região do plano de Argand definida por 0=arg(x)pi/4 porque neste caso 
im(x)0, im(x^2)0 e im(x^3)0, o que torna impossível que im(P(z))=0.

  Como disse antes, consigo enxergar as regiões do plano de Argand definidas 
por arg(z)=pi/2 (o semi-eixo imaginário positivo, excluída a origem) e por 
arg(z)=pi (o semi-eixo real negativo, também excluída a origem) como candidatas 
a hospedeiras das raízes de P(x)=0. Mas será que a minha visão geométrica está 
correta e completa?

  Ainda não desenvolvi a álgebra destes casos para verificar se um, outro ou 
ambos são compatíveis com P(x) (afinal de contas, estou fazendo isto por puro 
diletantismo, e o tempo livre para raciocinar livremente anda meio curto ;-)). 
Mas continuo interessado em idéias a respeito.

  [ ]'s


Esta questão foi da prova de álgebra do IME 1976/1977. Vou transliterar um 
pouco o enunciado.

Seja P(x)=(x+1)(x+3)(x+5)+k(x+2)(x+4), com x complexo e k real positivo. 
Desenhar no plano complexo o lugar geométrico  das raízes de P(x)=0 para todos 
os valores possíveis de k.

Tentei o seguinte: se z=a+bi é raiz de P(x), então P(z)=0, o que implica 
que Re[P(z)]=0 e Im[P(z)]=0, então daria para obter expressões em função de a e 
b que descrevessem o lugar geométrico procurado. Só que as expressões parecem 
intratáveis.

Alguma outra idéia?
  J. R. Smolka 


Re: [obm-l] Polinômios de variável complexa

2008-05-15 Por tôpico Ralph Teixeira
Olá a todos novamente.

 Oi, J.R.. Por um lado, sua análise final está correta -- o lugar geométrico
é uma união de intervalos na reta real; mas, enquanto a princípio poderia
haver outros intervalos ou curvas no plano complexo (e para cada curva
teria de haver a sua espelhada, exatamente pelo raciocínio que você fez),
neste caso específico eles são vazios. Com a sua notação, eu diria que o seu
k1 é +Infinito, então não tem aquela fase de uma raiz real e duas complexas
conjugadas.

(Aliás, dá para mostrar que quando k tende a +Inf, as raízes se aproximam de
-Inf, -4 e -2, que ainda são reais.)

De fato, aquela minha solução **não** pressupõe que o domínio do polinômio
era só R desde o início não... Bom, eu pressupus que os *coeficientes* do
polinômio eram reais (e são, pois quando se diz que k é positivo
automaticamente k tem de ser real). Daqui sai que p(R) está contido em R
(ainda não estou dizendo nada sobre p(z) para z fora de R). Então a gente
*prova* que basta analisar raízes reais, pois:

i) As primeiras linhas daquela minha solução *mostram* que há 3 raízes
reais; o raciocínio é válido pois p(x) tem coeficientes reais, então
*coincide* com um polinômio de R em R. As 3 raízes reais que a gente acha
quando pensa que o domínio é R não desaparecem quando o domínio é expandido
para C.
ii) Mas o polinômio tem grau 3, então só pode ter 3 raízes complexas (um
polinômio de grau n tem n raízes complexas, contando multiplicidade, mesmo
que os coeficiemtes sejam complexos).
iii) Mas então todas as raízes são reais!

Então, se o problema é onde estão as possíveis raízes, agora sim, basta
analisar as raízes reais -- não há outras!

---///---

Agora vem a parte mais difícil... depois de sacar que as raízes são sempre
reais, a chave do problema é: ao invés de pensar...

Tá aqui um k. Será que eu consigo descobrir as raízes x1, x2 e x3
associadas a este k, para depois colar tudo e responder este problema?
(que é dífícil pra caramba, pois basicamente você teria que resolver uma
equação de 3o grau, ou pelo menos descobrir propriedades destas raízes em
função de um parâmetro k)

...é muito melhor pensar assim, ao contrário:

Tá aqui um número x, candidato a raiz. Será que ele **pode** ser raiz do
polinômio para algum k positivo? Isto é, será que eu arrumo um k que faz
este x ser raiz?
(esta é fácil, o único k que pode funcionar
é k0=-(x+1)(x+3)(x+5)/(x+2)(x+4); se este k0 for positivo, aquele x é raiz
do polinômio, para k=k0)

Abraço,
  Ralph

P.S.: A afirmação da Alane vale para polinômios **com coeficientes reais**
(que é o caso neste problema). Se os coeficientes não forem reais, você pode
ter algo como p(x)=x-i, que tem a raiz i mas não tem a conjugada, ou
quaisquer raízes complexas, de fato.

