O Porfírio não cometeu um equívoco na questão da Impressora?
 
Não seria bom avisar a ele, antes que alguém use o equívoco para desclassificar o artigo todo que é correto?
 
F. Santana.
 
 
---- Original Message -----
From: Jeff
Sent: Thursday, January 06, 2005 11:20 PM
Subject: [VotoEletronico] Tribuna da imprensa online

Reflexões sobre o voto "inquestionável"

Veja esta notícia: "Cinqüenta e oito dias após a eleição, a democrata Christine O. Gregoire foi declarada a governadora eleita do Estado de Washington (Costa Oeste dos EUA), nesta quinta-feira (30/12). Ela venceu a eleição - por apenas 129 votos, num universo de 2,9 milhões - apenas na 2ª recontagem".

Antes de qualquer comentário, a pergunta: por que nos Estados Unidos, onde a informática deve estar mil passos na nossa frente, é possível requerer a recontagem de votos e aqui em nosso querido País de tantas maracutaias o resultado da urna eletrônica é inquestionável?

É isso. Criaram uma situação talvez única no mundo: vale o que o tribunal eleitoral anuncia horas depois de fechadas as urnas eletrônicas. Se tiver alguém com acesso às senhas do computador da apuração ou mesmo com capacidade de alterar um disquete de uma Zona Eleitoral, se esse alguém estiver praticando uma fraude, podes crer: ele escolheu o ramo do crime mais seguro do mundo, um ramo em que o crime compensa.

Um nova ditadura

Não há nada mais estranho, mais parecido com uma ditadura solerte do que esse sistema de apuração eleitoral, pelo qual você não tem como questionar o primeiro resultado. Não há, portanto, como falar em democracia representativa. A partir do momento em que a caixa-preta das urnas eletrônicas é impenetrável, numa era em que os mais sofisticados sistemas de segurança dos bancos são rotineiramente violados, não há nenhuma ofensa em declarar com todas as letras que uma eleição imune à conferência é uma eleição duvidosa.

E por que essa resistência quase dogmática à impressão do voto, como acontece nos Estados Unidos? Por que uma prática nova, fora dos hábitos dos eleitores por décadas, é imposta de forma tão autoritária e brutal?

O Congresso chegou a aprovar uma Lei, oriunda de projeto do então senador Roberto Requião, estabelecendo a obrigação da impressão do voto, tal como reclamava desesperadamente Leonel Brizola. Quando o governo do PT assumiu, num entendimento com ministros do TSE, Lula mandou mensagem e o Legislativo voltou atrás.

O pretexto? O custo das impressoras. Ora, uma Justiça que pode requisitar funcionários e tem todo apoio não teria como dispor, no dia das eleições, de impressoras das repartições públicas federais, estaduais e municipais? E se tivesse que comprar? Hoje, estão vendendo impressoras por R$ 150,00 no varejo. Uma compra no atacado, nessa quantidade, sairia pela metade.

E os disquetes?

Se tomássemos alguns exemplos de gastos com o dinheiro do contribuinte, o custo das impressoras seria insignificante. E se considerarmos que eleições limpas são essenciais para o exercício da democracia, porque só elas refletem a vontade popular, vale qualquer despesa para que não fiquemos expostos a possibilidades de fraudes, que, em muitos casos, escapam até ao controle do Juiz.

O problema é de vontade política, de seriedade. Se admitirmos que a compra de impressoras levará o País à falência, há outros sistemas que podem perfeitamente ser adotados. Vem-me à cabeça o modelo de voto nas loterias da Caixa. Você preenche o volante e este se transforma num recibo, enquanto sua aposta vai direto para o computador central.

Aliás, por que a Justiça insiste no disquete? Qual a dificuldade em que o voto vá direto para o computador central? Linhas telefônicas? Uma vez ouvi um desembargador declarar que as nossas linhas telefônicas não são confiáveis. Confiáveis em quê?

Temos hoje quase 40 milhões de linhas telefônicas convencionais e 80 milhões de celulares. O sistema de linhas de dados, do tipo Velox e Virtua, tem mais de 600 mil assinantes no País. Por qualquer um desses caminhos, com uma estratégia competente, seria possível assegurar o envio direto do voto para o computador central.

No entanto, os juízes eleitorais não abrem mão dos disquetes. E devem ser muito poucos os que lidam diretamente com as máquinas existentes hoje. Pode-se dizer até que eles são reféns institucionais dessa intransigência em relação ao sistema de votos.

O pior em tudo isso é que o modelo vai se tornando um fato consumado. Enquanto não "estourar" um escândalo, a inércia geral vai deixando ficar desse jeito e não se fala mais nisso.

O que eu sei é que vereadores e deputados chegaram a multiplicar por sete a votação obtida antes do voto eletrônico. E se isso não chama a atenção dos juízes eleitorais, é porque é mais cômodo não mexer em área tão tensa. Que envolve tantos interesses.


 http://www.tribuna.inf.br/coluna.asp?coluna=porfirio

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