sei, mas - é sugestivo.

2011/9/18 Manuel Doria <manueldo...@gmail.com>

> Uso fronteiriço/borderlands/fringe no sentido não-pejorativo do termo, como
> uma área nebulosa no contínuo de ciência ou não-ciência
>
> 2011/9/18 Francisco Antonio Doria <famado...@gmail.com>
>
>> Fronteiriço, Manuel, palavra bem escolhida...
>>
>>
>> 2011/9/18 Manuel Doria <manueldo...@gmail.com>
>>
>>> Multiverso, M-theory e outros desenvolvimentos cutting edge da Física eu
>>> classificaria tipicamente como "ciência fronteiriça", certamente não como
>>> não-ciência ou pseudociência.
>>>
>>> Nem toda conjectura de teorias de multiverso (há um variedade enorme
>>> delas, Max Tegmark tem uma taxonomia) é inverificável.
>>>
>>> Dou um exemplo que irá servir para teorias de universos paralelos
>>> originárias da interpretação de Everett na Mecânica Quântica (contrariamente
>>> ao reconhecimento popular da tese, o trabalho original de Everett *não
>>> endossava* de um realismo modal onde as configurações fisicamente
>>> possíveis descritas pela função de onda universal existem na forma de
>>> universos paralelos, embora este seja um desenvolvimento natural do
>>> trabalho).
>>>
>>> Frank Tipler propôs um experimento crucial para confirmar a existência de
>>> universos paralelos para o qual ainda não chegamos ao threshold tecnológico
>>> para realizar:
>>>
>>> http://arxiv.org/abs/0809.4422
>>>
>>> Um forte abraço.
>>>
>>> 2011/9/18 Julio Fontana <juliocesarfont...@yahoo.com.br>
>>>
>>>> "Um contra muitos" no debate. Não faço guerra. Gosto dessas discussões.
>>>> Caso contrário, não seria popperiano.
>>>> Conheço superficialmente a teoria proposta pelo físico Max Tegmark. Não
>>>> posso conhecer tudo por mim mesmo. Devo me apoiar em outros o tempo todo. O
>>>> mundo é muito complexo para ser compreendido por um só homem. Estou apoiado
>>>> no Marcelo Gleiser. Não é argumento de autoridade. Não estou afirmando que
>>>> ele está certo por ser o Marcelo Gleiser. Acredito que Gleiser possua boas
>>>> razões para fazer tal afirmação. Estou esperando as suas. O ideal era
>>>> colocar o Gleiser no debate. Eu não sou físico. Não posso discutir questões
>>>> técnicas com os físicos. Posso discutir questões epistemológicas. O 
>>>> filósofo
>>>> faz isso.
>>>> Constatada a diaphonia eu suspendo o juízo.
>>>>
>>>> Julio Fontana
>>>>
>>>> De: FAD 2 <famado...@gmail.com>
>>>> Para: Julio Fontana <juliocesarfont...@yahoo.com.br>
>>>> Cc: Walter Carnielli <walter.carnie...@gmail.com>; "
>>>> logica-l@dimap.ufrn.br" <logica-l@dimap.ufrn.br>
>>>> Enviadas: Domingo, 18 de Setembro de 2011 10:13
>>>> Assunto: Re: [Logica-l] Popper
>>>>
>>>> Mas nao eh guerra, Julio...
>>>>
>>>> Sent from my iPhone
>>>>
>>>> On 18/09/2011, at 09:58, Julio Fontana <juliocesarfont...@yahoo.com.br>
>>>> wrote:
>>>>
>>>> > Refiro-me ao senhor mesmo. Estou incorreto quanto à referência? Há até
>>>> um quadrinho retratando isso! O senhor tem como me enviar a sua 
>>>> participação
>>>> na discussão? Esse negócio de "um contra muitos" é complicado. Por isso,
>>>> prefiro o Facebook. Há uma foto e posso visualizar a participação de cada 
>>>> um
>>>> a todo momento.
>>>> >
>>>> >
>>>> > Julio Fontana
>>>> > Bacharel em Filosofia pela PUC-Rio
>>>> > Especialização em cultura clássica greco-latina.
>>>> >
>>>> > De: Walter Carnielli <walter.carnie...@gmail.com>
>>>> > Para: Julio Fontana <juliocesarfont...@yahoo.com.br>
>>>> > Cc: logica-l@dimap.ufrn.br
>>>> > Enviadas: Domingo, 18 de Setembro de 2011 9:52
>>>> > Assunto: Re: [Logica-l] Popper
>>>> >
>>>> > Olá Júlio,
>>>> >
>>>> > obrigado pela referência, imagino  que  "Carnieli" deva
>>>> > se referir a  mim.  :-)  Se for, não estou requesitanto (ou melhor,
>>>> > requisitando) preto no branco: estou perguntando, àqueles que nos
>>>> > explicam Popper, o que Sir Karl diria sobre aqueles fenômenos que
>>>> > introduzi na conversa...