2008/5/13 J. R. Smolka [EMAIL PROTECTED]:

 Primeiramente obrigado à Alane e ao Ralph pelas sugestões. Vamos por
 partes:

 A Alane lembrou que se z é uma raiz do polinômio, então o conjugado
 complexo de z também será raiz. Não tenho certeza absoluta, mas acho que
 este princípio se mantém para funções polinomiais de C em C.

 O Ralph fez uma análise como se o polinômio fosse função de R em R, que não
 é o caso. Mas me deu algumas idéias sobre como atacar o problema. Até agora
 estou apenas no nível qualitativo. Depois vou tentar resolver a álgebra (a
 menos que alguém me mostre que esta linha de raciocínio não tem futuro :-)).
 O que estou pensando é:

 1) Se k=0, P(x) tem três raízes reais em x=-1, x=-3 e x=-5.

 2) Deve existir uma faixa de valores 0k=k1 para a qual P(x) ainda
 apresenta três raízes reais, que vão excursionar em algum trecho do
 semi-eixo real negativo. A investigar: (a) Qual o valor de k1? (estudo de
 máximos/mínimos/inflexões via P'(x)=0 deve ajudar nisso); (b) qual(is)
 intervalo(s) do semi-eixo real negativo é(são) percorrido(s) pelas raízes?

 3) Se kk1 então deve continuar a existir uma raiz real (que também
 excursiona no semi-eixo real negativo) e um par de raízes complexas
 conjugadas. Sobre a raiz real a pergunta é: qual o seu intervalo de
 excursão? Sobre as raízes complexas o raciocínio é mais longo...

 4) Temos que P(x)=x^3+(k+9)x^2+(6k+23)x+(8k+15). Se z=r.e^(i.a) é raiz de
 P(x), então r^3.e^(i.3a)+(k+9)r^2.e^(i.2a)+(6k+23)r.e^(i.a)+(8k+15)=0. Então
 temos quatro componentes, com argumentos complexos 0 (número real), a, 2a e
 3a. De cara enxergo como candidatos a raiz os números complexos na forma
 z=r.e^(i.pi/2), onde o valor de r depende de k. Desta forma, o componente de
 argumento complexo 2a=2.pi/2=pi  pode anular o componente de argumento
 complexo 0, e o componente de argumento complexo 3a=3.pi/2 pode anular o
 componente de argumento complexo a=pi/2. Se isto realmente for possível
 (tenho que verificar a álgebra), então z excursiona em um intervalo do
 semi-eixo imaginário positivo, com este intervalo limitado em (pelo menos)
 um valor que é função de k1, e o seu conjugado complexo vai ter um
 comportamento espelhado no semi-eixo imaginário negativo.

 Então minha primeira 

Re: [obm-l] Polinômios de variável complexa

2008-05-15 Por tôpico J. R. Smolka
Obrigado ao Ojesed pela idéia de fazer uma 
substituição de variável do tipo z=(x+1) para 
simplificar a análise. Deve ser útil. Mas não dá 
para aplicar Cardano diretamente, porque (repito) 
este é um polinômio de variável complexa. Cardano 
serve para resolver equações cúbicas de variável 
real (possivelmente válido até se os coeficientes 
forem complexos), que não é o caso aqui.


Não é a primeira vez que esta confusão acontece. 
Será porque a variável usada é x (que induz a 
pensar em números reais) em vez de z (como é 
comum para números complexos)? Pensar em x como 
um vetor de coordenadas cartesianas (a,b) ou 
polares (|x|,arg(x)) ajuda o raciocínio.


Para os que (ainda) se interessarem no problema, 
lembro que uma função de C em C tem como domínio 
todo o plano de Argand, e a imagem será pelo 
menos um subconjunto (não necessariamente contínuo) de todo o plano de Argand.


