On 7 May 01, at 4:28, caique.albuquerque wrote:

No Brasil, diferentemente dos EUA, os dados demonstram que a 
votação eletrônica tem um percentual de votos válidos 20% 
maior do que a votação manual. Cito abaixo trecho do estudo de 
um Professor do IUPERJ(Instituto Universitário de Pesquisas do 
Rio de Janeiro)sobre taxa de votos nulos e brancos. O Professor 
é o Cientista Político Jairo Nicolau, que por sinal é Phd.

Carlos Henrique,


Como você citou muito pesquisas acadêmicas, e conheço bem 
os atores desta área, e trabalhei mais de 20 anos neste cenário, 
conheço alguns Phds e muitos phds (minúsculos), vou dizer-lhe o 
que penso sobre a conclusão do Jairo Nicolau. Posto que pela 
segurança que emitiu este percentual, “aumento de 20% dos 
votos válidos “(sic), estou inclinado a ver o trabalho que este 
senhor produziu é mais um dos tantos que nada mais são senão 
uma amostra do academicismo que grassa na ceara das 
conclusões malformadas.

Não sei se o Nicolau é realmente um proficiente em estatística, 
ou é um daqueles analistas que se utilizam de pacotes (software) 
de análise e saem por aí soando dós-de-peito, escudando-se 
em títulos para se nos parecerem arautos das verdades.  
Suponho que ele não é um proficiente neste mister. Penso assim 
por perceber que, se fosse, não colocaria seu nome e título 
como aval de uma conclusão desta natureza. Este número é uma 
demonstração de inocência estatística !!!!

O quê certamente fez Nicolau ? Comparou dados emitidos nas 
eleições passadas com a última. Achou um percentual. Mais 
nada !!! Disto passou a alardear uma melhora. Nicolau foi bobo.

E sabe, o porquê ? Pelo fato de dispor de dados incompletos. 
Quem sabe realmente estatística, diria que ele usou um indício 
do universo como dado. Lamentavelmente, Carlos, indício não é 
dado estatístico. Ele só é útil no fim de tudo: para verificar se a 
análise estatística tende ao indício. Ou seja, o indício permite, 
NO FIM DA ANÁLISE, que se estime o desvio de um resultado 
estatístico cujas informações são difusas. Enfim, Nicolau disse 
besteira.

Carlos, Nicolau teria que ter analisado vários aspectos: erros de 
digitação, erros de leitura, a capacidade de discernimento do 
eleitor médio (pense numa coisa difícil), a preferência anterior de 
uma amostra representativa de eleitores (algo um tanto proibido), 
e as possibilidades de erro da máquina (o TSE diz que é zero).

Cada dado destes, depois, permitiria ao pesquisador fazer várias 
simulações matemáticas que o permitiria estimar as margens de 
erros e acertos. Isto tudo colimado indicaria um desvio estimado, 
o qual, confrontado com o indício, permitiria emitir uma 
percentual imaginário deste aumento.

Carlos. Tem muita gente sentando em títulos para falar besteira. 
Os dados que Nicolau precisava ele não teve. Por isto garanto-
lhe que ele vomitou este número. Não só ele: o TSE também.

Conte também com a possibilidade de as máquinas terem sido 
viciadas: para converter, por exemplo, votos nulos em votos 
válidos.  Conversando com pessoas percebo que o número de 
pessoas tendentes a votar nulo aumentou.  Mas as urnas não 
mostraram isto.


Um abraço,


Aristóteles


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