[obm-l] Uma desigualdade

2017-08-01 Por tôpico Artur Costa Steiner
Boa noite amigos.

Sejam a_1,  a_n números positivos, distintos dois a dois e seja

p_k = a_k Produto (j = 1, n, j <> k) ((a_j)^2) - (a_k)^2) 

Mostre que 1/p_1  + 1/p_n > 0

Abraços

Artur




-- 
Esta mensagem foi verificada pelo sistema de antiv�rus e
 acredita-se estar livre de perigo.


=
Instru��es para entrar na lista, sair da lista e usar a lista em
http://www.mat.puc-rio.br/~obmlistas/obm-l.html
=


RES: [obm-l] Uma desigualdade legal!

2005-07-11 Por tôpico Artur Costa Steiner
Bom, se vc jah estudou um pouco de otimizacao (programacao nao-linear, neste
caso) sabe que, para x fixo e vendo-se a a expressao como funcao de a, b e
c, entao a simetria da funcao acarreta que o minimo global ocorra quando a=
b =c. Verificamos facilmente que neste caso cada uma das parcelas eh 1, de
modo que a soma minima eh 3.
Artur  

-Mensagem original-
De: [EMAIL PROTECTED] [mailto:[EMAIL PROTECTED]
nome de Marcos Martinelli
Enviada em: domingo, 10 de julho de 2005 16:23
Para: obm-l@mat.puc-rio.br
Assunto: [obm-l] Uma desigualdade legal!


Boa tarde pessoal. Precisco de ajuda nessa desigualdade. Lá vai:

Dados a,b,c,x reais positivos provar que:

[a^(x+2)+1]/[a^(x)*b*c+1]+[b^(x+2)+1]/[b^(x)*a*c+1]+[c^(x+2)+1]/[c^(x)*b*a+1
]>=3.

Tentei resolver através da desigualdade de Jensen, considerando a
seguinte função
f(u)=[u^(x+2)+1]/[k*u^(x-1)+1], onde k=a*b*c. Assumindo que a segunda
derivada dessa função é positiva a desigualdade acima é imediata. Meu
problema foi demonstrar que essa segunda derivada é sempre positiva
para qualquer u positivo e x positivo. Tentei derivar implicitamente
mas as contas crescem muito. Gostaria da ajuda de vocês e, quem sabe,
até uma outra solução pro problema. Obrigado!

=
Instruções para entrar na lista, sair da lista e usar a lista em
http://www.mat.puc-rio.br/~nicolau/olimp/obm-l.html
=

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Instruções para entrar na lista, sair da lista e usar a lista em
http://www.mat.puc-rio.br/~nicolau/olimp/obm-l.html
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Re: [obm-l] Uma desigualdade legal!

2005-07-10 Por tôpico Marcio Cohen
É realmente complicado calcular essa derivada.. Uma possível solução para 
esse problema é simplesmente tirar o mmc.. Aqui está:


Vc quer provar que
  sym_sum (a^(x+2) + 1) / (a^x bc + 1) >= 6
E as passagens abaixo são equivalentes:

sym_sum (a^(x+2) + 1)(b^x ac + 1)(c^x ab + 1) >= 6(a^x bc + 1)(b^x ac + 
1)(c^x ab + 1)


sym_sum  (a^(x+4) b^(x+1) c^(x+1) + 2 * a^(x+3) b^x c + a^(x+2) + b^(x+1) 
c^(x+1) a^2 + 2*a^x bc + 1 )
   >= sym_sum ( a^(x+2) * b^(x+2) * c^(x+2) +  3*a^(x+1) b^(x+1)c^2 + 3*a^x 
bc + 1)


Agora, pela desigualdade de muirhead (bunching), voce sabe que:

sym_sum [a^(x+4) b^(x+1) c^(x+1) - a^(x+2) * b^(x+2) * c^(x+2)] >= 0
sym_sum [2 * a^(x+3) b^x c - 2*a^(x+1) b^(x+1)c^2]  >=0
sym_sum [b^(x+1) c^(x+1) a^2 - a^(x+1) b^(x+1)c^2] = 0
sym_sum [a^(x+2) - a^x bc ] >= 0

Somando tudo voce conclui a desigualdade pedida.

Abraços,
Marcio

- Original Message - 
From: "Marcos Martinelli" <[EMAIL PROTECTED]>

To: 
Sent: Sunday, July 10, 2005 4:22 PM
Subject: [obm-l] Uma desigualdade legal!



Boa tarde pessoal. Precisco de ajuda nessa desigualdade. Lá vai:

Dados a,b,c,x reais positivos provar que:

[a^(x+2)+1]/[a^(x)*b*c+1]+[b^(x+2)+1]/[b^(x)*a*c+1]+[c^(x+2)+1]/[c^(x)*b*a+1]>=3.