Neste caso, como a função é um polinômio de grau 
3, cada ponto x do plano domínio é mapeado para 
um ponto do plano imagem através das translações 
e rotações provocadas pela  potenciação de x e 
pela multiplicação de x por números reais.


A questão inicial, então, é descobrir que região 
do plano de Argand pode possuir raízes de P(x)=0. 
Depois determinar a localização destes pontos 
nesta região (em função de k, que é um número 
real). E, finalmente, analisar a figura 
geométrica descrita pelo deslocamento destes 
pontos no plano de argand quando k varia entre 0 e +inf.


Exemplo do raciocínio da primeira parte: não 
existe x tal que P(x)=0 na região do plano de 
Argand definida por 0=arg(x)pi/4 porque neste 
caso im(x)0, im(x^2)0 e im(x^3)0, o que torna impossível que im(P(z))=0.


Como disse antes, consigo enxergar as regiões do 
plano de Argand definidas por arg(z)=pi/2 (o 
semi-eixo imaginário positivo, excluída a origem) 
e por arg(z)=pi (o semi-eixo real negativo, 
também excluída a origem) como candidatas a 
hospedeiras das raízes de P(x)=0. Mas será que a 
minha visão geométrica está correta e completa?


Ainda não desenvolvi a álgebra destes casos para 
verificar se um, outro ou ambos são compatíveis 
com P(x) (afinal de contas, estou fazendo isto 
por puro diletantismo, e o tempo livre para 
raciocinar livremente anda meio curto ;-)). Mas 
continuo interessado em idéias a respeito.


[ ]'s

Esta questão foi da prova de álgebra do IME 
1976/1977. Vou transliterar um pouco o enunciado.


Seja P(x)=(x+1)(x+3)(x+5)+k(x+2)(x+4), com x 
complexo e k real positivo. Desenhar no plano 
complexo o lugar geométrico  das raízes de 
P(x)=0 para todos os valores possíveis de k.


Tentei o seguinte: se z=a+bi é raiz de P(x), 
então P(z)=0, o que implica que Re[P(z)]=0 e 
Im[P(z)]=0, então daria para obter expressões em 
função de a e b que descrevessem o lugar 
geométrico procurado. Só que as expressões parecem intratáveis.


Alguma outra idéia?


J. R. Smolka  

Re: [obm-l] Polinômios de variável complexa

2008-05-15 Por tôpico Bernardo Freitas Paulo da Costa
Oi J.R., Ralph, Arlane e demais participantes !

2008/5/15 J. R. Smolka [EMAIL PROTECTED]:
 Para os que (ainda) se interessarem no problema, lembro que uma função de C
 em C tem como domínio todo o plano de Argand, e a imagem será pelo menos um
 subconjunto (não necessariamente contínuo) de todo o plano de Argand.

Só pra aumentar a discussão : se f for uma função holomorfa (derivável
no sentido complexo, acho que você já deve ter ouvido falar), e se por
acaso f conseguir se esquivar de 2 valores complexos (por exemplo pi e
23 + i*e^2, mas pode mudar como quiser, já que se você compuser com
uma função afim legal g = af + b evitará 0 e 1, então basta provar
esse caso) então na verdade f é constante. Esse resultado não é fácil
de demonstrar, mas mostra que na verdade, a imagem de uma função
complexa bonitinha (tipo seno, cosseno, exponencial, polinômios, e
combinações delas) tem uma imagem muito simples : ou é um ponto
(constante) ou é tudo menos um ponto (por exemplo, exp(x) é C \ {0})
ou é tudo (um polinômio não constante, por exemplo, já que nós sabemos
que ele sempre terá uma raiz, e mudar o termo constante muda o alvo
!)

-- 
Bernardo Freitas Paulo da Costa

=
Instruções para entrar na lista, sair da lista e usar a lista em
http://www.mat.puc-rio.br/~obmlistas/obm-l.html
=


Re: [obm-l] Polinômios de variável complexa

2008-05-15 Por tôpico Ralph Teixeira
Oi Smolka.

