Em 14 de abril de 2013 11:43, Andre Cavalcante
<andredcavalca...@gmail.com>escreveu:

> Paulo,
>
> Reconheço o teu trabalho junto à comunidade linux e também à comunidade
> open office.
>

Nem fiz tanto assim, pra ser honesto.



> Não tenho nada contra um ou outro projeto. Pra mim, quanto mais forks
> tivermos, mais possibilidades, mais concorrência, o que é bom pra mim, como
> usuário.
>

Nem eu :-) Na verdade acho que é aí que mora a beleza do S.O. No entanto,
muitas pessoas veem o AOO como se fosse o patinho feio rebelde, quando não
é.

Não acredito na teoria da "concorrência". Isso é bobagem. Todo mundo sabe
que as linhas bases do desenvolvimento do S.O. é a *colaboração* e o *
compartilhamento*. colaboração e compartilhamento vão na *direção oposta à
da concorrência*, embora muitas mentes brilhantes por aí ainda não tenham
se dado conta disso.


>
> Olhando "de fora", essa encrenca toda, e o motivo do meu questionamento do
> princípio é, qual a vantagem para o usuário do AOO em relação ao LO.
>

Na minha opinião, não se trata de uma questão de "vantagem". Trata-se de
uma questão de "opção". Basicamente eles são muito semelhantes. Há alguns
meses o AOO ainda tinha muitos bugs (ainda tem), que já haviam sido
corrigidos no LibO. A equipe do AOO é menor e, por isso, responde mais
lentamente a essas questões.

Uma diferença realmente palpável entre eles já começa a tomar forma e a
tendência é se acentuar com o tempo. A compatibilidade com o M$ Office é
uma coisa que vai começar a ficar visível.



> Sou usuário do Linux, então tenho que ter bons motivos para desinstalar
> algo que vem por padrão e que é automaticamente mantido pela comunidade da
> distro (se não pelos programadores da distro em si) em relação a algo que
> eu mesmo vou ter que manter...
>

Sim, com certeza. Eu mesmo tenho ambos instalados e uso um ou outro de
acordo com o que pretendo fazer. Na verdade não há um apelo para
desinstalar um e instalar o outro. É mais uma chamada dizendo "olha, a
fênix ressurgiu das cinzas" :-D


>
> Do que você falou abaixo...
>
>
> Em 14 de abril de 2013 10:29, Paulo de Souza Lima
> <paulo.s.l...@varekai.org>escreveu:
>
> >
> > 1 - Egos inflados;
> >
>
> Não interessa para o usuário...
>

Mas o atinge diretamente.


>
>
> > 2 - Sede de poder;
> >
>
> Não interessa ao usuário...
>

Idem


>
>
> > 3 - Incompatibilidade de licenças.
> >
>
> Essa sim, interessa. E, cá prá nós, a licença da apache, justamente por ser
> mais permissiva, é um problema para o pessoal do Linux. Eles até podem
> pegar código da apache e colocar dentro da distro, mas o inverso não é
> possível, pois o código gerado aqui *tem que ser* livre, o que a licença da
> apache não permite. Então, do meu ponto de vista, do ponto de vista do
> usuário, é preferível uma versão GPL 2 ou 3 que uma versão Apache 2.
>
>
Como assim "a licença apache não permite"? A licença apache, na minha
opinião, é mais livre do que a GPL, justamente por ser mais permissiva.

Não acho que seja um problema para o "pessoal do linux". Como você mesmo
disse: "o pessoal do Linux pode pegar o código e fazer o que quiser com
ele" (não é ótimo isso?), "mas o contrário não é possível". Então isso é
bom para o "pessoal do Linux", mas é ruim para o pessoal do AOO, a não ser
que o "pessoal do Linux" libere seu código em uma licença mais permissiva,
né?

Até agora não entendo porque uma licença "mais permissiva" é pior. Na minha
opinião é muito melhor ter uma licença que não obrigue a fazer coisas que
não estou a fim de fazer, independente do motivo, do que uma licença que me
obrigue a fazer aquilo que acho que é uma obrigação moral: devolver à
comunidade o que ela me proporcionou. Por isso adoro o domínio público :-)

O próprio Linux é uma colcha de retalhos de licenças, e ninguém parece se
preocupar muito com isso, além do "pessoal da FSF". E mais: O próprio
Ubuntu é uma colcha de retalhos maior ainda, e ninguém aqui cedeu ao apelos
de Richard Stallman quando ele sugeriu endemonizar o Ubuntu no Flisol.


> Agora, claro, que, se houvesse uma diferença substancial, por exemplo, uma
> interface diferente e mais produtiva no AOO, aí a coisa ia melhorar muito
> pro nosso lado. De cara, o pessoal do linux poderia pegar essa interface e
> inserir no LO. Mais uma vez, o fato de ter fork não é uma coisa
> necessariamente ruim - aliás é bom para o usuário.
>

Acho que essas coisas virão com o tempo.


>
> Abraços
>
> --
> Prof. André Cavalcante
> Universidade Federal do Amazonas (UFAM)
> Manaus, AM., Brasil
>
> Abração.


-- 

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