Tentei resolver através da desigualdade de Jensen, considerando a
seguinte função
f(u)=[u^(x+2)+1]/[k*u^(x-1)+1], onde k=a*b*c. Assumindo que a segunda
derivada dessa função é positiva a desigualdade acima é imediata. Meu
problema foi demonstrar que essa segunda derivada é sempre positiva
para qualquer u positivo e x positivo. Tentei derivar implicitamente
mas as contas crescem muito. Gostaria da ajuda de vocês e, quem sabe,
até uma outra solução pro problema. Obrigado!

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http://www.mat.puc-rio.br/~nicolau/olimp/obm-l.html
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Re: [obm-l] Uma desigualdade legal!

2005-07-10 Por tôpico Bernardo Freitas Paulo da Costa
Uma sugestão: ordene a, b e c (por simetria você pode fazer isso). Dai
veja que os numeradores e denominadores vão estar ordenados tambem.
Dai, use uma desigualdade que tem a ver com ordem...

Abraços
-- 
Bernardo Freitas Paulo da Costa


On 7/10/05, Marcos Martinelli <[EMAIL PROTECTED]> wrote:
> Boa tarde pessoal. Precisco de ajuda nessa desigualdade. Lá vai:
> 
> Dados a,b,c,x reais positivos provar que:
> 
> [a^(x+2)+1]/[a^(x)*b*c+1]+[b^(x+2)+1]/[b^(x)*a*c+1]+[c^(x+2)+1]/[c^(x)*b*a+1]>=3.
> 
> Tentei resolver através da desigualdade de Jensen, considerando a
> seguinte função
> f(u)=[u^(x+2)+1]/[k*u^(x-1)+1], onde k=a*b*c. Assumindo que a segunda
> derivada dessa função é positiva a desigualdade acima é imediata. Meu
> problema foi demonstrar que essa segunda derivada é sempre positiva
> para qualquer u positivo e x positivo. Tentei derivar implicitamente
> mas as contas crescem muito. Gostaria da ajuda de vocês e, quem sabe,
> até uma outra solução pro problema. Obrigado!
> 
> =
> Instruções para entrar na lista, sair da lista e usar a lista em
> http://www.mat.puc-rio.br/~nicolau/olimp/obm-l.html
> =
>

=
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http://www.mat.puc-rio.br/~nicolau/olimp/obm-l.html
=


[obm-l] Uma desigualdade legal!

2005-07-10 Por tôpico Marcos Martinelli
Boa tarde pessoal. Precisco de ajuda nessa desigualdade. Lá vai:

Dados a,b,c,x reais positivos provar que:

[a^(x+2)+1]/[a^(x)*b*c+1]+[b^(x+2)+1]/[b^(x)*a*c+1]+[c^(x+2)+1]/[c^(x)*b*a+1]>=3.

Tentei resolver através da desigualdade de Jensen, considerando a
seguinte função
f(u)=[u^(x+2)+1]/[k*u^(x-1)+1], onde k=a*b*c. Assumindo que a segunda
derivada dessa função é positiva a desigualdade acima é imediata. Meu
problema foi demonstrar que essa segunda derivada é sempre positiva
para qualquer u positivo e x positivo. Tentei derivar implicitamente
mas as contas crescem muito. Gostaria da ajuda de vocês e, quem sabe,
até uma outra solução pro problema. Obrigado!

=
Instruções para entrar na lista, sair da lista e usar a lista em
http://www.mat.puc-rio.br/~nicolau/olimp/obm-l.html
=


Re: uma desigualdade!

2000-07-14 Por tôpico Luis Lopes

>
>1) No livro The Art of Computer Programming Vol 1, de D. Knuth,
>temos o seguinte resultado:
>
>Um limite superior para a soma S = 1/i^r, i=1,2,...n com r>1 e real é dado
>por 2^{r-1}/(2^{r-1}-1). Colocando r=3, obtemos S < 4/3<3/2.

Essa desigualdade é muito boa! Você tem uma demonstração?

Não, não tenho. A afirmação é dada como um exercício. Você pode encontrar
esse livro numa biblioteca. Outro que é muito bom e que fala disso também
(mas não tenho certeza desse exercício em particular) é o "Matemática
Concreta" de Graham, R.L., Knuth, D.E. e Patashnik, O., Livros Técnicos e
Científicos Editora, Rio de Janeiro, 1995.

[ ]'s
Luís Lopes





Re: uma desigualdade!

2000-07-13 Por tôpico Bruno Leite

...
>
>3) Como achar o limite superior 1.202057 ?