Talvez a minha última mensagem ainda não tenha chegado... Você tem razão em
prestar atenção ao fato de que a variável é complexa, e nem todos os
Teoremas de variável real valem. Mas, repito, a soluão que eu tinha vale
mesmo que x seja uma variável complexa. Deixe-me dizer tudo da seguinte
forma para ressaltar bem a diferença que você está colocando (e que é
saudável):

i) Eu tenho um polinômio P(x)=(x+1)(x+3)(x+5)+k(x+2)(x+4) de variável
complexa;
ii) Note que P tem grau 3, então tem , no máximo, 3 raízes complexas
(**este** Teorema vale para polinômios de variáveis e coeficientes
complexos).
iii) Considere agora o polinômio Q(x)=(x+1)(x+3)(x+5)+k(x+2)(x+4), onde a
única diferença é que Q tem x como variável **real**. Ou seja, P:C-C, mas
Q:R-R. Eu posso fazer isto pois, se x é real, Q(x) é real.
iv) O raciocínio daquela solução mostra que Q tem 3 raízes reais, digamos,
x1, x2 e x3.
v) Mas, note que, quando x é real, então P(x)=Q(x). Em outras palavras,
P(x1)=P(x2)=P(x3)=0. Ou seja, x1, x2 e x3 também são raízes de P, e são
reais.
vi) Mas, como P só tem no máximo 3 raízes complexas, elas são os mesmos x1,
x2 e x3. Assim, elas são reais!

Então não adianta procurar raízes não reais, elas não existem!

Isto dito os raciocínios que você está fazendo são super legais para
tentar enxergar o que o polinômio faz com o plano de Argand-Gauss. De uma
certa maneira, eu devia ficar quieto e deixar você explorar o assunto, pois
você vai achar um monte de coisas legais assim, mesmo que não
resolvam *ESTE* problema! :)

Abraço,
 Ralph
2008/5/15 J. R. Smolka [EMAIL PROTECTED]:

 Obrigado ao Ojesed pela idéia de fazer uma substituição de variável do tipo
 z=(x+1) para simplificar a análise. Deve ser útil. Mas não dá para aplicar
 Cardano diretamente, porque (repito) este é um polinômio de variável
 complexa. Cardano serve para resolver equações cúbicas de variável real
 (possivelmente válido até se os coeficientes forem complexos), que não é o
 caso aqui.

 Não é a primeira vez que esta confusão acontece. Será porque a variável
 usada é x (que induz a pensar em números reais) em vez de z (como é comum
 para números complexos)? Pensar em x como um vetor de coordenadas
 cartesianas (a,b) ou polares (|x|,arg(x)) ajuda o raciocínio.

 Para os que (ainda) se interessarem no problema, lembro que uma função de C
 em C tem como domínio todo o plano de Argand, e a imagem será pelo menos um
 subconjunto (não necessariamente contínuo) de todo o plano de Argand.

 Neste caso, como a função é um polinômio de grau 3, cada ponto x do plano
 domínio é mapeado para um ponto do plano imagem através das translações e
 rotações provocadas pela  potenciação de x e pela multiplicação de x por
 números reais.

 A questão inicial, então, é descobrir que região do plano de Argand pode
 possuir raízes de P(x)=0. Depois determinar a localização destes pontos
 nesta região (em função de k, que é um número real). E, finalmente, analisar
 a figura geométrica descrita pelo deslocamento destes pontos no plano de
 argand quando k varia entre 0 e +inf.

 Exemplo do raciocínio da primeira parte: não existe x tal que P(x)=0 na
 região do plano de Argand definida por 0=arg(x)pi/4 porque neste caso
 im(x)0, im(x^2)0 e im(x^3)0, o que torna impossível que im(P(z))=0.

 Como disse antes, consigo enxergar as regiões do plano de Argand definidas
 por arg(z)=pi/2 (o semi-eixo imaginário positivo, excluída a origem) e por
 arg(z)=pi (o semi-eixo real negativo, também excluída a origem) como
 candidatas a hospedeiras das raízes de P(x)=0. Mas será que a minha visão
 geométrica está correta e completa?

 Ainda não desenvolvi a álgebra destes casos para verificar se um, outro ou
 ambos são compatíveis com P(x) (afinal de contas, estou fazendo isto por
 puro diletantismo, e o tempo livre para raciocinar livremente anda meio
 curto ;-)). Mas continuo interessado em idéias a respeito.

 [ ]'s

 Esta questão foi da prova de álgebra do IME 1976/1977. Vou transliterar um
 pouco o enunciado.