>>>> > Abs,
>>>> >
>>>> > Walter
>>>> >
>>>> > Em 18 de setembro de 2011 09:27, Julio Fontana
>>>> > <juliocesarfont...@yahoo.com.br> escreveu:
>>>> >> Colegas da lista,
>>>> >>
>>>> >> Nada melhor do que a discordância para avançar o conhecimento ...
>>>> >>
>>>> >> Em primeiro lugar, não acho que o critério de demarcação de Popper
>>>> seja claro o bastante para apontarmos com certeza o que é ou o que não é
>>>> ciência (ele jamais insinuou ser assim). Em CR ele afirmou veementemente 
>>>> que
>>>> a fronteira era permeável. Carnieli (Pensamento Crítico) sustenta que o 
>>>> fato
>>>> de não podermos distinguir o claro da absoluta escuridão não implica que 
>>>> não
>>>> haja diferença entre esses dois estados. Agora está requesitando preto no
>>>> branco. Nada é preto no branco!
>>>> >>
>>>> >> A refutabilidade é uma possibilidade, não precisa ser um
>>>> acontecimento concreto. A teoria pode ser refutada daqui a 1000 anos ou
>>>> jamais vir a ser refutada, mas deve permitir isso caso venha a se 
>>>> apresentar
>>>> um fato que lhe contradiz, e não contradiz uma teoria rival. Certamente os
>>>> cientistas fazem uso de estratagemas convencionalistas ou salvam suas
>>>> teorias da refutação o tempo todo, mas Popper recomenda que se o fizerem, 
>>>> as
>>>> hipóteses ad hoc devem acrescer conteúdo informativo. Caso leiam somente a
>>>> Introdução da obra podem perder o néctar da filosofia popperiana. Lembro
>>>> inclusive que ele, diferentemente de Kuhn não está descrevendo a ciência,
>>>> mas está fazendo lógica da ciência (normativo). Quase 100 anos se passaram
>>>> desde a primeira obra de Popper. Certamente muito se acrescentou ao nosso
>>>> entendimento da ciência. Agora dizer que Popper é somente história só pode
>>>> ser brincadeira! Ainda há muitos físicos que estão no paradigma
>>>> >>  metodológico do século XIX! Os mais avançados falam em refutação!
>>>> Hawking chega a citar Popper como definição de ciência! Afirmar que Popper
>>>> matou a critividade científica? Foi justamente ele que se revoltou com o
>>>> paradigma do mecanismo do método indutivo tão em voga na ciência do século
>>>> XIX e início do XX. Os cientistas podiam agir de diferente, mas eles
>>>> acreditam no poder do método eles acreditavam.
>>>> >>
>>>> >>
>>>> >> Fico espantado quando pesquisadores não aceitam a crítica de alguém
>>>> afirmando ser este um não-especialista. John Horgan é jornalista, mas e 
>>>> daí?
>>>> Ínúmeros psicólogos, psiquiatras e até psicanalistas criticam as teorias de
>>>> Freud. Muitas das teorias que surgem na fronteira da ciência não são
>>>> refutáveis por limitação tecnológica, outras são irrefutáveis, e portanto,
>>>> pseudocientíficas. A teoria do multiverso é uma delas. Gleiser afirma em 
>>>> seu
>>>> ultimo livro Criação Imperfeita não tratar-se de teoria científica. John
>>>> Horgan pega o conceito de Penrose  e as chama de ciência irônica ou
>>>> pós-empírica. Acho que o politicamente correto está influenciando na 
>>>> questão
>>>> da demarcação. Vamos incluir tudo! Não podemos deixar ninguém de fora!
>>>> >>
>>>> >>
>>>> >> Julio Fontana
>>>> >>
>>>> >> De: FAD 2 <famado...@gmail.com>
>>>> >> Para: Decio Krause <deciokra...@gmail.com>
>>>> >> Cc: Julio Fontana <juliocesarfont...@yahoo.com.br>; "
>>>> logica-l@dimap.ufrn.br" <logica-l@dimap.ufrn.br>
>>>> >> Enviadas: Domingo, 18 de Setembro de 2011 7:33
>>>> >> Assunto: Re: [Logica-l] Critério de demarcação
>>>> >>
>>>> >> Boutade. Prefiro Proust, com o que ele diz sobre Charlus no jantar
>>>> dos Verdurin.