Você pode ver http://www.lacim.uqam.ca/piDATA/Zeta3.txt

Eu não sei como achar esse limite com papel e caneta.
Quero dizer, não sei se realmente temos que fazer muitas contas ou se
alguma boa idéia nos leva rapidamente ao resultado.

>[]s
>Luís Lopes
>
>
>
>




Re: uma desigualdade!

2000-07-13 Por tôpico Bruno Leite

At 15:30 13/07/00 -0300, you wrote:
>Saudações a todos,
>
>Para que saibamos do que vou falar, copio a mensagem recebida:
>
>
>> On Mon, 10 Jul 2000 17:02:23 -0300
>> Bruno Leite <[EMAIL PROTECTED]> wrote:
>> >At 22:07 09/07/00 -0300, you wrote:
>> >>Caros amigos, como posso verificar a desigualdade
>> >>  1/1^3  + 1/2^3  + 1/3^3  + ...+ 1/n^3 <3/2   para todo
>> >n natural ?
>> >
>> >Um esbo=E7o de solu=E7=E3o:
>> >Provar por indu=E7=E3o que  1/1^3  + 1/2^3  + 1/3^3  + ...+
>> >1/n^3 <3/2(1-1/n)
>> >para n>1
>> >
>> >Ent=E3o quando n->infinito, 1/1^3  + 1/2^3  + 1/3^3  + ...+
>> >1/n^3<3/2
>> >
>> >A s=E9rie 1/1^3  + 1/2^3  + 1/3^3  + ...+ 1/n^3 =E9 crescente,
>> >limitada
>> >superiormente e tem um limite que =E9 menor que 3/2.
>> >Logo para qualquer n natural 1/1^3  + 1/2^3  + 1/3^3  +
>> >...+ 1/n^3 <3/2.
>> >
>> >Na verdade vale 1/1^3  + 1/2^3  + 1/3^3  + ...+ 1/n^3
>> ><1.202057
>> >
>> >Abra=E7o
>> >
>> >Bruno Leite
>
>
>1) No livro The Art of Computer Programming Vol 1, de D. Knuth,
>temos o seguinte resultado:
>
>Um limite superior para a soma S = 1/i^r, i=1,2,...n com r>1 e real é dado
>por 2^{r-1}/(2^{r-1}-1). Colocando r=3, obtemos S < 4/3<3/2.

Essa desigualdade é muito boa! Você tem uma demonstração?

>2) Gostaria de ter mais detalhes para a prova por indução.

Suponha que 1/1^3  + 1/2^3  + 1/3^3  + ...+ 1/n^3 <3/2(1-1/n).
Então 1/1^3  + 1/2^3  + 1/3^3  + ...+ 1/n^3
+1/(n+1)^3<3/2(1-1/n)+1/(n+1)^3=3/2[(1-1/n)+2/(3*(n+1)^3)]<(*)3/2(1-1/(n+1))

(*)Temos que provar que -1/n+2/(3*(n+1)^3)<-1/(n+1)
Multiplicando por n+1

-1/n+2/(3*(n+1)^3)<-1/(n+1) <-->
-1-1/n+2/(3*(n+1)^2)<-1  <-->  2/(3*(n+1)^2)<1/n  <-->  2n<3n^2+6n+3  <-->
3n^2+4n+3>0 <-->delta<0, o que é verdade.

>3) Como achar o limite superior 1.202057 ?
Você pode usar o Maple ou fazer um programinha em C

"for(i=1;i<100;i++)
soma=soma+1/(i*i*i);"

por exemplo.

Talvez haja algo de bom em
http://www.mathsoft.com/asolve/constant/apery/apery.html

>[]s
>Luís Lopes
>
>
>
>




Re: uma desigualdade!

2000-07-13 Por tôpico Luis Lopes

Saudações a todos,

Para que saibamos do que vou falar, copio a mensagem recebida:


> On Mon, 10 Jul 2000 17:02:23 -0300
> Bruno Leite <[EMAIL PROTECTED]> wrote:
> >At 22:07 09/07/00 -0300, you wrote:
> >>Caros amigos, como posso verificar a desigualdade
> >>  1/1^3  + 1/2^3  + 1/3^3  + ...+ 1/n^3 <3/2   para todo
> >n natural ?
> >
> >Um esbo=E7o de solu=E7=E3o:
> >Provar por indu=E7=E3o que  1/1^3  + 1/2^3  + 1/3^3  + ...+
> >1/n^3 <3/2(1-1/n)
> >para n>1
> >
> >Ent=E3o quando n->infinito, 1/1^3  + 1/2^3  + 1/3^3  + ...+
> >1/n^3<3/2
> >
> >A s=E9rie 1/1^3  + 1/2^3  + 1/3^3  + ...+ 1/n^3 =E9 crescente,
> >limitada
> >superiormente e tem um limite que =E9 menor que 3/2.
> >Logo para qualquer n natural 1/1^3  + 1/2^3  + 1/3^3  +
> >...+ 1/n^3 <3/2.
> >
> >Na verdade vale 1/1^3  + 1/2^3  + 1/3^3  + ...+ 1/n^3
> ><1.202057
> >
> >Abra=E7o
> >
> >Bruno Leite