 Seja P(x)=(x+1)(x+3)(x+5)+k(x+2)(x+4), com x complexo e k real positivo.
 Desenhar no plano complexo o lugar geométrico  das raízes de P(x)=0 para
 todos os valores possíveis de k.

 Tentei o seguinte: se z=a+bi é raiz de P(x), então P(z)=0, o que implica
 que Re[P(z)]=0 e Im[P(z)]=0, então daria para obter expressões em função de
 a e b que descrevessem o lugar geométrico procurado. Só que as expressões
 parecem intratáveis.

 Alguma outra idéia?

 *J. R. Smolka*



Re: [obm-l] Polinômios de variável complexa

2008-05-13 Por tôpico J. R. Smolka

Primeiramente obrigado à Alane e ao Ralph pelas sugestões. Vamos por partes:

A Alane lembrou que se z é uma raiz do polinômio, 
então o conjugado complexo de z também será raiz. 
Não tenho certeza absoluta, mas acho que este 
princípio se mantém para funções polinomiais de C em C.


O Ralph fez uma análise como se o polinômio fosse 
função de R em R, que não é o caso. Mas me deu 
algumas idéias sobre como atacar o problema. Até 
agora estou apenas no nível qualitativo. Depois 
vou tentar resolver a álgebra (a menos que alguém 
me mostre que esta linha de raciocínio não tem 
futuro :-)). O que estou pensando é:


1) Se k=0, P(x) tem três raízes reais em x=-1, x=-3 e x=-5.

2) Deve existir uma faixa de valores 0k=k1 para 
a qual P(x) ainda apresenta três raízes reais, 
que vão excursionar em algum trecho do 
semi-eixo real negativo. A investigar: (a) Qual o 
valor de k1? (estudo de máximos/mínimos/inflexões 
via P'(x)=0 deve ajudar nisso); (b) qual(is) 
intervalo(s) do semi-eixo real negativo é(são) percorrido(s) pelas raízes?


3) Se kk1 então deve continuar a existir uma 
raiz real (que também excursiona no semi-eixo 
real negativo) e um par de raízes complexas 
conjugadas. Sobre a raiz real a pergunta é: qual 
o seu intervalo de excursão? Sobre as raízes 
complexas o raciocínio é mais longo...


4) Temos que P(x)=x^3+(k+9)x^2+(6k+23)x+(8k+15). 
Se z=r.e^(i.a) é raiz de P(x), então 
r^3.e^(i.3a)+(k+9)r^2.e^(i.2a)+(6k+23)r.e^(i.a)+(8k+15)=0. 
Então temos quatro componentes, com argumentos 
complexos 0 (número real), a, 2a e 3a. De cara 
enxergo como candidatos a raiz os números 
complexos na forma z=r.e^(i.pi/2), onde o valor 
de r depende de k. Desta forma, o componente de 
argumento complexo 2a=2.pi/2=pi  pode anular o 
componente de argumento complexo 0, e o 
componente de argumento complexo 3a=3.pi/2 pode 
anular o componente de argumento complexo a=pi/2. 
Se isto realmente for possível (tenho que 
verificar a álgebra), então z excursiona em um 
intervalo do semi-eixo imaginário positivo, com 
este intervalo limitado em (pelo menos) um valor 
que é função de k1, e o seu conjugado complexo 
vai ter um comportamento espelhado no semi-eixo imaginário negativo.


Então minha primeira visão (qualitativa) para o 
lugar geométrico procurado é: um conunto de 
intervalos (possivelmente contínuos ou 
parcialmente sobrepostos) no semi-eixo real 
negativo, um intervalo (talvez finito) no 
semi-eixo imaginário positivo e o seu espelho 
no semi-eixo imaginário negativo.


Críticas? Sugestões?

[ ]'s

Esta questão foi da prova de álgebra do IME 
1976/1977. Vou transliterar um pouco o enunciado.
Seja P(x)=(x+1)(x+3)(x+5)+k(x+2)(x+4), com x 
complexo e k real positivo. Desenhar no plano 
complexo o lugar geométrico  das raízes de 
P(x)=0 para todos os valores possíveis de k.
Tentei o seguinte: se z=a+bi é raiz de P(x), 
então P(z)=0, o que implica que Re[P(z)]=0 e 
Im[P(z)]=0, então daria para obter expressões em 
função de a e b que descrevessem o lugar 
geométrico procurado. Só que as expressões parecem intratáveis.