>>>> >>
>>>> >> Sent from my iPhone
>>>> >>
>>>> >> On 17/09/2011, at 15:30, Decio Krause <deciokra...@gmail.com> wrote:
>>>> >>
>>>> >>> Argumentum ad amicis?
>>>> >>> Legal!!
>>>> >>> ________________________________
>>>> >>> Decio Krause
>>>> >>> Departamento de Filosofia
>>>> >>> Universidade Federal de Santa Catarina
>>>> >>> 88040-940 Florianópolis, SC -- Brasil
>>>> >>> deciokrause[at]gmail.com
>>>> >>> www.cfh.ufsc.br/~dkrause
>>>> >>> ________________________________
>>>> >>> "He [God] will never choose among indiscernibles"
>>>> >>> (G.W.Leibniz)
>>>> >>>
>>>> >>>
>>>> >>>
>>>> >>>
>>>> >>>
>>>> >>>
>>>> >>> Em 17/09/2011, às 13:57, Julio Fontana escreveu:
>>>> >>>
>>>> >>>> Prezados colegas de lista,
>>>> >>>>
>>>> >>>> O assunto é demasiado complexo e não posso examinar todos os pontos
>>>> que foram levantados aqui.
>>>> >>>> Irei responder principalmente ao Francisco Doria.
>>>> >>>> O senhor afirmou que Popper não o convence quanto a psicanálise se
>>>> comportar como uma pseudociência. Particularmente, acho que Popper está
>>>> correto, porém não foi o primeiro a direcionar ataques contra a
>>>> cientificidade da psicanálise e nem o crítico mais eficaz. John Horgan
>>>> levantou em seu livro "The undiscovery mind" diversas das críticas contra a
>>>> psicanálise, algumas melhores do que a de Popper. A crítica de Popper pode
>>>> não ser a mais apropriada, mas o objetivo dele não era convencer ninguém.
>>>> >>>> Aceito que o senhor possua fé na psicanálise. Muitos compartilham
>>>> da sua fé. Da mesma forma sou compassivo com aqueles que mantém uma crença
>>>> em um Deus, deuses, ou nenhum deus. Não posso aceitar a sua afirmação de 
>>>> que
>>>> a psicanálise é ciência. Também achar que Jung estava correto por ser
>>>> colaborador de dois físicos importantes, é uma nova forma de falácia:
>>>> argumentum ad amicis.
>>>> >>>>
>>>> >>>> Tento agora responder alguns pontos levantados por outros.
>>>> >>>>
>>>> >>>> Falsificabilidade ou refutabilidade.
>>>> >>>>
>>>> >>>> Popper não é um falsificacionista ingênuo. Não há confronto entre 1
>>>> teoria e experiência. Há confronto de duas ou mais teorias rivais com a
>>>> experiência. A experiência pode decidir provisoriamente entre teorias 
>>>> rivais
>>>> qual é a melhor.
>>>> >>>>
>>>> >>>> Certamente, a ciência não é formada somente por teorias
>>>> falsificáveis. Existem programas de pesquisas metafísicos, concepções da
>>>> natureza e outras coisas. Popper explicou todos esses pontos.
>>>> >>>>
>>>> >>>> Alguém afirmou que nenhum físico se comporta como Popper os
>>>> descreve. Acredito que a afirmação é ambiciosa demais. O físico de comporta
>>>> conforme o estudo que está fazendo. Depende da situação, do objeto e de
>>>> diversas outras coisas. O método que ele vai usar é bastante flexível.
>>>> Algumas vezes na história encontramos exemplos de refutação de teorias,
>>>> outras de confirmação, outras de adequação, outras de salvar os fenômenos,
>>>> outras de intuição somente.
>>>> >>>>
>>>> >>>> Sou popperiano, mas não acho que Popper explica tudo. Caso fosse
>>>> assim, eu me dedicaria a outra área que não a filosofia da ciência. Mas não
>>>> reconhecer importantes insights trazidos por Popper é brincadeira. O Doria
>>>> chega a dizer que Jung explicou melhor a ciência do que Popper, Kuhn,
>>>> Fraassen ou qualquer outro filósofo da ciência.
>>>> >>>>
>>>> >>>> O critério de demarcação é importante pragmaticamente. Diversos
>>>> filósofos da ciência, inclusive Lakatos, apontaram demasiadamente. Na
>>>> filosofia é assim, compo Popper a descreveu, estamos sempre revolvendo os
>>>> entulhos.
>>>> >>>>
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