1) No livro The Art of Computer Programming Vol 1, de D. Knuth,
temos o seguinte resultado:

Um limite superior para a soma S = 1/i^r, i=1,2,...n com r>1 e real é dado
por 2^{r-1}/(2^{r-1}-1). Colocando r=3, obtemos S < 4/3<3/2.

2) Gostaria de ter mais detalhes para a prova por indução.

3) Como achar o limite superior 1.202057 ?

[]s
Luís Lopes






Re: uma desigualdade!

2000-07-13 Por tôpico Paulo Santa Rita

Ola Prof Augusto Morgado,
Saudacoes !

Antes de tudo, gostaria de Lhe dizer que estamos Lhe
tratando por "Prof" porque, muito provavelmente, o Sr deve
ser o Iustre Prof Augusto Cesar Morgado, autor, em parceria
com o Genial Eduardo Wagner, dos melhores Livros de
Matematica para o ensino medio, dentre os que nos conheco.

Se assim for, conforme suspeitamos fortemente, Lhe devemos o
despertar de nosso interesse pela Matematica, há alguns anos
... De fato, se as coisas forem como supomos, nos permita
Lhe dizer que seus Livros de Geometria tem o inestimavel
valor de NÃO SE PERDEREM PROVANDO O OBVIO, DESENCANTANDO ,
DESTA  FORMA, AS INTELIGENCIAS; ANTES SE LANCAM COM
BREVIDADE NA APRESENTACAO DE FATOS INSUSPEITADOS E
INSTIGANTES QUE DESPERTAM O ENTUSIASMO E ADMIRACAO : Ora,
nos sabemos que o entusiasmo e a admiracao foram os
principais fatores que no alvorecer de nossa Civilizacao
fizeram surgir o pensamento Científico e Matematico ...

Nos sempre achamos que esta caracteristica deveria ser um
paradigma a ser seguido por todos os autores !

So a titulo de exemplificacao para as pessoas que não
conhecem os livros a que nos refirimos, vamos reproduzir
aqui a seguinte joia da Geometria :

TEOREMA : Vale a formula de Bramagupta se, e somente se, o
quadrilatero e ciclico.

Se Rz_2[x] e a raiz quadrada de "x" e "p" o semi-perimetro
de um triangulo de lados "a", "b" e "c", entao, a formula de
Heron 

S = Rz_2[p*(p - a)*(p - b)*(p - c)]

Nos permite calcular a area "S" do triangulo em funcao dos
Lados. A formula de Bramagupta para um quadrilatero de lados
"a", "b", "c", "d" e area "S" e :

S = Rz_2[(p - a)*(p - b)*(p - c)*(p - d)].

Esta formula so e valida se o quadrilatero e ciclico, vale
dizer, se ele e incritivel e circunscritivel.  

O teorema acima e Obvio ? Bastante conhecido ?
Indubitavelmente, Não ! E no entanto ele e belo e fascinante
... Esta joia - e muitas outras - se encontra nos livros a
que nos referimos acima.


Acrescentamos que, se o quadrilatero não e ciclico, devemos
usar :

S = Rz_2[ (p - a)*(p - b)*(p - c) - a*b*c*d*((cos(A))^2) ],
onde "A" e a metade da soma dos angulos opostos.

Bom, voltando ao que estavamos falando e se o Sr e o Prof
Morgado a quem nos referimos e se nos tivessemos tido a
felicidade de te-lo tido como Prof, inevitavelmente
perguntariamos :

" SER INSCRITIVEL E CIRCUNSCRITIVEL E UMA CONDICAO
NECESSARIA E SUFICIENTE PARA QUE A AREA DE UM POLIGONO
CONVEXO DE N LADOS SEJA EXPRESSA EXCLUSIVAMENTE EM FUNCAO
DOS SEUS LADOS ? SE SIM, COMO E ESSA FORMULA ? "

E ENTAO ?

Em deferencia ao Ilustre Prof , vamos mostrar aqui com
maiores detalhes como o Tio Euler encontrou a soma dos
inversos dos quadrados dos numeros naturais.