J. R. Smolka  

[obm-l] Re: [obm-l] Polinômios de variável complexa

2008-05-13 Por tôpico Ojesed Mirror
Smolka, pra facilitar faça w=x+3 que fica w^3 +kw^2 - 4w - 4 = 0.
Use Cardano pra ver que todas as raizes são reais.

Ojesed
  - Original Message - 
  From: J. R. Smolka 
  To: obm-l@mat.puc-rio.br 
  Sent: Tuesday, May 13, 2008 9:56 AM
  Subject: Re: [obm-l] Polinômios de variável complexa


  Primeiramente obrigado à Alane e ao Ralph pelas sugestões. Vamos por partes:

  A Alane lembrou que se z é uma raiz do polinômio, então o conjugado complexo 
de z também será raiz. Não tenho certeza absoluta, mas acho que este princípio 
se mantém para funções polinomiais de C em C.

  O Ralph fez uma análise como se o polinômio fosse função de R em R, que não é 
o caso. Mas me deu algumas idéias sobre como atacar o problema. Até agora estou 
apenas no nível qualitativo. Depois vou tentar resolver a álgebra (a menos que 
alguém me mostre que esta linha de raciocínio não tem futuro :-)). O que estou 
pensando é:

  1) Se k=0, P(x) tem três raízes reais em x=-1, x=-3 e x=-5.

  2) Deve existir uma faixa de valores 0k=k1 para a qual P(x) ainda apresenta 
três raízes reais, que vão excursionar em algum trecho do semi-eixo real 
negativo. A investigar: (a) Qual o valor de k1? (estudo de 
máximos/mínimos/inflexões via P'(x)=0 deve ajudar nisso); (b) qual(is) 
intervalo(s) do semi-eixo real negativo é(são) percorrido(s) pelas raízes?

  3) Se kk1 então deve continuar a existir uma raiz real (que também 
excursiona no semi-eixo real negativo) e um par de raízes complexas 
conjugadas. Sobre a raiz real a pergunta é: qual o seu intervalo de excursão? 
Sobre as raízes complexas o raciocínio é mais longo...

  4) Temos que P(x)=x^3+(k+9)x^2+(6k+23)x+(8k+15). Se z=r.e^(i.a) é raiz de 
P(x), então r^3.e^(i.3a)+(k+9)r^2.e^(i.2a)+(6k+23)r.e^(i.a)+(8k+15)=0. Então 
temos quatro componentes, com argumentos complexos 0 (número real), a, 2a e 3a. 
De cara enxergo como candidatos a raiz os números complexos na forma 
z=r.e^(i.pi/2), onde o valor de r depende de k. Desta forma, o componente de 
argumento complexo 2a=2.pi/2=pi  pode anular o componente de argumento complexo 
0, e o componente de argumento complexo 3a=3.pi/2 pode anular o componente de 
argumento complexo a=pi/2. Se isto realmente for possível (tenho que verificar 
a álgebra), então z excursiona em um intervalo do semi-eixo imaginário 
positivo, com este intervalo limitado em (pelo menos) um valor que é função de 
k1, e o seu conjugado complexo vai ter um comportamento espelhado no 
semi-eixo imaginário negativo.

  Então minha primeira visão (qualitativa) para o lugar geométrico procurado é: 
um conunto de intervalos (possivelmente contínuos ou parcialmente sobrepostos) 
no semi-eixo real negativo, um intervalo (talvez finito) no semi-eixo 
imaginário positivo e o seu espelho no semi-eixo imaginário negativo.

  Críticas? Sugestões?

  [ ]'s


Esta questão foi da prova de álgebra do IME 1976/1977. Vou transliterar um 
pouco o enunciado.
Seja P(x)=(x+1)(x+3)(x+5)+k(x+2)(x+4), com x complexo e k real positivo. 
Desenhar no plano complexo o lugar geométrico  das raízes de P(x)=0 para todos 
os valores possíveis de k.
Tentei o seguinte: se z=a+bi é raiz de P(x), então P(z)=0, o que implica 
que Re[P(z)]=0 e Im[P(z)]=0, então daria para obter expressões em função de a e 
b que descrevessem o lugar geométrico procurado. Só que as expressões parecem 
intratáveis.