Todos nos sabemos que

sen(x) = x  -  (x^3)/(3!)  +  (x^5)/(5!)  -  (x^7)/(7!)  +
...

assim, a equacao "sen(x)=0" pode ser pensada como uma
equacao polinomial infinita, isto e:

sen(x)=0 <=> 0 = x  -  (x^3)/(3!)  +  (x^5)/(5!)  -
(x^7)/(7!)  +  ...
sen(x)=0 <=>0 = 1  -  (x^2)/(3!)  +  (x^5)/(5!)  -
(x^7)/(7!)  +  ...

fazendo y = x^2, a equacao fica :

0=1  -   y/(3!)  +  (y^3)/(5!)  -  (y^5)/(7!)  +  (y^7)/(9!)
-  ...

Ora, as raizes de sen(x) = 0 são x = k*(pi), k inteiro, ou
seja, são " pi, 2*pi, 3*pi, 4*pi, ..." e os seus simetricos
"-pi, -2*pi, -3*pi, 4*pi, ...", como y = x^2, a equacao em
"y" tem para raizes:

(pi)^2,  (2*pi)^2,  (3*pi)^2,  (4*pi)^2, ...

Por outro lado, para qualquer equacao polinomial finita, as
relacoes de Girard entre os coeficientes e as raizes  nos
asseguram que a soma dos inversos das raizes e igual ao
simetrico do coeficiente do termo de grau 1.

Na equacao em "y" este coeficiente e "-1/(3!). Portanto :

1/(3!) = 1/(pi^2)  +  1/((2*pi)^2)  +  1/((3*pi)^2)  +  ...
1/6 = (1/(pi^2))*(1 +  1/4  +  1/9  +  1/16  +  1/25  + ...)

(pi^2)/6 = 1  +  1/4  +  1/9  +  1/16  +  1/25  +  ...

Todos os passos do Tio Euler, conforme vimos, são bastantes
simples, mesmo elementares. Num único ponto ele mostra a
imprescindivel dose de audacia que precisam ter todos os
criadores, qual seja, QUANDO APLICA PARA UMA EQUACAO
POLINOMIAL INFINITA AS RELACOES DE GIRARD, QUE, A PRINCIPIO,
SABEMOS SEREM VALIDAS SOMENTE NO CASO FINITO.

A atitude do Tio Euler e uma prova, indireta, do que
estavamos comentando acima sobre os Livros do Prof Augusto
Morgado. Se Euler fosse daqueles que exigem uma prova formal
das relacoes mais obvias e elementares, jamais teria dado
esse passo e nos não saberiamos o que sabemos !  

Finalizando e seguindo Euler, o que podemos concluir sobre
series infinitas de reciprocos de quadrados, partindo nao de
sen(x), mas de cos(x) ? 

Se o Sr nao e o Prof Morgado a que tenho nos temos referido
em toda esta mensagem, queira nos desculpar o engano.

Um abraco
Paulo Santa Rita
5,0933,13072000

On Wed, 12 Jul 2000 10:59:31 -0300
Augusto Morgado <[EMAIL PROTECTED]> wrote:
>Solicito aos caros amigos que desconsiderem uma burrice
>da minha parte ao afirmar que Euler usou série de Fourier
>para calcular a referida soma.
>Li a mensagem meais rapidame

Re: uma desigualdade!

2000-07-12 Por tôpico Augusto Morgado



Paulo Santa Rita wrote:
> 
> Carissimo Bruno,
> 
> Antes de mais nada, registro minha alegria em "reve-lo
> virtualmente". Saudacoes ! Parece que aqui na lista temos a
> oportunidade de consquistar nao so conhecimentos, mas,
> tambem, amigos !
> 
> Esta serie e, de fato, interessantissima ... Ela guarda um
> evidente parentesco - ao menos quanto a forma - com a serie
> dos inversos dos quadrados
> 
> 1 + 1/4 + 1/9 + 1/16 + 1/25 + 1/36 + ...
> 
> Tio Euler pode somar esta serie, mas, a dos inversos dos
> cubos, nao. E digno de nota que tanto Bernoulli quanto
> Leibniz tentaram, sem sucesso, obter o mesmo resultado.
> Posteriormente Tio Euler generalizou para uma potencia par
> qualquer.
> 
> Voce sabe como ele concluiu que
> 
> 1 + 1/4 + 1/9 + 1/16 + 1/25 + 1/36 + ... = ((pi)^2)/6   ?
> 
> Nao ? Observando o desenvolvimento em serie de Taylor do
> seno(x).
> 
> Como seno(x)=0 => x=k*(pi), K inteiro, Euler concluiu que o
> desenvolvimento em serie de seno(x) era um polinomio
> infinito que obedecia as relacoes de girard entre os
> coeficientes e as raizes de uma equacao(valido para um
> polinomio finito ). Dai aplicou estas relacoes para
> encontrar a soma dos inversos dos quadrados das raizes
> (infinitas) do polinomio infinito. Genial, nao ?
> 
> Mas, conforme falei, Tio Euler nao teve sucesso ( e nenhum
> outro matematico depois dele, ate hoje - pelo que sei ) com
> a soma dos inversos dos cubos. Por que ?
> 
> Bom, "pi" aparece com muitas caras. Em particular aparece
> tal como Gregori o viu:
> 
> pi/4 = 1 - 1/3 + 1/5 - 1/7 + 1/9 - ...
> 
> Por outro lado, qualquer quadrado pode ser expresso como uma
> soma de numeros impares, a saber:
> 
> N^2 = 1 + 3 + 5 + 7 + ... + (2*N - 1)
> 
> E portanto podemos expressar o resultado de Euler como:
> 
> 1 + 1/4 + 1/9 + 1/16 + 1/25 + 1/36 + ...=(1/6)*(1 - 1/3 +
> 1/5 - ...)*(1 - 1/3 + 1/5 - 1/7 + ... )
> 
> Ocorre que se (a1, a2, a3, ... ) e uma progressao harmonica,
> entao, sempre, (a1 - a2 + a3 - a4 + ...) e uma serie
> convergente e a soma dos inversos dos quadrados e da masma
> natureza que a soma dos numeros triangulares. Esta series
> formam um triangulo aritmetico.
> 
> On Mon, 10 Jul 2000 17:02:23 -0300
> Bruno Leite <[EMAIL PROTECTED]> wrote:
> >At 22:07 09/07/00 -0300, you wrote:
> >>Caros amigos, como posso verificar a desigualdade
> >>  1/1^3  + 1/2^3  + 1/3^3  + ...+ 1/n^3 <3/2   para todo
> >n natural ?
> >
> >Um esboço de solução:
> >Provar por indução que  1/1^3  + 1/2^3  + 1/3^3  + ...+
> >1/n^3 <3/2(1-1/n)
> >para n>1
> >
> >Então quando n->infinito, 1/1^3  + 1/2^3  + 1/3^3  + ...+
> >1/n^3<3/2
> >
> >A série 1/1^3  + 1/2^3  + 1/3^3  + ...+ 1/n^3 é crescente,
> >limitada
> >superiormente e tem um limite que é menor que 3/2.
> >Logo para qualquer n natural 1/1^3  + 1/2^3  + 1/3^3  +
> >...+ 1/n^3 <3/2.
> >
> >Na verdade vale 1/1^3  + 1/2^3  + 1/3^3  + ...+ 1/n^3
> ><1.202057
> >
> >
> >Abraço
> >
> >Bruno Leite
> >
> >Solicito aos caros amigos que desconsiderem uma burrice da minha parte ao afirmar 
>que Euler usou série de Fourier para calcular a referida soma.
Li a mensagem meais rapidamente do que devia. O que eu queria dizer é
que essas somas de 1 sobre n elevado a expoente par sao calculáveis por
meio de séries de Fourier.
Desculpem a pisada na bola.
Morgado
PS: E o que eu sempre digo: ninguém descende de português impunemente. 
> >
> >
> 
> 
> 
> Don't E-Mail, ZipMail! http://www.zipmail.com/



Re: uma desigualdade!