  J. R. Smolka 


[obm-l] Polinômios de variável complexa

2008-05-09 Por tôpico J. R. Smolka
Esta questão foi da prova de álgebra do IME 
1976/1977. Vou transliterar um pouco o enunciado.


Seja P(x)=(x+1)(x+3)(x+5)+k(x+2)(x+4), com x 
complexo e k real positivo. Desenhar no plano 
complexo o lugar geométrico  das raízes de P(x)=0 
para todos os valores possíveis de k.


Tentei o seguinte: se z=a+bi é raiz de P(x), 
então P(z)=0, o que implica que Re[P(z)]=0 e 
Im[P(z)]=0, então daria para obter expressões em 
função de a e b que descrevessem o lugar 
geométrico procurado. Só que as expressões parecem intratáveis.


Alguma outra idéia?

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J. R. Smolka  

Re: [obm-l] Polinômios de variável complexa

2008-05-09 Por tôpico Arlane Manoel S Silva
   Se x é raíz de P(x) então o conjugado também o é. Daí vc tem duas  
expressões, eventualmente pode isolar a constante k e subst na outra  
equação. Não pensei bem. Este poderia ser outro caminho.


   inté


Citando J. R. Smolka [EMAIL PROTECTED]:

Esta questão foi da prova de álgebra do IME 1976/1977. Vou   
transliterar um pouco o enunciado.


Seja P(x)=(x+1)(x+3)(x+5)+k(x+2)(x+4), com x complexo e k real   
positivo. Desenhar no plano complexo o lugar geométrico  das raízes   
de P(x)=0 para todos os valores possíveis de k.


Tentei o seguinte: se z=a+bi é raiz de P(x), então P(z)=0, o que   
implica que Re[P(z)]=0 e Im[P(z)]=0, então daria para obter   
expressões em função de a e b que descrevessem o lugar geométrico   
procurado. Só que as expressões parecem intratáveis.


Alguma outra idéia?

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J. R. Smolka




--
  Arlane Manoel S Silva
Departamento de Matemática
Instituto de Matemática e Estatística-USP


=
Instruções para entrar na lista, sair da lista e usar a lista em
http://www.mat.puc-rio.br/~obmlistas/obm-l.html
=


Re: [obm-l] Polinômios de variável complexa

2008-05-09 Por tôpico Ralph Teixeira
Acho que a primeira coisa a fazer eh notar que as 3 raizes sao reais! De
fato:

i) Polinomio de 3o grau, termo principal = 1.x^3: P(-Inf)=-Inf e
P(+Inf)=+Inf;
ii) P(-4)=30 e P(-2)=-30

Assim, ha uma raiz real em (-Inf,-4), outra em (-4,-2) e a terceira em
(-2,+Inf). Isto dah as 3 raizes reais, entao a gente nao precisa se
preocupar com os complexos!

Agora a gente em que ver que valores destes intervalos podem, de fato, ser
raiz da equacao polinomial P(x)=0.

Para tanto, perguntamos -- para que valores de x tem-se
(x+1)(x+3)(x+5)/((x+2)(x+4))0 ? Dada um solucao x=a desta inequacao, tem um
k que faz a ser raiz daquele polinomio (qual?); e vice-versa, se tem um k
positivo tal que a eh raiz do polinomio, entao a satisfaz esta inequacao!

Resposta final: (-Inf,-5) U (-4,-3) U (-2,-1).

2008/5/9 J. R. Smolka [EMAIL PROTECTED]:

 Esta questão foi da prova de álgebra do IME 1976/1977. Vou transliterar um
 pouco o enunciado.

 Seja P(x)=(x+1)(x+3)(x+5)+k(x+2)(x+4), com x complexo e k real positivo.
 Desenhar no plano complexo o lugar geométrico  das raízes de P(x)=0 para
 todos os valores possíveis de k.

 Tentei o seguinte: se z=a+bi é raiz de P(x), então P(z)=0, o que implica
 que Re[P(z)]=0 e Im[P(z)]=0, então daria para obter expressões em função de
 a e b que descrevessem o lugar geométrico procurado. Só que as expressões
 parecem intratáveis.

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 *J. R. Smolka*