2000-07-10 Por tôpico Augusto Morgado



Paulo Santa Rita wrote:
> 
> Carissimo Bruno,
> 
> Antes de mais nada, registro minha alegria em "reve-lo
> virtualmente". Saudacoes ! Parece que aqui na lista temos a
> oportunidade de consquistar nao so conhecimentos, mas,
> tambem, amigos !
> 
> Esta serie e, de fato, interessantissima ... Ela guarda um
> evidente parentesco - ao menos quanto a forma - com a serie
> dos inversos dos quadrados
> 
> 1 + 1/4 + 1/9 + 1/16 + 1/25 + 1/36 + ...
> 
> Tio Euler pode somar esta serie, mas, a dos inversos dos
> cubos, nao. E digno de nota que tanto Bernoulli quanto
> Leibniz tentaram, sem sucesso, obter o mesmo resultado.
> Posteriormente Tio Euler generalizou para uma potencia par
> qualquer.
> 
> Voce sabe como ele concluiu que
> 
> 1 + 1/4 + 1/9 + 1/16 + 1/25 + 1/36 + ... = ((pi)^2)/6   ?
> 
> Nao ? Observando o desenvolvimento em serie de Taylor do
> seno(x).
> 
> Como seno(x)=0 => x=k*(pi), K inteiro, Euler concluiu que o
> desenvolvimento em serie de seno(x) era um polinomio
> infinito que obedecia as relacoes de girard entre os
> coeficientes e as raizes de uma equacao(valido para um
> polinomio finito ). Dai aplicou estas relacoes para
> encontrar a soma dos inversos dos quadrados das raizes
> (infinitas) do polinomio infinito. Genial, nao ?
> 
> Mas, conforme falei, Tio Euler nao teve sucesso ( e nenhum
> outro matematico depois dele, ate hoje - pelo que sei ) com
> a soma dos inversos dos cubos. Por que ?
> 
> Bom, "pi" aparece com muitas caras. Em particular aparece
> tal como Gregori o viu:
> 
> pi/4 = 1 - 1/3 + 1/5 - 1/7 + 1/9 - ...
> 
> Por outro lado, qualquer quadrado pode ser expresso como uma
> soma de numeros impares, a saber:
> 
> N^2 = 1 + 3 + 5 + 7 + ... + (2*N - 1)
> 
> E portanto podemos expressar o resultado de Euler como:
> 
> 1 + 1/4 + 1/9 + 1/16 + 1/25 + 1/36 + ...=(1/6)*(1 - 1/3 +
> 1/5 - ...)*(1 - 1/3 + 1/5 - 1/7 + ... )
> 
> Ocorre que se (a1, a2, a3, ... ) e uma progressao harmonica,
> entao, sempre, (a1 - a2 + a3 - a4 + ...) e uma serie
> convergente e a soma dos inversos dos quadrados e da masma
> natureza que a soma dos numeros triangulares. Esta series
> formam um triangulo aritmetico.
> 
> On Mon, 10 Jul 2000 17:02:23 -0300
> Bruno Leite <[EMAIL PROTECTED]> wrote:
> >At 22:07 09/07/00 -0300, you wrote:
> >>Caros amigos, como posso verificar a desigualdade
> >>  1/1^3  + 1/2^3  + 1/3^3  + ...+ 1/n^3 <3/2   para todo
> >n natural ?
> >
> >Um esboço de solução:
> >Provar por indução que  1/1^3  + 1/2^3  + 1/3^3  + ...+
> >1/n^3 <3/2(1-1/n)
> >para n>1
> >
> >Então quando n->infinito, 1/1^3  + 1/2^3  + 1/3^3  + ...+
> >1/n^3<3/2
> >
> >A série 1/1^3  + 1/2^3  + 1/3^3  + ...+ 1/n^3 é crescente,
> >limitada
> >superiormente e tem um limite que é menor que 3/2.
> >Logo para qualquer n natural 1/1^3  + 1/2^3  + 1/3^3  +
> >...+ 1/n^3 <3/2.
> >
> >Na verdade vale 1/1^3  + 1/2^3  + 1/3^3  + ...+ 1/n^3
> ><1.202057
> >
> >
> >Abraço
> >
> >Bruno Leite
> >
> >
> >
> >
> 
> 
> 
> Don't E-Mail, ZipMail! http://www.zipmail.com/

Houve uma pequena distração. Leia-se série de Fourier onde está série de
Taylor.
Morgado



Re: uma desigualdade!

2000-07-10 Por tôpico Paulo Santa Rita

Carissimo Bruno,

Antes de mais nada, registro minha alegria em "reve-lo
virtualmente". Saudacoes ! Parece que aqui na lista temos a
oportunidade de consquistar nao so conhecimentos, mas,
tambem, amigos ! 

Esta serie e, de fato, interessantissima ... Ela guarda um
evidente parentesco - ao menos quanto a forma - com a serie
dos inversos dos quadrados 

1 + 1/4 + 1/9 + 1/16 + 1/25 + 1/36 + ... 

Tio Euler pode somar esta serie, mas, a dos inversos dos
cubos, nao. E digno de nota que tanto Bernoulli quanto
Leibniz tentaram, sem sucesso, obter o mesmo resultado.
Posteriormente Tio Euler generalizou para uma potencia par
qualquer. 

Voce sabe como ele concluiu que

1 + 1/4 + 1/9 + 1/16 + 1/25 + 1/36 + ... = ((pi)^2)/6   ?

Nao ? Observando o desenvolvimento em serie de Taylor do
seno(x).

Como seno(x)=0 => x=k*(pi), K inteiro, Euler concluiu que o
desenvolvimento em serie de seno(x) era um polinomio
infinito que obedecia as relacoes de girard entre os
coeficientes e as raizes de uma equacao(valido para um
polinomio finito ). Dai aplicou estas relacoes para
encontrar a soma dos inversos dos quadrados das raizes
(infinitas) do polinomio infinito. Genial, nao ?

Mas, conforme falei, Tio Euler nao teve sucesso ( e nenhum
outro matematico depois dele, ate hoje - pelo que sei ) com
a soma dos inversos dos cubos. Por que ?

Bom, "pi" aparece com muitas caras. Em particular aparece
tal como Gregori o viu:

pi/4 = 1 - 1/3 + 1/5 - 1/7 + 1/9 - ...

Por outro lado, qualquer quadrado pode ser expresso como uma
soma de numeros impares, a saber:

N^2 = 1 + 3 + 5 + 7 + ... + (2*N - 1)

E portanto podemos expressar o resultado de Euler como:

1 + 1/4 + 1/9 + 1/16 + 1/25 + 1/36 + ...=(1/6)*(1 - 1/3 +
1/5 - ...)*(1 - 1/3 + 1/5 - 1/7 + ... )

Ocorre que se (a1, a2, a3, ... ) e uma progressao harmonica,
entao, sempre, (a1 - a2 + a3 - a4 + ...) e uma serie
convergente e a soma dos inversos dos quadrados e da masma
natureza que a soma dos numeros triangulares. Esta series
formam um triangulo aritmetico.

On Mon, 10 Jul 2000 17:02:23 -0300
Bruno Leite <[EMAIL PROTECTED]> wrote:
>At 22:07 09/07/00 -0300, you wrote:
>>Caros amigos, como posso verificar a desigualdade
>>  1/1^3  + 1/2^3  + 1/3^3  + ...+ 1/n^3 <3/2   para todo
>n natural ?
>
>Um esboço de solução:
>Provar por indução que  1/1^3  + 1/2^3  + 1/3^3  + ...+
>1/n^3 <3/2(1-1/n)
>para n>1
>
>Então quando n->infinito, 1/1^3  + 1/2^3  + 1/3^3  + ...+
>1/n^3<3/2
>
>A série 1/1^3  + 1/2^3  + 1/3^3  + ...+ 1/n^3 é crescente,
>limitada
>superiormente e tem um limite que é menor que 3/2.
>Logo para qualquer n natural 1/1^3  + 1/2^3  + 1/3^3  +
>...+ 1/n^3 <3/2.
>
>Na verdade vale 1/1^3  + 1/2^3  + 1/3^3  + ...+ 1/n^3
><1.202057
>
>
>Abraço
>
>Bruno Leite
>
>
>
>



Don't E-Mail, ZipMail! http://www.zipmail.com/



Re: uma desigualdade!

2000-07-10 Por tôpico Bruno Leite

At 22:07 09/07/00 -0300, you wrote:
>Caros amigos, como posso verificar a desigualdade
>  1/1^3  + 1/2^3  + 1/3^3  + ...+ 1/n^3 <3/2   para todo n natural ?

Um esboço de solução:
Provar por indução que  1/1^3  + 1/2^3  + 1/3^3  + ...+ 1/n^3 <3/2(1-1/n)
para n>1

Então quando n->infinito, 1/1^3  + 1/2^3  + 1/3^3  + ...+ 1/n^3<3/2

A série 1/1^3  + 1/2^3  + 1/3^3  + ...+ 1/n^3 é crescente, limitada
superiormente e tem um limite que é menor que 3/2.
Logo para qualquer n natural 1/1^3  + 1/2^3  + 1/3^3  + ...+ 1/n^3 <3/2.

Na verdade vale 1/1^3  + 1/2^3  + 1/3^3  + ...+ 1/n^3 <1.202057


Abraço

Bruno Leite







uma desigualdade

2000-07-09 Por tôpico Carlos Gomes

Caros amigos, como posso verificar a desigualdade
  1/1^3  + 1/2^3  + 1/3^3  +...+  1/n^3 <3/2   para todo n natural ?

Um abraço ,
Carlos A Gomes.






Re: uma desigualdade!

2000-07-09 Por tôpico José Paulo Carneiro

Este problema pode ser resolvido de modo analogo ao da hiperbole:
A soma 1/2^3 + 1/3^3 + ... + 1/n^3 eh a soma das areas dos
retangulos inscritos sob a curva y=1/x^3, de 1 ateh n, para a particao:
1<2<3<...
Para: [EMAIL PROTECTED] <[EMAIL PROTECTED]>
Data: Domingo, 9 de Julho de 2000 22:14
Assunto: uma desigualdade!


>Caros amigos, como posso verificar a desigualdade
>  1/1^3  + 1/2^3  + 1/3^3  + ...+ 1/n^3 <3/2   para todo n natural ?
>
>Um abraço ,
>Carlos A Gomes.
>
>
>




uma desigualdade!

2000-07-09 Por tôpico Carlos Gomes

Caros amigos, como posso verificar a desigualdade
  1/1^3  + 1/2^3  + 1/3^3  + ...+ 1/n^3 <3/2   para todo n natural ?

Um abraço ,
Carlos A Gomes.